terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Governo anuncia nova redução de impostos de exportação para cadeia de grãos

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São Paulo, 9 – O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou nesta terça-feira, 9, uma nova redução permanente nos impostos de exportação para a cadeia de grãos e subprodutos. A medida, comunicada via rede social X (antigo Twitter), busca aliviar a carga tributária sobre o setor agropecuário, considerado pelo governo como um dos principais motores da economia local.

A partir da decisão, a alíquota sobre a soja passará de 26% para 24%, enquanto os subprodutos da oleaginosa terão redução de 24,5% para 22,5%. Para o trigo e a cevada, a taxa cairá de 9,5% para 7,5%. O milho e o sorgo terão um ajuste de 9,5% para 8,5%, e o girassol passará de 5,5% para 4,5%.

Caputo afirmou que a eliminação dos impostos é uma prioridade do presidente Javier Milei e que o governo continuará avançando nessa direção conforme as condições macroeconômicas permitirem. “Este passo busca melhorar a competitividade da agroindústria, responsável por cerca de 60% das nossas exportações”, declarou o ministro.

O anúncio ocorre em um momento de queda na receita cambial do setor. Segundo dados da Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (Ciara) e do Centro de Exportadores de Cereais (Cec), a receita com exportações de grãos e derivados somou US$ 759,7 milhões em novembro, um recuo de 62% em comparação ao mesmo mês de 2024 e de 32% ante outubro.

A medida também pretende acalmar o setor produtivo. Em janeiro de 2025, o governo havia aplicado uma redução temporária das alíquotas da soja de 33% para 26%, válida até 30 de junho. Com o fim do prazo, as taxas retornaram automaticamente ao nível de 33%, causando insatisfação e incerteza entre os exportadores sobre o rumo da política fiscal.

Próximas etapas na negociação com EUA devem ser positivas, mas não depende de nós, diz Alckmin

 Tarifa

 

 


O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse acreditar que as reduções das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros vão ser feitas “passo a passo”. Ele destacou que o total de bens ainda afetados pelo tarifaço caiu de 36% para 22%.

“Essas coisas não dependem de nós. Se dependesse de nós, era 100% para resolver. Eu acredito que vai passo a passo”, declarou o vice-presidente em entrevista ao programa ReConversa, do jornalista Reinaldo Azevedo, no YouTube. “Eles [americanos] estão tirando [tarifas] em etapas. Eu diria que as próximas etapas vão ser positivas”, completou.

 


 

UE investiga Google por usar conteúdos para sua IA sem compensação

 

A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (9) uma investigação para determinar se o Google violou suas normas de concorrência ao utilizar conteúdos online de meios de comunicação e outros criadores para alimentar seus serviços de IA sem a compensação adequada.

O objetivo é apurar se o gigante tecnológico americano estaria violando a concorrência ao impor condições injustas aos editores e criadores.

“Uma sociedade livre e democrática depende da diversidade de meios, do acesso aberto à informação e de um ambiente criativo dinâmico”, afirmou a secretária para Concorrência na União Europeia, a espanhola Teresa Ribera.

“A IA traz inovações notáveis e muitos benefícios para pessoas e empresas em toda a Europa, mas este progresso não pode ocorrer à custa dos princípios que estão no coração das nossas sociedades”, acrescentou.

O Google criticou a investigação e disse que poderia “travar a inovação”. “Os europeus merecem se beneficiar das tecnologias mais recentes, e continuaremos a colaborar estreitamente com os setores de notícias e da criatividade”, declarou um porta-voz.

A Comissão, que atua como regulador antitruste da UE, indicou que a investigação se concentrará em duas questões principais.

A primeira é se o Google utilizou vídeos do YouTube para treinar os seus modelos de IA generativa sem pagar de forma adequada aos criadores e sem lhes permitir recusar o uso do seu conteúdo.

“O Google não remunera os criadores de conteúdo do YouTube pelos seus vídeos, nem lhes permite carregá-los sem autorizar que o Google utilize esses dados”, afirmou a Comissão.

“Ao mesmo tempo, as políticas do YouTube impedem que desenvolvedores rivais de modelos de IA utilizem conteúdo da plataforma para treinar os seus próprios sistemas”, acrescentou a UE.

– “Robô” –

A investigação também analisará se a empresa utilizou conteúdo online de outros sites, como páginas de jornais, para oferecer serviços de IA generativa sem compensação ou opção de exclusão.

Isso afeta os resumos gerados por IA do Google, que aparecem nos resultados do buscador, e o chamado Modo IA da empresa, uma aba de pesquisa semelhante a um chatbot que responde às perguntas dos usuários, explicou a Comissão.

A investigação surge após uma campanha da ONG britânica Foxglove, em colaboração com uma organização de editores de imprensa, a Independent Publishers Alliance, e o coletivo Movement for an Open Web (MOW).

Em julho, o grupo solicitou à autoridade britânica de concorrência (CMA, na sigla em inglês) e à Comissão Europeia sua “intervenção urgente para impedir que o Google se aproprie do trabalho dos jornalistas profissionais e o republique em forma de resumos cheios de erros gerados por IA”.

As condições em que os principais atores da inteligência artificial utilizam dados disponíveis na internet, incluindo conteúdos de imprensa, para alimentar e treinar os grandes modelos de IA generativa são objeto de várias ações legais nos Estados Unidos e na Europa.

Alguns titulares de direitos, como escritores, músicos ou editores de imprensa, recorreram aos tribunais pelo uso não autorizado de suas produções.

Os grandes atores da IA generativa baseiam-se na noção jurídica de uso justo (“fair use” em inglês), que poderia limitar a aplicação do direito de propriedade intelectual.

O Google não é o único grupo cujos serviços de IA estão sendo examinados por Bruxelas. Na semana passada, a Comissão Europeia abriu outra investigação sobre as funções de IA no WhatsApp, de propriedade da Meta.

Feminicídio: o quão alto temos que gritar?

 

 

Não é possível que mulheres, além de vítimas, tenham que ser as responsáveis por mudar, sozinhas, um cotidiano de machismo e violência.”Parem de nos matar! Parem de nos matar!” É muito triste que, em 2025, nós, mulheres, tenhamos que tomar as ruas do Brasil com esse grito. Estamos acabando o ano pedindo para continuarmos vivas. Simples e terrível assim. Nossos gritos estão sendo altos e entoados por milhões. No fim de semana, milhares de mulheres tomaram as ruas do Brasil denunciando a violência contra mulher no país.

Temos, mais do que nunca, muitos motivos para gritar. Nas últimas semanas, o Brasil foi atingido por uma avalanche de crimes cruéis contra mulheres.

É importante lembrar seus nomes. Allane de Souza Pedrotti Mattos e Layse Costa Pinheiro, funcionárias públicas do Cefet, no Rio de Janeiro, foram mortas por um colega que não aceitava “ter uma chefe mulher “. Tainara Souza Santos foi atropelada e arrastada por um quilômetro por um carro dirigido por um ex-parceiro, Douglas Alves da Silva. Ela teve as duas pernas amputadas. Em uma pastelaria no interior de São Paulo, Evelin de Souza Saraiva foi atacada com pelo menos seis tiros por um ex-companheiro. No Recife, Isabele Gomes de Macedo e seus quatro filhos morreram carbonizados depois que seu ex, Aguinaldo José Alves, ateou fogo na própria casa.

Esses são apenas alguns exemplos de números de guerra. A cada dez minutos, uma mulher é vítima de feminicídio no mundo. No Brasil, quatro mulheres são assassinadas por dia. Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio no país , um número recorde e que deve aumentar em 2025, como mostram dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. No estado, foram registrados 207 casos de feminicídio de janeiro a outubro deste ano.

Não conheço nenhuma mulher que não tenha passado as últimas semanas com raiva, tristeza e cansaço, tudo ao mesmo tempo. Mas não podemos nos dar ao luxo de parar. Por isso, no domingo, milhares de nós foram às ruas.

Os “levantes” femininos aconteceram em várias cidades do Brasil e juntaram milhões. Acho que nunca tinha visto manifestações que juntassem tantas “categorias” de mulheres. Ali estavam ativistas anônimas jovens, senhoras, feministas famosas, políticas e celebridades.

Nem todo homem

Tivemos também uma grata surpresa: muitos homens participaram das manifestações. E a violência começou a ser chamada de “violência dos homens contra as mulheres”. Essa justa chamada de responsabilidade foi ecoada até pelo presidente Lula: “O combate ao feminicídio é tarefa de todos nós, especialmente dos homens. Precisamos agir na causa, prevenir novos casos. Conscientizar, denunciar e garantir punição rigorosa para todos os agressores”, escreveu o presidente na rede X.

É importantíssimo que o presidente se manifeste pelo fim da violência contra as mulheres. E mais ainda que ele, ao contrário de muitos dos seus colegas de gênero, não tire o corpo fora e repita o mantra: “mas nem todo homem, eu não sou assim”. Agora, presidente, esperamos que essa indignação se traduza também em mais políticas públicas para combate da violência.

Nós, mulheres, não vamos sair dessa sozinhas. Estamos exaustas e queremos que os homens também assumam sua parte de responsabilidade nesse conto de terror que é ser mulher no Brasil. Não é possível que mulheres, além de vítimas, tenham que ser as responsáveis por mudar, sozinhas, um cotidiano de machismo e violência, onde elas vivem com medo de tudo: de andar na rua de noite a pegar um uber, só para citar exemplos banais.

A saída não é nada fácil, sabemos. Em tempos de redes sociais, o discurso de ódio a mulheres se organiza em comunidades misóginas lucrativas , meninos se identificam com ideias red pill e muitos homens feitos ainda acham que fazer piadas machistas é “liberdade de expressão”.

Nesse cenário, repetimos que é preciso educar os meninos e os apoiar para que eles não virem misóginos. É verdade. Mas essa tarefa de educação não pode ser obrigação só das mulheres. E os pais? Eles vão educar os filhos, ou vão ter a cara de pau de agir como se ensinar às crianças fosse obrigação materna e depois vão bater no peito dizendo que “não são parte do problema, porque afinal, nem todo homem é violento”.

É muito legal ver amigos em manifestações contra a violência às mulheres, mas será que finalmente eles vão parar de falar com aquele homem que é acusado de ter batido na namorada? Vão levantar da mesa quando aquele camarada disser que transou com uma menina “muito bêbada” (o que é estupro)? A lista de coisas que os homens podem fazer para tentar combater a violência contra as mulheres é imensa. E pode nos ajudar a não ficar por mais mil anos tendo que gritar nas ruas: “parem de nos matar”, “parem de nos matar”.

Sim, nós somos incríveis e gritamos tão alto que parece que muita gente agora está prestando atenção no que falamos. Isso é ótimo. Mas precisamos combater o machismo e a misoginia todos os dias. E, para isso, “vamos precisar de todo mundo”. Nós, mulheres, não temos a escolha de parar. Nossas vidas estão em jogo. Mas os homens, repito, também podem continuar em movimento. Há muito o que fazer. E vocês nem precisam esperar que a gente marque atos para tentar mudar esse horror…

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Nina Lemos é jornalista e escritora. Escreve sobre feminismo e comportamento desde os anos 2000, quando lançou com duas amigas o grupo “02 Neurônio”. Já foi colunista da Folha de S.Paulo e do UOL. É uma das criadoras da revista TPM. Em 2015, mudou para Berlim, cidade pela qual é loucamente apaixonada. Desde então, vive entre as notícias do Brasil e as aulas de alemão.

O texto reflete a opinião da autora, não necessariamente a da DW.

Alckmin diz acreditar que Selic vai começar a cair ‘se não agora, na próxima reunião’

 

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a redução da taxa básica de juros, a Selic, deve vir em breve, mas salientou que o governo Lula também precisa fazer um esforço fiscal maior. Ele concedeu entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, no programa ReConversa, transmitido pelo YouTube.

“Eu estou confiante na questão dos juros, porque a indústria é a mais afetada pela taxa de juros muito alta. (…) Acredito que vai começar a cair a taxa de juros se não agora, na próxima reunião”, disse Alckmin, fazendo referência à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre nesta quarta-feira.

Ele justificou que o dólar caiu e o clima e a “supersafra” deste ano favoreceram o recuo no preço dos alimentos. “Os juros caindo, a economia floresce mais rápido”, completou.

Em seguida, ele destacou os dados de desemprego e de inflação no País. “Nós estamos num momento importante, porque quando a inflação está baixa, o desemprego está alto; quando o desemprego está baixo, a inflação está alta. Nós estamos neste momento com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”.

Ele ponderou: “Claro que a gente não deve ficar em berço esplêndido, não. Nós temos que fazer um esforço fiscal maior, a questão das despesas, mas eu diria que o cenário é um cenário positivo”.

Por fim, ele afirmou que “muita gente” que critica a questão fiscal do atual governo não vê os déficits feitos pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL). “O governo do nosso Paulo Guedes, o ‘Chicago boy’, conseguiu fazer um déficit de 9,7% [do PIB]”, criticou. “Nós temos que começar a fazer superávit agora, para estancar o crescimento da dívida e depois ela começar a cair”.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Trump autoriza envio de chips H200 da Nvidia para a China e sinaliza extensão para AMD e Intel

 Donald Trump: 3 freios para a expansão do seu poder nos EUA ...

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 08, que informou ao presidente chinês, Xi Jinping, que os Estados Unidos permitirão que a Nvidia envie seus chips H200 para clientes aprovados na China e em outros países, sob condições que permitam a continuidade de uma forte segurança nacional.

“O presidente Xi respondeu positivamente! 25% será pago aos Estados Unidos da América”, escreveu Trump, na Truth Social, sem detalhar se a alíquota refere-se a tarifas ou cobrança a parte sobre as exportações dos chips. Segundo ele, essa política apoiará empregos americanos, fortalecerá a manufatura nos EUA e beneficiará os contribuintes, além de garantir a liderança do país em inteligência artificial (IA).

Trump também explicou que os modelos mais avançados de chips da Nvidia, como o Blackwell e Rubin, não fazem parte do acordo e continuam com fornecimento apenas para clientes americanos.

“O Departamento de Comércio está finalizando os detalhes, e a mesma abordagem se aplicará à AMD, Intel e outras GRANDES Empresas Americanas”, acrescentou a postagem, também sem fornecer informações sobre como o acordo será estendido a outras empresas.

Os papéis das fabricantes de semicondutores americanas citadas operavam em alta firme no after hours em Nova York.

Juro deveria começar a cair em janeiro, diz CEO do Magazine Luiza

 

Para o CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano, a taxa de juros deveria começar a cair em janeiro e chegar aos 11% ao ano no final de 2026. “No entanto, esperamos que a demanda siga aquecida e os juros ainda altos no ano que vem”, disse, durante o lançamento da Galeria Magalu, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Com as condições atuais de custo de capital, o investimento para novas lojas é um desafio em especial, diz o executivo.

A presidente do Conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena, destaca que os juros no patamares atuais são especialmente prejudiciais para os pequenos empreendedores. Ela critica a meta de inflação em 3% ao ano. “Esperávamos ao menos um sinal de queda dos juros”, afirmou.

Nova megaloja

Apenas com a receita de anúncios dentro da nova loja na Avenida Paulista, o chamado retail media, o Magazine Luiza espera recuperar o investimento para lançar a unidade, segundo o CEO Frederico Trajano. “Com o custo de capital que temos, o mais caro do mundo, tínhamos o desafio para este investimento.”

A Galeria Magalu, que abre nesta terça-feira, 9, já tem mais de 150 marcas.

De acordo com o executivo, outra solução para viabilizar a loja física nesta conjuntura é garantir fluxo de pessoas no espaço. Para isto, a estratégia é ter uma agenda constante com influenciadores digitais com atividades dentro da unidade. Em vários locais da loja há áreas para realização de transmissões ao vivo (streamming), além do Teatro Youtube. O auditório terá agenda de espetáculos teatrais e também eventos com os criadores de conteúdo.

A expectativa do Magazine Luiza é ter uma circulação de 90 mil a 100 mil pessoas por mês na galeria. A companhia espera que a unidade seja a recordista em vendas de todas as 1,3 mil lojas, de acordo com Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e de operações.

Há pretensões de transformar lojas existentes para o formato da Galeria Magalu, mas ainda não há um cronograma fixado. Segundo Garcia, a estratégia para potenciais mudanças será traçado em 2026.