segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Vazamento aponta que Trump quer promover outros "Brexits" na União Europeia

 

Rascunho vazado da nova estratégia de segurança dos EUA indica que Casa Branca contempla dividir a União Europeia e persuadir Polônia, Áustria, Itália e Hungria a seguirem exemplo do Reino Unido e deixarem o bloco.As relações entre os EUA e a União Europeia vêm sofrendo um forte baque desde que Donald Trump voltou ao poder. A divulgação da nova estratégia de segurança nacional dos EUA, em 4 de dezembro, foi considerada por muitos políticos europeus como uma afronta direta.

No documento, que deve ser apresentado ao Congresso a cada novo governo, a gestão Trump descreveu a Europa como um continente em “declínio”. O texto fala, literalmente, de “censura” à liberdade de expressão na Europa, de “opressão aos opositores políticos” e de uma eventual “extinção civilizacional” causada pela migração.

No entanto, um vazamento de um rascunho até então não divulgado da estratégia de segurança nacional expôs pontos ainda mais delicado sobre como os EUA pretendem agir no futuro em relação à Europa.

De acordo com o portal americano Defense One, que teve acesso a essa versão, o documento prevê que uma intensificação da parceria dos EUA com Itália, Áustria, Polônia e Hungria “com o objetivo de separá-los [da União Europeia]”. A Casa Branca negou a existência de tal documento ao Defense One.

No entanto, podemos dizer que os EUA estão tentando dividir a União Europeia? E por que justamente esses quatro países podem ser afastados do bloco?

Hungria, Áustria, Polônia e Itália

A Hungria é provavelmente a menos surpreendente da lista. O primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, e Donald Trump são aliados próximos. Orbán já apoiou Trump durante a campanha presidencial de 2016 – na época, ele foi o único chefe de governo da UE em exercício a endossar o republicano.

Ambos os mandatários sabem muito bem o que podem ganhar com a presença do outro. Eterno contestador, Orbán desestabiliza a EU e, com isso, uma instituição contra a qual Trump nutre grande desconfiança.

Orbán, por sua vez, se contenta com o apoio político da superpotência americana. Alegações dão conta de que os EUA teriam oferecido à Hungria uma “proteção financeira” de 20 bilhões de dólares, similar à que foi concedida à Argentina, já que a economia húngara vem passando por turbulências e importantes fundos da UE permanecem congelados.

Trump, no entanto, disse, em uma entrevista recente ao site Politico, não se lembrar de tal promessa. Há, porém, rumores de conversas sobre uma cooperação financeira. O americano parece estar sempre disposto a ajudar seu “bom amigo”.

O presidente americano também já elogiou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o partido pós-fascista Fratelli d’Italia. Porém, para Daniel Hegedüs, diretor regional para a Europa Central do German Marshall Fund of the United States, é um “equívoco” dos EUA acreditar que Meloni poderia se opor à UE. Embora haja certa proximidade ideológica entre Meloni e Orbán, a italiana não tem confrontado o bloco europeu, mas, sim, assumido uma postura bastante pragmática. Segundo Hegedüs, quase ninguém entendeu tão bem quanto Meloni o que uma UE estável e funcional é capaz de proporcionar para seu país.

Embora a Polônia e a Áustria não sejam governados atualmente por populistas de direita, até recentemente ambos os países tinha, no poder, partidos de direita e eurocéticos – que continuam extremamente influentes. O Partido Liberal da Áustria (FPÖ) foi a força política mais votada nas últimas eleições e lidera as pesquisas atuais. Na Polônia, as eleições presidenciais foram vencidas por Karol Nawrocki, candidato do partido conservador de direita Direito e Justiça (PiS). Por isso, é provável que o governo Trump volte a ter maior influência em ambos os países em breve.

Por que Eslováquia e República Tcheca estão fora?

O que mais deve ter surpreendido os observadores foi o fato de dois países da UE não constarem na lista de países do rascunho da estratégia de segurança americana: a República Tcheca e a Eslováquia.

Na República Tcheca, em outubro, o partido populista de direita ANO, do bilionário Andrej Babis, venceu as eleições parlamentares e formou uma coalizão governamental com o partido Motoriste, também de direita, e com o partido de extrema-direita Liberdade e Democracia Direta (SPD).

Já a Eslováquia vem passando por uma guinada à direita desde 2023, sob o governo de Robert Fico. O partido dele, o Smer-SD, tem “social-democrata” no nome, mas, na prática, é em grande parte nacionalista de direita – e, por isso, foi recentemente expulso do Partido Socialista Europeu (PSE).

Tanto Babis quanto Fico são declaradamente céticos em relação à EU e têm o potencial de gerar caos nas tomadas de decisão europeias e minar a autoridade do bloco em questões estratégicas, especialmente no que diz respeito à Rússia e à Ucrânia. Essas são características que o governo de Trump, com sua orientação atual, possivelmente aprecia.

Segundo Hegedüs, os governos tchecos e polonês não foram sido incluídos no documento estratégico por causa de suas respectivas raízes. O ANO não se encaixava no espectro clássico da esquerda-direita, enquanto o Smer-SD se considerava inicialmente de esquerda. “É possível ver claramente como a abordagem americana é idealizada”, diz o cientista político à DW. “Como o Smer e o ANO não têm uma origem populista de direita clássica, eles não são considerados aliados ideológicos, mesmo que talvez façam uma política útil para o governo de Trump.”

Corrosão gradual do pacto europeu

As primeiras tentativas de interferência do novo governo dos EUA nos processos democráticos na Europa no início do ano, como o discurso provocativo do vice-presidente JD Vance na Conferência de Segurança de Munique, foram em parte ignoradas pelos observadores das relações transatlânticas, pois o novo governo de Washington ainda procurava seu novo lugar.

Mas, desde então, o governo dos EUA voltou a se envolver nas campanhas eleitorais de Alemanha, Romênia e Polônia. A interferência segue sempre o mesmo padrão: apoia-se quem o governo Trump considera ideologicamente um aliado – e quem enfraquece Bruxelas.

O objetivo dos EUA não será um Huxit, Italexit, Ausexit ou Polexit, afirma Hegedüs, mas, sim, uma lenta corrosão da integração europeia, o que esses países poderiam promover por meio de apoio diplomático, político e talvez até financeiro.

Os primeiros sinais disso já estão visíveis, como a redução gradual da dependência da União Europeia em relação à Rússia. Até o final de 2026, será proibida a importação de gás natural liquefeito e, até novembro de 2027, a importação de gás por gasodutos. Orbán, por sua vez, já havia obtido de Trump, em novembro, uma isenção das sanções dos EUA às importações de energia russa.

Ele declarou que não aceitará a decisão da UE e que levará o caso ao Tribunal Europeu de Justiça. Em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan no último dia 8 de dezembro, Orbán anunciou que a Turquia continuará garantindo o fornecimento de gás russo à Hungria através do gasoduto TurkStream.

Hegedüs acredita que, nos próximos anos, haverá cada vez mais casos em que os países membros não cumprirão as decisões tomadas em conjunto em determinadas áreas, questionando cada vez mais a essência da integração europeia. Assim, a UE seria cada vez mais enfraquecida, o que pode levá-la, em algum momento, a perder a importância.

Governo estuda programa para MEIs, micro e pequenas empresas nos moldes do Desenrola

 Governo apresenta novo slogan e nova marca publicitária ...

O governo prepara um programa para renegociação de dívidas de microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas, nos moldes do Desenrola. A minuta de uma Medida Provisória (MP) com o programa foi elaborada no Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, e está em análise pela área econômica do Executivo.

Segundo a minuta original, obtida pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o programa contemplaria dívidas negativadas até a publicação da MP, e duraria até 30 de junho de 2026. As operações de crédito para renegociação teriam juros de 1,5309% ao mês, o equivalente à taxa Selic mais 5% ao ano. Os empréstimos teriam prazo de até 60 meses, com carência mínima de 30 dias e máxima de 59 dias, e prazo mínimo de amortização de dois meses.

A previsão é que as renegociações sejam garantidas pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO). A princípio, o ministério defendeu a conversão de sobras financeiras das cotas de outros programas no fundo para o “Desenrola PJ+.” Outra alternativa seria a capitalização do fundo pela União, para destinar recursos especificamente ao programa.

As informações foram publicadas primeiro pelo jornal O Globo, e confirmadas pelo Broadcast.

O ministério estima que o “Desenrola PJ+” poderia atender até 6,3 milhões de CNPJs, o equivalente a 30% do total dos pequenos negócios. As dívidas desse universo somam R$ 209 bilhões, de acordo com as projeções da pasta. A ideia é que o programa renegocie as dívidas de 2 milhões a 4,7 milhões de micro e pequenas empresas.

Com base nesses números, o ministério estima que o aporte de recursos a ser realizado no FGO seria de R$ 982 milhões até R$ 6,876 bilhões, a depender do nível de adesão das empresas endividadas. Os números mencionados consideram o piso, de 10%, e o teto, de 70%. Os números também levam em conta o desempenho do Desenrola PF, no qual 47% dos valores foram financiados e 53%, pagos à vista.

O programa ainda prevê a criação de uma plataforma para negociação direta de dívidas entre devedores – neste caso, exclusivamente MEIs e micro e pequenas empresas – e os credores.

A minuta do projeto já foi encaminhada à Receita Federal, à Secretaria de Política Econômica (SPE) e ao Tesouro Nacional.


Mercado reduz projeções de inflação em 2025 e 2026 e para Selic no ano que vem

 

O mercado financeiro reduziu suas expectativas para a inflação em 2025 e 2026, e cortou a perspectiva para a taxa básica de juros Selic no ano que vem, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira, 15.

A pesquisa apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano caiu a 4,36%, de 4,40%. Já para 2026 a estimativa passou a 4,10%, de 4,16%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A inflação no acumulado em 12 meses até novembro ficou em 4,46%. Com isso, o IPCA deverá voltar a fechar o ano dentro da meta e registrar a menor taxa em 6 anos.

Depois de o BC ter mantido a Selic em 15% em sua última reunião do ano, na semana passada, o Focus mostrou que os economistas seguem apostando em nova manutenção em janeiro. Mas eles passaram a ver a taxa ao final de 2026 em 12,13% na mediana das projeções, depois de terem elevado a estimativa na pesquisa anterior para 12,25%.

Projeções atualizadas da pesquisa Focus do Banco Central

A ata do Copom será divulgada nesta terça-feira, 16, e pode trazer mais indicações sobre a trajetória futura da política monetária, depois de o BC ter reforçado que a manutenção desse nível por período bastante prolongado é a estratégia adequada para levar a inflação à meta, sem sinalizar quando poderá iniciar um ciclo de cortes nos juros.

PIB e dólar

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento permaneceram em 2,25% e 1,80% respectivamente neste ano e no próximo.

Para o câmbio, o mercado manteve as projeções de dólar a R$ 5,40 ao fim de 2025 e a R$ 5,50 ao fim de 2026.

+ Déficit primário de 2025 segue em 0,50% do PIB; 2026 continua em 0,60% do PIB

Com informações da Reuters


Elon Musk é o primeiro bilionário a acumular US$ 600 bi e mira ser o primeiro trilionário

 

A fortuna do bilionário Elon Musk bateu um novo recorde nesta segunda-feira, 15. Segundo a revista Forbes, o atual homem mais rico do mundo tornou-se também a primeira pessoa a acumular um patrimônio de US$ 600 bilhões, após um salto no valor da empresa de foguetes SpaceX em meio a um processo de venda de ações.

Até então, ninguém ainda havia conseguido superar a barreira de US$ 500 bilhões na lista de bilionários da revista. Musk já bateu outros recordes em ocasiões anteriores:

  • Em setembro de 2021, foi a terceira pessoa a acumular US$ 200 bilhões (após Jeff Bezos, da Amazon, e Frenchman Bernard Arnault, da LVMH);
  • Em novembro de 2021, ele foi o primeiro a bater a marca de US$ 300 bilhões;
  • Em dezembro de 2024, bateu de forma inédita os US$ 400 bilhões;
  • Em outubro deste ano, chegou a US$ 500 bilhões.

Assim como os dois primeiros recordes foram largamente impulsionados pela disparada nas ações da fabricante de veículos elétricos Tesla, a fortuna de Musk agora é impulsionada pela SpaceX. A empresa mira um IPO no próximo ano que, segundo a Forbes, pode elevar ainda mais seu valor, até cerca de US$ 1,5 trilhão, e fazer de Musk o primeiro trilionário do mundo.

Quem é Elon Musk

Um dos empresários mais influentes e ao mesmo tempo mais controversos deste século, Musk é atualmente dono de 12% da Tesla e de 42% da SpaceX. Nascido em 1971 na África do Sul, interessou-se por tecnologia cedo e, ainda adolescente, mudou-se para os Estados Unidos para atuar na área. Seu primeiro grande projeto, a X.com, fundiu-se em 1999 com outra empresa para virar a PayPal, garantindo a primeira fortuna de Musk.

Em 2003, ele se torna investidor da Tesla, empresa da qual viria a ser CEO. Outros empreendimentos de destaque em seu portfólio hoje são a Neuralink, que busca conectar cérebros humanos a máquinas, e a The Boring Company, focada em infraestrutura de túneis para aliviar o congestionamento urbano.

Como fundador e CEO da SpaceX, Musk tem o objetivo declarado de reduzir os custos de viagens espaciais e, eventualmente, colonizar Marte, tornando a humanidade uma espécie multiplanetária.

O lado controverso de Elon Musk é quase tão famoso quanto suas inovações empresariais. Seu comportamento público nas redes sociais — marcado por comentários sarcásticos, ataques sem pudores e grosseiros a críticos e até mesmo a investidores — gera constantes debates.

Fora da internet, Musk também é alvo constante de polêmicas por conta de seus posicionamentos políticos, tendo atuado em um cargo público durante o início da segunda gestão Donald Trump e protagonizado discussões públicas com famosos, ex-esposas e até mesmo familiares.

Procon Paulistano multa Enel em R$ 14,2 milhões por ‘falhas graves’ no fornecimento de energia

 

O Procon Paulistano, órgão de defesa do consumidor da Prefeitura de São Paulo, anunciou nesta segunda-feira, 15, a aplicação de uma multa de R$ 14.268.300,00 contra a Enel. A penalidade foi imposta em decorrência de falhas graves e estruturais na prestação do serviço de energia elétrica, em especial as interrupções ocorridas entre os dias 8 e 10 de dezembro. Estima-se que até 3 milhões de consumidores ficaram sem o fornecimento de energia no período.

O comunicado aponta que a empresa já havia sido notificada anteriormente sobre as falhas detectadas, mas não adequou sua conduta para atender à exigência de manutenção do serviço de forma contínua, adequada, eficiente e segura. Os problemas verificados pelo órgão incluem falhas no atendimento, interrupções prolongadas no fornecimento e a ausência de informações adequadas aos usuários.

“A concessionária deixou de assegurar a continuidade e a eficiência do serviço essencial, além de não atender plenamente às demandas dos consumidores afetados, o que caracteriza infração à legislação vigente”, apontou o órgão.

Com a lavratura do auto, a Enel será notificada e terá prazo de 20 dias para apresentar defesa administrativa.

Escalada de ações judiciais e políticas

A Prefeitura de São Paulo tem adotado diversas medidas para exigir que a Enel melhore a qualidade do serviço prestado. Ao longo dos últimos anos, foram ajuizadas três ações judiciais contra a empresa.

  • Plano de Contingência: em novembro de 2023, o Município obteve na Justiça a determinação para que a concessionária apresentasse um Plano de Contingência para o período de chuvas e ventos fortes, além de realizar o manejo adequado das árvores em situação emergencial em até 30 dias, sob pena de multa por árvore e dia de atraso.

  • GPS para Veículos: em uma segunda ação, em outubro de 2024, foi concedida uma liminar que obrigou a Enel a fornecer o GPS dos veículos de atendimento emergencial.

  • Suspensão da Prorrogação: em 2025, a terceira ação movida pela administração municipal contra a concessionária resultou na suspensão do processo de prorrogação antecipada do contrato de concessão da Enel com a União.

 

Compra de fatia da Novonor na Braskem pela IG4 é vista como positiva para Petrobras; entenda

 

O acordo entre a Novonor e a empresa de investimentos IG4 para transferência da participação da antiga Odebrecht na petroquímica Braskem foi comemorado nesta segunda-feira, 15, pela Petrobras, que tem uma participação relevante na petroquímica embora reclame de representação reduzida no comando da companhia.

O acerto é visto como um primeiro passo para que haja um novo acordo de acionistas que possa viabilizar maior presença e participação da estatal na gestão da Braskem, maior petroquímica da América Latina, disseram três fontes próximas da Petrobras à Reuters.

Procurada, a Petrobras não pode comentar o assunto de imediato.

Atualmente, a Petrobras detém 47% do capital votante da Braskem e 36,1% do capital total. No entanto, ocupa quatro cadeiras no conselho de administração de 11 membros da companhia. A Novonor ocupa sete, com uma fatia de 50,1% das ações ON.

Pelo acordo, a IG4 passará a deter 50,111% do capital votante e 34,323% do capital total da petroquímica. Após a conclusão da operação, a Novonor permanecerá com 4% da Braskem.

“A proposta para o acordo prevê paridade da Petrobras na empresa ou seja, quatro diretorias e cinco cadeiras no conselho de um total de 11. Eles (IG4) ficam com o CEO (presidente-executivo) no primeiro mandato e a Petrobras com o chairman (presidente do conselho de administração)”, disse uma das fontes próxima da Petrobras.

“Aí é um novo papo e uma nova gestão para Braskem”, acrescentou a fonte. “Os 4% de ações (participação) que ficarão com a Novonor sairão da carteira da IG4.”

Segundo uma segunda fonte próxima da estatal, após o termo de compromisso assinado pelas partes sobre a paridade de participação no comando da Braskem, ainda vai levar “uns meses” para a definição do novo acordo de acionistas.

Pelo que foi anunciado mais cedo, a IG4 terá 60 dias de exclusividade para negociar os detalhes do acordo com a Novonor.

“A vantagem é que as conversas com a Petrobras já começaram há algum tempo e as coisas já estão mais ou menos direcionadas. Mas, hoje é uma ótima notícia depois de sete ou oito anos de idas e vindas”, acrescentou a segunda fonte.

Dentro da Petrobras, ainda não se fala em exercer o direito de preferência na operação de venda das ações da Novonor na Braskem para a IG4, mas há o sentimento de que a empresa de investimentos vai trabalhar em parceira com a estatal para melhorar os resultados da petroquímica. Isso permitirá uma futura revenda dessa participação a ser adquirida pela IG4, disseram as fontes.

A possibilidade de compra do controle da Braskem também não está sendo cogitada pela Petrobras.

“Não tem como comprar a Braskem; são muitas questões como lei da estatais, desinteresse da Petrobras e há também a perspectiva de que no futuro a IG4 vai vender sua participação para um outro parceiro”, disse uma das fontes próximas da estatal.

“O que a Petrobras busca é estar mais no dia a dia da empresa, na parte operacional da empresa, que é uma boa empresa e uma das maiores do mundo. Podemos levantar a empresa”, afirmou uma das fontes.

Uma terceira fonte próxima da Petrobras afirmou que a expectativa é que um acordo definitivo com a IG4 possa ser assinado em cerca de 30 dias “e mais uns 30 dias para o ‘closing’ da operação”.

“Quando eles (Novonor, bancos credores e IG4) assinarem o acordo definitivo, a Petrobras já deve estar com tudo pronto para dar o ‘ok’ e acelerar o processo”, disse a terceira fonte, citando uma eventual desistência do direito de preferência da estatal na venda da participação da Novonor na Braskem.

“A previsão é em março de 2026 a Braskem já estará sob nova gestão”, disse a terceira fonte. “Isso tem que ser comemorado; foi um passo importante que as empresas deram, soluciona oito anos de controvérsia e vira-se uma página importante e abre-se uma boa perspectiva”, acrescentou a segunda fonte.

Equinox Gold vende minas de ouro no Brasil para CMOC, da China, por US$ 1 bilhão

 Barras de ouro valem US$ 1 milhão pela primeira vez

A canadense Equinox Gold anunciou a venda de minas de ouro no Brasil por US$ 1,015 bilhão para a chinesa CMOC Group. As minas vendidas são Aurizona, no Maranhão, Riacho dos Machados, em Minas Gerais, e outras no chamado Complexo Bahia. Serão vendidos 100% das operações.

No acordo acertado com os chineses, a Equinox Gold vai receber US$ 900 milhões em dinheiro no fechamento da operação, que ainda depende de aprovação de órgãos brasileiros.

Outros US$ 115 milhões serão pagos um ano depois, sujeito a ajustes e contingentes de produtividade, de acordo com comunicado. A expectativa é que o fechamento da operação deve acontecer no primeiro trimestre de 2026.

A venda das minas acontece em meio aos recordes de alta do ouro no mercado mundial, com o aumento da incerteza geopolítica e econômica levando os investidores a buscarem segurança no metal.

A demanda pelo ouro vem ganhando força há pelo menos três anos, puxada pelas compras de bancos centrais, sobretudo o da China. Desde 2023, o ouro já subiu mais de 60% e este ano o preço da onça-troy superou pela primeira vez a marca de US$ 4 mil.

Com a alta do ouro, banqueiros de investimento e escritórios de advocacia contam que tem sido intenso o movimento de sondagem de compradores estrangeiros por minas de ouro no Brasil e em outras partes do mundo. Recentemente, entrou no mercado a venda de uma mina na Argentina.

A Equinox Gold deve usar os recursos da venda para pagar dívidas, uma de US$ 500 milhões referente a um empréstimo e outra de US$ 300 milhões. Com a venda da operação brasileira, a Equinox informa que vai se concentrar nas operações no Canadá, na Califórnia e na Nicarágua.

Na transação, a Equinox foi assessorada pelo banco BMO Capital Markets e pelos escritórios Blake, Cassels & Graydon e o Veirano Advogados. A CMOC teve a assessoria da Canaccord Genuity Corp e os escritórios McCarthy Tétrault e Mattos Filho.