sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Agronegócio terá espaço para vitrine de soluções sustentáveis na COP30

 

São Paulo, 24 – O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vai estar presente na AgriZone, um dos espaços de discussão da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) para debater sobre sustentabilidade. A programação será realizada de 10 a 21 de novembro, das 10h às 18h, com entrada gratuita.

Com coordenação da Embrapa, a proposta é reunir iniciativas voltadas à agricultura sustentável, segurança alimentar e descarbonização da produção.

De acordo com o Ministério, a AgriZone vai abrigar aproximadamente 400 eventos, com painéis, exposições, experiências gastronômicas e culturais, além de vitrines de soluções tecnológicas e práticas agroambientais de baixo carbono.

As atividades incluem painéis e encontros que discutem desde políticas públicas de mitigação de emissões até experiências práticas de restauração produtiva e bioeconomia.

Fávaro anuncia que Malásia abriu mercado para 6 produtos do Brasil

 Veja quem é Carlos Fávaro, futuro ministro da Agricultura ...

Brasília, 24 – O Brasil poderá exportar seis novos produtos agropecuários para a Malásia. A abertura de mercado foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, após reunião bilateral no Ministério da Agricultura da Malásia em Kuala Lumpur durante a missão presidencial ao país asiático.

“Seis mercados abertos, a retomada importante da exportação do frango brasileiro e novas oportunidades para o setor produtivo e para a população brasileira”, afirmou Fávaro em vídeo nas redes sociais.

De acordo com o ministro, o Brasil poderá exportar pescados extrativos e de cultivo para o mercado malaio.

O país autorizou ainda a entrada de gergelim e ovo em pó do Brasil.

A Malásia também liberou a importação de melões do Ceará e do Rio Grande do Norte e de maçãs do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Além das aberturas de mercados, a Malásia vai retomar a importação de frango brasileiro, embarques que estão suspensos desde 16 de maio quando o Brasil registrou um caso de gripe aviária em plantel comercial.

“Retomamos o comércio de carne de frango em apenas 3 meses, um processo que poderia levar 12 meses conforme prevê o protocolo e já nesse curto espaço de tempo conseguimos concluir”, disse Favaro.

Como mostrou o Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a flexibilização do protocolo de exportação de frango era uma das prioridades do governo brasileiro na comitiva.

A Malásia também confirmou ao governo brasileiro a realização de uma auditoria em novembro em 16 frigoríficos de carne suína para habilitação para exportações. Atualmente, dois frigoríficos estão aptos a exportar carne suína ao país do Sudeste Asiático.

Filandesa Wärtsilä fecha contrato com Âmbar para operação e manutenção de térmicas

 Âmbar Energy

A finlandesa Wärtsilä assinou com a Âmbar Energia, braço de geração de energia do grupo J&F, um contrato de operação e manutenção de cinco anos para três usinas térmicas localizadas em Manaus, que somam 92 megawatts (MW) produzidos por cinco motores Wärtsilä 50SG, informou a companhia em nota nesta sexta-feira, 24.

Recém-convertidas para operar exclusivamente a gás natural – caso único no País, segundo a Wärtsilä -, as plantas passarão a ser administradas sob um modelo de remuneração atrelado ao cumprimento de metas claras de desempenho, garantindo disponibilidade e confiabilidade ininterruptas.

“Este acordo baseado em resultados com a Âmbar Energia garante que alcançaremos juntos objetivos comuns, o que nos aproxima um passo mais das nossas metas de descarbonização. O acordo garante benefícios mútuos e uma responsabilidade clara”, disse em nota o diretor de Negócios de Energia da Wärtsilä Energy, Gaston Giani.

A fornecedora finlandesa ficará responsável pelo gerenciamento de prognóstico da manutenção e pelo suprimento de peças, o que, na prática, maximiza o tempo de atividade dos motores e mantém custos operacionais previsíveis, segundo a companhia.

Para o diretor de operações da Âmbar Energia, Fábio Bindermann, “o acordo visa criar valor para o nosso negócio por meio do aumento da eficiência operacional, da redução de custos e da conformidade regulamentar.”

Com 43 unidades de geração espalhadas pelo País, a Âmbar é hoje a quarta maior produtora de energia a gás natural do Brasil e também atua em fontes hídrica, solar, biomassa, carvão e biogás. Já a Wärtsilä soma 79 gigawatts (GW) instalados e 130 sistemas de armazenamento em 180 países, oferecendo soluções que combinam flexibilidade e suporte à descarbonização do setor elétrico, de acordo com a companhia.

Prévia da inflação: Alimentos têm deflação pelo 5º mês seguido; veja maiores quedas do ano

 

Os alimentos foram considerados os grandes vilões da inflação no primeiro semestre do ano. Agora, porém, têm dado uma contribuição importante para a desaceleração da alta dos preços gerais da economia nacional.

Pelo quinto mês consecutivo, os alimentos registram deflação, conforme dados do IPCA-15 divulgados hoje pelo IBGE, considerados a prévia da inflação para o mês de outubro. Enquanto o indicador geral registrou uma alta de 0,18%, os preços dos alimentos recuaram 0,02%.

Os alimentos que tiveram as maiores quedas nos 15 primeiros dias de outubro foram pepino (-24,4%), abobrinha (-20,8%), morando (-15,6%), peixe castanha (-12,7%) e o pimentão (-9,5%). Já as maiores altas ficaram por conta da valorização do maracujá (+21,5%), limão (+16%), laranja lima (+10,7%), banana maçã (+8,7%) e banana d’água (+7,6).

Produtos que foram símbolos da alta dos preços dos alimentos há alguns meses, hoje, tem dado uma contribuição menor. O preço do café moído, por exemplo, teve uma alta de apenas 0,4% nos primeiros 15 dias de outubro. Já o azeite de oliva, outro item que havia disparado de preços, na primeira quinzena de outubro, caiu 2%.


Alimentos

Inflação em 12 meses

Apesar dos preços dos alimentos terem entrado em uma trajetória de queda desde junho, no acumulado dos últimos 12 meses a situação é diferente. Enquanto a prévia da inflação oficial acumula uma alta de 4,94%, a inflação dos alimentos é de 6,26%.

Os produtos que mais subiram de preços no acumulado dos últimos 12 meses foram café moído (+53,1%), abobrinha (+42,9%), pimentão (+36,2%), tomate (+28,2%) e café solúvel (+26,5%). Os alimentos que mais caíram de preço no mesmo período foram a batata inglesa (-39,2%), feijão preto (-32,2%), cebola (-27,2%), pepino (-27%) e arroz (-22,5%).

“Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,94%, menor do que os 5,32% registrados em setembro, mas ainda bem acima da meta de inflação, que é de 3%. Na nossa visão, o cenário segue desafiador, especialmente no segmento de serviços subjacentes, que exclui itens mais voláteis, como passagens aéreas. Embora tenha desacelerado de 6,7% em setembro para 6,3% em outubro, a inflação dessa categoria segue em patamar elevado”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank .

Alimentos em 2025

Considerando apenas o que aconteceu em 2025, a situação é mais equilibrada. Segundo o IBGE, o IPCA-15 deste ano até outubro está em alta de 3,94%, enquanto os preços dos alimentos apresentam uma valorização de 3,34%.

Os alimentos que mais subiram de preço em 2025 foram a abobrinha (+48,2%), o café moído (+44,5%), pimentão (+42,9%), manga (+34,9%) e o tomate (+27,1%). As maiores quedas do ano ficam por conta do abacate (-56,5%), da laranja lima (-40,6%), da batata inglesa (-34,1%), feijão preto (-31,5%) e da laranja pera (-27,6%).

“Nossa avaliação é que, até o início de 2026, a inflação projetada pelo Banco Central para o horizonte relevante estará em linha com a meta. Isso deve levar a autoridade monetária a iniciar o ciclo de cortes de juros a partir de janeiro de 2026, reduzindo a taxa Selic para 11,0% em dezembro de 2026”, disse Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.

Agtech Produzindo Certo capta R$ 20,7 mi para ampliar monitoramento de fazendas

São Paulo, 24 – A Produzindo Certo, agtech que monitora práticas sustentáveis em fazendas, captou R$ 20,7 milhões em rodada de investimento liderada pelos fundos Arar Capital e SP Ventures, com participação do The Yield Lab (TYL), SLC Ventures e Agroven, informou a companhia nesta sexta-feira. Os recursos serão aplicados na ampliação da base de fazendas monitoradas, reforço às áreas comercial e de tecnologia, e expansão de parcerias com o setor financeiro.

A empresa, criada em 2019 como spin-off da ONG Aliança da Terra, monitora atualmente cerca de 8,5 milhões de hectares e 10 mil fazendas no País. A plataforma integra dados sobre uso do solo, conformidade ambiental, rastreabilidade e indicadores de sustentabilidade nas cadeias de soja, milho, carne e couro. “Essa rodada nos permite acelerar nosso impacto e transformar dados em valor e soluções reais para o campo”, afirmou a cofundadora e CEO da Produzindo Certo, Aline Locks, em comunicado.

A carteira de clientes inclui Unilever, Nestlé, ADM, Louis Dreyfus Company (LDC), Brasilseg (BB Seguros) e Bunge. “Nossa plataforma conecta o campo às decisões corporativas e financeiras, oferecendo dados confiáveis sobre conformidade, riscos e resultados socioambientais. É a base para um agro mais competitivo, regenerativo e rastreável”, disse o cofundador e diretor de Operações, Charton Locks.

Com os novos recursos, a agtech planeja intensificar a busca por parcerias com bancos e seguradoras que utilizam seus dados para crédito verde, seguros e investimento de impacto. A estratégia pretende consolidar a Produzindo Certo como o principal hub de inteligência socioambiental do agro latino-americano.

A companhia lidera programas coletivos de impacto, como o Reg.IA, consórcio de agricultura regenerativa da América Latina, e o Bov.IS, de pecuária sustentável, que reúnem produtores, indústrias e instituições financeiras para medir e valorizar práticas regenerativas. A plataforma também é utilizada na geração de créditos RTRS (Round Table on Responsible Soy), com mais de 5 milhões de toneladas de soja e milho certificados destinados a compradores globais, além de dezenas de milhares de créditos de couro sustentável para a indústria da moda.

 

Maior ameaça para empresas são as companhias que vão ‘nascer com IA’, diz CEO da Zenvia

 

Para o CEO da Zenvia, Cassio Bobsin, companhia brasileira de tecnologia listada na Nasdaq, a Inteligência Artificial (IA) deve mudar drasticamente o ambiente competitivo das companhias – e não somente no seu ramo.

A tese é de que novas empresas ‘AI first’ vão nascer nos próximos anos e, com todos os seus fluxos desenhados do zero visando agregar IA nos processos, serão exponencialmente mais eficientes e competitivas do que as empresas atuais, que nasceram antes da popularização e da ampla adesão da tecnologia.

“A maior ameaça para as empresas de hoje é como, quando, qual vai ser a empresa que vai surgir ‘AI first’ e que vai ser muito melhor do que a sua empresa – porque ela vai nascer já resolvendo a maior parte dos seus problemas sabendo o que IA é melhor para esses problemas, e ela vai ser então muito mais eficiente e talvez seja melhor e mais barata para o cliente”, explica.

A visão de Cassio Bobsin é de que Inteligência Artificial ‘não é só uma tecnologia’, e fará as corporações mudarem o jeito como se estruturam e alterar organizações e processos de resolução de problema.

A fala vai em linha com o que especialistas de IA tem comentado, citando que é algo que não deve ser compreendido apenas como mais um item no universo de um ferramental, mas como algo mais relevante e que deve estar 100% integrado nos processos das empresas.

A Zenvia, que é focada na prestação de serviços para comunicação entre empresas e clientes, destaca que tem redesenhado alguns de seus produtos usando IA em um passado recente.

“Nos últimos anos a adoção de tecnologia para automação de atendimento ou vendas foi a partir de um modelo replicado de call center, de script. Você digita um código de 1, 2 ou 3, tem regras bem estruturadas. As pessoas não gostam disso. As pessoas querem falar com alguém que parece ter uma linguagem humana. Hoje a tecnologia de IA generativa já permite fazer agentes que têm uma linguagem muito compreensível, fácil, adaptada e com muita capacidade cognitiva.”

Desafio para techs brasileiras é o custo do dinheiro

A companhia foi fundada em em meados de 2003 em Porto Alegre (RS) e atualmente figura no seleto panteão de companhias de tecnologia brasileira que prosperaram e conseguiram aumentar sua capilaridade para outros países.

Cassio Bobsin relata que um dos principais fatores que faz com que tenhamos poucas gigantes brasileiras de tecnologia é o ambiente macroeconômico – com custo de capital elevado, os brasileiros podem errar muito menos do que os gringos e têm de ter mais parcimônia ao adotar alguma estratégia de queima de caixa.

“O maior desafio para as techs brasileiras é o custo do dinheiro. É muito caro captar aqui no Brasil. O retorno esperado para investidores é muito alto. Se você vai tentar usar dívida, é muito difícil conseguir uma estrutura de garantias. Então, não tem espaço para errar”, avalia.

O cenário fez com que a companhia tivesse de manter uma estrutura mais enxuta e sustentável desde o dia 1, priorizando sempre geração de caixa e com uma estrutura financeiramente sustentável.

O que faz a Zenvia

A Zenvia é líder de mercado na América Latina e tem sua operação principal seja no Brasil. O core business da empresa é fornecer uma plataforma de experiência do cliente (CX) e relacionamento, operando com Software as a Service (SaaS), com soluções ponta-a-ponta para que empresas gerenciem a jornada do cliente (marketing, vendas, atendimento) através da plataforma “Zenvia Customer Cloud”, e Communication Platform as a Service (CPaaS), Fornecendo APIs (interfaces de programação) que permitem às empresas integrar canais de comunicação (como SMS, WhatsApp e Voz) em seus próprios sistemas.

A empresa é listada na Nasdaq desde 2021. Seu valor de mercado fica na casa dos US$ 73 milhões. No seu resultado mais recente, referente ao segundo trimestre de 2025, a receita total consolidada foi de R$ 285,7 milhões.

Haddad diz que prefere ‘pecha de quem está gastando demais do que de caloteiro’

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 24, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudia o “calote” que foi dado nos precatórios pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, acrescentando que prefere ficar com a “pecha de quem gastou demais do que de caloteiro”.

Falando em seminário sobre precatórios do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Haddad afirmou que o governo está tentando resolver o problema fiscal de forma sustentável e disse que o Executivo federal decidiu ficar de fora de uma emenda constitucional que permitiu restringir o pagamento desses títulos judiciais por parte de Estados e municípios.

“Essa emenda recém-promulgada, quero dizer que a única participação da Fazenda foi pedir para não mexer nos precatórios federais. Ou seja, nós repudiamos o calote que foi dado no governo anterior e não queremos seguir esse caminho”, disse o ministro no evento.

“A União ficou de fora e não quer participar desse tipo de coisa, até porque ela tem a capacidade de financiamento que os entes federados não têm.”

A PEC também determinou que os precatórios da União deverão ser gradualmente incluídos no cálculo da meta fiscal a cada ano, a partir de 2027, começando com pelo menos 10% do valor estimado. Todos os precatórios deverão ser contabilizados no prazo máximo de dez anos.

A emenda constitucional, que Haddad chamou de “ilegal, inconstitucional e irracional”, está sendo alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2021, no governo Bolsonaro, o Congresso aprovou PEC que limitava o pagamento dos precatórios da União até 2026, o que gerou um acúmulo de passivos. No fim de 2023, o governo Lula editou medida provisória abrindo um crédito extraordinário para pagar os precatórios atrasados, em despesa que não impactou as regras fiscais.

Haddad fez nesta sexta uma defesa do equilíbrio fiscal, afirmando ao mesmo tempo que ele precisa ser alcançado de forma sustentável e respeitando a Constituição e as decisões judiciais.

“Resolver o problema fiscal desse jeito, qualquer um resolve. Tem que resolver o problema fiscal de maneira sustentável, e é o que nós estamos procurando fazer”, afirmou.

“As pessoas não tiram da minha conta o que eu paguei da gestão anterior, colocam na minha conta. Mas eu paguei uma dívida do governo anterior que tinha que ser paga. Eu prefiro ficar com a pecha de quem está gastando demais do que com a pecha de caloteiro, é assim que eu funciono”, afirmou.

Haddad também reclamou da atuação antiética de alguns advogados, afirmando receber com frequência denúncias de litigância de má fé de profissionais que buscam dar acesso a seus clientes a programas e benefícios sociais sem que eles tenham direito a eles.

“Precisamos zelar pela coisa pública pelos dois lado, não adianta só culpar o Estado”, afirmou.