terça-feira, 14 de outubro de 2025

Subo nesse palco

 

Ao lado de Haddad, Renan Calheiros critica rejeição da MP 1.303 pela Câmara

 

O relator do projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou nesta terça-feira, 14, a derrubada da medida provisória alternativa à alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) na Câmara.

“Há, sem dúvida nenhuma, senhor presidente, um inegável rebaixamento da agenda do país que deveríamos expressar como prioritária em uma democracia representativa, geralmente em favor de castas privilegiadas e que são sempre minorias, mas com complexo de maiorias”, disse o parlamentar.

Ele participa de audiência pública sobre o projeto de lei que isenta do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil por mês, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Brasil crescerá 2,4% em 2025, diz FMI

 

O Brasil crescerá um pouco mais do que o esperado, a 2,4%, em 2025, anunciou, nesta terça-feira (14), o Fundo Monetário Internacional (FMI) em seu relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês). A cifra é um pouco menor que a de 2024, quando o país cresceu 3,4%.

A América Latina e o Caribe crescerão 2,4% em 2025, sem alterações em relação ao ano passado, um número “estável” apesar da ameaça das tarifas americanas.

A economia da região “cairá ligeiramente para 2,3% em 2026”, explicou o WEO.

“A previsão para 2025 foi revisada para cima em 0,4 ponto percentual em relação a abril devido às tarifas mais baixas do que o esperado para a maioria dos países e a dados mais robustos do que o esperado”, indicou o texto, referindo-se ao dado regional.

A revisão para cima “se deve em grande parte ao México, que deve crescer 1% em 2025, 1,3 ponto percentual a mais” do que o projetado em abril.

A nível global, o Fundo também eleva suas perspectivas para 3,2%, em vez dos 3% esperados em julho.

Os temores de uma grande incerteza global devido às tarifas anunciadas pelo republicano Donald Trump no início de sua presidência foram se dissipando, embora não completamente.

O Fundo elevou sua previsão de crescimento para os Estados Unidos em 0,1 ponto percentual este ano e no próximo, para 2% em 2025 e 2,1% em 2026.

– Impacto “modesto” –

“O impacto no crescimento devido ao choque comercial é modesto até agora”, disse aos jornalistas o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, antes da publicação do relatório.

Para a região, o crescimento mais destacado é o da Argentina, apesar de suas atuais dificuldades financeiras, com impressionantes +4,5% em relação à contração de -1,3% registrada em 2024.

A Colômbia crescerá 2,5%, o Chile 2,5% e o Peru 2,9%; o Equador registrará 3,2%, a Bolívia 0,6%, o Uruguai 2,5%, o Paraguai 4,2% e a Venezuela 0,5%.

“O ano de 2025 foi fluido e volátil, com grande parte da dinâmica impulsionada por uma reorganização das prioridades políticas nos Estados Unidos e a adaptação de políticas nas demais economias às novas realidades”, explicou o relatório.

“O comércio dominou as manchetes e, junto com ele, as perspectivas percebidas para a economia global flutuaram”, acrescentou.

– A sombra da inflação –

O Fundo e a grande maioria dos especialistas ficaram alarmados quando Trump anunciou, ao assumir a presidência, que usaria as tarifas aduaneiras como arma de negociação, para enfrentar o grande déficit comercial que os Estados Unidos tinham com praticamente todos os seus parceiros.

Mas a imposição dessas tarifas a partir de abril foi acompanhada por uma negociação de tratados bilaterais comerciais e um contínuo investimento tecnológico nos países avançados, mantendo o motor econômico em funcionamento.

De qualquer forma, há nuvens, como a inflação, cujos registros “surpreenderam para cima no México e no Reino Unido”.

“Além da China, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento em geral mostraram força, às vezes devido a razões internas particulares, mas os sinais recentes também apontam para uma perspectiva frágil”, explicou o texto.

“As condições externas se tornam mais desafiadoras e, em alguns casos, o impulso interno está desacelerando. Por exemplo, no Brasil, estão surgindo sinais de moderação em meio a políticas monetárias e fiscais rigorosas”, explicou.

O impacto das políticas de combate à imigração irregular também será perceptível, garante o Fundo.

“Nos Estados Unidos, as novas políticas de imigração poderiam reduzir o PIB do país entre 0,3% e 0,7% ao ano”, explica o Fundo, sem mais detalhes.

O departamento para América Latina e o Caribe do FMI oferecerá uma perspectiva mais detalhada sobre a região ao final da reunião anual em Washington.

Pré-COP da CNI

 

FMI eleva crescimento global para 2025 graças ao ‘modesto’ impacto comercial nos EUA

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua projeção para o crescimento global deste ano nesta terça-feira (14), reconhecendo um impacto econômico mais brando do que o esperado da política tarifária do presidente americano, Donald Trump.

O Fundo aumentou sua projeção de crescimento global para 2025 para 3,2%, ante 3% em julho, mantendo sua projeção para 2026 inalterada em 3,1%, segundo seu relatório de Perspectivas da Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês).

“A boa notícia é que o impacto do choque comercial sobre o crescimento tem sido moderado até agora”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, economista-chefe do FMI, a repórteres antes da divulgação do relatório.

O setor privado também sustentou o crescimento ao responder rapidamente às tarifas de Trump.

Outros fatores, incluindo a ascensão da inteligência artificial e das políticas fiscais na Europa e na China, também ajudaram a sustentar a economia global, observou, embora o FMI continue enxergando riscos de queda no crescimento devido à incerteza comercial.

– “Tudo é muito fluido” –

Desde que retornou ao poder, Trump impôs tarifas generalizadas aos produtos de importantes parceiros comerciais, como China e União Europeia, na tentativa de remodelar as relações comerciais dos Estados Unidos e incentivar a produção local.

No fim de semana, o presidente americano ameaçou aplicar novas tarifas de 100% sobre produtos da China, além das atuais taxas elevadas.

Trump criticou a recente decisão de Pequim de reforçar os controles de exportação de minerais de terras raras, cruciais para os setores de defesa e alta tecnologia.

“Tudo é muito fluido”, disse Gourinchas à AFP em entrevista. “Mas acho que é um lembrete muito útil de que vivemos em um mundo onde esse tipo de escalada de tensões comerciais e incerteza política pode surgir a qualquer momento”, acrescentou.

O FMI espera que a taxa de inflação global permaneça elevada, em 4,2% este ano e 3,7% em 2026, impulsionada pela inflação elevada em vários países, incluindo Estados Unidos e México.

– Melhora nos EUA, China sem mudanças –

O FMI aumentou suas perspectivas de crescimento para a maior economia do mundo em 0,1% este ano e no próximo, para 2% em 2025 e 2,1% em 2026. No entanto, isso ainda representa uma desaceleração acentuada em relação a 2024, quando o crescimento dos EUA atingiu 2,8%.

Apesar das tensões comerciais em curso entre as duas maiores economias do mundo, o Fundo ainda espera que a economia chinesa desacelere de 5% em 2024 para 4,8% este ano, antes de desacelerar drasticamente para apenas 4,2% em 2026, em linha com estimativas anteriores.

A desaceleração na China foi impulsionada por uma redução nas exportações líquidas, que foram parcialmente compensadas pela crescente demanda interna impulsionada por “estímulos políticos”, afirmou o Fundo.

A América Latina permanece inalterada em 2,4%.

O México se destaca com 1%, o que representa uma melhora em relação às previsões anteriores (+1,3 ponto percentual). O Brasil crescerá 2,4%.

Para a Índia, a projeção é de 6,6% e para o Japão, 1,1%.

A economia alemã deve se recuperar da recessão e registrar um crescimento de 0,2% este ano.

A França, que se encontra em meio a uma crise política prolongada, deve ver seu crescimento desacelerar para 0,7%.

A única exceção na zona do euro é a Espanha, que apresentou melhora e agora deve manter seu crescimento: 2,9% este ano e 2% em 2026.

Com a continuação da guerra na Ucrânia, a economia russa provavelmente registrará uma desaceleração acentuada no crescimento este ano, para apenas 0,6% (4,3% em 2024).

China pede que EUA corrijam erros e resolvam questões por meio de diálogo

 

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China pediu que os EUA corrijam seus erros, cheguem a um acordo com Pequim e resolvam questões de “interesse mútuo” por meio de diálogo e consultas igualitárias, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 14.

Segundo o representante chinês, as tarifas de Washington não apenas impactarão a estabilidade da cadeia de suprimentos global e aumentarão significativamente os custos do comércio internacional, como também aumentarão a inflação doméstica, prejudicarão a competitividade dos portos e o emprego nos EUA e minarão a segurança e a resiliência da cadeia de suprimentos americana.

O porta-voz também sinalizou que a própria indústria norte-americana tem se oposto amplamente às medidas dos EUA, demonstrando que a abordagem dos EUA prejudica os outros e a si mesmo, e “não é propícia ao desenvolvimento de sua indústria de construção naval”.


FMI eleva projeção para PIB do Brasil em 2025, mas vê desaceleração maior da economia em 2026

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a projeção de crescimento do Brasil este ano, mas passou a ver uma desaceleração mais intensa em 2026, citando o impacto das tarifas dos Estados Unidos e apontando sinais de moderação da atividade, mostrou relatório divulgado nesta terça-feira, 14.

O relatório Perspectiva Econômica Global mostrou que o FMI prevê agora expansão de 2,4% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) este ano, 0,1 ponto percentual a mais do que na projeção feita em julho. Mas para 2026 a conta foi reduzida em 0,2 ponto, a 1,9%.

“No Brasil, sinais de moderação estão aparecendo em meio às políticas monetária e fiscal apertadas”, ressaltou o FMI.

A projeção do FMI para a economia brasileira este ano é ligeiramente melhor do que a do governo, que prevê uma expansão de 2,3%. Para 2026, entretanto, o Ministério da Fazenda está mais otimista, com uma estimativa de crescimento de 2,4%.

No segundo trimestre, a atividade econômica do Brasil cresceu 0,4% sobre os primeiros três meses do ano, de acordo com dados do IBGE, um resultado que confirmou as expectativas de enfraquecimento em meio à política monetária restritiva. O IBGE divulgará os dados do PIB no terceiro trimestre em 4 de dezembro.

Em agosto, Trump impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, justificando a medida em parte pelo que chamou de “caça às bruxas” do governo brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo por tentativa de golpe de Estado.

Posteriormente, alguns produtos ficaram isentos dessa super tarifa e o governo brasileiro vem buscando negociar com os EUA. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump conversaram por telefone no início do mês e a expectativa é de haja um encontro entre os dois.

Vem pesando sobre a atividade econômica brasileira a taxa básica de juros em um nível restritivo de 15%, e o Banco Central disse que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê a Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

No relatório, o FMI calculou uma inflação média anual no Brasil de 5,2% este ano e de 4,0% — o centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O Fundo também inclui o Brasil entre os países que devem apresentar um aumento “significativo” da dívida como proporção do PIB em 2025, ao lado de China, França e Estados Unidos, considerando os resultados dos saldos primários projetados para o ano para essas economias.

O FMI ajustou a perspectiva de crescimento para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, dos quais o Brasil faz parte, passando a ver crescimento de 4,2% este ano, contra 4,1% antes, e mantendo a perspectiva para 2026 em 4,0%.

O Fundo ponderou que a atividade nesse grupo, excluindo a China, foi mais forte do que o esperado no primeiro semestre deste ano, graças em parte a uma produção agrícola recorde no Brasil, forte expansão do setor de serviços na Índia e demanda doméstica resiliente na Turquia.

“No entanto, condições externas estão se tornando mais desafiadoras e, em alguns casos, o ímpeto doméstico está desacelerando”, ponderou o relatório.

“Tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos estão reduzindo a demanda externa, com profundas implicações para várias grandes economias orientadas para a exportação, enquanto a incerteza na política comercial está afetando o apetite das empresas por investimentos”, completou.

“Ao mesmo tempo, o espaço fiscal restrito está reduzindo a capacidade do governo de estimular a demanda doméstica onde necessário.”

Na América Latina e Caribe, o FMI vê crescimento de 2,4% em 2025 e de 2,3% em 2026, ajustes respectivamente de 0,2 ponto percentual para cima e de 0,1 ponto para baixo em relação a julho.

A melhora na projeção deve-se principalmente ao México, cuja estimativa de expansão este ano foi elevada em 0,8 ponto percentual em relação a julho, a 1,0%.

Focus

A melhora na projeção para o crescimento da economia brasileira também vem sendo apontada pelo Boletim Focus, documento semanal do Banco Central do Brasil (BCB) com levantamento de projeções feitas pelos agentes de mercado. Para o Produto Interno Bruto, a mais recente projeção do Focus projeta crescimento de 2,16% em 2025 e de 1,80% em 2026.