terça-feira, 8 de abril de 2025

Ponto de Cultura inspira países a adotar políticas de base comunitária

 Cultura Viva | Laboratório de Políticas Culturais

A Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), modelo brasileiro criado pelo Ministério da Cultura (Minc) em 2004, tem inspirado países na implantação de políticas públicas de base comunitária para gerir os recursos culturais. As iniciativas do programa – entre elas, os Pontos de Cultura – são um dos temas centrais de um seminário internacional iniciado nesta terça-feira (8), na Cidade do México. 

Na prática, a Política Nacional Cultura Viva abre espaços regionais para acesso aos bens e serviços culturais e, principalmente, para permitir a gestão compartilhada que viabiliza a manifestação de todos os tipos de linguagem artística e cultural, contemplando diferentes populações que convivem em cada território.

Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, atualmente são mais de 7,2 mil Pontos de Cultura em cerca de 1,6 mil municípios de todo o país.

Esses espaços formam uma grande rede de estímulo e de difusão dos saberes, que compartilha com o Estado a construção de novas políticas públicas e ações que nascem nos diálogos, articulações e encontros promovidos pela própria comunidade.

A política também descentraliza o fomento à cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões aos estados, Distrito Federal e municípios e deverá atingir R$ 15 bilhões até 2027. Desse valor, R$ 1,6 bilhão será destinado à Cultura Viva, pela obrigatoriedade de municípios beneficiados com mais de R$ 360 mil direcionarem 25% dos recursos à política de base comunitária.

“A Cultura Viva é um marco no campo dos direitos culturais. Ela amplia o acesso ao fomento cultural e esse reconhecimento valoriza os grupos, as atividades, os reconhecimentos das práticas culturais que são vivenciadas no cotidiano das comunidades”, destaca Márcia.

Seminário

Até o dia 10 de abril, o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais” reunirá representantes de países que adotam ou pretendem implementar políticas de base comunitárias na gestão cultural.

Um dos realizadores da conferência é a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), instituição cultural vinculada ao Minc, que, além de divulgar a obra do intelectual brasileiro, atua no desenvolvimento da cultura, pesquisa, ensino e na preservação de acervos.

“A organização deste seminário fortalece também o papel do Brasil na reflexão e na construção de agendas internacionais em torno das políticas públicas para a cultura”, disse o presidente da fundação, Alexandre Santini.

Segundo o gestor, os diálogos que serão realizados no seminário representam uma etapa que antecede outros importantes encontros internacionais que também tratarão do tema, como a Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult) 2025, de 29 de setembro a 1º de outubro, em Barcelona, na Espanha.

Programação

O seminário integra a Caravana Quetzalcoatl do Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias da Cidade do México.

A programação terá a participação de pesquisadores e gestores culturais renomados como Néstor García Canclini, Célio Turino, Lucina Jiménez, Eduardo Nivón Bolán, Jazmín Beirak, José Luis Mariscal Orozco, Jorge Melguizo, Freddy Simbaña, Ivana Bentes, Paola De La Vega e Lia Calabre.

Para Santini, é no espaço comunitário que estão as transversalidades entre a cultura e as demais políticas públicas e, por isso, a importância de os governos investirem em políticas culturais de base comunitária que permitem a articulação do direito à cultura, com uma cultura de direitos.

“No México, por exemplo, vemos projetos culturais nos territórios que juntam saúde, educação, combate à violência, prevenção de doenças, apoio a mulheres e combate à violência de gênero, quer dizer, a cultura tem que estar no vértice de transversalidade para a conquista de direitos”, conclui.

‘Carro voador’: Embraer projeta US$ 14 bi em vendas e trajeto Faria Lima-Guarulhos em 13 minutos

 

Em evento do Bradesco BBI nesta terça-feira, 8, executivos da Embraer exibiram a cabine do eVTOL – ou ‘carro voador’ – fisicamente e reiteraram o otimismo com a iniciativa da EVE, subsidiária da companhia brasileira. Com 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos, a estimativa é que o modelo ainda não lançado deverá garantir US$ 14 bilhões em receita líquida e começará a operar em 2026.

O eVTOL da Embraer tem pedidos feitos por 28 clientes de 9 países. Luís Carlos Affonso, Vice-Presidente Sênior de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Eve, destaca que o carro voador deve fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.

” [O eVTOL] terá alcance de 100 quilômetros, que é o necessário em ambiente urbano. Além disso, vai pousar e decolar de forma automática, vai baratear o treinamento de pilotos”, disse Affonso durante o Brazil Investment Forum.

O executivo comentou que, atualmente, o maior desafio é o sistema de produção da aeronave, que envolve motor, bateria e hélice, já que os padrões são ‘completamente diferentes’ de outros modelos de aviação comercial.

Além disso, destacou que o eVTOL ‘é um avião que decola como helicóptero’, e que esse modelo híbrido também demandará desafios na hora de acostumar os clientes a uma experiência desse tipo.

Atualmente o projeto, dentro da Embraer, é o que mais demanda mão de obra, com cerca de 700 engenheiros alocados. Em termos de inovação, disrupção e potencial de valorização futura, o projeto do eVTOL, por meio da Eve, é hoje considerado o principal motor de crescimento de longo prazo da Embraer.

Nos números trazidos pela Embraer no evento do BBI, a companhia estimou que a cidade do Rio de Janeiro tem mercado em potencial para 245 eVTOLs, com 37 ‘vertiportos’, mais de 100 rotas, 4,5 milhões de passageiros anuais e US$ 220 milhões gerados em receita.

Entenda o carro voador da Embraer

A Eve foi spin-off da Embraer em 2020 e é listada na Bolsa de Nova York (NYSE) em 2022. A Embraer mantém cerca de 82% de participação econômica na Eve (incluindo ações e BDRs).

A companhia tem parceiros como United Airlines, BAE Systems, Helisul, Blade, Avantto e outros e tem operações previstas em cidades como São Paulo, Rio, Miami, Londres, Bangalore.

Cada aeronave pode custar entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões.

O eVTOL representa uma nova categoria de transporte, sendo elétrica e silencioso e funcionando para trajetos curtos em ambiente urbano. No futuro, o meio de transporte pode ser também autônomo.

O veículo visado pela Embraer tem propulsão elétrica e redução de emissões e ruído. A expectativa é que as operações com eVTOLs comecem no ano de 2026, com certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) vem direcionando seus investimentos em projetos e iniciativas voltados à descarbonização da economia e à transição energética, sendo um dos principais focos a produção de hidrogênio verde, entre outros renováveis.

Nesse cenário, Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do banco, destaca que o desafio tem sido escalar as novas tecnologias que vão impulsionar essa indústria, e que o desafio e grande foco do banco agora é destravar os projetos de hidrogênio verde, aço verde, fertilizante verde, combustível sustentável de aviação e biometano.

“Precisamos de políticas públicas, precisamos que o BNDES haja como indutor de financiamento para essas novas fontes, como já fez em outros momentos na história”, diz. Costa refere-se aos financiamentos feitos no passado para impulsionar o etanol e a geração solar, eólica, e hidráulica.

A diretora destaca que o BNDES é hoje o maior financiador de energia renovável do mundo. “A nossa carteira de ativos é uma carteira muito expressiva, de mais de R$ 200 bilhões, e a gente continua financiando muito o setor”.

A executiva lembra que em processos que envolvem novas tecnologias, corre-se mais riscos inerentes a uma novidade, como de projetos que “quebram” no meio do caminho. “Não é fácil. Mas no momento em que o BNDES resolve bancar um projeto, a percepção de risco muda para os investidores”, diz. Sozinho o governo não faz a transição energética, e sozinho, nem o setor privado. Precisa de planejamento aliado a políticas públicas”.

Segundo Costa, a projeção é de que o financiamento para transição energética será entre 60% e 70% oriunda do setor privado. “Financiamento de filantropia não deve chegar a 40%”.

O desafio, aponta Costa, é como levar maior eficiência a essas novas tecnologias. “Estamos nos debruçando para construir. Tecnologias mais caras ainda não foram escaladas”. Além do desafio tecnológico, Costa destaca também que outro desafio para escalar a “indústria verde” está no alto custo do crédito, com as taxas de juros mais altas no país. Atualmente, a Selic, taxa básica de juros da economia,

“O BNDES é um banco de 72 anos, tem conhecimento setorial profundo, embarcado, tem experiência em ter escalado tecnologias novas em outros momentos. E, ao mesmo tempo, ser eficiente do ponto de vista de preço. No começo vai ser mais caro, como solar e eólica foram um dia.”

Segundo Costa, o Brasil tem uma grande oportunidade neste momento com o hidrogênio verde. “Para o Brasil, temos a capacidade de liderar transição energética, mais ainda. E temos ainda todas as fontes verdes”. Mas, destaca a executiva, é importante que não haja distorções de subsídios, com projetos sendo executados em lugares errados.

Outra vantagem brasileira que ela ressalta é a “neutralidade” geopolítica. “O cenário geopolítico é complexo, atrasa a transição do mundo, que precisa de mais energia e que não consegue diminuir a adição de fóssil. Para o mundo é um problema. Mas temos essa neutralidade que nos coloca e nos posiciona bem. Somos o maior exportador líquido de alimentos do mundo, importante não só para a segurança energética do mundo, mas para a segurança alimentar”.

 

 


Embraer vê poucos danos com tarifaço de Trump e mira US$ 10 bi de receita antes de 2030

 

A Embraer projeta chegar a um patamar de US$ 10 bilhões de receita líquida anuais antes do ano de 2030 e sem considerar a Eve – subsidiária da empresa focada em desenvolver eVTOLs e soluções de mobilidade aérea urbana sustentável.

Além disso, a Embraer ainda calcula os impactos do tarifaço de Donald Trump, todavia estima que os danos devam ser reduzidos e não devem arrefecer o bom momento operacional da companhia, que registrou as máximas históricas na bolsa no mês passado.

“Não registramos grande impacto de tarifas e não achamos motivação para mexermos nas estimativas para o ano de 2025”, disse Antonio Garcia, Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, durante o Brazil Investment Forum, evento do Bradesco BBI que ocorre nesta terça-feira, 8, em São Paulo.

Em entrevista a jornalistas após o painel, o executivo detalhou que os impactos ‘mudam a cada dia’ e que a companhia mantém diálogo tanto com o governo brasileiro quanto com o governo americano.

“Estamos conversando com governo brasileiro para colocar a aviação brasileira em discussão. Vou dar um exemplo, vocês não ouviram falar Candá e México, com tarifas exorbitantes? Os produtos de aviação estão preservados [dessas tarifas]. [Hoje] nós compramos motor no Canadá para os EUA e não pagamos nada. Não é uma equação única.”

Olhando para a parte operacional, a empresa ainda espera, para 2025, registrar um crescimento entre 7,5% a 8,3% em termos de Lucro antes de Juros e Impostos ajustado (EBIT, na sigla em inglês).

Em se tratando de receita, a expectativa é fechar o ano com US$ 7,5 bilhões, ante US$ 6,39 bilhões registrados no acumulado do ano de 2024.

Embraer quer listar BDRs de empresa de ‘carro voador’ na bolsa brasileira

Garcia, da Embraer, ainda relatou que a companhia mira lançar BDRs da Eve no Brasil até o fim do ano de 2025.

“Queremos socializar um produto, dá mesma forma que a Embraer tem ADRs nos Estados Unidos”, disse o executivo em entrevista a jornalistas.

A Eve, braço da companhia responsável pelo eVTOL – ou ‘carro voador’ – é atualmente listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e tem uma capitalização de mercado de cerca de US$ 950 milhões.

O eVTOL foi exibido fisicamente pela primeira vez no evento do BBI e soma 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos.

A companhia estima que o modelo gerará US$ 14 bilhões em receita com esse volume de pedidos – que vem de 28 clientes de 9 países.

Segundo executivos da empresa, o carro voador da subsidiária da Embraer deverá fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.

Tarifas de 104% para a China começam amanhã, confirma Casa Branca

 

Os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 104% sobre a China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, disse uma autoridade da Casa Branca, depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira, 08, estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump

Membro do Fed diz não saber ainda quanto do aumento de tarifas será repassado aos consumidores

 Goolsbee diz que Fed precisa de mais dados para iniciar ...

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, destacou ainda não saber quanto do aumento do preço dos produtos em decorrência das tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, será repassado aos consumidores no país. Segundo ele, esse repasse pode, inclusive, “falir fornecedores”. “Há divergência sobre a rapidez e a magnitude com que o aumento das tarifas será repassado aos consumidores”, mencionou.

Em entrevista à rádio NPR, Goolsbee pontuou que o sentimento do consumidor sobre a economia americana “está despencando”, mas que, mesmo com uma visão “péssima” sobre o cenário econômico dos EUA, as pessoas ainda continuam consumindo. “Em situações normais, considerando esse cenário, as pessoas parariam de consumir”, ponderou.

No entanto, para o presidente do Fed de Chicago, mesmo com situação de consumo “relativamente” boa para o país, “há ansiedade e incerteza generalizadas sobre a volta da inflação a um patamar mais alto”.

Ele ainda criticou o atraso do que chamou de “dados mais concretos” sobre a economia dos EUA, e reforçou que o Fed não pode “esperar tanto para saber se o investimento está caindo ou não no país”, por exemplo. “Mas estou ansioso para os dados do PIB para entender o real impacto nos investimentos” com as novas políticas de Trump.

Marrocos abre mercado para carne bovina e miúdos do Brasil

 

Brasília, 8 – O Brasil poderá exportar carne bovina e miúdos bovinos para o Marrocos, informaram o Ministério da Agricultura e o Ministério das Relações Exteriores, em nota. Segundo as pastas, autoridades sanitárias do Marrocos aprovaram o Certificado Sanitário Internacional para importação da proteína brasileira.

“Com uma população superior a 37 milhões de habitantes, o Marrocos representa um mercado promissor para o agronegócio brasileiro. Além de refletir confiança no sistema de controle sanitário brasileiro, a conclusão dessa negociação oferece aos produtores brasileiros oportunidades futuras para ampliação de parcerias comerciais”, destacam as pastas na nota.

Segundo dados do governo brasileiro, o Marrocos importou US$ 43 milhões em produtos cárneos em 2023, sendo o Brasil o segundo maior fornecedor.

O Brasil exportou US$ 1,36 bilhão em produtos agropecuários ao Marrocos no ano passado, sobretudo do complexo sucroenergetico, cereais, farinhas, animais vivos e café.

No ano, o Brasil acumula 46 aberturas de mercado para produtos agropecuários nacionais.