quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Não há negociação ou acordo no Senado envolvendo PL da Dosimetria, diz Gleisi no X

 

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira, 17, pelo X, que não há negociações ou acordos no Senado que envolvam o PL da Dosimetria. O projeto, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve ser votado na Casa nesta quarta-feira, 17.

“Não há nenhuma negociação ou acordo no Senado envolvendo o projeto de lei da redução de penas para os golpistas condenados pelo STF. O governo é contra essa proposta e orienta sua base a votar contra, por razões já conhecidas: quem atentou contra a democracia tem de pagar por seus crimes e, além disso, o projeto aprovado na Câmara beneficia condenados por vários outros crimes”, afirmou Gleisi.

Nesta terça, senadores passaram a afirmar que o projeto de dosimetria fazia parte de um acordo firmado entre governo e oposição, em troca da aprovação do projeto sobre benefícios tributários.

Além de Gleisi, outras lideranças do governo negam que haja uma negociação para a aprovação do projeto que reduz as penas impostas ao ex-presidente.

Orizon compra Vital e passa a deter 18% no mercado de gestão de resíduos

 

A incorporação da Vital pela Orizon Valorização de Resíduos tem efeito “transformacional” para a companhia, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor-presidente da empresa, Milton Pilão. Segundo ele, o grupo consolidará a liderança do segmento e poderá se beneficiar de ganhos de escala.

A transação anunciada na manhã desta quarta-feira, 17, foi feita totalmente em troca de ações, sem desembolso em dinheiro, e tem enterprise value, que inclui dívidas, de R$ 3 bilhões da Vital. O múltiplo da transação ficou em 5,75 vezes o Ebtida.

Na nova configuração, os controladores da Orizon, acionistas de referência e a gestora EbCapital, ficam com 30,4% da empresa, enquanto os controladores da Vital terão 30%. Já as ações restantes ficam no free float.

Avaliada hoje em R$ 6 bilhões, a Orizon registrou R$ 281 milhões em receita e um lucro líquido de R$ 27,3 milhões no terceiro trimestre. A combinação das companhias cria um grupo com R$ 9 bilhões em valor de mercado.

Segundo Pilão, a união das companhias ampliará em 62% a capacidade de gestão de resíduos da Orizon, e adicionará 12 ecoparques (aterros com usina de biogás e tratamento dos resíduos) à companhia, abrindo também espaço em locais onde a empresa ainda não atua, como Belo Horizonte, São Luís do Maranhão e São Paulo, a maior concessão da América Latina.

A integração desses ativos fará com que, após a combinação de negócios, o grupo alcance 34 ecoparques, incluindo quatro em licenciamento. “Isso resulta num poder de fogo gigantesco para compra de insumos como manta para tratamento de chorume”, explica o executivo, ao mencionar também a possibilidade de ganhos com a escala da operação.

Além disso, segundo Pilão, essa experiência será utilizada para criar e agregar serviços de gestão integrada nas unidades que hoje são operadas pela companhia.

Com isso, a empresa verá sua participação de mercado saltar dos atuais 11% para 18%, chegando a 14 milhões de toneladas sob gestão, o que representa o lixo gerado por cerca de 40% da população do País.

Além disso, a Orizon amplia sua atuação em gestão integrada, incluindo coleta e concessões municipais, o que multiplica receitas e cria oportunidades de crescimento orgânico, explicou o executivo. “Esse lado traz escala, eficiência, e estrutura de capital que possibilita a empresa crescer”, destaca.

Já o responsável pelo portfólio de investimentos da família Queiroz Galvão, André Câncio, avalia que a combinação dos negócios permitirá a obtenção de sinergias com foco em crescimento sustentável no segmento de biometano.

“Participar desse novo ciclo, com atuação ativa na governança, reforça o compromisso com a estratégia de longo prazo”, disse ele.

A fusão ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos municípios onde as duas empresas têm concessões.

Haddad diz que mercado não reconhece indicadores e que relação é ‘muito difícil’

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, herdou um “inferno” nas contas públicas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Afirmou ainda que a relação com o mercado financeiro é “muito difícil” porque “os indicadores (da economia) não são reconhecidos”.

Haddad declarou, ainda, que 2026 será um ano igualmente “muito difícil” por causa da disputa eleitoral e do que ele chamou de “guerra de comunicação”. A fala se deu durante a reunião ministerial com Lula na Granja do Torto nesta quarta-feira, 17. Haddad foi um dos ministros a fazer uma fala inicial no encontro.

“Não é fácil manter, nas condições do Brasil, sobretudo na relação com o mercado financeiro, muito difícil a relação, porque os indicadores não são reconhecidos, é como se Lula tivesse herdado um paraíso e estivesse com problemas nas contas, mas não, ele herdou um inferno, depois de sete anos de direita e extrema-direita”, afirmou o ministro.

Em seguida, após reclamar da relação com o mercado financeiro, ele continuou o raciocínio elogiando o presidente Lula: “Manter crescimento, emprego, inflação baixa e em uma tensão artificialmente construída na política e na economia não é para qualquer um”.

Haddad disse que há “muitos desafios pela frente”. “Vai ser um ano muito difícil, como todos sabem, sobretudo a guerra de comunicação, de narrativas. Vai continuar um inferno na vida de todos nós. É um desafio lidar com essas redes sociais, com (o que é) a verdade”, declarou o ministro.

“Nada pode expressar mais o nosso desafio do que o slogan ‘Ano que vem será o ano da verdade’. Se a gente transformar o ano que vem no ano da verdade, vamos ter mais quatro anos de trabalho sobre a Presidência do presidente Lula”, completou Haddad.

Em última reunião ministerial, Lula diz que 2026 será o ano da verdade

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (17) que o governo precisa alcançar a “narrativa correta” para informar ao povo brasileiro as coisas que aconteceram no país nos últimos anos. O presidente comanda, nesta manhã, a última reunião ministerial de 2025, na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília.

Para o presidente, o país está em uma situação “amplamente favorável”, embora, segundo ele, isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública em razão da polarização política no país. Lula disse que o discurso da equipe precisa estar definido para o processo eleitoral do ano que vem.

“O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo”, disse aos seus ministros, citando ações em diversas áreas, como economia e inclusão social.

“É importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho a impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram neste país”, acrescentou.

Lula disse que vai aceitar o afastamento dos ministros que quiserem disputar um cargo ou reeleição. No pleito de 2026, será escolhido o novo presidente da República, mas também governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

O presidente destacou ainda a capacidade de articulação da equipe para a aprovação de medidas de interesse do governo no Congresso Nacional, como a isenção do imposto de renda e a reforma tributária. Para ele, o país vive um “momento ímpar” do ponto de vista econômico também pelo aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos.

O presidente Lula reafirmou a sua política de que o dinheiro precisa circular nas mãos da população. “Nós precisamos fazer muito mais, porque a minha teoria é que pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Não tem macroeconomia, não tem câmbio. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o nosso problema. Está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura, está resolvido o problema da inflação”, disse.

“Nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição”, afirmou o presidente.

Após o discurso de abertura da reunião, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, falou sobre as políticas industriais em desenvolvimento, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um balanço dos primeiros 3 anos da gestão.

Também estão previstas falas dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Mendonça vota para validar mínimo existencial em R$ 600

 

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou no sentido de validar na íntegra o decreto presidencial que estabelece o valor de R$ 600 como o mínimo existencial a ser preservado contra a cobrança de dívidas. 

Um pedido de vista feito nesta quarta-feira (17) pelo ministro Alexandre de Moraes interrompeu o julgamento, que havia começado em 12 de dezembro, no plenário virtual do STF.

A votação seguiria até a próxima sexta-feira (19), antes de ser interrompida. Pelo regimento interno do Supremo, o caso deverá ser liberado para novo agendamento em até 90 dias. 

Mendonça é relator de três ações de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) sobre o tema, abertas pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep). 

“No presente caso, considero que são razoáveis e proporcionais os critérios estabelecidos no Decreto nº 11.150, de 2022, para fins de definição do mínimo existencial a ser aplicado aos casos de superendividamento”, escreveu o ministro. 

Aprovada em 2021, a Lei do Superendividamento prevê que a Justiça pode resguardar o mínimo existencial do consumidor, uma quantia a ser protegida das cobranças dos bancos, mas deixou a definição do que seria “mínimo existencial” inteiramente a cargo da regulamentação a ser feita pelo Poder Executivo. 

O valor de R$ 600 para definir o que seria o mínimo existencial foi adotado em 2023 pelo governo Lula para substituir o critério anterior, criado em 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro, que estabelecia o mínimo existencial em 25% do salário mínimo, o equivalente na época a R$ 303,00. 

Segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, elaborado pela empresa de garantia de crédito Serasa, havia 79,1 milhões de pessoas inadimplentes no país em setembro de 2025, 48,47% da população. 

Argumentos 

As entidades argumentam que definir R$ 600 como mínimo existencial fere direitos essenciais garantidos pela Constituição, entre os quais a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, conforme o artigo 1º da Carta de 1988. 

Para as associações, a quantia estipulada no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023 não é suficiente para garantir o “mínimo vital” para uma “vida digna”.  

As entidades sustentam ainda que o artigo 7º da Constituição, ao definir o salário mínimo, elenca como “necessidades básicas do trabalhador” as despesas com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. 

Ao Supremo, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse que o governo abordou a questão sob o ângulo da preservação do mercado de crédito, optando por um valor baixo para o mínimo existencial de modo a garantir o acesso do consumidor a empréstimos.

O governo explicou que “o respectivo montante visou a conferir grau superior de proteção ao consumidor contra uma eventual situação de superendividamento, sem, ao mesmo tempo, afastar os consumidores do mercado formal de crédito, buscando-se um melhor equilíbrio entre a proteção ao consumidor superendividado e a segurança jurídica necessária para a celebração de contratos privados”. 

Voto

O ministro André Mendonça concordou com os argumentos do governo. Ele reconheceu o problema “sistêmico” relacionado ao superendividamento no Brasil e a necessidade de proteção ao consumidor, mas afirmou que, devido à complexidade do problema, o Supremo não deve definir um mínimo existencial de forma abstrata. Argumentou, ainda, que o tema deve ser enfrentado por órgãos técnicos especializados, sem a intervenção da Justiça. 

Ele observou que o decreto que regulamentou a Lei do Superendividamento (Lei 14.181/2021) prevê a revisão periódica do valor fixado para definir o mínimo existencial, que deve ser feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), colegiado composto pelo presidente do Banco Central e os ministros da Fazenda e do Planejamento. 

“Justamente por essa característica de ser uma política pública dinâmica, em permanente transformação, cuja atualização ficou a cargo de um órgão técnico altamente especializado, entendo que não cabe ao Poder Judiciário imiscuir-se no tema e definir, em sede de controle concentrado, qual deve ser o mínimo existencial a ser observado de forma geral e abstrata”, afirmou. 

Para o ministro, a Justiça não deve entrar no assunto. “Entendo que não cabe ao Poder Judiciário imiscuir-se no tema e definir, em sede de controle concentrado, qual deve ser o mínimo existencial a ser observado de forma geral e abstrata”, sustentou.

Apesar de ter votado sobre o mérito da questão, Mendonça entendeu que as ações sobre o tema devem ser rejeitadas por questões processuais, sem serem analisadas pelo Supremo. O ministro apontou que o decreto é um ato normativo secundário, que, em seu entendimento, não deve ser alvo de questionamento via ADPF. 

Como o Brasil se tornou em 2025 no maior produtor de carne bovina do mundo

 

Um em cada cinco quilos de carne bovina produzida em todo o mundo sai de uma fazenda localizada no Brasil. Em 2025, o Brasil superou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor de carne bovina do planeta, com uma produção de 12,35 milhões de toneladas este ano.

E o reconhecimento do feito veio do próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu último relatório sobre o comércio global de proteínas, que colocou o Brasil no topo do ranking mundial pela primeira vez na história. Agora, os Estados Unidos passam a ocupar a segunda colocação, com uma oferta anual de 11,81 milhões de toneladas.

Assim, a participação do Brasil na produção mundial de carne bovina que em 2015 era de 15,8% passou para os atuais 20% em 2025. Já os Estados Unidos mantiveram sua participação praticamente estável, passando de 18,1% para 19,1% no mesmo período.


carne bovina

Por que o Brasil está produzindo mais

Essencialmente, dois fatores explicam a conjuntura atual. O primeiro vem do próprio Brasil. Nos últimos cinco anos, o abate de bovinos vem crescendo sistematicamente diante do aumento da disponibilidade de animais por parte dos pecuaristas, em especial de fêmeas.

Em 2024, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contabilizou um abate recorde de 39,2 milhões de cabeças em todo o país. O número representou um crescimento de 15% em comparação a 2023 e superou em quase 5 milhões de cabeças o recorde registrado em 2013.

Desse total, 16,9 milhões foram de fêmeas, número que representou um crescimento de 19% em comparação a 2023. O desempenho também representou um recorde para a pecuária nacional.

Aliado ao crescimento do número de cabeças enviadas aos frigoríficos está o fato de os animais estarem sendo abatidos com mais peso. Se em 2015 cada cabeça abatida produzia pouco mais de 240 quilos de carne, hoje, o mesmo animal produz mais de 260 quilos

Esse ganho de peso por cabeça reflete os investimentos feitos pelos pecuaristas em genética e também na alimentação. Antes criados essencialmente comendo capim, os animais do rebanho brasileiro estão se dividindo entre as pastagens e o confinamento, o que permite uma engorda mais rápida em um espaço de tempo menor.

Nos Estados Unidos, os pecuaristas americanos vem registrando uma queda na disponibilidade de animais para abate. Isso porque, os baixos preços registrados há alguns anos levaram os produtores a venderem suas matrizes. Sem fêmeas para gerarem novos bezerros, a oferta de animais caiu, o que reduziu a produção de carne, por consequência.

10 maiores produtores de carne bovina do mundo

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https://dinheirorural.com.br/brasil-eua-producao-carne-bovina-mundo

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Hapvida inaugura quatro novas unidades em São Paulo e uma em Campinas

 

A Hapvida avançou com seu plano de expansão e inaugurou este mês cinco novas clínicas, sendo quatro na capital paulista e uma em Campinas. A expectativa da empresa é atender 9,6 mil pacientes por mês.

Em São Paulo, a empresa colocou em funcionamento uma clínica no Itam Bibi, na Mooca, Interlagos e sua mega unidade na Vila Mazzei. Esta última será referência para cardiologia, clínico geral, dermatologia clínica e cirúrgica, ginecologia clínica, ortopedia e traumatologia, pediatria, psiquiatria, pneumologia, reumatologia, gastroenterologia, endocrinologia e metabolismo.

Já a unidade de Campinas tem 10 consultórios e capacidade para atender até 8,8 mil pacientes mensais. Entre as especialidades médicas estão gastroenterologia, dermatologia clínica e cirúrgica, ginecologia clínica, obstetrícia/pré-natal, neurologia, procedimentos cirurgia geral e procedimentos dermatológicos. O beneficiário poderá também realizar na unidade a coleta laboratorial e papanicolau.