segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Galípolo afirma que BC jamais falou que Selic de 15% não é uma taxa alta

 Galípolo diz não ver ataque especulativo em alta do dólar ...

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 29, que a autoridade monetária jamais falou que uma Selic de 15% não se trata de uma taxa alta. “Eu acho que o Banco Central jamais falou algo diferente de que 15% não fosse uma taxa de juros alta. Quando você compara com outros países, ou quando você compara até com uma série histórica”, afirmou Galípolo, durante participação em evento do Itaú BBA, em São Paulo.

Apesar de reconhecer o nível restritivo dos juros, Galípolo frisou que o que importa é garantir que a inflação chegue na meta de 3%.

“É importante a gente lembrar sempre que a métrica que o BC recebe, o comando legal, não é uma sugestão, é um comando legal, para colocar a inflação em 3%. Não é para colocar a inflação na média dos outros países. É em, 3%”, detalhou ele.

Nesse contexto, o presidente do BC reforçou que o movimento de convergência para a meta acontece de forma lenta, por conta da resiliência da economia doméstica. Por isso, acrescentou Galípolo, ainda há muito esforço para ser feito pelo Banco Central e o cenário demanda vigilância e persistência.

Ibovespa bate novo recorde de pontuação intradia; dólar é negociado em queda

 

O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, renovando topo histórico, com Eletrobras, Itaú e Vale entre os principais suportes, enquanto Braskem voltava a figurar como destaque negativo com preocupações sobre as alternativas para otimizar a sua estrutura de capital.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,82%, a 146.644,83 pontos, tendo marcado 147.558,22 pontos na máxima até o momento, novo recorde intradia. Em setembro, já acumula alta de 3,69%. O volume financeiro no pregão somava R$ 3,38 bilhões.

Na visão de analistas do BB Investimentos, a trajetória mais consistente de médio e longo prazos para o Ibovespa permanece de alta, amparada pelo momento de política monetária nos EUA, a partir do início do ciclo de corte de juros, conforme relatório enviado a clientes.

Eles também citaram que a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, esperada para ocorrer nesta semana, deixa investidores em compasso de espera. “No gráfico semanal, vemos a formação de uma figura de indefinição para a semana, mas ainda dentro de um canal primário de alta”, acrescentaram.

Nesta segunda-feira, o movimento no pregão brasileiro era endossado pelo viés externo, com o índice acionário norte-americano S&P 500 em alta de 0,35% além de alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

Destaques da bolsa

– MAGAZINE LUIZA ON avançava 3,13%, ampliando a valorização no mês, que já soma 41%. De acordo com relatório da Ágora Investimentos, contudo, o papel está entre as ações com maior taxa de aluguel, de 22,63% conforme dados de sexta-feira.

– CSN ON subia 2,88%, em destaque no setor de mineração e siderurgia, com a controlada CSN MINERAÇÃO ON em alta de 2,64%. VALE ON avançava 0,32%, mesmo com a queda dos futuros do minério de ferro na China.

– BRASKEM PNA caía 3,7%, ainda pressionada pelo anúncio de que contratou assessores para avaliar opções para sua estrutura de capital. Analistas do BTG Pactual veem um risco de diluição para acionistas da petroquímica “firmemente” presente.

– ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,34%, batendo máxima histórica intradia de R$39,36, tendo no radar dados de crédito no país divulgados pelo Banco Central. BRADESCO PN avançava 1,3%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 1,18% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 1,03%.

– ELETROBRAS ON avançava 2,62% e ELETROBRAS PNB subia 2,61%, trabalhando em níveis históricos e também fornecendo apoio para o avanço do Ibovespa.

– PETROBRAS PN recuava 0,99%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava queda de 2,84%.

– AMBIPAR ON, que não está no Ibovespa, subia 3,28%, em mais um dia de trégua após fortes perdas na semana passada, em meio a preocupações sobre a companhia após decisão favorável da Justiça do Rio de Janeiro na semana passada sobre pedido de medida cautelar contra credores.

Dólar em queda

Já o dólar operava em baixa nesta manhã de segunda-feira no Brasil, alinhado ao recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio a preocupações sobre uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos caso uma lei orçamentária não seja aprovada até terça-feira.

No Brasil, investidores estiveram atentos a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do Itaú em São Paulo, e aguardam agora a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Às 10h54, o dólar à vista tinha baixa de 0,46%, aos R$ 5,3142 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,69%, a R$ 5,3180.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, aos R$5,3386.

No exterior, o dólar cedia ante boa parte das demais divisas, com o mercado à espera da divulgação de indicadores econômicos no restante da semana e atentos às negociações no Congresso dos EUA, onde parlamentares negociam a aprovação de uma lei para evitar a paralisação de parte do governo.

Às 10h57, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,29%, a 97,859.

No Brasil, após iniciar a sessão próximo da estabilidade, o dólar se alinhou ao exterior e passou a recuar ante o real, com investidores atentos ainda à Conferência Itaú Macro Vision, em São Paulo.

No evento, Haddad afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio, acrescentando que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.

“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad sobre o objetivo de 2025. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou.

Galípolo, que falou mais cedo em evento do BC sobre a pesquisa Firmus, fala no evento do Itaú ainda nesta manhã.

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Banco Central prevê crescimento de 1,5% para o PIB em 2026

 


Projeção revisada para este ano é 2% 
 

Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito"

 

O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (25), a projeção de crescimento de 1,5% para o PIB em 2026. A instituição também revisou a projeção para 2025, passando de um crescimento de 2,1% para 2% ao final deste ano. Os dados fazem parte do Relatório de Política Monetária referente ao terceiro trimestre de 2025. O relatório apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e avalia a evolução recente e as perspectivas da economia, especialmente as projeções de inflação.

O BC afirma que mantém a expectativa de continuidade da moderada atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025 e que essa tendência deve se estender para 2026. Por conta de fatores como os efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, mas também de prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, o BC revisou a projeção de crescimento de 2,1% do PIB apresentada no último relatório, de junho, para 2% em 2025. Já para 2026, a expectativa é de manutenção da política monetária em campo restritivo e baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, de desaceleração da economia global e ausência do impulso agropecuário observado em 2025. Por conta desses fatores, o crescimento deverá ser inferior ao deste ano, chegando a 1,5%.

O BC ressalta que a inflação no Brasil segue acima da meta e que esse cenário deverá se manter, conforme a pesquisa Focus, tanto em 2025 quanto em 2026, quando deverá chegar, respectivamente, a 4,8% e 4,3%. A projeção divulgada no Relatório de Política Monetária é que apenas no primeiro trimestre de 2027, ela se aproxime do centro da meta, chegando a 3,4%. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) é 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,5 ponto percentual e mais 1,5 ponto percentual, isto é, de 1,5% a 4,5%.

 

Atuação do Banco Central

 
Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito", como afirmou em coletiva de imprensa após a divulgação do relatório. "A gente vem renovando a mínima sobre desemprego, de maneira sucessiva. O mercado trabalho vem mostrando bastante resiliência, com desemprego na mínima histórica e renda na máxima histórica", diz o presidente.

"Para a gente, o pior cenário que existe para o trabalhador, aquele com a maior queda de renda do trabalho, é quando a gente tem uma inflação elevada. Então, é importante que essa boa performance que se viu nos últimos anos da atividade econômica e do mercado de trabalho seja preservada, preservando a renda do trabalhador. Como é que você preserva a renda do trabalhador? Colocando a inflação na meta, permitindo que ele tenha uma inflação baixa, uma inflação não seja um tema na vida das pessoas", acrescentou. Com o argumento, Galípolo defendeu a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. A taxa é considerada alta pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que o cenário seja melhor em 2026 e que possa haver uma queda na taxa.

Com ABR

Cerca de 20% dos cargos administrativos do grupo aéreo Lufthansa estariam ameaçados

 

O Lufthansa, maior grupo aéreo da Europa, prevê reduzir em até 20% seus cargos administrativos para cortar custos frente à concorrência, informaram à AFP, nesta sexta-feira (26), fontes que falaram sob a condição do anonimato.

Estas supressões de cargos poderiam afetar cerca de 3 mil das 15 mil pessoas que trabalham na gestão do grupo aéreo, segundo reportagens publicadas nesta sexta-feira, confirmadas à AFP.

O grupo, que emprega 103 mil pessoas nas empresas Lufthansa Airlines, Austrian, Swiss, Eurowing, Brussels Airlines, e ao qual, em 2025, integrou-se a empresa italiana ITA airways, realizará, na segunda-feira (29), seu dia do investidor em Munique, onde suas metas financeiras serão reveladas.

Contactada pela AFP, Lufthansa não quis comentar as possíveis supressões de empregos, reportadas anteriormente pela agência Reuters.

O chefe do grupo, Carsten Spohr, justificou, nesta sexta-feira, em uma reunião com o pessoal, a redução do efetivo administrativo devido à desvantagem de custo do grupo Lufthansa em relação aos seus principais concorrentes, reportou o jornal alemão Handelsblatt.

O grupo aéreo registrou uma queda em seus benefícios, em 2024, um ano marcado por greves e pela normalização dos preços do transporte aéreo após os aumentos pós-pandemia.

O grupo Lufthansa prometeu continuar, em 2025, seu plano de recuperação para voltar a registrar lucros.

“O Lufthansa deseja centralizar mais sua gestão, o que significa que as empresas do grupo perderão autonomia e se tornarão simples plataformas de produção”, destacou Gerald Wissel, especialista da empresa Airborne Consulting, à AFP.

Se as supressões dos empregos lhe parecem “justificadas”, apontou Wissel, será, no entanto, “difícil demitir tantos funcionários de uma maneira” que pareça socialmente aceitável.

Mercado reage mal a anúncio da Braskem sobre estrutura de capital

 

 

A Braskem anunciou nesta sexta-feira que contratou assessores financeiros e jurídicos para avaliar opções para sua estrutura de capital, em um momento de ciclo de baixa do mercado global petroquímico que ainda deve perdurar por vários anos, segundo avaliações da própria companhia.

“A Braskem…contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital”, afirmou a empresa sem dar qualquer detalhe. As ações da petroquímica desabavam na bolsa paulista, com queda de 14% por volta das 13h, a R$7,09, chegando a R$7,07 no pior momento, mínima intradia desde março de 2015.

“O anúncio reforça o momento desafiador da companhia, dado o aperto nas margens do setor de petroquímicos, enquanto tarifas de importação mais altas e a aprovação do REIQ/Presiq tornaram-se pré-requisitos para interromper o consumo de caixa em um futuro próximo”, afirmaram analistas do UBS BB.

“Além disso, o anúncio se soma a várias discussões em torno da estrutura da joint venture Braskem Idesa e possíveis ajustes no portfólio”, acrescentou a equipe do banco, que também publicou relatório nesta sexta-feira cortando a recomendação dos papéis da Braskem para neutra e o preço alvo de R$15 para R$10.

Na semana passada, a agência de classificação de risco S&P reduziu a recomendação de crédito da petroquímica de “BB-” para “B+”, e definiu a perspectiva em negativa.

A parceria da petroquímica no México, Braskem Idesa, já havia contratado a Lazard e outros dois escritórios de assessoria para auxiliá-la na avaliação de alternativas financeiras.

Alta alavancagem

A Braskem encerrou o primeiro semestre com uma alavancagem financeira de 10,59 vezes quando medida em dólares, acima do nível de quase 8 vezes de março e do múltiplo de 6,79 vezes do final de junho de 2024.

O presidente da Braskem, Roberto Ramos, fez no início de agosto uma veemente defesa da estratégia de reestruturação da empresa, focada em troca da matéria-prima nafta por gás e produção de químicos “verdes”, derivados de fontes renováveis como cana-de-açúcar e milho.

Na ocasião, o executivo afirmou que o problema da Braskem “não era tamanho da dívida”, citando que a empresa não tem nenhum vencimento de curto prazo e que não era “fã de venda de ativos para amortizar dívida” ao ser questionado sobre rumores na imprensa sobre eventual venda de ativos nos Estados Unidos.

A dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em cerca de US$8,5 bilhões, com prazo médio de 9 anos e 68% dos vencimentos a partir de 2030. Ao final de junho, a posição de caixa, excluindo a operação mexicana Braskem Idesa, era de US$1,7 bilhão, sem considerar uma linha de crédito rotativo de US$1 bilhão disponível até dezembro de 2026, segundo dados da companhia.

Novo presidente dos Correios toma posse com desafio de reverter prejuízo bilionário

 

Emmanoel Schmidt Rondon assumiu o cargo de novo presidente dos Correios durante evento realizado nesta sexta-feira (26) em Brasília. A posse ocorre quase três meses após seu antecessor, Fabiano Silva, pedir demissão em meio a sequências de prejuízos registrados pela estatal.

Novo CEO, Rondon foi escolhido pelo presidente Lula após atuar como gerente executivo da diretoria de governo do Banco do Brasil, onde era funcionário de carreira. É economista graduado pela Universidade Federal Fluminense e possui MBA em Administração de Empresas pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

“Quem ama, cuida; e é esse amor incondicional pela empresa e a determinação em trabalhar em conjunto que vai restaurar o orgulho e a eficiência dos Correios, que desempenham um papel fundamental no Brasil. Conto com o apoio e a colaboração de todos para enfrentar os desafios e implementar as melhorias necessárias”, afirmou Rondon em seu discurso durante a posse do novo cargo.

A crise dos Correios

A pedido de Lula, Fabiano Silva permaneceu de modo interino no cargo após sua demissão enquanto se buscava um substituto. O centrão cobiçava o posto, porém o presidente optou por um nome com 25 anos de experiência no mercado financeiro como uma tentativa de salvar as contas da empresa.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, crescimento de 222% em comparação às perdas de R$ 1,35 bilhão registradas no mesmo período do ano anterior. A empresa responde pela maior parte do déficit total das estatais brasileiras.

Na divulgação do balanço, a empresa afirmou que “enfrenta restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas” e fez referências a uma diminuição da operação internacional após a entrada em vigor da taxa das blusinhas.

Ao abordar o cenário financeiro adverso da estatal, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, declarou em julho que a recuperação da empresa está condicionada a um ajuste fiscal. Segundo ela, o caminho envolve tanto a redução de custos operacionais quanto a busca por novas fontes de faturamento.

Entre as estratégias para ampliar os ganhos já anunciadas estão um plano de contingência e a criação de um marketplace próprio para entrada no segmento do e-commerce, em que a empresa concorrerá com gigantes como Mercado Livre, Shopee e Amazon.

 

Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026
Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026 (Crédito:Shizuo Alves/MCom)

Latam confirma cronograma de entrega da Embraer para E2 e foco em 30 novos destinos

 

A Latam Airlines vai receber os jatos E195-E2 encomendados junto à Embraer “relativamente rápido” e espera que a encomenda sirva para adicionar 25 a 30 destinos em sua malha aérea no Brasil, afirmou o presidente-executivo da operação brasileira do grupo chileno, Jerome Cadier, nesta sexta-feira.

“Uma importante parcela deles será entregue no próximo ano, até o final do próximo ano, e outra parte em 2027”, disse o executivo, acrescentando que a empresa vai decidir nos próximos seis meses que rotas os jatos vão atender.

A unidade brasileira da Latam é a maior companhia aérea em atuação no Brasil em participação de mercado. A empresa anunciou na segunda-feira encomenda firme de 24 aviões E195-E2, com opções de compra de outras 50 aeronaves.