quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Investidores reagem mal a projeções da Netflix e ações desabam 9%

 

As ações da Netflix afundam 9,7% na Nasdaq por volta das 11h45 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 22, após a companhia frustrar expectativas com os números divulgados na véspera. Nesse contexto, investidores aumentaram o ceticismo com o valuation da companhia – que atualmente ostenta múltiplos relativamente elevados ante seus pares.

As perspectivas da gigante do streaming para o próximo trimestre deixaram os investidores confusos, apesar da forte programação que incluirá a temporada final de “Stranger Things”.

Os investidores se acostumaram ao repetitivo desempenho superior da empresa, que impulsionou as ações a um ganho de mais de 360% nos últimos três anos, superando em muito pesos pesados da mídia, como a Disney, e até mesmo gigantes da tecnologia, como Apple e Alphabet.

A Netflix ganhou atenção adicional com o sucesso estrondoso do desenho animado “KPop Demon Hunters”.

Mas desde o pico em junho deste ano suas ações caíram 7%, um sinal de que os investidores estão cada vez mais cautelosos com a avaliação elevada da empresa e a falta de detalhes sobre o crescimento de assinantes.

O múltiplo preço/lucro futuro da Netflix está em quase 40, muito acima do de outras empresas de mídia e grandes nomes da tecnologia.

“As ações tiveram um bom desempenho neste ano, então as expectativas já eram altas, e com a avaliação acima da média de longo prazo, há uma pressão adicional não apenas para entregar, mas para superar”, disse Matt Britzman, analista sênior de ações da Hargreaves Lansdown.

Netflix aposta em publicidade e games, mas resultados ainda são incertos

A Netflix previu uma receita de US$11,96 bilhões para o quarto trimestre, em comparação com a projeção de Wall Street, de US$11,9 bilhões. A receita do terceiro trimestre ficou praticamente em linha com as previsões, em US$11,5 bilhões, de acordo com dados da LSEG.

A empresa se aventurou em publicidade e videogames para diversificar suas fontes de receita, mas esses negócios enfrentaram dificuldades em meio a mudanças de liderança e estratégia, além da concorrência.

No terceiro trimestre, a Netflix informou que registrou seu melhor trimestre de vendas de anúncios da história, sem divulgar um número.

“A Netflix precisa demonstrar em breve que seu programa de anúncios pode acelerar o crescimento para justificar um múltiplo altíssimo”, disseram analistas da Wedbush, chamando a última orientação da empresa de “decepcionante” após vários trimestres de resultados excepcionais.

A Netflix parou de divulgar os números de assinantes no início de 2025. A empresa está apostando em seus principais lançamentos até o final do ano, que incluem “Stranger Things” e dois jogos da NFL com transmissão ao vivo no dia de Natal.

No entanto, analistas da Evercore ISI sugeriram que os investidores deveriam comprar ações em qualquer queda, observando que os concorrentes Disney+ e HBO Max aumentaram seus preços de assinatura, dando à Netflix bastante espaço para aumentar suas próprias taxas.

A empresa não atingiu as estimativas de lucro para o terceiro trimestre devido a uma despesa de US$619 milhões vinculada a uma disputa tributária em andamento no Brasil. Analistas do JP Morgan descreveram a despesa como “ruído”, observando que “o foco principal é a falta de crescimento da receita no segundo semestre do ano”.

“Sem números de assinantes, alguns defensores estão se agarrando a qualquer coisa para encontrar qualquer sinal de fraqueza, já que a empresa está se saindo muito mais forte do que seus rivais”, disse o analista da PP Foresight, Paolo Pescatore.

WEG (WEGE3) mantém margem operacional e reporta aumento de 4,5% no lucro líquido no 3º trimestre de 2025

 

A WEG (WEGE3) registrou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 4,5% na comparação com igual trimestre do ano passado. A companhia registrou receita operacional líquida de R$ 10,27 bilhões, um avanço de 0,6% em relação ao trimestre anterior e 4,2% frente ao mesmo período de 2024.

A margem líquida ficou em 16,1%, levemente acima do trimestre anterior (15,6%) e em linha com o terceiro trimestre de 2024 (16%). Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 2,275 bilhões, com crescimento de 0,7% no trimestre e 2,3% em relação ao ano anterior, mantendo margem de 22,2%.

Desempenho por mercado

  • Mercado interno: receita de R$ 4,0 bilhões, queda de 4,1% ante o 2T25, mas crescimento de 3,1% frente ao 3º trimestre de 2024. A demanda foi sustentada por projetos de transmissão e distribuição (T&D) e maior procura por motores comerciais e para eletrodomésticos.
  • Mercado externo: faturamento de R$ 6,268 bilhões, alta de 3,9% no trimestre e 4,9% na base anual, com destaque para Europa, onde houve forte demanda por equipamentos industriais para óleo & gás e saneamento.

Mensagem da administração da WEG

Segundo a companhia, a estratégia de diversificação de produtos e soluções, aliada à flexibilidade operacional e presença global, tem permitido mitigar os efeitos da instabilidade macroeconômica. A WEG destacou oportunidades nos negócios voltados à infraestrutura elétrica, apesar da retração em geração eólica e solar no Brasil.

“Mesmo em um ambiente marcado por incertezas geopolíticas e volatilidade do comércio doméstico e internacional, apresentamos mais um trimestre com margens operacionais saudáveis. Apesar do momento mais desafiador para a aceleração do crescimento, continuamos a observar boa demanda nos negócios tradicionais, aliada às oportunidades nos negócios voltados à infraestrutura elétrica”, disse a empresa em sua divulgação de resultados.

“Seguimos confiantes em nossa visão de longo prazo, que, aliada à busca constante por eficiência operacional, contribui para nosso crescimento contínuo e sustentável”, afirmou a administração.

Indicadores-chave da WEG

  • Retorno sobre capital investido: 32,4% (vs. 32,9% no 2T25 e 37,1% no 3T24)
  • Lucro por ação (LPA): R$ 0,39337 (+3,7% no trimestre e +4,5% na comparação com 3T24)
  • Receita acumulada em 2025: R$ 30,56 bilhões (+12,5% sobre 2024)

 

China e UE realizarão conversas sobre controle de exportações em Bruxelas

 

O ministro do Comércio da China, Wang Wentao, e o comissário do Comércio da União Europeia (UE), Maros Sefcovic, realizaram uma videoconferência nesta terça-feira para discutir questões econômicas e comerciais chave entre ambas as partes, como controles de exportação e o caso antissubsídio europeu contra Pequim em veículos elétricos, informou uma nota oficial publicada pela pasta chinesa.

O ministério da China informa que as duas partes concordaram em realizar uma reunião do mecanismo de diálogo de controle de exportação “atualizado” China-UE em Bruxelas “o mais rápido possível”.

“A China está disposta a trabalhar com a UE para implementar ativamente o consenso econômico e comercial alcançado pelos líderes da China e da UE e promover o desenvolvimento saudável e estável das relações econômicas e comerciais”, afirma.

Em relação aos controles de exportação de terras raras, o texto menciona que as medidas recentes da China são “um passo normal na melhoria de seu sistema de controle de exportação” de acordo com leis e regulamentos, demonstrando a responsabilidade chinesa como um grande país na manutenção da paz e estabilidade mundial.

Sobre a questão da Nexperia, Wentao disse que a China se opõe firmemente à generalização do conceito de “segurança nacional” e espera que a UE desempenhe um papel construtivo importante.

Segundo ele, Pequim insta os Países Baixos a aderirem ao espírito de contrato e princípios de mercado, e a proporem uma solução adequada rapidamente.

China aposta em alta tecnologia como estratégia geopolítica

 Bandeira da China – Wikipédia, a enciclopédia livre

Partido Comunista se reúne em Pequim para decidir os rumos da economia chinesa pelos próximos cinco anos. Diante da atual situação geopolítica, consumo interno deve continuar em segundo plano.Aproximadamente 200 membros do Comitê Central do Partido Comunista Chinês se reúnem nesta semana em Pequim para a quarta sessão plenária do órgão. O encontro a portas fechadas de 20 a 24 de outubro tem no topo da agenda a discussão do próximo plano quinquenal, pensado para o período de 2026 a 2030 e com aprovação oficial prevista para o início do ano que vem.

Os planos quinquenais têm uma longa tradição, que remonta quase à fundação da República Popular da China, com o primeiro vigorando de 1953 a 1957. O próximo será o décimo quinto desses programas, cujo objetivo é regular o desenvolvimento econômico chinês em nível nacional.

Atualmente, há muitos problemas estruturais na economia chinesa que precisam ser resolvidos. Durante décadas, a segunda maior economia do mundo foi impulsionada pelo comércio exterior e pelo investimento em infraestrutura, ao tempo que o terceiro pilar — o consumo interno — foi constantemente negligenciado.

“Se observarmos os últimos anos, ainda vemos um crescimento de dois dígitos no investimento no setor manufatureiro”, afirma Alexander Brown, analista do think tank Instituto Mercator de Estudos da China (Merics), com sede em Berlim. “No entanto, os setores de serviços não estão recebendo tanto dinheiro. Essa é a razão do clima bastante pessimista entre os consumidores chineses. Mesmo assim, Pequim deverá continuar priorizando os gastos com política industrial, dada a atual situação geopolítica e o objetivo de resiliência da China.”

Foco na competição geopolítica

Essa resiliência — a de sua própria economia — é muito importante para Pequim. Tal meta ganha ainda mais apoio após episódios como o de dias atrás, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou novamente impor tarifas massivas sobre importações vindas da China e endurecer as restrições à exportação de produtos essenciais de alta tecnologia. Pequim vê isso como prova de que tais preocupações são justificadas.

Chen Bo, pesquisador no Instituto do Leste Asiático da Universidade Nacional de Singapura, explica que os chineses atualmente se preocupam mais com a competição geopolítica do que com problemas estruturais. “O novo plano quinquenal dará forte ênfase à promoção da pesquisa de alta tecnologia e do desenvolvimento industrial. A manufatura continua sendo o fator mais importante para o poder político do país. Em caso de conflito, afinal, seria a manufatura, e não o setor de serviços, que teria extrema importância”, afirmou em entrevista à agência de notícias Reuters

Em um discurso em julho, o presidente Xi Jinping enfatizou que “o mundo está vivenciando as mudanças mais profundas em um século, com a revolução científica e tecnológica e a competição entre as grandes potências se tornando cada vez mais interligadas”. Na ocasião, ele também reiterou seu objetivo de que a China assuma uma posição de liderança estratégica na competição científica e tecnológica global.

O país já ascendeu à vanguarda global em áreas como eletromobilidade e energias renováveis. Com exceção de alguns setores — como semicondutores e aviação comercial —, a China concentra quase toda a sua cadeia de suprimentos dentro de suas fronteiras. Pequim também tem aumentado continuamente seus investimentos em indústrias de alta tecnologia, a fim de fortalecer ainda mais sua soberania econômica e reduzir ainda mais sua dependência.

Quando o consumo será contemplado?

A China, contudo, não abandonou completamente os esforços para resolver seus problemas estruturais. Em uma reunião em setembro, o Congresso Nacional do Povo discutiu como aumentar a renda disponível das famílias e, consequentemente, a participação do consumo na economia. Atualmente, o consumo privado na China representa cerca de 40% da produção econômica, muito menos do que a média de 60% nos países ocidentais. Nos EUA, essa participação chega a 70%. Alguns think tanks chineses propõem aumentar o consumo privado para 50% em dez anos.

Nos últimos meses, Pequim já anunciou diversas medidas neste sentido, tais como subsídios ao consumo, aumentos de aposentadorias e auxílios para cuidados de crianças, além de modestas melhorias na seguridade social. Para o analista Alexander Brown, do Merics, está claro que tais ações foram praticamente “forçadas” diante de problemas como a mudança demográfica, excesso de capacidade produtiva e queda nas exportações. “Acredito que medidas desse tipo – ainda que não muitas – continuarão a surgir repetidamente nos próximos cinco anos. ”

Larry Hu, economista-chefe para a China do Macquarie Group, afirma que somente em um modelo de crescimento orientado pelo consumo poderiam ser criado empregos suficientes em setores de serviço altamente qualificados e bem remunerados, para os quais milhões de jovens chineses foram treinados. “Se depender exclusivamente da demanda externa, sem estimular o consumo interno, a China enfrentará desemprego e deflação. Se essa situação durar apenas um ou dois anos, é suportável. Mas a longo prazo, ela definitivamente causará problemas”, disse à Reuters.

No entanto, Larry Hu acredita que Pequim só considerará estimular o consumo interno quando a demanda externa cair de forma tão acentuada a ponto de comprometer suas metas de crescimento.

Primeiro o topo do mundo; depois o consumo interno

Com os motores de exportação e infraestrutura vacilantes, impulsionar o consumo interno é mais urgente do que nunca. Mas isso não é nada barato, especialmente em um momento em que a margem de manobra fiscal de Pequim já é limitada devido à crise imobiliária, à alta dívida e à menor taxa de crescimento.

De acordo com o Citigroup, um dos principais bancos americanos, o governo chinês precisaria investir 20 trilhões de yuans (aproximadamente R$ 15 trilhões) nos próximos cinco anos para lidar efetivamente com o desequilíbrio entre oferta e demanda na economia chinesa. Essa quantia corresponde a 15% do Produto Interno Bruto chinês em 2024.

Alexander Brown prevê, portanto, que os governantes em Pequim provavelmente darão continuidade à sua atual estratégia econômica. “Eles continuarão priorizando o investimento de recursos em setores tecnológicos, onde há chances de alcançar a liderança global. A expectativa é que essas conquistas gerem muito dinheiro. Esse dinheiro — ou melhor, a arrecadação fiscal resultante — poderá então ser distribuído por todo o sistema econômico.”

Paralisação nos EUA deixa 60 mil profissionais da segurança aérea sem salário

 

Os 60.000 homens e mulheres responsáveis por manter os céus dos Estados Unidos seguros ficaram sem receber seus salários em função da paralisação do governo.

Sem um acordo de financiamento no horizonte, muitos serão forçados a recorrer às economias, a acumular dívidas no cartão de crédito ou a aceitar empregos de meio período para sobreviver, disseram vários funcionários federais.

A paralisação já dura três semanas e se aproxima rapidamente do momento em que dezenas de milhares de funcionários públicos que mantêm as filas de segurança em movimento e o tráfego aéreo seguro perderão o salário integral. Esses trabalhadores receberam seus últimos salários em meados de outubro, e esses cheques estavam com até dois dias de pagamento faltando.

“As pessoas estão dizendo: ‘Bem, quando eu sair do trabalho, vou usar o Uber, o DoorDash, o Lyft ou algo assim porque preciso colocar comida na mesa e tenho uma criança em casa'”, disse Neal Gosman, tesoureiro da Federação Americana de Funcionários do Governo Local 899 em Minnesota, um sindicato que representa os trabalhadores da Administração de Segurança nos Transportes (TSA, na sigla em inglês).

Gosman, que também trabalha meio período como agente de segurança de transportes, além de suas funções sindicais, disse que recebeu cerca de 60% de seu salário normal da TSA no último contracheque, mas que um colega de trabalho ganhou apenas US$ 6,34.

Na quinta-feira, muitos controladores de tráfego aéreo serão notificados sobre quanto receberão na terça-feira da semana que vem. Muitos não esperam por pagamento algum.

A autoridade que opera o Aeroporto Internacional de Minneapolis-St. Paul planeja instalar uma plataforma para fornecer alimentos não perecíveis aos funcionários federais, como fez durante a paralisação do governo em 2018-19, de acordo com o porta-voz John Welbes. Se a paralisação se estender até novembro, a autoridade está considerando oferecer almoços embalados.

Mas isso não será suficiente. Um agente da TSA no Aeroporto de Dallas-Fort Worth, que pediu para ser identificado apenas como M., disse que fará um empréstimo de US$3.000 para ajudar a cobrir suas despesas.

“O empréstimo será para pagar as prestações do carro e o novo apartamento, porque não posso mais pagar o atual por causa de tudo o que está acontecendo”, disse M., que não quis ter seu nome completo divulgado devido a preocupações sobre ser demitido por se manifestar.

Em 2019, durante uma paralisação de 35 dias, o número de faltas de controladores de tráfego aéreo e agentes da TSA aumentou devido ao atraso nos salários, o que aumentou o tempo de espera dos passageiros nos pontos de controle do aeroporto.

As autoridades foram forçadas a reduzir o tráfego aéreo em Nova York, o que pressionou os legisladores a encerrar rapidamente o impasse.

No 31º dia de paralisação, 10% dos funcionários da TSA ligaram dizendo que estavam doentes — o triplo da taxa normal de ausência.

Na semana passada, o Departamento de Transportes dos EUA divulgou informações sobre como fazer doações de alimentos, roupas e outros itens para os mais de 50.000 agentes da TSA em todo o país, que ganham em média US$40.000 por ano. As diretrizes determinam que doações como donuts, pizza e café são permitidas, mas não em dinheiro, e que as pessoas nunca devem fazer doações em um posto de controle.

Os colegas republicanos do presidente dos EUA, Donald Trump, detêm maioria em ambas as casas do Congresso, mas precisam de pelo menos sete votos democratas para aprovar um projeto de lei de financiamento no Senado.

Os democratas defendem a continuidade e a expansão dos subsídios para pessoas que compram planos de saúde por meio do Affordable Care Act (Lei de Assistência Médica Acessível). Outra votação para aprovar um projeto de lei de gastos do governo é esperada para quinta-feira.

“Estou mais decepcionado por não haver negociações verdadeiras acontecendo”, disse outro agente da TSA em Dayton, Ohio, acrescentando que não entende por que o Congresso está jogando “xadrez político” com seu salário.

China supera EUA como principal parceiro comercial da Alemanha

 

A China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial da Alemanha nos primeiros oito meses de 2025, recuperando o primeiro lugar uma vez que as tarifas mais altas pesaram sobre as exportações alemãs para os Estados Unidos, mostraram dados preliminares do escritório de estatísticas alemão.

As importações e exportações alemãs com a China totalizaram 163,4 bilhões de euros de janeiro a agosto, enquanto o comércio com os EUA totalizou 162,8 bilhões de euros, de acordo com cálculos da Reuters.

Contêineres no Porto de Nanjing, na província de Jiangsu, no leste da China – AFP


Maior parceiro da Alemanha passa de EUA para China

Os EUA foram o principal parceiro comercial da Alemanha em 2024, encerrando uma sequência de oito anos para a China. A mudança ocorreu quando a Alemanha procurou reduzir sua dependência da China, com Berlim citando diferenças políticas e acusando Pequim de práticas injustas.

No entanto, a dinâmica comercial mudou novamente este ano, com o retorno de Donald Trump à Casa Branca e suas tarifas.

As exportações alemãs para os Estados Unidos caíram 7,4% nos primeiros oito meses do ano em comparação com 2024, para 99,6 bilhões de euros. Em agosto, as exportações para os EUA tiveram queda de 23,5% em relação ao ano anterior, mostrando que a tendência está acelerando.

“Não há dúvida de que a política tarifária e comercial dos EUA é uma razão importante para o declínio nas vendas”, disse Dirk Jandura, presidente da associação de comércio exterior BGA.

Jandura disse que a demanda dos EUA por produtos clássicos de exportação alemã, como carros, máquinas e produtos químicos, recuou.

Com a ameaça contínua de tarifas e o euro mais forte, é improvável que as exportações alemãs para os EUA se recuperem tão cedo, disse Carsten Brzeski, chefe global de macro do ING.

Bandeiras da China e dos Estados Unidos
Bandeiras da China e dos Estados Unidos – Foto: AFP (Crédito:AFP)

Aumento das importações da China

As exportações para a China caíram de forma ainda mais acentuada do que as exportações para os Estados Unidos, recuando 13,5% nos primeiros oito meses de 2025 em relação ao ano anterior, para 54,7 bilhões de euros.

Em contrapartida, as importações da China aumentaram 8,3%, para 108,8 bilhões de euros.

“O novo boom de importações da China é preocupante”, disse Brzeski. “Especialmente porque os dados mostram que essas importações são feitas a preços de dumping.”

Ele alertou que isso não só aumentou a dependência alemã em relação à China, mas também pode aumentar o estresse em setores importantes nos quais a China se tornou um grande rival.

“Na ausência de dinamismo econômico no país, alguns na Alemanha podem agora estar preocupados com quaisquer mudanças nos mercados mundiais”, disse o economista do Berenberg Salomon Fiedler.

China e Estados Unidos travam uma guerra comercial com tarifas de importação elevadas – AFP

PlatôBR: os planos B e C de Haddad caso o Congresso não aprove pacote para tapar rombo

 

 

Antonio Temóteo - do PlatôPRi


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou claro nesta terça-feira, 21, que já tem um plano B e um plano C caso o Congresso não aprove os dois projetos de lei enviados pelo governo para tentar reduzir despesas e elevar receitas.

Os textos em parte repetem o conteúdo da medida provisória nº 1.303, derrubada pela Câmara, que tributava aplicações financeiras. O objetivo do governo é tapar o rombo de cerca de R$ 35 bilhões aberto pela derrubada da MP.

+ O que está na mesa de Haddad

O plano B prevê o contingenciamento de emendas parlamentares em 2025 e 2026. Segundo Haddad, o número de R$ 7 bilhões previsto inicialmente por técnicos do governo está subestimado e o congelamento dos recursos que os parlamentares distribuem para os estados pode ser ainda maior.

O plano C do ministro da Fazenda prevê reeditar no próximo ano uma MP com as propostas que agora reenvia ao Congresso na forma de projeto de lei. Como a MP 1.303 caducou, não pode ser reeditada no mesmo ano. Em 2026, entretanto, isso pode ser feito.

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