Antonio Temóteo - do PlatôPRi
A fintech FictorPay foi alvo de um ataque hacker
que teve início por volta das 18 horas do último domingo, 19, que
resultou no roubo de cerca de R$ 26 milhões. A fintech é controlada pela
holding Fictor, empresa de participações e gestão com foco nos setores
de indústria alimentícia, serviços financeiros e infraestrutura. Fundada
em 2007 e com 4.000 funcionários, a companhia faturou R$ 3,5 bilhões em
2024 e quer atingir um faturamento de R$ 5 bilhões em 2025
Os
golpistas virtuais encontraram uma brecha no aplicativo white label da
empresa contratada pela FictorPay e realizaram pelo menos 280 transações
por Pix para aproximadamente 270 contas laranjas em diversos bancos e
fintechs. Por meio dessa brecha, os invasores d ataque hacker obtiveram
acesso a conta da empresa white label, o que permitiu o saque indevido
de valores.
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As
transferências feitas pelos criminosos não se sujeitaram à limitação de
valor imposta pelo Banco Central. A FictorPay não é participante do
Pix. Ela se conecta ao sistema por meio de empresas prestadoras de
serviços que se enquadram nas normas da autoridade monetária e que não
tiveram os seus sistemas afetados.
Uma das empresas que presta
serviço para a FictorPay é a Celcoin, que informou à reportagem que não
houve qualquer invasão, ataque ou comprometimento em sua infraestrutura
tecnológica ou ambiente transacional. Segundo a companhia, foi
identificada uma “movimentação atípica” na conta de um cliente,
prontamente detectada pelos sistemas de monitoramento.
“Assim
que o comportamento foi percebido, bloqueamos preventivamente as
operações e alertamos imediatamente o cliente. As análises indicam que a
origem do incidente está em uma empresa provedora de soluções de
aplicativo white label utilizada por este cliente e por outras empresas
do mercado, impactando diversos players de BaaS e Core Banking, sem
qualquer relação com a Celcoin. Reforçamos que nenhuma invasão ou fraude
ocorreu em nosso ambiente”, informou.
Ataque desafia BC
O
novo ataque hacker mostra que os bandidos não têm se intimidado com os
esforços da autoridade monetária e da Polícia Federal para garantir mais
segurança no ambiente virtual de pagamentos.
Como mostrou o
PlatôBR, o BC limitou em R$ 15 mil o valor de transferências para
instituições de pagamento não autorizadas pela autarquia e para aquelas
que se conectam ao sistema financeiro por meio de empresas
terceirizadas, conhecidas tecnicamente como PSTIs (Prestadores de
Serviços de Tecnologia da Informação). Atualmente, 250 instituições se
conectam ao sistema financeiro por meio de terceirizadas.
Procurado,
o BC não quis se manifestar sobre o ataque hacker. O PlatôBR entrou em
contato, por telefone, com a FictorPay, mas não obteve retorno. Também
enviou mensagens no LinkedIn do CEO da FictorPay, Ricardo Abdo, e do CEO
do grupo Fictor, Rafael Gois. O espaço segue aberto para pronunciamento
da companhia.
Leia a íntegra a nota da empresa:
A
Celcoin informa que não houve qualquer invasão, ataque ou
comprometimento em sua infraestrutura tecnológica ou ambiente
transacional.
Foi identificada uma movimentação atípica
na conta de um cliente, prontamente detectada por nossos sistemas de
monitoramento. Assim que o comportamento foi percebido, bloqueamos
preventivamente as operações e alertamos imediatamente o cliente.
As
análises indicam que a origem do incidente está em uma empresa
provedora de soluções de aplicativo white label utilizada por este
cliente e por outras empresas do mercado, impactando diversos players de
BaaS e Core Banking, sem qualquer relação com a Celcoin. Reforçamos que
nenhuma invasão ou fraude ocorreu em nosso ambiente.
Seguimos
apoiando o cliente nas investigações e nos procedimentos de recuperação
dos valores, mantendo contato direto com as autoridades competentes.
Reafirmamos
que todas as operações e ambientes da Celcoin permanecem estáveis e
seguros, em total conformidade com as normas do Banco Central do Brasil.