sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Reunião do CMC apresentará vários resultados concretos para integração do Mercosul, diz Vieira

 

 Conselho do Mercado Comum realizou sua LXVI Reunião ...

 

 

A 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão decisório de nível ministerial do Mercosul, apresentará vários resultados concretos para a integração regional, disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na abertura da reunião, que ocorre em Foz do Iguaçu.

Na ocasião, Vieira submeteu a proposta de agenda da reunião às autoridades presentes, que chegaram por volta das 10h35 no local. O primeiro tema é o relatório da Presidência Pro Tempore brasileira do Mercosul, com o ministro convidando a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Gisela Padovan, “para fazer um breve relato das atividades” do que foi feito pelo Brasil durante o segundo semestre de 2025, quando ocupa a Presidência Pro Tempore do bloco.

Também na abertura da reunião, Vieira destacou que tem “satisfação de observar que tivemos bons avanços nas prioridades que apresentamos no início do semestre”, sem entrar em detalhes.

No início da fala de Padovan, a embaixadora disse que o Brasil seguiu “trabalhando pelo objetivo de aperfeiçoar nossa união aduaneira por meio de uma rede coesa e consistente”. A imprensa, que estava presente para a abertura da reunião, foi convidada a se retirar após as falas iniciais. O restante da agenda que será debatida pelos membros do Mercosul não havia sido apresentada até o fechamento deste texto.

A reunião do CMC antecede a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que ocorrerá neste sábado, 20, também em Foz do Iguaçu e quando o Brasil deve passar o bastão para o Paraguai assumir a Presidência Pro Tempore do bloco.

Ministério da Saúde alerta para vacinação após Brasil registrar quatro casos de ‘gripe K’

 Ministério da Saúde.PNG

O Brasil tem quatro casos confirmados de influenza A (H3N2) do subclado K, conhecida como “gripe K”, segundo informe divulgado pelo Ministério da Saúde na noite de quinta-feira, 18. São três registros no Mato Grosso do Sul e um no Pará.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o caso identificado no Pará está relacionado à importação da doença e foi detectado em uma mulher que veio das Ilhas Fiji. Já os três casos registrados em Mato Grosso do Sul seguem em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz para confirmação da origem.

Diante dos registros, o ministério reforça a importância da vacinação e afirma que os imunizantes disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem proteção contra formas graves da gripe, inclusive aquelas causadas pelo subclado K.

“A hesitação vacinal, cenário observado em países da América do Norte, contribui para a maior circulação do vírus, especialmente em contextos de baixa adesão à imunização”, diz trecho do comunicado da pasta.

No início da semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para o aumento de casos da “gripe K” em diferentes regiões do mundo. O avanço coincide com o início do inverno no Hemisfério Norte, período em que tem sido observado um número maior de registros em países como Estados Unidos e Canadá.

Até o momento, não há evidências de que o subclado K esteja associada a uma maior gravidade dos casos. Segundo especialistas, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe clássica, como febre, dores no corpo, tosse e cansaço.

Síndrome respiratória aguda grave (SRAG)

O ministério afirma que, em 2025, o Brasil apresentou um comportamento atípico da influenza A (H3N2), com aumento de casos no segundo semestre, antes mesmo da identificação do subclado K no País. Esse movimento teria começado na região Centro-Oeste e, posteriormente, se espalhado para estados de outras regiões.

A pasta diz que, atualmente, as regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentam queda nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associados à influenza, enquanto no Norte e Nordeste há tendência de crescimento.

Quem deve se vacinar contra gripe?

A vacina contra influenza é reformulada anualmente em duas versões, uma destinada ao Hemisfério Norte e outra ao Hemisfério Sul. No SUS, a vacina contra a gripe é aplicada prioritariamente em grupos mais vulneráveis. Em geral, são crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos. O público-alvo também costuma incluir:

trabalhadores da Saúde;

puérperas;

professores dos ensinos básico e superior;

indígenas;

pessoas em situação de rua;

profissionais das forças de segurança e de salvamento;

profissionais das Forças Armadas;

pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);

pessoas com deficiência permanente;

caminhoneiros;

trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);

trabalhadores portuários;

funcionários do sistema de privação de liberdade;

população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas.

A vacina também é oferecida na rede particular, em farmácias e clínicas.

Outras recomendações

Além da vacinação, o Ministério da Saúde recomenda o uso de máscara por pessoas com sintomas respiratórios, a higienização frequente das mãos e a ventilação adequada dos ambientes.

Benefícios fiscais devem superar R$ 900 bi em 2026; veja maiores renúncias

 

O governo brasileiro deve conceder R$ 903 bilhões em benefícios fiscais em 2026 a diferentes setores da economia nacional. Mais do que abrir mão dessa receita em nome de outras vantagens, como geração de emprego e desenvolvimento tecnológico, quase R$ 620 bilhões do total dos benefícios fiscais projetados para o próximo ano são considerados privilégios tributários.

As conclusões fazem parte de um diagnóstico feito pela Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), divulgado nesta sexta-feira, 19. O estudo leva em consideração as regras estabelecidas pela Constituição Federal, incorporando benefícios que sequer aparecem no Demonstrativo de Gastos Tributários (DGT) da Receita Federal, como a isenção de lucros e dividendos distribuídos, a não instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) e os parcelamentos especiais com amplos descontos (Refis e similares).

“Os estudos existentes mostram que o bolo das renúncias fiscais é enorme e crescente. O que o Privilegiômetro faz é mostrar quem está comendo esse bolo, quanto leva e por que parte relevante disso não pode ser chamada de política pública, mas de privilégio tributário”, afirma Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional.

O estudo divide os benefícios fiscais do Brasil em dois grandes grupos. No primeiro, são separados os benefícios fiscais que comprovadamente apresentam uma contrapartida econômica e social como geração de emprego, redução de desigualdade ou atendimento a populações vulneráveis.

No segundo grupo são enquadrados os benefícios classificados como privilégios tributários, ou seja, as vantagens dadas a certos setores sem uma contrapartida tecnicamente notória ou comprovada. Segundo a Unafisco, mais do que não apresentar contrapartidas, são casos que agravam a concentração de renda e não contribuem para reduzir desigualdades.

Setores com mais benefícios fiscais

Os dez grupos ou setores mais privilegiados com renúncias fiscais concentram 77,5% de todos os privilégios, o que vai somar quase R$ 480 bilhões em 2026. Os principais destaques são:

Benefícios fiscais

O estudo também traz uma análise distributiva de benefícios tradicionalmente vistos como “sociais”, como a desoneração da cesta básica, de medicamentos e o Simples Nacional.

A partir de dados de programas de transferência de renda e do tamanho médio das famílias, apenas 25,22% da renúncia com cesta básica e medicamentos alcança famílias de baixa renda; 74,78% desse gasto beneficiam contribuintes com maior capacidade contributiva, configurando privilégio tributário.

No caso do Simples Nacional, o documento mostra que empresas com faturamento anual de até R$ 1,8 milhão são responsáveis por 75,49% dos empregos nas firmas optantes. Já as faixas superiores concentram parte do benefício sem a mesma contrapartida na geração de postos de trabalho.

“Quando olhamos com lupa, fica claro que uma boa fatia das desonerações de cesta básica, medicamentos e do próprio Simples não chega aos mais pobres nem às microempresas de fato. São recursos públicos que acabam blindando grupos com maior renda e poder econômico”, aponta Mauro Silva.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Participação de importados no consumo dos brasileiros atinge marca recorde de 26,7%

 

A participação dos importados entre os produtos comprados pelos brasileiros subiu para 26,7%, registrando uma nova máxima na série histórica de 22 anos de um estudo produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Funcex.

Com dados relativos a 2024, o levantamento mostra que, apesar do dólar caro na época, o que poderia esfriar as compras de produtos do exterior, as importações ganharam novo fôlego em um ambiente de recuperação da demanda nacional. De 2003, primeiro ano da série estatística, até o ano passado, a parcela dos produtos importados no consumo dos brasileiros dobrou de tamanho: de 13,4% para 26,7%.

As importações foram puxadas por compras de produtos chineses, que chegaram a 9,2% do mercado brasileiro. Esse porcentual é mais do que o dobro da penetração dos produtos chineses de dez anos atrás: 4,3%. A China avançou nesse período em diversos segmentos: dos carros híbridos e elétricos aos vestuários comprados por meio dos sites internacionais.

O estudo da CNI aponta maior volume de máquinas, equipamentos e aparelhos de informática da China, além da elevada presença de produtos têxteis do país no consumo dos brasileiros.

Ao contrário das importações, as exportações perderam peso na indústria nacional. No ano passado, a parcela da produção destinada a mercados externos caiu para 18,9%, após marcar 19,3% em 2023, o que interrompeu um processo de recuperação após a pandemia. Os dados, por serem referentes a 2024, não captam os efeitos do tarifaço levantado neste ano pelo governo dos Estados Unidos, principal destino das exportações da indústria.

A conclusão da CNI é de que os dados do estudo evidenciam a dificuldade da indústria brasileira em competir tanto no mercado interno quanto no exterior. Para a gerente do departamento de comércio e integração internacional da CNI, Constanza Negri, os resultados do levantamento servem como um sinal de alerta.

“Na nossa avaliação, esses indicadores mostram que persiste uma série de desafios estruturais para melhorar a competitividade e a qualidade da integração da indústria brasileira no comércio internacional. São desafios que afetam a capacidade da indústria de competir no próprio mercado brasileiro e, ao mesmo tempo, de ganhar escala e espaço nos mercados externos”, comenta.

Lula diz querer Haddad candidato em 2026, mas decisão cabe ao ministro

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 18, que quer que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja candidato na eleição de 2026, ao mesmo tempo que afirmou que a decisão caberá a Haddad.

“O Haddad tem maioridade e tem biografia para decidir o que ele quer fazer. Se você perguntar para mim se eu gostaria que ele fosse (candidato), eu gostaria que ele fosse. Eu não sei, eu preciso perguntar para ele”, disse Lula em entrevista coletiva em Brasília.

Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, Haddad anunciou a possibilidade de sair do governo para colaborar com a campanha à reeleição de Lula, e nos bastidores de Brasília a notícia que circula é que isso deve ocorrer até março.

Lula foi questionado ainda se manterá o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, como vice em sua chapa no ano que vem, e disse que ainda teria que conversar com ele para saber de suas intenções.

Na opinião do petista, o governo precisa ter nomes fortes para o governo de São Paulo e para o Senado por aquele Estado. Afirmou ver chances reais de ganhar ambas as disputas. As definições devem sair em março apenas.

“Quando começar o ano, eu vou chamar muitos ministros que vão sair para ser candidatos e eu vou então decidir com eles o que eles vão fazer da vida. Eu sei que tem uma enxurrada de ministros que vai sair, eu acho que pelo menos 18 devem sair. Eu acho que devem sair, não vou impedir ninguém de sair, vou apenas torcer”, declarou.

Na entrevista, Lula disse ainda ter uma boa relação tanto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — a quem chamou de “amigo” –, quanto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Galípolo: Não há ‘porta fechada nem seta dada’ para próximas reuniões do Copom

 

Em coletiva de imprensa sobre o relatório de política monetária, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reiterou diversas vezes que ‘não há porta fechada nem seta dada’ para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Galípolo destacou que o Banco Central tem ‘justamente tentado expressar isso’ nas suas comunicações mais recentes – de que não há decisão tomada sobre a reunião do Copom de janeiro e tampouco sobre as próximas decisões de política monetária.

O presidente da autarquia frisa que o comitê tem preferido ‘esperar chegar lá’ com mais dados nas mãos em detrimento de sinalizar algo de antemão.

A facilidade que temos em não dar nenhuma pista não é por estarmos sendo habilidosos em esconder algo, mas na verdade por que não temos sobre o que dar uma pista”, disse.

Era mais vantajoso não tomar essa decisão agora, ganhar este tempo e poder tomar essa decisão somente em janeiro. É assim que deve ser entendida essa questão”, completou.

Galípolo frisou que o BC tem ‘tirado expectativas’ de certas palavras nos comunicados e, com isso, as projeções acabaram virando um ‘sinal maior’. Ainda assim, destacou que o Comitê segue cauteloso e espera mais dados para tomar e sinalizar decisões.

Dentre os dados, destaca os indicadores de mercado de trabalho, que considera ‘ainda difíceis de interpretar’, tanto no doméstico quanto no global.

O Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou que o ambiente externo se mantém incerto por conta da politica econômica dos EUA.

“Na Ata [do Copom] debatemos justamente isso, que o ambiente externo estava menos incerto do que alguns meses atrás, por conta de tarifas, e shutdown. É incerto, mas menos incerto do que já foi, e daí a necessidade de cautela por parte das economias emergentes.”

Guillen também endossou a fala sobre o mercado trabalho, observando que é um momento em que é ‘muito difícil entender qual é o cenário atual do mercado de trabalho dos EUA’ por conta do shutdown, com uma leitura mais complexa tanto para o nível de emprego quanto inflação.

BC vê inflação ainda acima de 3% e melhora projeção de PIB

No Relatório de Política Monetária (RPM) do quarto trimestre de 2025, documento que reúne a avaliação da autoridade monetária sobre a economia brasileira e o cenário internacional, o BC destaca sua visão de continuidade da moderação da atividade econômica no Brasil, inflação ainda acima da meta de 3% e necessidade de manter a política monetária em campo restritivo para assegurar a convergência dos preços ao longo do horizonte relevante – hoje concentrado no segundo trimestre de 2027 .

No Brasil, os dados mais recentes confirmam a perda de fôlego do crescimento. O Produto Interno Bruto avançou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, após alta de 0,3% no trimestre anterior.

O BC avalia que esse movimento está em linha com o esperado e reflete, principalmente, a desaceleração do consumo das famílias, que ficou praticamente estável no período. O investimento, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, cresceu, influenciado por fatores pontuais, como a importação de plataformas de petróleo.

Para o quarto trimestre, os indicadores disponíveis sugerem a continuidade dessa moderação. Dados de produção industrial, varejo, serviços e circulação de veículos mostram variações pequenas, sem sinal de retomada mais ampla.

Ainda assim, o BC revisou para cima a projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,0% para 2,3%, influenciado por revisões estatísticas e pelo desempenho da agropecuária e da indústria extrativa. Para 2026, a expectativa é de crescimento de 1,6%, refletindo juros elevados, menor impulso do setor agropecuário e desaceleração global.

O mercado de trabalho segue como um ponto de atenção. Apesar de sinais de arrefecimento na ocupação, a taxa de desemprego permanece próxima dos menores níveis da série histórica. A geração de empregos formais continua ocorrendo, embora em ritmo menor, e os rendimentos reais do trabalho seguem em expansão. Esse quadro contribui para sustentar a demanda interna e ajuda a explicar a persistência da inflação de serviços, tema recorrente no relatório.

No mercado de crédito, os dados indicam desaquecimento gradual, em linha com os efeitos esperados da política monetária. As concessões às pessoas físicas mostram perda de ritmo, enquanto o crédito direcionado às empresas tem apresentado desempenho acima do previsto. Mesmo assim, o BC projeta desaceleração do crédito tanto em 2025 quanto em 2026, quando comparado a 2024.

No campo fiscal, a percepção dos agentes permanece estável desde o último relatório. As projeções de dívida pública indicam trajetória de alta no médio prazo, o que mantém o tema no radar da política monetária. Já nas contas externas, o déficit em transações correntes aumentou em 2025, puxado pelas importações, apesar do nível elevado das exportações. Para 2026, a expectativa é de redução desse déficit, com melhora do saldo comercial.

A inflação ao consumidor mostrou desaceleração recente, tanto no acumulado em 12 meses quanto nas métricas trimestrais, mas segue acima da meta. Em novembro, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,46%, dentro da faixa de tolerância, após meses acima do limite superior. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 recuaram, mas continuam acima de 3%. No cenário de referência do BC, a inflação converge para 3,2% em 2027, patamar compatível com o cumprimento da meta contínua.

O relatório reforça que a política monetária seguirá orientada pelo compromisso com a meta de inflação. O balanço de riscos inclui, de um lado, a possibilidade de maior persistência da inflação de serviços e de desancoragem das expectativas. De outro, uma desaceleração mais intensa da atividade doméstica ou global pode aliviar as pressões inflacionárias. Diante desse quadro, o BC sinaliza que suas decisões continuarão dependentes dos dados, com foco em assegurar a convergência da inflação no horizonte relevante.

No cenário externo, o relatório descreve um ambiente marcado por incerteza, em especial nos Estados Unidos. A inflação americana tem mostrado resistência, influenciada por tarifas sobre importações, o que levou o Federal Reserve a adotar uma postura dependente de dados, mesmo após cortes recentes na taxa de juros.

O BC destaca que, nas economias avançadas, a convergência da inflação à meta foi adiada em vários casos, enquanto nos países emergentes o comportamento dos preços segue heterogêneo. Esse contexto exige cautela, sobretudo para economias como a brasileira, mais sensíveis às condições financeiras globais.

A atividade global continua crescendo, mas em ritmo menor. Os riscos de uma desaceleração mais intensa permanecem, ainda que os temores de uma recessão global tenham diminuído. Ao mesmo tempo, políticas fiscais mais expansionistas em alguns países e a flexibilização monetária gradual ajudam a sustentar o nível de atividade, compensando parte do efeito da incerteza geopolítica e comercial.

AgroGalaxy emite R$ 213,3 milhões em debêntures para pagar fornecedores

 

A tempestade voltou!" AgroGalaxy pede recuperação judicial e ...

A AgroGalaxy aprovou a emissão de R$ 213,3 milhões em debêntures para pagamento de credores fornecedores no âmbito do plano de recuperação judicial, conforme Fato Relevante divulgado nesta quarta-feira, 17, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação não traz recursos novos para o caixa. Na prática, substitui dívidas antigas por títulos de longo prazo com condições mais favoráveis à varejista de insumos.

A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração, com aprovação unânime dos cinco conselheiros presentes, incluindo o presidente do colegiado, Sebastian Marcos Popik, e o CEO da companhia, Eron Martins.

As debêntures terão vencimento final em 30 de junho de 2035, correção apenas pelo IPCA, sem pagamento de juros reais, e carência até 31 de dezembro de 2027. “A emissão tem por finalidade entregar novos instrumentos de dívida aos credores colaboradores fornecedores”, diz o texto.

Após a carência, o pagamento da correção monetária ocorrerá semestralmente, em junho e dezembro, e a amortização do principal será feita em 16 parcelas. Os títulos são quirografários, sem garantias reais, e serão integrados por meio da cessão de créditos que os fornecedores têm com a AgroGalaxy, não por pagamento em dinheiro. Também poderão participar credores financeiros com fluxo de grãos e credores controladores, conforme definido na escritura da emissão.

O Santander coordenará a distribuição, sem garantia de colocação integral dos títulos, enquanto a Vórtx atuará como agente fiduciário, responsável por acompanhar a operação e representar os interesses dos credores.

A emissão faz parte do plano de recuperação judicial aprovado por 82,4% dos credores em 2024 e homologado pela Justiça em 30 de maio de 2025. O plano prevê o reperfilamento de R$ 4,6 bilhões em dívidas, com carência de dois a três anos e amortização estendida por até 16 anos.

No terceiro trimestre de 2025, a AgroGalaxy registrou receita líquida de R$ 417,9 milhões, queda de 65,7% ante igual período de 2024, reflexo do fechamento de mais de 100 lojas desde o início da recuperação judicial. O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 611,8 milhões, redução de 61,2% na comparação anual. As despesas operacionais caíram 69%, para R$ 56 milhões no trimestre.