sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Consultorias vão ajudar em relatório sobre mortos e desaparecidos

 

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) vai contratar cinco consultorias especializadas, na busca por subsídios ao relatório de atividades da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, relativa ao período de 2007 a 2025.

O edital prevendo a contratação das consultorias, que podem ser tanto de pessoa física quanto na modalidade produto, está publicado no site do ministério.

De acordo com a pasta, as consultorias serão remotas, em todo o país. Está vedada a contratação de servidores públicos de qualquer esfera da administração pública, direta ou indireta, bem como empregados de suas subsidiárias e controladas.

Para participar da seleção, os interessados têm de enviar currículo para o e-mail da comissão (editais.cemdp@mdh.gov.br) até o dia 13 de outubro de 2025.

O MDH ressalta que o currículo precisa estar de acordo com o modelo apresentado no Anexo IV do edital, limitado a quatro páginas em arquivo PDF.

“No assunto do e-mail, é obrigatório indicar o número do edital e a consultoria pretendida, conforme indicado no edital. A preferência por até dois objetos de consultoria também deve ser indicada no e-mail”, informou o MDH.

PMI de serviços do Brasil cai para 46,3 de setembro, diz S&P; PMI composto recua a 46

 

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) a respeito da atividade do setor de serviços do Brasil caiu de 49,3 pontos em agosto para 46,3 pontos em setembro, voltando ao nível que o indicador já havia registrado no mês de julho. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 3, pela S&P Global, que destaca que a queda entre agosto e setembro foi a mais acentuada em quase quatro anos e meio.

“Os números do PMI para setembro trouxeram notícias preocupantes sobre a atividade de serviços, que registrou uma das quedas mais acentuadas desde o início de 2021”, destacou, em nota, a diretora Associada Econômica da S&P Global, Pollyana de Lima. Leituras inferiores a 50 pontos representam contração da atividade.

Segundo os participantes da pesquisa, o principal vetor para a queda no mês foi a redução da demanda, que contraiu pelo sexto mês consecutivo, de acordo com a S&P.

Na avaliação de Pollyana de Lima, os empresários do setor também ficaram “entre a cruz e a espada” em relação ao comportamento dos preços dos serviços no último mês.

“Os custos de insumos voltaram a subir substancialmente, levando as empresas a aumentar seus preços em um momento em que a demanda do consumidor já está frágil. Pelo menos as taxas de inflação diminuíram em relação a agosto”, pontuou a diretora.

Pelo lado positivo, porém, a S&P mencionou que houve aumento no emprego no setor de serviços em setembro, o primeiro nos últimos três meses. As expectativas para os negócios à frente também melhoraram. “Alguns provedores de serviços previram um crescimento da atividade de serviços no próximo ano, em meio a expectativas de uma recuperação da demanda e pressões inflacionárias mais moderadas”, disse a S&P.

PMI Composto

O PMI Composto, que mede a atividade conjunta das empresas de serviços e da indústria, caiu de 48,8 pontos em agosto para 46 pontos em setembro.

Azevedo&Travassos assina contrato de mais de R$ 1,7 bi com a Petrobras para fornecer suprimento

 

A Azevedo&Travassos informou nesta sexta-feira, 3, que firmou contrato para o fornecimento de suprimentos com a Petrobras. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o acordo foi firmado por meio da sua subsidiária Heftos Óleo & Gás Construções e a Construtora Colares Linhares, que formaram um consórcio sob a proporção de 80% e 20%, respectivamente. A proposta enviada à estatal foi considerada a mais vantajosa.

O valor do contrato, segundo a companhia, é de R$ 1.761.183.079,64 e o prazo de execução é de 40 meses, para projeto executivo, suprimentos, construção & montagem, comissionamento e testes para a implantação do escopo da Unidade de Geração de Hidrogênio (UGH), U-4710 e U-4730.

 “As obras serão executadas na região de Itaboraí, no Rio de Janeiro. A companhia manterá o mercado informado sobre os próximos desdobramentos, em linha com as melhores práticas de governança e transparência”, informou a Azevedo&Travassos.

Indústria de transformação cresce 0,6% em agosto ante julho, afirma IBGE

 

A indústria de transformação registrou uma alta de 0,6% em agosto ante julho. Já as indústrias extrativas encolheram 0,3%. Na média global, a produção industrial teve elevação de 0,8% em agosto ante julho. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira, 3. Na comparação com agosto de 2024, a produção da indústria de transformação encolheu 1,6% em agosto de 2025, enquanto as extrativas aumentaram 4,8%. Na média global, a indústria caiu 0,7% no período.

Reforma do IR: trabalhador terá ganho extra de até R$ 4 mil por ano; veja simulações

 

O trabalhador que tem renda até R$ 5 mil por mês poderá economizar até R$ 4 mil por ano, ou quase um salário extra, com imposto de renda (IR) com as novas regras estabelecidas no projeto de reforma do IR aprovado na quarta-feira, 1º, pela Câmara dos Deputados e que aguarda análise no Senado.

Isso porque, a reforma do IR isenta aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. Como o novo teto, o governo aponta que 10 milhões de trabalhadores passam a ter isenção de IR, totalizando 15 milhões de isentos de imposto de renda. Atualmente, quem ganha até dois salários mínimos, ou R$ 3.036, tem isenção de imposto.

Além da isenção para rendas de até R$ 5 mil, haverá redução de imposto de renda para ganhos entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350,00. E a partir de R$ 7.351, nada muda, passam a incidir as alíquotas progressivas existentes atualmente de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

A pedido de IstoÉ Dinheiro, a especialista em Direito Tributário Bárbara Guarinão, da Lewandowski Libertuci Advogados, fez uma simulação de quanto será a economia anual de acordo com as faixas de renda. Na economia anual, considera-se o 13º salário. Os valores são todos em reais.

Veja o tamanho da economia com as novas regras do IR

Isenção x nova tributação

Para compensação a isenção para um grupo maior de contribuintes, a reforma do IR prevê que ganhos com lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil no ano, de mesma fonte pagadora, terão alíquota progressiva até atingir 10%. Assim, ganhos a partir de R$ 100 mil mensais ou R$ 1,2 milhão por ano, terão uma alíquota de 10%.

O governo estima essa faixa maior de renda seja composta por um grupo de 141,4 mil brasileiros – ou 0,13% do total de contribuintes e 0,06% da população do país. Segundo o governo, essas pessoas pagam hoje uma alíquota efetiva média de imposto de renda de apenas 2,54%.

Para assalariados com renda acima de R$ 50 mil nada muda, segue pagando a alíquota mais alta de IR, de 27,5%. A mudança para as faixas mais altas de renda, dos super-ricos, está na tributação de ganhos com lucros e dividendos, até então, isentos de IR.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Assédio no trabalho atinge 35% das mulheres no Brasil, mostra pesquisa

 


Apesar de avanços na percepção sobre o tema, a maioria das vítimas ainda evita recorrer aos canais formais de denúncia e muitas acabam pedindo demissão diante da violência

Envato
apenas 10% das vítimas recorreram a canais formais de denúncia, e uma em cada seis profissionais ainda opta por deixar o emprego
Foto: Envato

Mais de um terço das mulheres no Brasil já enfrentou assédio sexual no ambiente de trabalho, aponta a pesquisa “Trabalho Sem Assédio 2025”, conduzida pela Think Eva em parceria com o LinkedIn, através de um questionário online realizado entre abril e maio desse ano. Apesar de uma redução em relação a 2020, quando o índice chegava a 47%, apenas 10% das vítimas recorreram a canais formais de denúncia, e uma em cada seis profissionais ainda opta por deixar o emprego diante da violência vivida.

Os dados revelam que o assédio sexual não é apenas um comportamento individual, mas um exercício de poder, que atinge com mais frequência mulheres em cargos intermediários pleno ou sênior (45%) e assistentes (29%), com renda de até cinco salários mínimos. Entre mulheres de alta renda ou posições de liderança, o assédio também ocorre, mas de forma menos recorrente: as diretoras e executivas representam 14% da amostra e as mulheres com remuneração superior a 15 mil, 10%.

A percepção sobre o que constitui assédio evoluiu. Atualmente, 91% das entrevistadas sabem reconhecer os atos, e quase metade afirma conversar regularmente sobre o tema. Contato físico não solicitado, mensagens de cunho sexual e pedidos de favores sexuais são considerados assédio por 70% a 80% das mulheres, enquanto olhares lascivos, piadas e comentários sobre a aparência são identificados por 50% a 70%.

Frequência dos casos

Outro dado analisado foi a frequência dessa violência: 57,3% dos entrevistados, entre homens e mulheres, já presenciaram ou sofreram assédio sexual no trabalho. Para 75,3% dessas pessoas, os episódios ocorrem pelo menos uma vez ao mês. Em 16,3% dos casos, a violência é testemunhada diariamente, sobretudo por pessoas pretas e pardas, que representam 59,2% desse grupo. 

As consequências do assédio são profundas e podem suscitar diversas reações. As entrevistadas relataram sentir vergonha, medo, insegurança, raiva, nojo, ansiedade e vulnerabilidade, entre outros. Conforme a renda diminui, o sentimento de insegurança se intensifica. 

Além do impacto emocional, como desânimo, sintomas de ansiedade e depressão, esses comportamentos promovem efeitos concretos na vida dessas profissionais. Elas relatam aumento do isolamento, mudança de expectativas de carreira e pior desempenho no trabalho.

Barreiras à denúncia

Após um episódio de assédio, a reação mais comum entre as mulheres ainda recai sobre recursos particulares, sem envolver diretamente as estruturas institucionais das empresas. Muitas optam por compartilhar a situação com pessoas próximas, enquanto apenas um terço recorre a canais internos de apoio. Entre elas, apenas 36,6% buscaram ajuda dentro da própria organização.

O dado revela uma desconfiança em relação à instituição em que trabalham, que se refletem em medo da impunidade, receio de exposição e descrença na efetividade das respostas corporativas. Não por acaso, uma em cada cinco mulheres não toma nenhuma atitude diante da violência, e uma em cada seis acaba pedindo demissão.

A pesquisa mostra que, apesar da existência da Lei Emprega+Mulheres desde 2021, que prevê prevenção e combate ao assédio no trabalho, 83% dos entrevistados nunca ouviram falar dela. Nas empresas, apenas metade das pessoas percebe ações de enfrentamento do assédio sexual, enquanto um número semelhante identifica iniciativas contra o assédio moral. Quando existem, as medidas mais citadas são comunicação, palestras de sensibilização, códigos de ética, canais de denúncia e treinamento de líderes.

Universidades dos EUA perdem matrículas de estrangeiros com políticas de Trump

A DePaul University informou ao corpo docente que reduzirá imediatamente os gastos após uma queda de 30% nas matrículas internacionais neste outono. A medida é a mais recente adotada pelas faculdades norte-americanas para lidar com o transtorno das políticas de educação e imigração do presidente Donald Trump.

A redução ainda não foi dimensionada, mas as medidas podem incluir o congelamento de contratações, cortes nos salários dos executivos e limites de gastos discricionários, escreveu o presidente da universidade, Robert Manuel, em um memorando para o corpo docente na terça-feira.

O número total de matrículas internacionais na universidade católica privada de Chicago diminuiu em 755 alunos em comparação com o ano passado, segundo Manuel. O número de alunos internacionais de pós-graduação no primeiro ano caiu em um ritmo ainda mais acentuado — em quase 62%. A DePaul matriculou cerca de 21.000 alunos no ano passado, dos quais aproximadamente 2.500 eram estrangeiros.

Manuel atribuiu o declínio deste ano à dificuldade dos alunos na obtenção de vistos e ao fato de eles perderem o interesse em estudar nos EUA após as mudanças na política federal.

A DePaul está entre as dezenas de instituições de ensino que anunciaram cortes orçamentários em resposta às políticas do governo Trump, que incluem ameaças a bilhões de dólares de financiamento para programas de pesquisa acadêmica, muitos dos quais fortes atrativos para estudantes estrangeiros. O total de matrículas ainda não está disponível, mas os primeiros números coletados pela Reuters sugerem que muitos estudantes internacionais de pós-graduação do primeiro ano estão optando por estudar em outro lugar.

Os vistos de estudante também estão na mira de Trump. Alguns foram revogados, e aqueles que buscam novos vistos enfrentam atrasos. O Departamento de Estado dos EUA exigiu que os futuros alunos tornem públicas suas contas nas mídias sociais para que os funcionários do governo que examinam pedidos de visto possam excluir aqueles que tenham atitudes consideradas hostis em relação aos Estados Unidos.

Bloqueio à Harvard

Em maio, o governo impediu que a Universidade de Harvard matriculasse estudantes internacionais, alegando que a instituição falhou ao lidar com antissemitismo e assédio étnico no campus. Um tribunal distrital dos EUA bloqueou temporariamente a ação, mas o governo entrou com um recurso.

“Todos nós estamos preocupados com a segurança dos membros da nossa comunidade, com a proteção da liberdade acadêmica e com os novos desafios financeiros decorrentes das mudanças no financiamento federal e no processamento de vistos”, escreveu Manuel ao corpo docente da DePaul.

“Essas preocupações são tão graves e debilitantes que está ficando difícil reconhecer o ensino superior.”

Solicitados a comentar, os departamentos de Estado e de Segurança Interna dos EUA enviaram declarações observando o direito do governo de policiar ações dos alunos estrangeiros.

“Isso não é tão difícil”, disse Tricia McLaughlin, secretária assistente do Departamento de Segurança Interna.

“Se você está morando e estudando nos Estados Unidos com um visto, você é um convidado neste país. Aja como tal. Se você é um estudante estrangeiro que faz propaganda do Hamas, glorifica terroristas que gostam de matar americanos, assedia judeus, toma prédios ou outras ações antiamericanas que temos visto ultimamente nesses campi, pode reservar sua passagem de volta para casa. Pode esperar que seu visto será revogado.”

Pelo menos 35 outras universidades, além da DePaul, anunciaram cortes orçamentários em resposta às políticas do governo Trump.

A Universidade Johns Hopkins cortou mais de 2.000 empregos em março, após o governo reduzir em US$ 800 milhões os subsídios para seus programas de pesquisa.

A Northwestern University eliminou 425 cargos e a Universidade do Sul da Califórnia demitiu mais de 630 pessoas. Todas citaram como motivos a redução do financiamento federal, uma queda esperada nas matrículas de estudantes internacionais e outras pressões financeiras.