quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Axia, ex-Eletrobras, anuncia compra da Juno e passa a deter hidrelétrica Três Irmãos

 

A Axia Energia relatou nesta quarta-feira que assinou contrato para aquisição da totalidade das ações da Juno Participações e Investimentos, controladora (50,1%) da Tijoá Energia, por R$247 milhões, e passará a deter a usina hidrelétrica Três Irmãos.

A ex-Eletrobras já detinha participação de 49,9% no capital social da Tijoá Energia, concessionária responsável pela hidrelétrica Três Irmãos, localizada no município de Andradina (SP), no rio Tietê, e com capacidade instalada de 808 MW.

Usina Hidrelétrica Três Irmãos
Usina Hidrelétrica Três Irmãos – Foto: Divulgação (Crédito:Divulgação)


Axia consolida 100% da usina

“Com o acordo a Axia Energia passará a consolidar 100% da usina, regida pelo sistema de cotas, que atingiu em 2024 receita anual de R$320 milhões, EBITDA de R$136 milhões e sem dívidas, com prazo de concessão até 2044”, disse.

A hidrelétrica possui ainda estruturas já preparadas para a instalação de mais três unidades geradoras, possibilitando uma futura expansão de sua capacidade, acrescentou a companhia.

A transação põe fim aos litígios arbitrais e judiciais entre as partes, referentes ao controle da usina e que remontam a 2021, permitindo à companhia, além de assumir o controle da hidrelétrica, o levantamento de cerca R$390 milhões em depósitos judiciais relativos aos processos.

Eletrobras; ELET3; AXIA; Axia Energia; Elétrica

Mesmo sem dados de emprego, Fed deve fazer novo corte de juros nos EUA hoje

 

O Federal Reserve deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 29, mesmo com base em dados limitados que, no entanto, mantiveram as preocupações sobre a força do mercado de trabalho no foco.

Economistas consultados pela Reuters foram quase unânimes em esperar que o banco central dos Estados Unidos reduza sua taxa básica de juros para a faixa de 3,75% a 4,00% ao final de sua reunião nesta quarta.

Mas essa é uma decisão que se baseia, pelo menos em parte, na inércia, e não na base sólida de dados que as autoridades do Fed gostam de dizer que usam para definir a política monetária.

A paralisação do governo federal, agora em seu 29º dia, significa que o banco central dos EUA não recebeu o relatório oficial de emprego referente ao mês de setembro, um dado importante para sua discussão no momento em que as autoridades se concentram na força das contratações e na evolução da força de trabalho sob as políticas de imigração mais rígidas do presidente Donald Trump.

Até agosto, o último mês para o qual o Escritório de Estatísticas do Trabalho publicou um relatório de empregos antes do início da paralisação em 1º de outubro, a taxa de desemprego vinha aumentando lentamente, passando de 4,0% em janeiro, quando Trump iniciou seu segundo mandato na Casa Branca, para 4,3%.

No entanto, o ritmo de contratações caiu drasticamente, com um declínio no número de pessoas nascidas no exterior em busca de trabalho ajudando a atenuar o que, de outra forma, poderia ter sido um aumento muito maior na taxa de desemprego.

Embora as autoridades do Fed achem que o mercado de trabalho permaneceu equilibrado entre a demanda e a oferta de trabalhadores, elas também estão preocupadas com a possibilidade de as empresas começarem a reduzir ainda mais as contratações ou recorrerem a demissões devido às preocupações com o crescimento econômico – um risco destacado pelos recentes anúncios de demissões na Amazon.com e um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego.

As agências de emprego ainda estão coletando e publicando dados semanais sobre pedidos de auxílio-desemprego, fornecendo um termômetro para a saúde do mercado de trabalho.

Um relatório final sobre a inflação em setembro, divulgado na semana passada por ordem da Casa Branca uma vez que ele é incluído no cálculo dos aumentos dos benefícios da Previdência Social, mostrou que o índice de preços ao Consumidor aumentou em um ritmo mais lento do que o esperado no mês passado.

A combinação de notícias relativamente positivas sobre a inflação e as preocupações contínuas com o mercado de trabalho significa que “não houve muita base para mudar as opiniões” desde que as autoridades indicaram em setembro que cortes de um 0,25 ponto percentual nos juros eram prováveis nas reuniões de 28 e 29 de outubro e 9 e 10 de dezembro, escreveu Steven Englander, chefe de estratégia macro da América do Norte no Standard Chartered.

Quando será a decisão do Fed

A decisão e o comunicado de política monetária do Fed serão divulgadas às 15h (horário de Brasília). O chair do Fed, Jerome Powell, dará coletiva de imprensa meia hora depois para discutir a reunião. O banco central não divulgará nenhuma projeção econômica atualizada nesta quarta-feira, dando mais ênfase aos comentários de Powell para obter informações sobre como eles percebem a economia e a provável trajetória da política monetária.

Tesouro Selic, IPCA+ ou prefixado: onde investir enquanto a Selic não cai

 

Em um contexto de juros altos, com a Selic no maior patamar em quase duas décadas, o mercado de renda fixa se mantém atrativo, com rendimentos expressivos aliados à segurança. Dentro da cesta de ativos disponíveis de títulos do Tesouro Direto o investidor deve dosar a alocação de acordo com perfil de risco e com os objetivos traçados – e ficar de olho na atual janela de oportunidades.

Como exemplo, o Tesouro IPCA+ tem ostentado retornos historicamente altos, remunerando os investimentos com a variação da inflação somado a um rendimento de 8%. O cenário é considerado ‘raríssimo’ por especialistas ouvidos pela IstoÉ Dinheiro, representando uma janela que pode ser fechar em breve.

Vale destacar que são títulos que sofrem com marcação a mercado e que chacoalham mais a depender de fatores econômicos. Todavia, são investimentos com uma rentabilidade previsível – ou seja, foram desenhados para serem carregados até o vencimento, e comprá-los e vendê-los no mercado podem gerar prejuízos.

“O Tesouro IPCA+ está oferecendo taxas reais, acima da inflação, muito atrativas, algo que não se via com tanta frequência nos últimos anos. Acredito que é uma opção robusta para o médio e longo prazo, desde que você tenha o horizonte de investimento compatível com o vencimento do título e aguente a volatilidade de curto prazo”, aponta Robson Casagrande, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Ele pontua, porém, que esse tipo esse tipo de investimento não é o mais indicado para objetivos de curto prazo.

Rendimento dos títulos Tesouro IPCA+
Rendimento dos títulos Tesouro IPCA+

Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, avalia que o Tesouro IPCA+ é uma boa oportunidade para investidores que tem um horizonte longo, aceitam o risco de manter o título até o vencimento e aceita o risco de manter o título até o vencimento.

“Se o investidor tem horizonte mais curto, ou quer flexibilidade, se preocupa muito com risco de os juros mudarem, outras alternativas podem ter mais ganhos ajustados ao risco, por exemplo, títulos pós-fixados como o Tesouro Selic têm menos risco de marcação a mercado, são mais líquidos e mais seguros se os juros caírem (por acompanharem a Selic) ou se as expectativas mudarem.”

‘Porto seguro da renda fixa’

O Tesouro Selic costuma ser mais indicado para investidores mais iniciantes ou que tenham uma menor tolerância ao risco. Mas em tempos de Selic a 15% ao ano, se mantém como uma excelente e segura opção, uma vez que a rentabilidade acompanha a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia.

“O Tesouro Selic (LFT) segue como o porto seguro da renda fixa. Ele é imune à marcação a mercado e garante que você acompanhe a taxa básica de juros dia a dia, sem surpresas. Mas para não ficar 100% exposto a um ativo que perde rentabilidade quando os cortes começarem, acredito que uma estratégia inteligente é iniciar uma diversificação gradual, alocando uma parcela em IPCA+ e prefixados, para travar taxas atrativas antes que o ciclo de baixa da Selic se consolide”, explica Casagrande, da GT Capital.

O título é pós-fixado, dado que sua rentabilidade depende de uma taxa que pode mudar ao longo do tempo, e sua dinâmica é inclusive comparável ao de investimentos como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de liquidez diária atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Isso faz com que, inclusive, a classe de ativo possa ser cogitada como opção para reserva de emergência.

 

Rendimento dos títulos Tesouro Selic
Rendimento dos títulos Tesouro Selic

Pré ou Pós-fixado?

A diferença entre as duas opções, é que, nos pré-fixados a taxa de juros é conhecida no momento da compra, com o investidor já sabendo exatamente quanto vai receber no vencimento, independentemente de como a economia se comportar. Geralmente são títulos vantajosos quando se espera que os juros caiam, porque o investidor garante uma taxa mais alta antes dessa redução.

Já os pós-fixados têm o rendimento atrelado a algum indicador que varia ao longo do tempo, e esse caso o retorno muda conforme esses indicadores se alteram. Eles são mais indicados quando há incerteza sobre o futuro dos juros ou da inflação, pois acompanham as oscilações da economia.

Patzlaff avalia que o momento atual é ‘uma boa hora para começar a investir em prefixados’.

“A taxa de juros está muito alta, com os prefixados você trava essa taxa hoje, capturando um prêmio elevado, e se no futuro a taxa cair, você já fechou um bom rendimento. No cenário de hoje com a perspectiva de que os juros possam cair o prefixado entrega um ganho potencial maior, mas é importante ter em mente que há o risco de marcação a mercado, então se você tem um horizonte alinhado com o vencimento do título e não irá resgatar antes, pode valer apena aplicar hoje.”

Casagrande, da GT Capital, diz que investir nos prefixados agora é uma aposta na trajetória futura dos juros. “Eles se valorizam quando a Selic cai mais rápido que o esperado pelo mercado. Na dúvida, a estratégia mais prudente é a ‘escada de vencimentos’. Aplicar pequenas quantias em títulos com vencimentos mais curtos (2 a 4 anos), que são menos sensíveis a mudanças de juros. Isso, sem dúvidas, reduz o risco e mantém capital disponível para aumentar a posição se as taxas subirem ainda mais ou quando o cenário de cortes estiver mais claro.”

Segundo o especialista, cada título pode cumprir uma função específica na formação de uma carteira.

“O Tesouro Selic atua como âncora de segurança, oferecendo liquidez imediata e proteção contra volatilidade, ideal para reservas de emergência e capital de oportunidade. O Tesouro IPCA+ garante a proteção do poder de compra no longo prazo, servindo como base para aposentadoria e metas inflacionárias enquanto o Tesouro Prefixado representa uma aposta tática na trajetória da taxa de juros, com potencial de ganho maior, porém acompanhado pelo risco de marcação a mercado”, analisa.

“Uma alocação conservadora exemplar em um momento de transição poderia distribuir 50% em Selic, 30% em IPCA+ e 20% em Prefixados, embora esses percentuais devam sempre ser ajustados ao horizonte de tempo e à tolerância ao risco de cada investidor”, acrescenta.

Mais de 3,2 milhões de investidores ativos

Com retornos atrativos, os investimentos no Tesouro Direto tem somado bilhões e mostrado uma entrada massiva de novos investidores.

A fundadora da SHS Investimentos, Adriana Ricci, comenta que esse cenário pode ser explica pela Selic alta e também pela segurança oferecida pela classe de investimentos.

“Na prática, o investidor encontra no Tesouro Direto uma alternativa segura, acessível e que rende mais do que a poupança, tradicional porta de entrada no mundo dos investimentos. O brasileiro está aprendendo que guardar dinheiro não significa deixar parado na conta. Investir no Tesouro Direto é uma forma de proteger o patrimônio e, ao mesmo tempo, conquistar objetivos de médio e longo prazo.”

Conforme o balanço mais recente do Tesouro Nacional, ao fim de setembro deste ano o total de investidores ativos – aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações – atingiu a marca de 3,2 milhões de pessoas, um aumento de mais de 60 mil investidores no mês. Em 12 meses, o aumento no número de investidores ativos foi de 20,4%.

No mês de setembro em questão foram realizadas 927 mil operações, totalizando R$ 6,86 bilhões.

O grupo de títulos mais demandado pelos investidores foi o indexado à taxa Selic (Tesouro Selic), que somou R$ 3,6 bilhões (51,8% das vendas).

Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+) totalizaram R$ 2,6 bilhões (38,1% do total), enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) totalizaram R$ 689,7 milhões (10,1% do total).

No mês o estoque do Programa fechou em R$ 195,3 bilhões, um aumento de 2,7% em relação ao mês anterior (R$ 190,2 bilhões) e de 36,5% sobre setembro de 2024 (R$ 143,1 bilhões).

Entenda o que é marcação a mercado

A marcação a mercado é um mecanismo que atualiza diariamente o valor dos títulos públicos, de acordo com as condições do mercado – ou seja, mostra o preço e a variação de um título que o investidor já tem. Com isso, alguns títulos podem ter variações tão intensas quanto (ou até mais) do que investimentos em renda variável, a exemplo do Tesouro IPCA+, gerando eventuais preocupações em investidores menos tolerantes à risco e oscilações.

Vale destacar que essa variação ocorre no preço do título, caso o investidor queira vendê-lo antes do vencimento,

Essa volatilidade nos preços no mercado secundário é o principal motivo pelo qual a marcação a mercado pode assustar quem tem baixa tolerância ao risco. Em momentos de alta dos juros, por exemplo, os títulos prefixados e atrelados à inflação tendem a perder valor. Muitos investidores, ao verem o saldo negativo momentâneo na tela, acreditam que tiveram prejuízo real – quando, na verdade, a perda só se concretiza se o título for vendido antes do vencimento.

Como exemplo, nesta semana as taxas do Tesouro Direto tiveram ampla queda por conta da aproximação entre Brasil e Estados Unidos após a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano Donald Trump. O encontro reduziu incertezas sobre as relações comerciais e derrubou as taxas dos títulos atrelados à inflação em toda a curva.

Antes da implantação da marcação a mercado, os títulos públicos eram registrados pelo chamado valor na curva, com o valor sendo calculado de forma previsível, sem refletir as oscilações diárias das taxas de juros – mecanismo que dava uma sensação de estabilidade, mas mascarava o verdadeiro risco dos papéis.

O investidor não via a variação real de preço e só descobria o impacto das mudanças de juros se precisasse vender o título antecipadamente.

A marcação a mercado para títulos do Tesouro passou a valer no Brasil em meados de 2023 após decisão da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Nvidia anuncia parceria com Nokia para plataforma pronta para 6G e assume fatia na empresa

 Jensen: 2,7 mil imagens, fotos e ilustrações stock livres de direitos |  Shutterstock

O CEO da Nvidia, Jensen Huang, anunciou uma parceria com a Nokia para a construção de uma plataforma de computação de telecomunicações pronta para 6G, o Nvidia Arc Aerial RAN Computer.

“Teremos uma plataforma nativa de inteligência artificial (IA), o Nvidia ARC – Aerial Ran Computing”, disse o executivo em um discurso de abertura da conferência GTC, em Washington. “Agradeço pela parceria com a Nokia”, afirmou.

A Nvidia e a finlandesa Nokia, uma das líderes em infraestrutura de telecomunicações, anunciaram nesta terça uma parceria estratégica para adicionar produtos AI-RAN de nível comercial com tecnologia Nvidia ao portfólio de RAN da Nokia, permitindo que provedores de serviços de comunicação lancem redes 5G-Advanced e 6G nativas de IA em plataformas Nvidia.

Pelo acordo, a Nvidia investirá US$ 1 bilhão na Nokia a um preço de subscrição de US$ 6,01 por ação, assumindo uma fatia de 2,9% na companhia finlandesa, segundo anúncio feito pelas empresas. O investimento está sujeito às condições habituais para conclusão do acordo.

A parceria marca um ponto de virada para o setor, abrindo caminho para o 6G nativo de IA ao levar a IA-RAN à inovação e comercialização em escala global, informou a Nvidia em comunicado divulgado paralelamente ao anúncio do CEO.

“Além disso, a parceria aborda o mercado de IA-RAN em rápido crescimento, representando uma oportunidade significativa dentro do mercado de RAN que deve ultrapassar US$ 200 bilhões acumulados até 2030, de acordo com a empresa de análise Omdia”, citou o comunicado da Nvidia.

No discurso, Huang falou ainda que a unidade de processamento gráfico (GPU) foi inventada para solucionar problemas que computadores normais não conseguem.

Huang também enalteceu a importância de bibliotecas CUDA-X. “Aceleração da computação começa com bibliotecas CUDA-X”, disse o executivo. CUDA-X é um conjunto de bibliotecas e ferramentas para computação acelerada GPUs.



Haddad diz que eventual perda de arrecadação com isenção do IR é ‘facilmente ajustável’

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 28, que, se necessário, o governo pode enviar ao Congresso Nacional uma proposta complementar ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais para evitar perda de arrecadação e garantir a neutralidade fiscal da medida.

“Em caso de confirmação de um déficit um pouco maior do que a Fazenda estima, em R$ 1 bilhão, R$ 2 bilhões, o Senado pode dar a sua contribuição aprovando um projeto complementar, para não colocar em risco a neutralidade fiscal do projeto que pode ser apreciado essa semana”, disse Haddad em entrevista a jornalistas na Fazenda, após reunião com o relator do projeto no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL).

Haddad afirmou que a pasta está analisando projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, que estimam perda de arrecadação de R$ 1 bilhão, valor que ele disse ser “facilmente ajustável”, em comparação com cálculos da Fazenda, que preveem queda de receita em torno de R$ 4 bilhões.

“Na pior das hipóteses, estamos muito próximos do equilíbrio. Vamos julgar a conveniência de, eventualmente, um projeto complementar”, afirmou. “A depender desse batimento de número, nós levaremos à consideração dele (Calheiros) uma possibilidade de um complemento até o final do ano para regular a matéria e deixar o projeto 100% neutro.”

O projeto da isenção do IR foi aprovado na Câmara no início deste mês.

Cronograma e cenários

Calheiros afirmou que discutirá com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e líderes partidários a possibilidade de apresentar seu relatório ainda nesta semana.

“Vou avaliar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com os líderes partidários se é melhor apresentarmos o relatório nesta semana, porque aí discutiremos na comissão, votaremos na comissão e mandaremos para o plenário, podendo votar no mesmo dia, ou se deixamos para votar na próxima semana”, disse.

Ele disse também que analisa cinco cenários diferentes de tramitação, afirmando desejar que o projeto vá do Senado direto para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre esses possíveis cenários, ele destacou a elaboração de emendas de redação, a supressão de matérias, desmembramento da proposta e a votação do texto como está, com o envio de projeto apreciado no Senado imediatamente para a Câmara dos Deputados após alterações.


Amazon deve demitir cerca de 30 mil funcionários

 


Imagem destaque: Amazon deve demitir cerca de 30 mil funcionários




 A partir desta terça-feira (28), a Amazon deve demitir 30 mil funcionários corporativos. Segundo a Reuters, os cortes ocorreriam em meio ao trabalho da empresa para reduzir despesas e compensar contratações ocorridas no pico de demanda gerada pela pandemia. O número representa uma pequena porcentagem do total de 1,55 milhão de trabalhadores da Amazon, mas quase 10% dos cerca de 350 mil funcionários corporativos da empresa. Se confirmadas, serão as maiores demissões da varejista desde o final de 2022, quando 27 mil pessoas foram dispensadas. As demissões desta semana devem atingir setores como recursos humanos, dispositivos, serviços e operações. 

Governo dos EUA anuncia acordo bilionário para gerar energia nuclear para a IA

 

O governo dos Estados Unidos assinou um acordo de “associação estratégica” de US$ 80 bilhões (R$ 429 bilhões, na cotação atual) para aumentar a geração de energia nuclear destinada a abastecer o setor da inteligência artificial, anunciou a companhia Westinghouse nesta terça-feira (28).

A associação entre o governo de Donald Trump e a Brookfield Asset Management e Cameco, proprietárias da Westinghouse, “vai acelerar a ativação da energia nuclear e da inteligência artificial nos Estados Unidos”, informou a empresa em um comunicado.

A Westinghouse não especifica quando os reatores nucleares vão entrar em operação. Um porta-voz da empresa assegurou que o acordo está relacionado com a ordem executiva emitida em maio por Trump para ter dez “novos grandes reatores com design completo em construção até 2030”.

O governo americano vai financiar o projeto, segundo o porta-voz.

Este é o maior investimento de Washington em energia nuclear desde que Trump voltou para a Casa Branca, em janeiro.

“Esta associação encarna a visão do presidente Trump de recuperar nossa soberania energética, criar empregos bem remunerados e posicionar os Estados Unidos na vanguarda do renascimento da energia nuclear”, disse, no comunicado, o ministro do Comércio, Howard Lutnick.

Os Estados Unidos não constroem uma usina nuclear nova desde 2009. Além disso, por mais de uma década haviam abandonado esta fonte de energia, sobretudo devido à sua imagem negativa frente à opinião pública.

Essa impopularidade se devia, em grande parte, a uma série de acidentes: Three Mile Island (Estados Unidos, 1979), Chernobyl (antiga União Soviética, 1986) e Fukushima (Japão, 2011).

Os dois últimos reatores postos em funcionamento nos Estados Unidos custaram mais de US$ 30 bilhões (R$ 161 bilhões, em valores atuais), mais que o dobro dos US$ 14 bilhões (R$ 75 bilhões) previstos inicialmente. Mas a invasão da Ucrânia por parte da Rússia provocou um desequilíbrio no mercado de energia, o que levou os países a diversificarem seus abastecimentos.

A isto se somou o aumento do consumo de energia elétrica nos Estados Unidos, impulsionado pelo auge dos centros de dados e a revolução da computação na nuvem e da inteligência artificial.

Gigantes tecnológicas como Google e Microsoft também revelaram importantes investimentos nucleares para atender à alta demanda de energia da IA.

“Renascimento”

A iniciativa “ajudará a liberar a grande visão do presidente Trump para energizar completamente os Estados Unidos e vencer a corrida global da inteligência artificial”, disse o secretário de Energia, Chris Wright.

“O presidente Trump prometeu um renascimento da energia nuclear e agora está cumprindo”, afirmou.

A Westinghouse Electric Company é uma filial da história empresa de energia Westinghouse Electric Corporation, fundada em 1886 em Pittsburgh (nordeste).

A empresa se declarou em falência em 2017 antes de ser adquirida em 2018 pela companhia de investimentos Brookfield Corporation, acionista majoritária. A gigante canadense do urânio Cameco possui participação minoritária.

O acordo entre o governo americano e a Westinghouse inclui um mecanismo de distribuição dos lucros entre os setores privados e o Estado.

Segundo um porta-voz da Brookfield, uma vez que as usinas sejam construídas, não serão propriedade do Estado, mas de particulares.

A Westinghouse dispõe de dois modelos de reatores de água pressurizada, o AP1000 e o AP300, com potências de pouco mais de um gigawatt (GW) e 300 megawatts (MW), respectivamente.

Embora o AP1000 já tenha sido validado pela NRC, organismo regulador do tema nuclear nos Estados Unidos, o mesmo não ocorre com o AP300, que ainda está em processo de certificação.