sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Unigel tem pedido de recuperação judicial aprovado pela Justiça

 

O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências de São Paulo, aprovou na quinta-feira, 9, o pedido de recuperação judicial da Unigel, empresa petroquímica que produz plástico. Com R$ 3,8 bilhões, a companhia havia encerrado um processo de recuperação extrajudicial há oito meses. Procurada, a Unigel não comentou o assunto até o fechamento deste texto.

Na solicitação apresentada à Justiça, a empresa afirma que sua crise decorre da queda abrupta dos spreads internacionais de produtos químicos e petroquímicos, do excesso de oferta global decorrente da expansão produtiva da China e do encarecimento de matérias-primas.

Diz também que as premissas econômicas que embasaram sua recuperação extrajudicial não se concretizaram e que atrasos em desembolso de financiamentos agravaram o desequilíbrio de seu caixa.

A companhia vinha tentando negociar com credores que cobranças fossem suspensas até janeiro, quando sua fábrica de ácido sulfúrico deve entrar em operação e começar a gerar caixa, mas não obteve sucesso.

Nos últimos meses, a empresa havia priorizado o pagamento de serviços ligados às obras da planta, acumulando dívidas com fornecedores antigos – que tentaram cortar o suprimento de matérias-primas, inclusive de gás. Em agosto, havia conseguido uma liminar que suspendeu a execução de dívidas por dois meses.

Na mesa de negociação, a Unigel afirmava que poderia gerar caixa para sobreviver assim que a planta de ácido sulfúrico começasse a funcionar. O projeto, porém, foi anunciado em 2021 e seu cronograma foi alterado devido à crise da empresa.

Instalada em Camaçari (BA) a um custo total de US$ 135 milhões, a unidade deve ficar pronta em dezembro para passar a operar no mês seguinte. No último mês de maio, as obras restantes ainda demandavam US$ 36,8 milhões – a maior parte desse aporte estava previsto para os últimos três meses de 2025.

A fábrica está sendo construída com dinheiro gerado pela operação da empresa. No segundo trimestre deste ano, o fluxo de caixa das atividades operacionais da companhia foi negativo em R$ 77 milhões.

A Unigel atravessa uma crise desde 2023. À época, a alta do preço do gás tornou inviável a operação das plantas de amônia que a empresa havia arrendado da Petrobras. Essa área da companhia chegou a representar dois terços de seu Ebitda em 2022, quando o preço dos fertilizantes subiu de forma vertiginosa em função da guerra da Ucrânia, mas essa situação foi atípica. O contrato de arrendamento contava com o preço do gás estável apenas no primeiro ano. Após isso, com a alta da matéria-prima, a produção passou a significar perda de dinheiro.

A companhia também investiu US$ 60 milhões em equipamentos para uma planta de hidrogênio verde, que permitiria que a empresa fabricasse amônia “verde” – um produto com maior valor agregado. No entanto, com a crise instalada, essa fábrica foi “encaixotada” na Europa, à espera de uma oportunidade. Do total da dívida da empresa, US$ 30 milhões se referem à compra desses equipamentos nunca usados.

Para completar o cenário, a Unigel viu a produção de acrílicos se tornar economicamente inviável com a frequente entrada de materiais importados mais baratos no País. As duas plantas de acrílicos da companhia pararam a produção em abril deste ano.

Assim, o que antes representava, em média, 60% da receita da companhia, a produção de plásticos, passou a ser 100% da receita. A estratégia então foi concentrar todos os recursos na construção da planta de ácido sulfúrico em Camaçari (BA). A expectativa da companhia para essa fábrica em construção é de produção de 600 mil toneladas por ano, com US$ 60 milhões de geração de caixa.

Governo eleva limite para financiamento de imóvel com uso do FGTS; veja novas regras

 

O governo federal anunciou na manhã desta sexta-feira (10) mudanças no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), programa que desde 1964 estabelece regras para facilitar o financiamento habitacional no país. Entre as mudanças, está a elevação do valor máximo de imóvel financiado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.

Os contratos firmados no âmbito do SFH permitem aos compradores utilizar os recursos retidos no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) como entrada no financiamento.

Trata-se do segundo anúncio do governo federal sobre política habitacional na semana, já que na quinta-feira (9) uma portaria do Ministério das Cidades criou uma linha de financiamento para reformas da casa própria, com empréstimos entre R$ 5 mil a R$ 30 mil. O novo crédito foi vinculado ao programa Minha Casa, Minha Vida.

Estrutura de financiamento muda também para os bancos

Em relação ao SFH, outro anúncio relevante nesta manhã foi a mudança na lógica de funcionamento do SFH. Com a nova regra, para cada valor que as instituições financeiras captarem na poupança e direcionarem ao crédito imobiliário, uma parcela equivalente será liberada para aplicação em outras modalidades de crédito com maior liberdade, por tempo determinado.

Anteriormente, os recursos do SFH advinham de 65% dos depósitos da poupança. O restante do dinheiro na caderneta era dividido entre depósitos compulsórios no Banco Central (20%) e outra parcela de apenas 15% que permanecia disponível para livre aplicação.

O Planalto afirma em nota que a mudança da estrutura do SFH tornou-se necessária conforme investidores diversificam mais seus investimentos, e o dinheiro que permanece na caderneta diminui.

“A modernização do SBPE é uma medida estrutural. Estamos tornando o uso da poupança mais eficiente, o que vai permitir que cada real depositado gere mais crédito, mais habitação e mais empregos. É uma transformação que prepara o país para um novo ciclo de crescimento com sustentabilidade e inclusão”, afirmou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.

O novo sistema entra em vigor totalmente apenas em janeiro de 2027. Até lá, fica valendo o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança para operações de crédito habitacional. Como regra de transição, no entanto, o volume dos compulsórios no BC será reduzido para 15% e os 5% serão aplicados no novo regime.

Produção industrial cresce em 9 dos 15 locais pesquisados em agosto ante julho, diz IBGE

 

A produção industrial cresceu em nove dos 15 locais pesquisados em agosto ante julho, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve expansão no Pará (5,4%), Bahia (4,9%), Paraná (4,2%), Rio Grande do Sul (2,9%), Mato Grosso (1,4%), Goiás (1,4%), Região Nordeste (1,0%), São Paulo (0,8%) e Espírito Santo (0,4%). Na direção oposta, houve perdas no Amazonas (-7,4%), Pernambuco (-3,5%), Rio de Janeiro (-1,9%), Santa Catarina (-1,8%), Ceará (-1,5%) e Minas Gerais (-0,2%).

Na média global, a indústria nacional avançou 0,8% em agosto ante julho.

IBGE: preços de produtos na ‘porta da fábrica’ têm sétimo mês seguido de deflação

 

 

Houve reduções também em fevereiro (-0,12%), março (-0,60%), abril (-0,12%), maio (-1,21%), junho (-1,27%) e julho (-0,31%). Como consequência, o IPP acumulou redução de -3,62% no ano.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica“, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram queda de preço em relação ao mês anterior, sendo as variações mais intensas registradas em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%); madeira (-1,59%); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (1,59%); e papel e celulose (-1,42%).

Já as principais influências em agosto vieram de alimentos (-0,11 ponto percentual), outros produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).

“Se observarmos o que acontece com o acumulado no ano, veremos que os principais impactos vieram de setores de grande peso na indústria: alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino”, disse Alexandre Brandão, gerente do índice.

“O movimento desses preços tem explicações diversas, mas, no caso de alimentos, por exemplo, a safra é um fator que explica em grande parte a redução, não por acaso, açúcar, soja e arroz despontam como as principais influências no acumulado do ano”, completou.

Os custos do setor de alimentos caíram 0,44% em agosto, acumulando no ano recuo de 7,55%, mas avançando em 12 meses 1,45%.

Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo

Reforma do IR: qual o impacto da isenção no bolso dos brasileiros e na economia?

 

Caso seja aprovada no Senado, a reforma do Imposto de Renda (IR), representará uma alívio para o bolso de milhões de brasileiros, com impacto também no consumo e na economia.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calcula que a reforma do IR deve injetar cerca de R$ 27 bilhões por ano na economia a partir de 2026. “Esse aumento da renda disponível tende a reforçar o consumo e impulsionar as vendas no comércio, ampliando o dinamismo da atividade econômica”, destaca a entidade.

+ Reforma do IR: trabalhador terá ganho extra de até R$ 4 mil por ano; veja simulações

Pelo texto aprovado pela Câmara dos Deputados, estarão isentos de IR aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. Como o novo teto, o governo aponta que 10 milhões de trabalhadores passarão a ter isenção, totalizando 15 milhões de brasileiros livres da mordida do Leão. Atualmente, quem ganha até dois salários mínimos, ou R$ 3.036, tem isenção de imposto.

Além da isenção para rendas de até R$ 5 mil, haverá redução de imposto de renda para ganhos entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350,00. A partir de R$ 7.351, nada muda, passam a incidir as alíquotas progressivas existentes atualmente de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

Para compensação a isenção para um grupo maior de contribuintes, a reforma prevê que ganhos com lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil no ano, de mesma fonte pagadora, terão alíquota progressiva até atingir 10%. Assim, ganhos a partir de R$ 100 mil mensais ou R$ 1,2 milhão por ano, terão uma alíquota de 10%.

Em resumo, mais brasileiros serão isentos de IR, uma parcela passará a pagar menos e os chamados super-ricos passarão a pagar um imposto mínimo, mas ainda assim uma alíquota menor que a de um trabalhador CLT. Segundo o Ministério da Fazenda, a cobrança para cobrir a isenção atingirá cerca de 140 mil pessoas, 0,13% dos contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.

Consumo e PIB

O aumento da massa de rendimentos dos trabalhadores chegaria em um momento de desaceleração da economia, o que pode impactar na demanda por bens e serviços.

A expectativa atual para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,16% para 2015 e de 1,80% para 1,80%, bem abaixo do avanço de 3,4% registrado em 2024.

Críticas

Para a Unafisco Nacional, a reforma trará um alívio tributário real para rendimentos até R$ 7.350, mas mantém o peso da injustiça fiscal sobre a classe média tradicional, especialmente para quem ganha acima desse limite, uma vez que não corrige a defasagem acumulada da tabela para as faixas intermediárias e superiores.

“Quem ganha R$ 8.000, R$ 9.000 ou mais, por exemplo, profissionais de nível superior, supervisores, técnicos especializados, continua submetido à mesma tabela congelada desde 1996. A defasagem acumulada, que passa dos 170%, continua pesando integralmente sobre esses contribuintes”, afirma Mauro Silva, o presidente da entidade que representa os auditores fiscais.

O advogado Erlan Valverde, especialista em Direito Tributário e sócio do IW Melcheds Advogados, aprova o alívio proporcionado para a base da pirâmide, mas destaca que a reforma aumenta a pressão sobre empresas e “quem produz”.

“Estamos criando uma camada de tributação sem discutir a redução na pessoa jurídica. A conta fecha no papel, mas pesa na prática”, afirma, que também critica a falta de correção estrutural na tabela do IR, defasada em mais de 150%. “A medida é um alívio, mas não resolve a distorção. Faixas entre R$ 3 mil e R$ 9 mil seguem sendo penalizadas. É um problema histórico, que atravessa governos de diferentes orientações”, acrescenta.

 

 https://istoedinheiro.com.br/reforma-do-ir-impacto-da-isencao-no-bolso-e-na-economia

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Itamaraty confirma conversa de Vieira e Rubio e diz que delegação vai aos EUA negociar

 

O Ministério das Relações Exteriores confirmou nesta quinta-feira, 9, que o ministro Mauro Vieira conversou com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. Segundo o Itamaraty, foi acordado que uma comitiva do Brasil se reunirá com uma equipe dos Estados Unidos em Washington para debater o tarifaço.

Segundo o Itamaraty, “após diálogo muito positivo sobre a agenda bilateral, (Rubio e Vieira) acordaram que equipes de ambos os governos manterão reunião proximamente em Washington, em data a ser definida, para dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”.

Na nota, o Itamaraty afirmou que Rubio convidou Vieira para que integre a delegação brasileira que vai a Washington para negociar as questões econômicas e comerciais. O objetivo é ter uma reunião presencial entre os dois. “O secretário de Estado convidou o ministro Mauro Vieira para que integre a delegação, de modo a permitir uma reunião presencial entre ambos, para tratar dos temas prioritários da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, na manhã desta quinta, em entrevista à rádio Piatã, da Bahia, que Vieira havia falado por telefone com Rubio. “Agora começa um outro momento. Ainda ontem o secretário de Estado, Marco Rubio, ligou para o ministro Mauro Vieira. Talvez comece a conversa a partir de agora. Vamos ver se conseguimos nos acertar. O Brasil não quer briga com os EUA, com Bolívia, Uruguai. O Brasil quer paz e amor, queremos crescer e nos desenvolver”, disse.

China alerta sobre excesso de chuva em áreas de milho, trigo, soja e arroz

 Plantação de arroz china: 35 mil imagens, fotos e ilustrações stock livres  de direitos | Shutterstock

São Paulo, 9 – O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China e a Administração Meteorológica emitiram, nesta quinta-feira, 9, um alerta de risco de chuva contínua e alagamento em importantes regiões agrícolas do país. A previsão, conforme nota da pasta, indica excesso de chuva entre os dias 10 e 12 de outubro no noroeste oriental, no centro e sul do norte da China e no norte de Huanghuai.

As áreas mais afetadas, sob alerta laranja, incluem Xianyang, Tongchuan e Weinan (Shaanxi); Linfen, Yuncheng, Changzhi e Jincheng (Shanxi); Xingtai e Handan (Hebei); e Dezhou e Binzhou (Shandong). Nessas localidades, há risco elevado de atraso na colheita das culturas de outono.

Essas províncias fazem parte do cinturão agrícola do norte da China, onde predominam cultivos de trigo de inverno, milho e sorgo, além de soja e arroz em áreas irrigadas. Em Hebei e Shandong, há ainda forte produção de amendoim, algodão e frutas. Em Shanxi e Shaanxi, além de grãos, ganham destaque maçãs e outros cultivos frutíferos.

Segundo especialistas, a continuidade das chuvas pode comprometer tanto a qualidade da safra atual quanto o calendário de plantio para a próxima temporada.

 

 

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado