terça-feira, 30 de setembro de 2025

Serasa Experian: recuperação judicial no Agro sobe 32% no 2º trimestre ante 2024

 Agro 10 Brasil

São Paulo, 30 – O número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio brasileiro cresceu 31,7% no segundo trimestre, para 565 solicitações, de acordo com o Indicador de Recuperação Judicial Agro da Serasa Experian. Em igual período de 2024, haviam sido registrados 429 pedidos.

No trimestre aumentou a participação de produtores rurais que atuam como pessoa jurídica, que responderam por 243 pedidos, quase o dobro em relação a 2024 (121).

“A surpresa foi o fato de produtores que atuam como PJ, que possuem maior porte e são mais organizados em sua maioria, terem uma quantidade superior de RJs do que produtores que atuam como PF. É a primeira vez que isso acontece desde o último trimestre de 2023”, afirmou o head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.

Entre os produtores PJ, os sojicultores lideraram os requerimentos, com 192 pedidos, seguidos pelos criadores de bovinos, com 26. Já entre os produtores que atuam como pessoa física, foram 220 solicitações, ante 214 no igual período do ano passado.

Os grandes proprietários responderam pela maior parte (55), seguidos pelos médios (43) e pequenos (39). Arrendatários e grupos econômicos ou familiares também tiveram forte participação, somando 83 pedidos.

As empresas do setor agro registraram 102 solicitações, o maior volume recente e acima das 94 do igual período de 2024. O processamento de agroderivados, como óleo e farelo de soja, açúcar, etanol e laticínios, foi o segmento mais afetado, com 32 pedidos, seguido pela agroindústria da transformação primária (22) e o comércio atacadista de produtos agropecuários primários (18).

O levantamento da Serasa Experian é construído a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados neste levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas e jurídicas, além de empresas demandantes do recurso analisado que possuem Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) principal constante no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da cadeia agro. Além disso, as análises estaduais são realizadas de acordo com a unidade federativa atrelada ao cadastro do demandante.

Itaúsa mantém governança como pilar e Itaú mira R$ 1 trilhão em crédito sustentável até 2030

 

Durante o Panorama Itaúsa 2025, executivos da holding frisaram por diversas vezes que a governança segue sendo uma prioridade e um critério comum para todas as empresas da holding.

“Procuramos sempre levar as melhores práticas de governança. Com boa governança é possível crescer mais e administrar melhor os riscos. Isso para nós é um pilar que não abrimos mão em nenhum investimento que já temos”, disse Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa.

O executivo também observou que a empresa tem um ‘controle sólido’ e que analisa com precisão o que considera ‘risco reputacional’ – uma das prioridades da holding, dada a base de 920 mil acionistas.

Sobre empresas específicas da holding, o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho destacou que ao fim do ano de 2024 o banco firmou como meta R$ 1 trilhão em crédito sustentável até 2030.

“Lançamos o programa porque batemos a meta anterior, que era mais de R$ 400 bilhões em financiamento e estruturações no mercado de capitais. Nós batemos essa meta um ano e meio antes”, disse o CEO.

Itaú passou a integrar aliança vinculada à ONU

Além disso, o executivo frisou que a companhia passou a integrar a Aliança Bancária Net-Zero (NZBA, na sigla em inglês) – uma aliança global de bancos, promovida pela UNEP Finance Initiative (UNEP FI), vinculada à ONU, que ajuda os bancos a alinharem atividades de crédito e investimento com trajetórias de emissão líquida zero de gases de efeito estufa até 2050.

Dentre as metas firmadas pela aliança que o Itaú passou a integrar estão alcançar neutralidade de carbono nas suas operações de financiamento e investimento e também nas emissões atribuíveis de seus portfólios até 2050 ou antes.

O banco também deve firmar metas para 2030 (ou antes) para os setores que mais emitem, priorizando os portfólios com maiores impactos de gases de efeito estufa, e criar estratégias para transição climática nos portfólios.

Atualmente o NZBA tem bancos de todo o mundo, somando cerca de 140 bancos de 45 países.

Itegram a aliança também Santander, CaixaBank, BBVA, Intesa Sanpaolo, dentre outros. Há também um grupo diretivo dentro da aliança, formado por alguns bancos eleitos para liderar – contemplando players como Bank of America, Banorte, Maybank e Royal Bank of Canada.

Banco quer ser ESG sem ser ‘policialesco’

O CEO do Itaú declarou que a da companhia meta é ‘ser o banco da transição para uma economia com menos carbono’, mas que a gestão não quer ‘ter uma postura policialesca’. Maluhy falou durante o evento Panorama Itaúsa 2025, que ocorreu nesta terça-feira, 30.

A visão da gestão, segundo o executivo, é que essa postura ‘prejudica a empresa e prejudica também os clientes’.

Taxa de desemprego estaciona na mínima histórica de 5,6% em agosto, mostra IBGE

 Carteira de trabalho


segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Com fábrica destruída, Toyota deixará de produzir 25 mil carros no Brasil em 2025

 

A Toyota deixará de produzir cerca de 25 mil carros no Brasil até o final de 2025, após uma tempestade com ventos de 90 km/h destruir sua fábrica de motores em Porto Feliz (SP) na tarde de segunda-feira, 22. A informação foi confirmada com interlocutores da montadora.

A unidade fornece propulsores 1.5 e 2.0 às demais plantas. Em Sorocaba (SP) são feitos o Corolla Cross, Yaris (exportação) e Yaris Cross (que seria lançado no dia 16 de outubro, mas foi adiado); e em Indaiatuba (SP) é montado o Corolla sedã.

Houve a paralisação total da companhia no país, desde quarta-feira, 24. No entanto, a fabricante estuda importar motores de outros países para mitigar a situação, mas a previsão, por enquanto, é que a produção retome em 2026.

Fábrica da Toyota em Porto Feliz é parcialmente destruída após tempestade
Fábrica da Toyota em Porto Feliz é parcialmente destruída após tempestade

Lançamento do Yaris Cross adiado

O lançamento do Yaris Cross, previsto para outubro, foi adiado oficialmente pela Toyota. A montadora confirmou a informação na quarta-feira, 24.

Questionada, a fabricante afirma que “o lançamento do veículo será reprogramado”. Ainda não há uma nova previsão.

Uma visão de drone mostra uma fábrica da Toyota após sua produção ter sido forçada a parar devido a danos causados ​​por uma tempestade, em Porto Feliz, no estado de São Paulo, Brasil, em 24 de setembro de 2025 – Foto: REUTERS/Jorge Silva

Yaris Cross

Com o fim da venda do Yaris hatch e sedã no mercado brasileiro, o SUV será o modelo mais barato da Toyota no país. Ele é parte do investimento de R$ 11,5 bilhões anunciado em março de 2024.

De acordo com lojistas, o produto será comercializado entre R$ 130 mil e 190 mil e vai enfrentar Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Hyundai Creta e Honda HR-V, para citar.

Mesmo adiado, a pré-venda dele ocorre normalmente nas lojas paulistanas. Os interessados devem dar um sinal de R$ 10 mil para reservá-lo.

Yaris Cross será um dos lançamentos da Toyota no Brasil em 2025 e cotado para o Salão do Automóvel
Yaris Cross será um dos lançamentos da Toyota no Brasil em 2025 e cotado para o Salão do Automóvel – Foto: Divulgação

Trabalhadores da Toyota aprovam layoff em assembleia

Durante a reconstrução da fábrica de Porto Feliz, os trabalhadores, tanto do local quanto de Sorocaba e Indaiatuba, terão os empregos mantidos. Essa é a promessa da montadora, que se reuniu com os sindicatos de Sorocaba e Itu, na quarta-feira, 24.

No domingo, 28, os trabalhadores da fábrica da Toyota de Sorocaba (SP) aprovaram o layoff proposto pela montadora. O resultado foi divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

A proposta foi aprovada por 96,28% dos votantes. Dos 4.492 trabalhadores aptos a votar, 3.709 participaram da votação.

“Mesmo diante das dificuldades, conseguimos assegurar conquistas importantes, como o pagamento integral do PPR e a estabilidade no emprego durante o período do layoff. Esse resultado mostra a confiança da categoria no trabalho do Sindicato e reafirma nosso compromisso com a defesa dos direitos e dos empregos”, afirmou Leandro Soares, presidente do sindicato.

Com a aprovação, o acordo entra em vigor já na sequência das férias emergenciais de 20 dias, que terão início em 1º de outubro de 2025. A partir de 21 de outubro, será implementado o layoff, com possibilidade de prorrogação mensal por até 150 dias.

De acordo com o sindicato, um dos pontos centrais da negociação foi a garantia de que todos os trabalhadores que recebem salário bruto de até R$ 10.000 terão 100% do pagamento líquido preservado durante o período do layoff, assegurando estabilidade financeira às famílias.

“O desafio agora é acompanhar de perto a execução do acordo e garantir que os compromissos assumidos sejam cumpridos. Continuaremos firmes na luta por soluções que preservem os empregos e valorizem a categoria”, concluiu Leandro.

Ainda não há informações atualizadas sobre a situação dos demais empregados de Indaiatuba e Porto Feliz. A Toyota conta com aproximadamente 7 mil trabalhadores nas três plantas.

China acusa EUA de ampliar sanções e ameaçar cadeias globais com novas regras de exportação

 

A China criticou duramente uma nova regra de controle de exportações publicada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos ao afirmar que a medida “impacta de forma severa a ordem do comércio internacional e mina a segurança e a estabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento”. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês disse que as regras norte-americanas, que estendem sanções a subsidiárias de empresas que fazem parte da “lista de entidades” com participação superior a 50%, representam “mais um exemplo típico da generalização, pelos EUA, do conceito de segurança nacional e do uso abusivo dos controles de exportação”.

Segundo Pequim, a decisão de Washington prejudica os direitos e interesses legítimos das empresas afetadas e tem “natureza extremamente nociva”.

O governo chinês declarou-se contra a medida e instou os EUA a “corrigirem imediatamente essa prática equivocada e a cessarem a repressão injustificada contra empresas chinesas”, prometendo ainda tomar as medidas necessárias para “defender com firmeza” seus interesses.

Em outro comunicado, o Ministério do Comércio também reagiu à decisão do Japão de atualizar sua “lista de usuários finais” de exportação, incluindo diversas empresas chinesas.

A pasta afirmou que Tóquio agiu de forma a “prejudicar os interesses das companhias dos dois países”, e pediu a suspensão imediata da prática. Pequim, porém, saudou a exclusão de duas empresas chinesas da lista, medida que “está de acordo com os interesses comuns de ambas as partes”, e disse estar disposta a ampliar a remoção de outras companhias.

Sob Trump, EUA cedem participação no mercado de carne bovina da China para a Austrália; Brasil também aumenta

 


China carne bovina
Enquanto EUA reduzem exportações, Austrália e Brasil vendem mais carne bovina à China (Reuters/Jorge Adorno)

 

A carne bovina da Austrália substituiu a oferta dos Estados Unidos na China desde que o presidente Donald Trump retornou à Casa Branca, direcionando centenas de milhões de dólares, que em anos anteriores iam para a indústria pecuária dos EUA, para os cofres australianos.

Os embarques dos EUA para a China, avaliados em cerca de US$ 120 milhões por mês, despencaram depois que Pequim, em março, permitiu que licenças expirassem em centenas de frigoríficos americanos e quando Trump deu início a uma guerra tarifária de retaliação.

Outras exportações agrícolas dos EUA para a China, o maior importador de alimentos do mundo, também foram prejudicadas desde que Trump voltou ao poder. Apenas em soja, os agricultores americanos perderam embarques no valor de bilhões de dólares durante a atual temporada de colheita.

As exportações de carne bovina dos EUA, em geral, vinham caindo nos últimos anos, à medida que a seca reduziu o rebanho nacional, diminuindo a produção e elevando os preços a níveis recordes. Mas a queda no comércio com a China foi muito mais repentina e extrema.

O valor da carne bovina dos EUA enviada à China caiu para apenas US$ 8,1 milhões em julho e US$ 9,5 milhões em agosto, segundo dados comerciais chineses, comparado a US$ 118 milhões e US$ 125 milhões nos mesmos meses do ano anterior.

A Austrália absorveu essa demanda. Suas exportações de carne bovina para a China saltaram de uma média de US$ 140 milhões por mês nos dois anos até março para US$ 221 milhões em julho e US$ 226 milhões em agosto.

No total, entre os meses de abril e agosto, as exportações americanas de carne bovina para a China renderam US$ 388 milhões a menos do que se o comércio tivesse mantido o nível médio dos dois anos anteriores. As exportações australianas, no mesmo período, renderam US$ 313 milhões a mais.

O Brasil, maior fornecedor de carne bovina da China, também aumentou suas exportações nos últimos meses, mas a Austrália foi quem mais se beneficiou, já que sua carne bovina alimentada com grãos é a que mais se assemelha aos produtos dos EUA.

“É bom para a Austrália”, disse Matt Dalgleish, analista de carne e gado da consultoria australiana Episode 3. “Isso está sustentando preços muito fortes para o gado.”

Casa Branca diz querer senso comum com democratas para evitar paralisação do governo

 Casa Branca: história, segurança, curiosidades - Brasil Escola

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo buscará encontrar um senso comum com democratas para evitar a paralisação do governo federal, conhecida como “shutdown” nos EUA. “A proposta no Congresso manterá o governo funcionando até janeiro exatamente com o mesmo orçamento atual, apenas corrigido pela inflação”, disse, em entrevista à CNBC.

Leavitt defendeu que a proposta é razoável e sinalizou que o presidente dos EUA, Donald Trump, não deverá ceder à pressão democrata para alterar o orçamento, afirmando que a prioridade é conseguir um projeto orçamentário “limpo”.

 “O trunfo está nas mãos do presidente, porque a maior parte do país quer que o governo continue funcionando”, afirmou ela. “Esperamos que os democratas se juntem aos republicanos nessa luta”.

Gaza

A secretária também comentou expectativas para o encontro entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira. Leavitt expressou confiança de que um acordo de paz na Faixa de Gaza está “muito próximo” de ser alcançado, com aprovação também do Hamas, mas reconheceu que os termos não devem satisfazer completamente nenhuma parte. “Os dois lados terão que ceder algo, isso é necessário para encerrar a guerra”, afirmou.

Leavitt relatou que o acordo envolve um plano “incrivelmente detalhado” e que o governo norte-americano deverá entrar em contato com o Catar em breve para discutir as conclusões do encontro entre Trump e Netanyahu.