quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Petrobras anuncia investimento de R$ 2,6 bi na Bahia em embarcações e fertilizante

 

A Petrobras anuncia nesta quarta-feira, 8, investimentos de R$ 2,6 bilhões na Bahia, destinados à encomenda de embarcações e à reabertura da Fábrica de Fertilizantes (Fafen) no Estado. Uma coletiva de imprensa com a presidente da estatal, Magda Chambriard, às 15 horas, antecede a visita da quinta-feira, 9, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estaleiro Enseada, em Maragogipe, no Recôncavo Baiano.

No evento de quinta-feira também será assinado um protocolo de intenções para a realização de estudos de viabilidade que avaliarão o uso do canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu, no mesmo município, como área de acostamento para plataformas em processo de descomissionamento da Petrobras.

Em dezembro de 2024, o Estaleiro Enseada, às margens do rio Paraguaçu, foi selecionado como parceiro de construção naval da Compagnie Maritime Monegasque (CMM) em licitação para entregar seis navios híbridos multipropósito de grande porte (5.000 DWT), tipo PSVs-OSRVs, à Petrobras.

Em setembro, a Petrobras concluiu a licitação para contratação de serviços de operação e manutenção (O&M) das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e Sergipe. O retorno das operações está previsto para ocorrer até o final de 2025.

No evento da quinta, com o presidente Lula, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciará investimento de R$ 611,7 milhões na construção de 80 embarcações destinadas à expansão das atividades do setor naval e aquaviário.

Desse total, R$ 550,5 milhões virão do Fundo da Marinha Mercante (FMM). O financiamento tem potencial para gerar mais de 2 mil empregos diretos.

Até o momento, quatro embarcações foram concluídas e outras três estão em construção, informou o Planalto.

De refugiado a Nobel: químico celebra o poder da ciência para reduzir desigualdades

 

Nascido no seio de uma família de refugiados palestinos com pouca formação acadêmica, o vencedor do Prêmio Nobel de Química de 2025, Omar M. Yaghi, celebrou nesta quarta-feira (8) o poder da ciência para reduzir desigualdades.

O químico jordaniano-americano, nascido na capital da Jordânia, Amã, em 1965, foi laureado nesta quarta-feira ao lado do japonês Susumu Kitagawa e do britânico Richard Robson, pelo desenvolvimento das estruturas metal-orgânicas, que têm muitas aplicações práticas, como por exemplo para recuperar água do ar, capturar dióxido de carbono ou armazenar gases tóxicos.

Ao falar sobre sua vida em uma entrevista à Fundação Nobel, Yaghi relatou: “Cresci em uma casa muito modesta, éramos dez em um pequeno cômodo que compartilhávamos com o gado que criávamos”.

Seu lar não tinha eletricidade nem água encanada e sua mãe não sabia ler nem escrever. Aos 15 anos, partiu para os Estados Unidos, seguindo o conselho de seu exigente pai.

Ele conta que tinha apenas 10 anos quando descobriu a química, ao escolher por acaso um livro na biblioteca de sua escola. Ao abri-lo, interessou-se por algumas imagens incompreensíveis e ao mesmo tempo fascinantes: as estruturas moleculares.

“É uma jornada extraordinária e a ciência te permite alcançá-la (…). A ciência é a maior força niveladora do mundo” a serviço da igualdade de oportunidades, disse.

“Pessoas inteligentes, talentosas e competentes existem em todos os lugares. Devemos realmente focar em extrair seu potencial oferecendo-lhes oportunidades”, insistiu o laureado.

“Comecei minha carreira independente na Universidade Estadual do Arizona e meu sonho era publicar pelo menos um artigo que fosse citado 100 vezes. Hoje, meus estudantes dizem que nosso grupo acumulou mais de 250.000 citações”, celebrou.

Foi nessa universidade que ele começou seus estudos e seu grupo de pesquisas conseguiu extrair água do ar desértico do Arizona. Atualmente trabalha na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

“A beleza da química reside no fato de que, se você aprende a controlar a matéria em nível atômico e molecular, o potencial é enorme, encontramos uma mina de ouro dessa forma, e o campo se desenvolveu”, acrescentou Yaghi.

Crise do metanol: Consumo de destilados cai 70% em SP; vinho e espumante crescem

 

Os casos de bebidas destiladas contaminadas com metanol mudaram hábitos de consumo na capital paulista, segundo estudo enviado em primeira mão para a IstoÉ Dinheiro pela Zig, plataforma de soluções tecnológicas e financeiras e para o mercado de entretenimento ao vivo, parceira de vários estabelecimentos no país.

Entre 29 de setembro e 4 de outubro, logo após as primeiras notícias sobre os casos de intoxicação, houve uma queda de 70% nas compras de destilados em bares e restaurantes em relação aos sete dias anteriores. Gim (-77%), vodka (-75%) e rum (-72%) lideraram a queda, como demonstra o gráfico a seguir:

 

 

Variação do consumo de bebidas na semana após eclodir a crise do metanol (29/09 a 04/10). Os dados trazem comparação com a semana anterior (22 a 27/09)

A Zig identificou ainda um aumento no consumo de outras categorias, que conseguiu repor parte das perdas com as vendas de destilados. Os crescimentos mais expressivos ocorreram nos espumantes (58,28%), vinho (36,15%) e nos “ready to drink” ou RTDs (29,48%), categoria que abrange drinques enlatados prontos com álcool destilado.

Embora o consumo de cerveja tenha avançado apenas 7,05%, sua participação no total de bebidas vendidas saltou de 46,84% para 68,34%. Esse grande aumento na bebida alcoólica que já é preferida dos brasileiros se deve à drástica redução nas vendas de destilados, que encolheram o volume total de bebidas comercializadas no período.

Metanol afeta faturamento

Ainda segundo a Zig, houve uma queda geral de 27% no faturamento dos estabelecimentos. A Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) já havia apontado um dado similar, ao registrar que 26% dos seus associados tiveram queda nas vendas e destacar os mais dependentes da venda de drinks como principais afetados.

Os dados da Zig apontam que casas grandes e premium sofreram as quedas mais duras de faturamento. Os bairros com maior encolhimento nas vendas foram:

  • Itaim – 53,29%
  • Vila Madalena – 49,08%
  • Morumbi – 45,74%
  • Centro – 27,06%
  • Pinheiros – 21,73%

O consumo de destilados afundou em todos os horários e dias da semana, entre todas as faixas etárias. O público total dos estabelecimentos passou de 61.747 na semana anterior para 52.399 na semana da crise do metanol, uma variação negativa de 15,1%. O ticket médio foi de R$ 136 para R$ 118, uma queda de 13,2%.

O estudo da Zig analisou 393 mil pedidos feitos em 371 bares, restaurantes e casas noturnas no período. Ao todo, foram reunidas informações de 110 mil consumidores únicos.

 

 

79% são favoráveis à isenção do IR e 29% discordam de compensação por mais ricos

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 8, aponta que 79% dos entrevistados são favoráveis à isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, enquanto 64% concordam em aumentar o imposto cobrado dos mais ricos para compensar a perda de arrecadação com a medida.

Por outro lado, 17% declararam ser contra a isenção e 29% discordam da tentativa de aumentar o imposto pago pelos mais ricos a título de compensação.

A isenção do IR foi proposta pelo governo Lula e aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada. Agora está em análise no Senado Federal. Além da isenção total, o texto prevê a desoneração parcial de quem recebe até R$ 7.350 e a cobrança de uma alíquota mínima para quem ganha mais de R$ 50 mil mensais.

O apoio ao projeto cresceu em comparação a julho, último mês em que a Quaest mediu a opinião popular sobre o tema. Na ocasião, 75% concordavam com a isenção do IR até R$ 5 mil e 21% eram contra. Já em relação ao aumento da alíquota de quem ganha mais, 60% concordavam e 34% discordavam.

A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 2 e 5 de outubro. O nível de confiança é de 95%.

Cerca de dois terços (67%) disseram estar sabendo da proposta, contra 33% que não ouviram falar na medida. A maior parte dos entrevistados (49%) considera que o projeto representará uma “melhora pequena” nas respectivas finanças pessoais, enquanto 41% afirmam que a melhora será importante. Não souberam ou não responderam 10%.


terça-feira, 7 de outubro de 2025

Deve ocorrer conversa de ministros antes de reunião entre Lula e Trump, avalia Haddad

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (7) que deve haver conversas em nível ministerial antes de um encontro presencial entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump. Ele participa do programa Bom Dia, Ministro, da EBC, ligada ao governo.

“Até uma reunião presencial entre os presidentes, eu acredito que vai haver alguma conversa no nível ministerial para preparar esse encontro. Não existe reunião entre presidentes sem preparo prévio, não tem”, afirmou. Haddad reforçou que tudo no Brasil segue regras do Estado Democrático de Direito.

Para o ministro, a questão entre o Brasil e os Estados Unidos não é comercial por parte dos norte-americanos. Segundo ele, o Brasil não vai fazer uma negociação “item a item” do tarifaço, reforçando que é preciso superar a questão política para uma resolução ampla.

Ele também defendeu que desde o inicio o governo não previu um impacto macroeconômico com o tarifaço, mas que há empresas sofrendo com a medida dos EUA. Por isso, quanto mais rápido isso for superado, melhor. “O dia em que o tarifaço foi anunciado eu disse ‘olha não acredito que vai ter um impacto macroeconômico importante’. Eu acredito que vai ter um impacto microeconômico. Algumas empresas vão sofrer”, disse.

Mercado Livre dobra a aposta nos planos de fidelidade e adiciona novas empresas de streamings

 

O Mercado Livre anunciou nesta terça-feira,7, um novo plano de assinatura que envolve os quatro principais serviços de streaming do mundo e frete grátis para entregas no mesmo dia, em uma ampliação da estratégia de movimentar os negócios de seu ecossistema de serviços de comércio eletrônico e financeiros.

A companhia, maior empresa de comércio eletrônico da América Latina, lançou um plano “mega” de assinatura mensal que inclui os streamings da Netflix, Disney+, AppleTV e HBO Max por R$ 39,90 mensais nos dois primeiros meses e, após isso, R$ 74,90 por mês. O valor combinado das versões mais básicas desses serviços quando adquiridos separadamente é de cerca de R$ 110.

Anteriormente, a companhia tinha dois planos de assinatura, sendo que apenas um deles incluía streaming, da Disney.

A partir de 15 de outubro, o Mercado Livre vai incluir nos três planos de assinatura oferta de frete grátis para compras de pelo menos R$ 19 com entrega no mesmo dia, anunciou a empresa. 

“Os ‘players’ (empresas de streaming) fizeram condições diferenciadas e o Mercado Livre também aporta uma parte de modo que os benefícios gerados se pagam”, afirmou o vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, em entrevista à Reuters.

O executivo afirmou que a empresa é a primeira “no mundo” a reunir os quatro serviços de streaming em uma única assinatura. No Brasil, há algumas ofertas que conjugam mais de um serviço de streaming, como a da operadora Claro, que oferece uma assinatura em que o cliente tem acesso aos serviços de Netflix, Apple TV, HBO Max e Globoplay.

Segundo Yunes, a empresa negociou individualmente com cada uma das empresas de streaming durante “mais de um ano para conseguir que todos os interesses estivessem alinhados”.

O executivo não deu detalhes financeiros que viabilizaram a nova oferta, como o custo dela para a companhia, mas afirmou que o programa de fidelidade “está dando êxito” e que tem impulsionado a frequência de compra e o engajamento dos consumidores na plataforma do Mercado Livre, que inclui o banco digital Mercado Pago.

Mercado Livre na Black Friday

O lançamento do terceiro plano de assinatura vem em um momento de preparação do varejo nacional para as vendas da Black Friday no final de novembro e das promoções natalinas, e acontece quatro anos depois de a empresa ter lançado a versão básica da assinatura de fidelidade, “essencial”, que custa atualmente R$ 9,90 por mês.

O momento também é de intensificação da competição no varejo online no país, com empresas como a Shopee, do grupo de Cingapura Sea, ampliando infraestrutura logística. Na segunda-feira, a companhia inaugurou no Brasil seu 12º centro de distribuição “cross-docking”, em que as mercadorias chegam ao local e são transferidas para o destino final, sem serem armazenadas.

Como comparação, o Mercado Livre afirma ter no país 25 centros de fulfillment – abriu dois nesta semana e dois na semana passada – e deve chegar a 27 até o final do ano. Nesse tipo de centro, as mercadorias são armazenadas e a empresa lida com toda a logística dos vendedores.

Analistas do JPMorgan cortaram na semana passada o preço-alvo das ações do Mercado Livre para US$ 2.600 ante US$ 2.700, enquanto reiteraram recomendação neutra para os papéis, citando perspectiva de continuidade de uma dinâmica de competição acirrada. No segundo trimestre, o Mercado Livre teve lucro abaixo do esperado pelo mercado com impacto de investimentos do grupo na oferta de modalidades de frete grátis aos clientes no Brasil.

Segundo Yunes, atualmente o Mercado Livre tem uma participação de mercado de cerca de 40% ante 20% em 2020.

“Estamos na época mais aquecida (do varejo online)…Tivemos um crescimento super forte no segundo trimestre…no terceiro, seguimos acelerando bastante com uma tendência super positiva e vendo um final de ano muito aquecido”, disse Yunes quando questionado sobre a demanda atual dos consumidores em meio a um ambiente de juros elevados.

O executivo afirmou que o Mercado Livre teve cerca de 100 milhões de compradores na América Latina no segundo trimestre e que o Brasil tem uma fatia de cerca de 60% dos negócios do grupo na região. Os assinantes de planos de fidelidade no Brasil “são alguns milhões e a gente quer chegar a dezenas de milhões”, disse Yunes sem dar detalhes.

Questionado sobre eventuais planos do Mercado Livre em ter seu próprio estúdio de cinema, assim como a rival norte-americana Amazon optou por lançar alguns anos atrás, o vice-presidente de entretenimento e fidelidade da companhia para o Brasil, Pablo Garcia, negou a possibilidade.

“Nós somos imparciais em conteúdo e não temos uma agenda. Somos o parceiro ideal para o serviços de streaming e temos milhões de usuários”, disse o executivo. “Não fizemos agora (ter estúdio próprio) e não vamos fazer.”

Alcolumbre anuncia Renan Calheiros como relator da reforma do IR no Senado

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta terça-feira, 7, que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) será o relator da reforma do Imposto de Renda no Salão Azul. O nome de Calheiros já era esperado há alguns dias após o senador tomar para si a relatoria de um texto paralelo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na última semana e prevê a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, além de uma faixa progressiva de cobrança para quem recebe até R$ 7,3 mil por mês. A proposta ainda taxa os chamados “super ricos” em 10%, além de cobrar alíquotas para quem recebe dividendos superiores a R$ 50 mil por mês.

A escolha de Renan foi bancada por Alcolumbre após uma reunião com líderes do governo nesta terça-feira. O texto deve tramitar apenas pela CAE, antes de seguir para o plenário do Senado.

Em coletiva de imprensa, Renan afirmou que não deve demorar 30 dias para apresentar seu relatório e votar o texto no colegiado. Ele aproveitou para fazer críticas à demora na tramitação na Câmara dos Deputados e disse que fará o possível para evitar a devolutiva da proposta para o Salão Verde.

“Nossa intenção é fazer uma rápida tramitação. Vamos marcar algumas audiências públicas para lastrear o debate. Vamos fazer o possível para que a matéria não volte para a Câmara dos Deputados”, disse, em coletiva de imprensa.

A escolha de Calheiros para a relatoria da reforma do IR é também um contraponto entre o comando dos textos nas duas Casas. Na Câmara, a proposta ficou sob o comando de Arthur Lira (Progressistas-AL), adversário político de Renan em Alagoas. Ambos disputam espaços para colherem os louros do projeto em busca de uma das duas cadeiras do Senado em 2026.

IR aprovado na Câmara

O projeto é a principal aposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para alavancar a candidatura à reeleição do petista em 2026. A medida foi uma das promessas de campanha do chefe do Planalto durante as eleições de 2022 e deve beneficiar cerca de 15 milhões de pessoas. Além de isentar o IR para quem ganha até R$ 5 mil a partir do próximo ano, a proposta coloca uma alíquota progressiva para quem ganha até R$ 7.350.

O projeto também cria uma alíquota para taxar os chamados “super-ricos”. Aqueles que ganham acima de R$ 1,2 milhão por ano, deverão pagar uma alíquota de 10% sobre o valor total arrecadado. Os que recebem a partir de R$ 600 mil por ano deverão também ser tributados de forma progressiva. O texto ainda passa a tributar lucros e dividendos a partir de R$ 50 mil. Há a previsão de taxação de 10% sobre lucros e dividendos enviados ou vindos do exterior.

A expectativa é que a isenção e a redução da faixa de desconto do IR devem impactar os cofres públicos em R$ 83,2 bilhões. Entretanto, as compensações previstas no texto devem fazer o governo arrecadar R$ 112,9 bilhões entre 2026 e 2028. O saldo deve ser R$ 29 bilhões a mais para os cofres da União.