quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Nubank se torna a segunda empresa mais valiosa da América Latina e a maior do Brasil

 

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 O Nubank se tornou a empresa mais valiosa do Brasil e a segunda maior da América Latina, após ultrapassar a Petrobras. O banco digital encerrou esta terça-feira (28) com valorização de US$ 76,7 bilhões, acima dos US$ 74,7 bilhões da Petrobras. Os números são da consultoria Elos Ayta. Agora, o banco digital segue atrás apenas da argentina Mercado Livre (US$ 116,1 bilhões) na América Latina. A Petrobras passou para a terceira posição, à frente do Itaú Unibanco (US$ 73,1 bilhões) e da telecom mexicana América Movil (US$ 69,6 bilhões). Os papéis do Nubank são negociados em Wall Street e somam valorização de 53,7% desde o início do ano, a US$ 15,93. Já a Petrobras é negociada no Ibovespa, com as ações acumulando perda de 18,4% em 2025, negociadas a R$ 29,99. As informações são da CNN.

Cláudio Castro diz que se polícia matou algum inocente foi algo ‘residual’

 


Governador afirmou que megaoperação foi um sucesso e que as únicas vítimas de verdade da operação foram os quatro policiais que morreram nos confrontos

Pablo PORCIUNCULA / AFP
governador do Rio de Janeiro Claudio Castro Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse nesta quarta-feira, 29, que tem “total tranquilidade” em defender a operação policial contra a facção criminosa Comando Vermelha nos complexos de favelas do Alemão e da Penha que deixou dezenas de mortos.

Em entrevista coletiva, Castro afirmou que a operação visava cumprir mandados judiciais após mais de uma ano de investigação e que as únicas vítimas de verdade da operação foram os quatro policiais que morreram nos confrontos.

O governador ressaltou que os confrontos entre policiais e criminosos não ocorreu “em áreas edificadas”. “Não creio que estivesse alguém passeando na mata em um dia de conflito e, por isso, a gente pode tranquilamente classificar [os mortos como criminosos] e se tiver algum erro de classificação ele com certeza é residual, irrisório”, afirmou.

Castro defendeu ainda o “sucesso” da ofensiva – que envolveu 2,5 mil policiais, blindados e helicópteros – para avançar sobre um território dominado pelo crime organizado.

O Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta-feira com dezenas de corpos enfileirados em uma rua perto de uma região de mata onde foram relatados intensos tiroteios durante a madrugada, e veículos de imprensa disseram que o número de mortos da ação subiu para mais de 120.

Grupo Zaffari avança no setor de shoppings e estreia Bourbon Carlos Gomes no RS

 

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 Na próxima quinta-feira (30), o Bourbon Carlos Gomes abrirá suas portas em Porto Alegre (RS). Localizado na Avenida Carlos Gomes, um dos endereços mais nobres e principal eixo corporativo da cidade, o complexo multiuso do Grupo Zaffari tem como objetivo combinar experiências de alto padrão em gastronomia e lazer. Com 86.313 m² de área construída, o empreendimento reúne shopping, supermercado Zaffari e torres de salas comerciais, além de estacionamento com 1.288 vagas cobertas. 83% da área bruta locável de 13.246 m² já foi locada e quase 60% entrará em funcionamento na inauguração. Ao todo, estão previstas cerca de 70 operações e 6 restaurantes, além de 10 lojas e 360 lugares na praça de alimentação. O mix incluirá marcas como Kopenhagen, Freddo Gelateria, Heladeria Havanna, Milk Moo, Zeiss Vision Center, Hering, Ri Happy Brinquedos, BAH Restaurante, Press Café, Cervejaria Salvador e Paparoto Cucina.

Supermercado Zaffari 

 A 43ª operação de varejo do grupo terá cerca de 2.500 m², seis self-checkouts e mais 11 caixas tradicionais. Entre os destaques, haverá linhas especiais de alimentos, produtos preparados no panifício e rotisseria própria, cava de frios em espaço climatizado para o melhor fatiamento de fiambres e queijos, e exposição de carnes premium. Além da área de perecíveis e hortifrutigranjeiros, a unidade também disponibilizará uma estrutura de montagem de pizzas com massa de fermentação natural e sete sabores, que serão assadas na hora. Uma adega com vinhos selecionados com mais de 600 rótulos completará o espaço.

Expansão

  O Zaffari também se prepara para ocupar imóveis que pertenciam ao Grupo Carrefour Brasil em dois shoppings, localizados nas capitais gaúcha e paulista. O prédio que era utilizado pela rede Nacional no Shopping Praia de Belas, em Porto Alegre, receberá uma nova unidade do grupo. A filial encerrou as atividades em agosto e agora passará por obras de reforma e ampliação. O Zaffari assumirá, ainda, um prédio do Carrefour em São Paulo, no Shopping Center Norte. Esta será a terceira unidade da rede na cidade, com previsão de inauguração em 2026. A loja deverá ter um padrão mais elevado do que as que já existem em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

 

 https://gironews.com/redes-shopping/bourbon-carlos-gomes-sera-inaugurado-na-proxima-quinta-feira-30/

Veja ranking da Forbes das 10 maiores empresas do agro brasileiro

 

Com um faturamento anual de R$ 416,85 bilhões, a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, aparece no topo do novo ranking da Forbes que lista as maiores empresas do agronegócio brasileiro. Marfrig e Cargill completam o top 3.

O levantamento se baseia em indicadores financeiros, especialmente na receita líquida anual, e aponta a dimensão econômica e estratégica do setor.

Ao todo, as 10 maiores desta edição da lista da Forbes faturaram R$ 1,120 trilhão em 2024, ante R$ 1,076 trilhão no ano anterior, um crescimento de 4,16%. No seleto grupo, aparecem empresas de setores variados, como Proteína Animal (3), Alimentos e Bebidas (3), Comércio e Tradings (2) e uma de cada nos setores de Agroenergia e Celulose, Madeira e Papel.

Em termos de receita, as 100 empresas atingiram R$ 1,886 trilhão em 2024. Em 2023, foram R$ 1,826 trilhão, 3,3% menor. A lista geral é composta por 21 companhias na categoria de Agroenergia; 16 de Comércio e Tradings; 16 Cooperativas; 14 de Alimentos e Bebidas; 14 de Proteína Animal; 11 de Agroquímicos, Genética e Insumos; e 8 de Celulose, Madeira e Papel.

Confira o ranking das 10 maiores empresas do agro brasileiro

1) JBS

A empresa do setor de proteína animal, de propriedade dos irmãos Batista, obteve uma receita de R$ 416,85 bilhões em 2024 e aparece na primeira colocação como a maior empresa do agronegócio nacional.

Jbs (Divulgação)

2) Marfrig Global Foods

A Marfrig registrou receita de R$ 144,15 bilhões em 2024, número que a colocou na segunda posição da lista. A empresa antecipou o pagamento de quase R$ 5 bilhões em dívidas e encerrou 2024 com a sétima redução trimestral consecutiva da alavancagem financeira.

Marfring (Foto: Divulgação)

3) Cargill

A empresa do setor de Alimentos e Bebidas obteve receita de R$ 126,4 bilhões em 2024. A Cargill é uma companhia familiar criada nos EUA e uma das gigantes alimentícias do Brasil, atuando também nos segmentos de energia e logística.

Cargill (Foto: Divulgação)

4) Bunge Alimentos

Também do setor de Alimentos e Bebidas, a Bunge apresentou receita de R$ 81,7 bilhões em 2024. Com origem holandesa, ainda como uma trading de grãos, a companhia é uma gigante na originação de grãos e no processamento de soja e trigo, além da logística e fabricação de alimentos.

Bunge alimentos (Foto: Divulgação)

5) Ambev

A líder do mercado latino-americano de cervejas e refrigerantes teve receita de R$ 79,74 bilhões em 2024. Nascida da fusão entre Antarctica e Brahma, em 1999, a Ambev produz, distribui e comercializa bebidas — incluindo as não alcoólicas —, com operações em 18 países.

Ambev (Foto: Divulgação)

6) Raízen Energia

A empresa, com atuação diversificada em diferentes segmentos, da produção de açúcar e etanol à distribuição de combustíveis, geração de energia renovável e produção de lubrificantes, registrou receita de R$ 78,45 bilhões em 2024.

Raízen (Foto: Divulgação)

7) Copersucar

A Copersucar é um ecossistema que integra 38 usinas associadas no Brasil — formando a maior base de produção de cana-de-açúcar do mundo — e 17 destilarias de etanol de milho nos Estados Unidos. A companhia conta ainda com um sistema logístico multimodal eficiente nos dois países e um conjunto de empresas especializadas que fornecem energia renovável e alimentos para 70 países.

Coopersucar (Foto: divulgação)

Em 2024, o grupo obteve receita de R$ 54,08 bilhões. Na safra 2023/24, registrou crescimento de 23% no volume de moagem, enquanto o setor cresceu 19,3%. O Ebitda ficou acima de R$ 1,1 bilhão. A empresa também anunciou sua entrada no mercado livre de energia com a aquisição de 50% da NewCom.

8) BRF

Empresa brasileira de proteína animal e atuação global, a BRF obteve uma receita de R$ 53,62 bilhões em 2024. Criada em 2009, é uma das maiores exportadoras de carne de frango do mundo.

BRF (Foto: Divulgação)

Resultado da fusão entre Sadia e Perdigão, a BRF tem um portfólio com mais de 30 marcas, produzindo 5 milhões de toneladas de alimentos para 120 países. No Brasil, possui 35 unidades industriais e, no exterior, 16 fábricas.

9) Grupo Amaggi

Produtor de soja de capital 100% nacional, o Grupo Amaggi teve receita de R$ 44,87 bilhões em 2024. A companhia comercializa quase 20 milhões de toneladas de grãos e fibras globalmente e produz, em fazendas próprias, mais de 1,5 milhão de toneladas de soja, algodão e milho.

Amaggi (Foto: divulgação)

Mais do que uma empresa de commodities, a Amaggi se destaca pela forte atuação em originação, refletida na estratégia integrada em todas as áreas: produção, trading, logística e energia. Há 10 anos, mantém um Capex médio anual de R$ 1,2 bilhão (US$ 230 milhões), totalizando R$ 12 bilhões em investimentos.

10) Louis Dreyfus Company Brasil (LDC)

No Brasil há 82 anos, a francesa LDC atua em culturas como café, algodão, grãos, oleaginosas, arroz e açúcar, comercializando e processando esses produtos agrícolas. A empresa obteve receita de R$ 42,97 bilhões em 2024, fechando o top 10 da Forbes.

LDC (Foto: divulgação)

A LDC é uma das 10 maiores exportadoras em atividade no país. Em 2023, avançou nesse segmento ao adquirir a Cacique, maior exportadora de café solúvel do Brasil, com sede em Londrina (PR).

 

https://istoedinheiro.com.br/veja-ranking-da-forbes-das-10-maiores-empresas-do-agro-brasileiro 

 

 

Axia, ex-Eletrobras, anuncia compra da Juno e passa a deter hidrelétrica Três Irmãos

 

A Axia Energia relatou nesta quarta-feira que assinou contrato para aquisição da totalidade das ações da Juno Participações e Investimentos, controladora (50,1%) da Tijoá Energia, por R$247 milhões, e passará a deter a usina hidrelétrica Três Irmãos.

A ex-Eletrobras já detinha participação de 49,9% no capital social da Tijoá Energia, concessionária responsável pela hidrelétrica Três Irmãos, localizada no município de Andradina (SP), no rio Tietê, e com capacidade instalada de 808 MW.

Usina Hidrelétrica Três Irmãos
Usina Hidrelétrica Três Irmãos – Foto: Divulgação (Crédito:Divulgação)


Axia consolida 100% da usina

“Com o acordo a Axia Energia passará a consolidar 100% da usina, regida pelo sistema de cotas, que atingiu em 2024 receita anual de R$320 milhões, EBITDA de R$136 milhões e sem dívidas, com prazo de concessão até 2044”, disse.

A hidrelétrica possui ainda estruturas já preparadas para a instalação de mais três unidades geradoras, possibilitando uma futura expansão de sua capacidade, acrescentou a companhia.

A transação põe fim aos litígios arbitrais e judiciais entre as partes, referentes ao controle da usina e que remontam a 2021, permitindo à companhia, além de assumir o controle da hidrelétrica, o levantamento de cerca R$390 milhões em depósitos judiciais relativos aos processos.

Eletrobras; ELET3; AXIA; Axia Energia; Elétrica

Mesmo sem dados de emprego, Fed deve fazer novo corte de juros nos EUA hoje

 

O Federal Reserve deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, 29, mesmo com base em dados limitados que, no entanto, mantiveram as preocupações sobre a força do mercado de trabalho no foco.

Economistas consultados pela Reuters foram quase unânimes em esperar que o banco central dos Estados Unidos reduza sua taxa básica de juros para a faixa de 3,75% a 4,00% ao final de sua reunião nesta quarta.

Mas essa é uma decisão que se baseia, pelo menos em parte, na inércia, e não na base sólida de dados que as autoridades do Fed gostam de dizer que usam para definir a política monetária.

A paralisação do governo federal, agora em seu 29º dia, significa que o banco central dos EUA não recebeu o relatório oficial de emprego referente ao mês de setembro, um dado importante para sua discussão no momento em que as autoridades se concentram na força das contratações e na evolução da força de trabalho sob as políticas de imigração mais rígidas do presidente Donald Trump.

Até agosto, o último mês para o qual o Escritório de Estatísticas do Trabalho publicou um relatório de empregos antes do início da paralisação em 1º de outubro, a taxa de desemprego vinha aumentando lentamente, passando de 4,0% em janeiro, quando Trump iniciou seu segundo mandato na Casa Branca, para 4,3%.

No entanto, o ritmo de contratações caiu drasticamente, com um declínio no número de pessoas nascidas no exterior em busca de trabalho ajudando a atenuar o que, de outra forma, poderia ter sido um aumento muito maior na taxa de desemprego.

Embora as autoridades do Fed achem que o mercado de trabalho permaneceu equilibrado entre a demanda e a oferta de trabalhadores, elas também estão preocupadas com a possibilidade de as empresas começarem a reduzir ainda mais as contratações ou recorrerem a demissões devido às preocupações com o crescimento econômico – um risco destacado pelos recentes anúncios de demissões na Amazon.com e um aumento nos pedidos de auxílio-desemprego.

As agências de emprego ainda estão coletando e publicando dados semanais sobre pedidos de auxílio-desemprego, fornecendo um termômetro para a saúde do mercado de trabalho.

Um relatório final sobre a inflação em setembro, divulgado na semana passada por ordem da Casa Branca uma vez que ele é incluído no cálculo dos aumentos dos benefícios da Previdência Social, mostrou que o índice de preços ao Consumidor aumentou em um ritmo mais lento do que o esperado no mês passado.

A combinação de notícias relativamente positivas sobre a inflação e as preocupações contínuas com o mercado de trabalho significa que “não houve muita base para mudar as opiniões” desde que as autoridades indicaram em setembro que cortes de um 0,25 ponto percentual nos juros eram prováveis nas reuniões de 28 e 29 de outubro e 9 e 10 de dezembro, escreveu Steven Englander, chefe de estratégia macro da América do Norte no Standard Chartered.

Quando será a decisão do Fed

A decisão e o comunicado de política monetária do Fed serão divulgadas às 15h (horário de Brasília). O chair do Fed, Jerome Powell, dará coletiva de imprensa meia hora depois para discutir a reunião. O banco central não divulgará nenhuma projeção econômica atualizada nesta quarta-feira, dando mais ênfase aos comentários de Powell para obter informações sobre como eles percebem a economia e a provável trajetória da política monetária.

Tesouro Selic, IPCA+ ou prefixado: onde investir enquanto a Selic não cai

 

Em um contexto de juros altos, com a Selic no maior patamar em quase duas décadas, o mercado de renda fixa se mantém atrativo, com rendimentos expressivos aliados à segurança. Dentro da cesta de ativos disponíveis de títulos do Tesouro Direto o investidor deve dosar a alocação de acordo com perfil de risco e com os objetivos traçados – e ficar de olho na atual janela de oportunidades.

Como exemplo, o Tesouro IPCA+ tem ostentado retornos historicamente altos, remunerando os investimentos com a variação da inflação somado a um rendimento de 8%. O cenário é considerado ‘raríssimo’ por especialistas ouvidos pela IstoÉ Dinheiro, representando uma janela que pode ser fechar em breve.

Vale destacar que são títulos que sofrem com marcação a mercado e que chacoalham mais a depender de fatores econômicos. Todavia, são investimentos com uma rentabilidade previsível – ou seja, foram desenhados para serem carregados até o vencimento, e comprá-los e vendê-los no mercado podem gerar prejuízos.

“O Tesouro IPCA+ está oferecendo taxas reais, acima da inflação, muito atrativas, algo que não se via com tanta frequência nos últimos anos. Acredito que é uma opção robusta para o médio e longo prazo, desde que você tenha o horizonte de investimento compatível com o vencimento do título e aguente a volatilidade de curto prazo”, aponta Robson Casagrande, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.

Ele pontua, porém, que esse tipo esse tipo de investimento não é o mais indicado para objetivos de curto prazo.

Rendimento dos títulos Tesouro IPCA+
Rendimento dos títulos Tesouro IPCA+

Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, avalia que o Tesouro IPCA+ é uma boa oportunidade para investidores que tem um horizonte longo, aceitam o risco de manter o título até o vencimento e aceita o risco de manter o título até o vencimento.

“Se o investidor tem horizonte mais curto, ou quer flexibilidade, se preocupa muito com risco de os juros mudarem, outras alternativas podem ter mais ganhos ajustados ao risco, por exemplo, títulos pós-fixados como o Tesouro Selic têm menos risco de marcação a mercado, são mais líquidos e mais seguros se os juros caírem (por acompanharem a Selic) ou se as expectativas mudarem.”

‘Porto seguro da renda fixa’

O Tesouro Selic costuma ser mais indicado para investidores mais iniciantes ou que tenham uma menor tolerância ao risco. Mas em tempos de Selic a 15% ao ano, se mantém como uma excelente e segura opção, uma vez que a rentabilidade acompanha a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia.

“O Tesouro Selic (LFT) segue como o porto seguro da renda fixa. Ele é imune à marcação a mercado e garante que você acompanhe a taxa básica de juros dia a dia, sem surpresas. Mas para não ficar 100% exposto a um ativo que perde rentabilidade quando os cortes começarem, acredito que uma estratégia inteligente é iniciar uma diversificação gradual, alocando uma parcela em IPCA+ e prefixados, para travar taxas atrativas antes que o ciclo de baixa da Selic se consolide”, explica Casagrande, da GT Capital.

O título é pós-fixado, dado que sua rentabilidade depende de uma taxa que pode mudar ao longo do tempo, e sua dinâmica é inclusive comparável ao de investimentos como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de liquidez diária atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Isso faz com que, inclusive, a classe de ativo possa ser cogitada como opção para reserva de emergência.

 

Rendimento dos títulos Tesouro Selic
Rendimento dos títulos Tesouro Selic

Pré ou Pós-fixado?

A diferença entre as duas opções, é que, nos pré-fixados a taxa de juros é conhecida no momento da compra, com o investidor já sabendo exatamente quanto vai receber no vencimento, independentemente de como a economia se comportar. Geralmente são títulos vantajosos quando se espera que os juros caiam, porque o investidor garante uma taxa mais alta antes dessa redução.

Já os pós-fixados têm o rendimento atrelado a algum indicador que varia ao longo do tempo, e esse caso o retorno muda conforme esses indicadores se alteram. Eles são mais indicados quando há incerteza sobre o futuro dos juros ou da inflação, pois acompanham as oscilações da economia.

Patzlaff avalia que o momento atual é ‘uma boa hora para começar a investir em prefixados’.

“A taxa de juros está muito alta, com os prefixados você trava essa taxa hoje, capturando um prêmio elevado, e se no futuro a taxa cair, você já fechou um bom rendimento. No cenário de hoje com a perspectiva de que os juros possam cair o prefixado entrega um ganho potencial maior, mas é importante ter em mente que há o risco de marcação a mercado, então se você tem um horizonte alinhado com o vencimento do título e não irá resgatar antes, pode valer apena aplicar hoje.”

Casagrande, da GT Capital, diz que investir nos prefixados agora é uma aposta na trajetória futura dos juros. “Eles se valorizam quando a Selic cai mais rápido que o esperado pelo mercado. Na dúvida, a estratégia mais prudente é a ‘escada de vencimentos’. Aplicar pequenas quantias em títulos com vencimentos mais curtos (2 a 4 anos), que são menos sensíveis a mudanças de juros. Isso, sem dúvidas, reduz o risco e mantém capital disponível para aumentar a posição se as taxas subirem ainda mais ou quando o cenário de cortes estiver mais claro.”

Segundo o especialista, cada título pode cumprir uma função específica na formação de uma carteira.

“O Tesouro Selic atua como âncora de segurança, oferecendo liquidez imediata e proteção contra volatilidade, ideal para reservas de emergência e capital de oportunidade. O Tesouro IPCA+ garante a proteção do poder de compra no longo prazo, servindo como base para aposentadoria e metas inflacionárias enquanto o Tesouro Prefixado representa uma aposta tática na trajetória da taxa de juros, com potencial de ganho maior, porém acompanhado pelo risco de marcação a mercado”, analisa.

“Uma alocação conservadora exemplar em um momento de transição poderia distribuir 50% em Selic, 30% em IPCA+ e 20% em Prefixados, embora esses percentuais devam sempre ser ajustados ao horizonte de tempo e à tolerância ao risco de cada investidor”, acrescenta.

Mais de 3,2 milhões de investidores ativos

Com retornos atrativos, os investimentos no Tesouro Direto tem somado bilhões e mostrado uma entrada massiva de novos investidores.

A fundadora da SHS Investimentos, Adriana Ricci, comenta que esse cenário pode ser explica pela Selic alta e também pela segurança oferecida pela classe de investimentos.

“Na prática, o investidor encontra no Tesouro Direto uma alternativa segura, acessível e que rende mais do que a poupança, tradicional porta de entrada no mundo dos investimentos. O brasileiro está aprendendo que guardar dinheiro não significa deixar parado na conta. Investir no Tesouro Direto é uma forma de proteger o patrimônio e, ao mesmo tempo, conquistar objetivos de médio e longo prazo.”

Conforme o balanço mais recente do Tesouro Nacional, ao fim de setembro deste ano o total de investidores ativos – aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações – atingiu a marca de 3,2 milhões de pessoas, um aumento de mais de 60 mil investidores no mês. Em 12 meses, o aumento no número de investidores ativos foi de 20,4%.

No mês de setembro em questão foram realizadas 927 mil operações, totalizando R$ 6,86 bilhões.

O grupo de títulos mais demandado pelos investidores foi o indexado à taxa Selic (Tesouro Selic), que somou R$ 3,6 bilhões (51,8% das vendas).

Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+) totalizaram R$ 2,6 bilhões (38,1% do total), enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) totalizaram R$ 689,7 milhões (10,1% do total).

No mês o estoque do Programa fechou em R$ 195,3 bilhões, um aumento de 2,7% em relação ao mês anterior (R$ 190,2 bilhões) e de 36,5% sobre setembro de 2024 (R$ 143,1 bilhões).

Entenda o que é marcação a mercado

A marcação a mercado é um mecanismo que atualiza diariamente o valor dos títulos públicos, de acordo com as condições do mercado – ou seja, mostra o preço e a variação de um título que o investidor já tem. Com isso, alguns títulos podem ter variações tão intensas quanto (ou até mais) do que investimentos em renda variável, a exemplo do Tesouro IPCA+, gerando eventuais preocupações em investidores menos tolerantes à risco e oscilações.

Vale destacar que essa variação ocorre no preço do título, caso o investidor queira vendê-lo antes do vencimento,

Essa volatilidade nos preços no mercado secundário é o principal motivo pelo qual a marcação a mercado pode assustar quem tem baixa tolerância ao risco. Em momentos de alta dos juros, por exemplo, os títulos prefixados e atrelados à inflação tendem a perder valor. Muitos investidores, ao verem o saldo negativo momentâneo na tela, acreditam que tiveram prejuízo real – quando, na verdade, a perda só se concretiza se o título for vendido antes do vencimento.

Como exemplo, nesta semana as taxas do Tesouro Direto tiveram ampla queda por conta da aproximação entre Brasil e Estados Unidos após a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente americano Donald Trump. O encontro reduziu incertezas sobre as relações comerciais e derrubou as taxas dos títulos atrelados à inflação em toda a curva.

Antes da implantação da marcação a mercado, os títulos públicos eram registrados pelo chamado valor na curva, com o valor sendo calculado de forma previsível, sem refletir as oscilações diárias das taxas de juros – mecanismo que dava uma sensação de estabilidade, mas mascarava o verdadeiro risco dos papéis.

O investidor não via a variação real de preço e só descobria o impacto das mudanças de juros se precisasse vender o título antecipadamente.

A marcação a mercado para títulos do Tesouro passou a valer no Brasil em meados de 2023 após decisão da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).