quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Reforma do IR: veja quem será beneficiado e quanto será o alívio no salário

 

O projeto de reforma do Imposto de Renda (IR) e da ampliação do número de isentos está pautado para ser votado nesta quarta-feira, 1º de outubro, na Câmara do Deputados.

Prioridade da pauta do governo Lula para o ano, a reforma do IR prevê que quem ganha até R$ 5 mil mensais passará a ser isento de Imposto de Renda. Segundo o governo, com isso, serão incluídas, de imediato, 10 milhões de brasileiros na lista dos isentos, ampliando para 20 milhões o total de brasileiros livres do recolhimento de IR.

O texto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), prevê também redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. E a partir de R$ 7.351, passa a incidir as alíquotas progressivas existentes atualmente de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação do número de isentos, o texto base que irá para votação prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano, ou R$ 50 mil por mês.

Para quem recebe R$ 50 mil ou mais como renda do trabalho, CLT, por exemplo, nada muda, continua pagando a alíquota de 27,5%. A nova tributação atingirá apenas rendimentos hoje isentos como dividendos. Veja mais abaixo simulações.

Em resumo, mais brasileiros serão isentos de IR, uma parcela passará a pagar menos e os chamados super-ricos passarão a pagar um imposto mínimo, mas ainda assim uma alíquota menor que a de um trabalhador CLT.

O governo estima que este contingente no topo da pirâmide reúna hoje 141,4 mil brasileiros – apenas 0,13% do total de contribuintes e 0,06% da população do país. Segundo o governo, essas pessoas pagam hoje uma alíquota efetiva média de imposto de renda de apenas 2,54%.

A ampliação do número de isentos tem o apoio da maioria do Congresso. O desafio é garantir que as medidas de compensação sejam aprovadas sem desidratação de forma que a reforma não acarrete em perda de arrecadação.

+ A articulação do Centrão para tirar a taxação de super-ricos da reforma do IR

O Instituto Justiça Fiscal (IJF) critica, por exemplo, a emenda de Arthur Lira que exclui da cobrança os lucros e dividendos distribuídos em 2026 que forem referentes a resultados empresariais apurados até 2025. A mudança, segundo a crítica, adiaria na prática a nova tributação aos mais ricos, enquanto a classe média já começaria a pagar menos imposto a partir de janeiro de 2026.

reforma do IR
Material de divulgação do governo sobre quem será beneficiado com a reforma do IR

Veja simulações de alívio no bolso com a reforma do IR

O que muda para quem ganha hoje R$ 3.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 79,60 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 4.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 248,05 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 5.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será zero
  • Você vai economizar R$ 490,04 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 6.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 10,1%
  • Você vai economizar R$ 156,44 por mês

O que muda para quem ganha hoje R$ 8.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 16,4%
  • Sua contribuição permanece a mesma. Ou seja, não pagará mais nem menos imposto

O que muda para quem ganha hoje R$ 10.000

  • Alíquota de Imposto de Renda será de 18,6%
  • Sua contribuição permanece a mesma. Ou seja, não pagará mais nem menos imposto

Os exemplos foram extraídos da ferramenta www.calculadoradajustica.com.br, desenvolvida pelo Instituto Lamparina, pelo Made/FEA-USP, pelo Sleeping Giants Brasil e pela Teia de Criadores, que mostra o impacto da reforma no bolso do contribuinte. Faça aqui a simulação.

Exemplos divulgados pelos governo do impacto do projeto de tributação de super-ricos
Exemplos divulgados pelos governo do impacto do projeto de tributação de super-ricos (Crédito:Reprodução)

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Excesso de energia limpa atrai mineradoras de criptomoedas ao Brasil

 

Empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com geradoras de energia brasileiras, como a Renova Energia, para aproveitar o excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede elétrica nos períodos de pico.

Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há pelo menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte, além de um empreendimento maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis diferentes empresas ouvidas pela Reuters.

A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que vai aproveitar a recente aquisição da Adecoagro para utilizar fontes renováveis, como a energia proveniente das operações de cana-de-açúcar, em um projeto de mineração de bitcoin no Brasil.

A Renova disse à Reuters que está desenvolvendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de mineração cripto, um projeto de US$200 milhões para um cliente não revelado no Estado da Bahia. O empreendimento de cerca de 100 megawatts consiste em seis data centers que serão alimentados por um parque eólico já operacional da empresa.

“Buscamos expandir a companhia e entrar em novos mercados”, disse o CEO da Renova, Sergio Brasil. “Percebemos que, ao prover toda a infraestrutura (para mineração de cripto), estávamos um passo à frente dos nossos concorrentes.”

Excesso de energia limpa

Embora as máquinas de mineração, que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas, tenham sobrecarregado redes elétricas em diversos países, no Brasil — onde a atividade ainda é incipiente — elas podem ajudar a resolver um problema crônico de excesso de energia limpa, que já custou quase US$1 bilhão às empresas de geração nos últimos dois anos, segundo cálculos de associações setoriais.

Mineradoras de criptomoedas podem escalar suas operações rapidamente, de acordo com a disponibilidade de energia, oferecendo uma base de consumo flexível para o excedente energético sem sobrecarregar a rede nos horários de pico.

O excesso de energia no Brasil é resultado de anos de incentivos tarifários que impulsionaram investimentos em energia solar e eólica. No entanto, o ritmo de desenvolvimento da geração superou a expansão da infraestrutura de transmissão, e algumas usinas chegam a desperdiçar até 70% da energia gerada.

“Há um potencial enorme”, disse John Blount, um dos fundadores da Enegix, mineradora de criptomoedas baseada no Cazaquistão, à Reuters. “Vamos tentar desenvolver data centers móveis”, acrescentou, observando que as instalações seriam conectadas diretamente às usinas.

A Enegix está avaliando acordos no Nordeste, região com maior excedente energético, incluindo o aproveitamento de energia solar e eólica no Piauí.

A Penguin, sediada no Paraguai — um dos maiores polos de mineração de criptomoedas do mundo –, também está negociando projetos no Brasil, mas preferiu não divulgar detalhes.

A chinesa Bitmain, uma das maiores fabricantes de equipamentos de mineração, também está explorando oportunidades no país, segundo um executivo que pediu anonimato para discutir negociações privadas.

Mineradoras são ‘diamantes’ para as geradoras de energia

A instalação de fazendas de mineração de criptomoedas desperta interesse das geradoras de energia, especialmente das que vêm sofrendo com corte da produção de suas usinas.

A Casa dos Ventos, que tem como sócia a francesa TotalEnergies, e a Atlas Renewable Energy, do GIP, confirmaram suas intenções à Reuters.

A subsidiária da Engie no Brasil e a Auren Energia, joint venture entre Votorantim e CPP Investments, também estão avaliando projetos para monetizar energia não utilizada, segundo três fontes. As empresas preferiram não comentar.

As geradoras veem “consumidores como esses como se fossem diamantes”, disse Raphael Gomes, advogado que atua em diversos projetos cripto. As empresas estão avaliando diferentes modelos, incluindo a compra de equipamentos para minerar por conta própria.

Na Bahia, a Eletrobras, maior geradora de energia brasileira, está instalando máquinas de mineração ASIC, junto com uma microrrede alimentada por turbina eólica, painéis solares e baterias, como parte de um projeto-piloto. “Queremos entender como essa indústria funciona”, disse Juliano Dantas, vice-presidente de inovação da Eletrobras.

Recursos naturais dificultam avanço do setor de criptomoedas

A iniciativa pode ajudar as empresas de energia a se posicionarem para atuar junto a data centers, um setor que o governo brasileiro está tentando atrair como parte da estratégia para impulsionar uma economia baseada em energia renovável.

O avanço dessa nova indústria no Brasil, por outro lado, gera preocupações com o uso da água — recurso utilizado em sistemas de resfriamento das máquinas –, já que algumas das regiões com maior excedente energético também enfrentam secas. O Brasil também enfrenta problemas de infraestrutura e carece de regulamentações específicas para a mineração de criptomoedas.

“Fomos atrás de 400 MW — foi como uma jornada de Sísifo, um pouco difícil”, disse Bruno Vaccotti, executivo da Penguin. “Ainda estamos explorando o Brasil, mas não é tão fácil.”

Alckmin agradece a diretores da CNI empenho do setor privado para resolver tarifaço

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou nesta terça-feira, 30, da reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Aos presidentes de federações das indústrias de todos os estados, Alckmin agradeceu a atuação do setor privado brasileiro e americano nas negociações em torno do tarifaço aplicado pelo governo Donald Trump.

Ele disse que a participação do setor privado tem sido muito importante para as negociações que buscam reverter o tarifaço aplicado pelos EUA sobre as exportações brasileiras.

“Foi muito importante a ida da CNI e da delegação de empresários aos Estados Unidos”, disse o ministro.

A missão empresarial a Washington ocorreu no início de setembro e reuniu cerca de 130 empresários de diversos setores, que tiveram reuniões com autoridades do governo e do parlamento norte-americano.

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, fez uma sustentação oral perante o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio. Essa investigação ajudou a embasar a taxa de 50% aplicada pelo governo americano sobre produtos brasileiros.

“A Amcham e a US Chambers também têm ajudado, então essa parceria é muito importante para nos ajudar a resolver essa questão. Agradeci ao presidente Alban o empenho do setor privado brasileiro e americano para esclarecer ao governo dos Estados Unidos que não tem justificativa este tarifaço”, prosseguiu Alckmin.

O vice-presidente disse que houve avanços nas últimas semanas, com a retirada da celulose e do ferro-níquel do tarifaço. Ele não apresentou novidades sobre o encontro bilateral de Trump com o presidente Lula.

Por sua vez, o presidente da CNI, Ricardo Alban, disse que a relação entre Brasil e EUA “certamente” ainda passará por vários processos de negociação. Para Alban, a parceria do setor produtivo com o governo tem sido crucial para o enfrentamento do tarifaço.

“Se falamos tanto em complementaridade entre o setor público e o privado, eles têm e precisam se complementar para serem eficientes e mitigar os hiatos. Queremos transformar os desafios em oportunidades e chegarmos a discussões construtivas. A possibilidade do encontro entre os dois presidentes demonstra a força dessa convergência”, disse Alban, referindo-se às possibilidades de negociações bilaterais relacionadas a datacenters, minerais críticos e terras raras e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Camex prorroga por até 5 anos antidumping em laminados de aço chineses

 CAMEX: veja a função e a importância da Câmara de Comércio ...

O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de aços inoxidáveis austeníticos tipo 304 (304, 304L e 304H) e de aços inoxidáveis ferríticos tipo 430, laminados a frio, com espessura igual ou superior a 0,35 mm, mas inferior a 4,75 mm, originárias da China e de Taipé Chinês”. O Brasil aplica a medida sobre o produto chinês desde 2013.

O órgão também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de baixo carbono e baixa liga provenientes de lingotamento convencional ou contínuo, podendo ser processados através de laminação convencional ou controlada e tratamento térmico, de espessura igual ou superior a 4,75 milímetros(mm), podendo variar em função da resistência, e largura igual ou superior a 600 mm, independentemente do comprimento (chapas grossas), originárias da China, Coreia do Sul e Ucrânia”.

O Brasil aplica a medida sobre o produto desses países também desde 2013.

Alho

O Comitê-Executivo de Gestão da Camex também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre alhos frescos ou refrigerados da China, com uma tarifa adicional de US$ 0,79 por kg.

A resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), também homologa compromissos de preço firmado pelas companhias chinesas Shandong Trans-High Imp & Exp Co., Ltd., Jining Foreign Trading Co., Ltd., Jining Freen Agri-Produces Co., Ltd. e Shandong Goodfarmer International Trading Co., Ltd.

O Brasil aplica direito antidumping sobre o alho chinês desde 1995. A medida passou por revisões em 2000, 2006, 2012, 2015, 2017, 2018 e 2024.

Nubank solicita licença bancária nacional nos Estados Unidos

 Nubank Logo – PNG e Vetor – Download de Logo

O Nubank anunciou nesta terça-feira, 30, que solicitou uma licença de banco nacional ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A iniciativa está relacionada à intenção da empresa de explorar oportunidades internacionais no futuro, evoluindo sua plataforma regional para um modelo global.

Segundo a fintech, a busca pela autorização para operar como banco nacional nos Estados Unidos prepara o Nubank para acessar novas possibilidades no mercado financeiro norte-americano.

“Hoje, nosso foco principal continua sendo gerar crescimento em nossos mercados atuais, onde seguimos observando amplas oportunidades de expansão. Ao mesmo tempo, a solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”, disse David Vélez, fundador e CEO da Nu Holdings, em nota.

O Nubank destaca que a licença de banco nacional junto ao OCC reforçará sua capacidade de inovar com responsabilidade e escalar de forma eficiente no mercado dos EUA, eventualmente oferecendo no futuro contas de depósito, cartão de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais, refletindo a atuação em conformidade com as regulações vigentes, que orienta suas operações no Brasil, no México e na Colômbia.

No México, a subsidiária Nu México recebeu autorização para se tornar um banco pela Comisión Nacional Bancaria y de Valores (CNBV) em abril de 2025 e aguarda aprovação operacional final.

O Conselho de Administração da operação nos EUA será composto por:

– Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil, que atuará como presidente do conselho;

– Cristina Junqueira, que é cofundadora, Chief Growth Officer da Nu Holdings e CEO da nova operação nos EUA;

– Youssef Lahrech, ex-presidente e COO do Nu e atual observador do Comitê de Auditoria e Risco do Nu;

– Brian Brooks, ex-Comptroller of the Currency interino e atualmente presidente do conselho e CEO da Meridian Capital Group; e

– Kelley Morrell, ex-diretora geral sênior da Blackstone, ex-diretora-chefe de estratégia do CIT Group e ex-executiva do Departamento do Tesouro dos EUA, atualmente fundadora e sócia-gestora da Highline Capital Management.

Tarcísio descarta envolvimento do PCC em adulteração de bebidas

 

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) descartou o envolvimento do PCC na adulteração de bebidas alcoólicas. Em coletiva de imprensa nesta terça, 30, ele afirmou que “não há evidências de participação do crime organizado.”

“Pessoas que trabalham nas destilarias investigadas não tem ligação com o crime e não têm ligação entre si”, completou.

A hipótese de elo com a facção foi levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Em nota divulgada no domingo, 28, a entidade apontou que a substância usada para adulterar as bebidas pode ser a mesma importada ilegalmente pelo PCC para misturar aos combustíveis.

A gestão estadual anunciou a interdição dos estabelecimentos suspeitos de vender bebidas contaminadas. A medida é cautelar e foi tomada após o Estado registrar cinco mortes suspeitas de intoxicação por metanol. Outros 15 casos de contaminação são investigados.

PF abre investigação

Mais cedo, o governo federal anunciou que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que pediu a abertura do inquérito após indícios de que haja distribuição de bebidas contaminadas para outros Estados do País.

“No momento, (as ocorrências) estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há distribuição para além do Estado de São Paulo e, portanto, por ser ocorrência que transcende o limite de um Estado atrai a competência da Polícia Federal”, disse o ministro.

SP investiga 5 mortes e 15 casos de intoxicação com Metanol

 

 

 

O Estado de São Paulo investiga cinco mortes e 15 casos de contaminação com suspeita de intoxicação por metanol. O governo paulista também vai fechar estabelecimentos suspeitos de vender bebidas contaminadas e descartou envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas adulterações.

A hipótese de elo com a facção foi levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação. No domingo, 28, a entidade havia apontado que a substância usada para adulterar as bebidas poderia ser a mesma importada ilegalmente pela facção para ser misturada nos combustíveis.

Na segunda-feira, 29, mais de cem garrafas foram apreendidas na Mooca e nos Jardins. Um dos alvos da ação foi o bar Ministro, na Alameda Lorena, nos Jardins, onde uma das vítimas disse ter consumido bebida alcoólica antes de passar mal e perder a visão. Ela continua hospitalizada.

O endereço é citado no Boletim de Ocorrência registrado por familiares da vítima, documento ao qual o Estadão teve acesso. As autoridades não divulgaram a lista de estabelecimentos suspeitos – são três e ao menos dois terão o bloqueio temporários pelas autoridades.

Os primeiros sintomas da intoxicação por metanol aparecem logo após a ingestão da substância, geralmente usada ilegalmente para adulterar bebidas alcoólicas como gim, whisky e vodka.

Essas manifestações iniciais são parecidas com os sinais de embriaguez, como fala pastosa e reflexos diminuídos. Mas a contaminação pode levar a efeitos mais graves, como alterações no sistema nervoso central que podem variar da sonolência à cegueira.

PF abre investigação

Mais cedo, o governo federal anunciou que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que pediu a abertura do inquérito após indícios de que haja distribuição de bebidas contaminadas para outros Estados.

“No momento, (as ocorrências) estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há distribuição para além do Estado de São Paulo e, portanto, por ser ocorrência que transcende o limite de um Estado atrai a competência da Polícia Federal”, disse o ministro.