sábado, 8 de março de 2025

Setor privado lançará grupo análogo ao B20, do G20, para levar contribuições à COP 30

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Empresários brasileiros e estrangeiros vão lançar um grupo semelhante ao B20 – fórum de representação do setor privado dos países que compõem o G20 – para gerar contribuições para a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30).

Sob a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o grupo Sustainable Business COP 30 (SB COP) será lançado na próxima segunda-feira, 10. O anúncio ocorrerá na sede da confederação, em Brasília, e contará com a participação de autoridades do governo e empresários.

A iniciativa busca mobilizar líderes de empresas, sindicatos, associações, federações e confederações para o desenvolvimento sustentável. O presidente da CNI, Ricardo Alban, avalia que a criação desse espaço para representatividade empresarial nas negociações da COP 30 é importante, pois, o combate às mudanças climáticas só terá efeito com a participação do setor produtivo.

Sobre o Sustainable Business COP 30

O comando da Sustainable Business COP 30 sob a liderança brasileira será do ex-CEO da Raízen e da Cosan, Ricardo Mussa. Conforme a CNI, o grupo tem a meta de elaborar recomendações durante a COP 30 e apresentá-las a autoridades governamentais, formalizar compromissos do setor privado para a redução dos gases de efeito estufa (GEE) e desenvolver ações, visando de avançar em uma agenda climática positiva.

Além disso, para discutir assuntos prioritários, o SB COP contará com 6 eixos temáticos: Transição energética; Economia circular e materiais; Bioeconomia; Transição justa; Financiamento climático; e Segurança alimentar.

O secretário-executivo do grupo e superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, afirma que a nova iniciativa vai elencar até três recomendações. “Dessa forma, o foco poderá ser mantido e as metas, de fato, alcançadas, com transparência e comprometimento das empresas nesse processo de transição sustentável”, diz.

Mulheres em cargos de liderança ganham R$ 40 mil a menos por ano do que homens, aponta Dieese

 

Mesmo com avanço em legislações para equidade de gênero nas condições de trabalho, as mulheres ainda sofrem com remunerações menores e menos oportunidades no emprego. Um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que diretoras e gerentes ganharam em média por mês R$ 6.798, enquanto homens, nos mesmos cargos, R$ 10.126, uma diferença de R$ 3.328 mensais. Por ano, esse valor equivale a R$ 40 mil a menos para elas.

Conforme o Dieese, essa média representa todas as empresas do Brasil, de grandes e pequenas cidades, e gerentes e diretores de todo tipo de estabelecimento, não apenas de grandes empresas e multinacionais. Além de diretores e gerentes de grandes empresas, a pesquisa inclui gerentes de lojas e diretores de escolas, Brasil afora, e não só nas capitais.

Os dados têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do 3º trimestre de 2024. Segundo o instituto, o Brasil contava com 91,2 milhões de mulheres com 14 anos ou mais, das quais 48,1 milhões faziam parte da força de trabalho. Dessas, 44,4 milhões estavam ocupadas no período, e 3,7 milhões, desocupadas.

Na menor camada de remuneração, as mulheres que ganham até um salário mínimo são maioria, 37% contra 27% dos homens. Além disso, o rendimento médio real mensal para elas é menor: R$ 2.697, enquanto para eles, R$ 3.459. Na mesma base de comparação, no caso das trabalhadoras com nível superior, o ganho é de R$ 4.885, ou seja, R$ 2.899 a menos do que o recebido pelos trabalhadores (R$ 7.784). Além disso, conforme o levantamento, em nenhum Estado brasileiro a média da remuneração mensal feminina supera a masculina.

O tempo tem grande influência nos ganhos salariais. A jornada de trabalho semanal remunerada masculina supera a feminina em 4,3 horas. Já o trabalho feminino sem ganhos financeiros supera em 10 horas o dos homens. O boletim da Dieese mostra que as mulheres gastam 21 dias ou 499 horas a mais em um ano com afazeres domésticos.

O cenário continua desigual por conta da persistência de barreiras estruturais e culturais, avalia a sócia do escritório Vernalha e Pereira, Angélica Petian. Segundo ela, as empresas precisam criar ambientes mais inclusivos, com a “implementação de programas de mentoria para mulheres, políticas de diversidade e canais de denúncia eficazes”.

A Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres (proposição 14.611/2023) trouxe avanços para atenuar a desigualdade de gênero nesse sentido, com mais transparência salarial e penalidades para empresas que não cumprirem determinações. Porém, ainda não é suficiente para ampliar a equidade nas remunerações entre homens e mulheres.

O Dieese aponta que, para haver mais avanços práticos é preciso que manter um debate constante e ampliar a participação de mulheres em espaços de negociações e cargos de liderança. A discussão deve ir além do Dia Internacional das Mulheres, neste 8 de março.

Brasil e EUA iniciam diálogo sobre tarifas a importações

 

Brasil e Estados Unidos iniciaram diálogos sobre as tarifas às importações anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, a poucos dias de entrarem em vigor, informou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As relações comerciais entre Brasília e Washington ficaram tensas após o anúncio do republicano de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.

Está previsto que as novas políticas alfandegárias sejam aplicadas a partir de 12 de março.

Os impostos terão grande impacto sobre o Brasil, o segundo maior fornecedor de aço dos Estados Unidos.

Em uma conversa telefônica na sexta-feira (7), o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o novo Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, concordaram em criar um “grupo de trabalho (…) para tratar de temas tarifários”, disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro em sua conta no X.

O grupo técnico prevê uma possível reunião virtual na próxima semana, acrescentou a chancelaria.

Vieira destacou o superávit comercial favorável aos Estados Unidos e o papel estratégico do Brasil como fornecedor de insumos para a indústria americana.

A conversa ocorreu um dia após o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, ter realizado uma videoconferência com Greer e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.

Durante a reunião, Alckmin destacou que a balança comercial bilateral é de cerca de US$ 80 bilhões (R$ 461 bilhões), com um superávit de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão) a favor dos EUA.

Também ressaltou que oito dos 10 principais produtos que o Brasil importa dos Estados Unidos são isentos de tarifas.

Ambos concordaram em realizar novas reuniões bilaterais “nos próximos dias”, de acordo com um comunicado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Após o anúncio de Trump, Lula advertiu que responderá com “reciprocidade” se Washington implementar as medidas.

“Se taxar o aço brasileiro, vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar na OMC [Organização Mundial do Comércio] ou vamos taxar os produtos que a gente importa dele”, disse o presidente brasileiro em entrevista à Rádio Clube do Pará, em fevereiro.

O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço dos EUA, atrás apenas do Canadá, com 4,08 milhões de toneladas exportadas a este país em 2024.

Durante seu primeiro mandato entre 2017 e 2021, Trump já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço, que foram parcialmente eliminadas mais tarde.

Demanda da China por agro do Brasil deve crescer em meio à guerra comercial e impactar preços

 

A China deverá demandar mais mercadorias do agronegócio brasileiro, como soja, milho, algodão e carnes, já que aplicou tarifas retaliatórias aos Estados Unidos sobre esses produtos, o que também pode impactar preços das matérias-primas e custos para as indústrias frigoríficas e compradoras de grãos.

O gigante asiático irá impor uma tarifa adicional de 15% sobre carne de frango, trigo, milho e algodão dos Estados Unidos, e uma taxa extra de 10% sobre soja, sorgo, carne suína e carne bovina, entre outros produtos agropecuários norte-americanos, a partir de 10 de março.

O Brasil é o maior exportador global de soja, algodão e carnes bovina e de frango, com a China respondendo por grande parte das exportações brasileiras.

“As crescentes tensões entre os EUA e a China provavelmente levarão a China a obter mais grãos e proteínas do Brasil, potencialmente reduzindo a demanda por commodities (dos EUA) e os preços nos EUA, ao mesmo tempo em que aumentam a demanda e os preços no Brasil”, afirmou o banco Santander em relatório.

Preços no Brasil devem subir

Se preços em mercados de referência para grãos, como a bolsa de Chicago, podem ser pressionados para baixo, os prêmios sobre essas cotações desses produtos no Brasil podem fortalecer os valores.

“No primeiro momento, é possível achar que as medidas terão um ótimo impacto… já que a China vai se fixar ainda mais como um parceiro comercial estratégico da América do Sul. Mas só teremos certeza da situação com o passar do tempo”, afirmou Sergio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Produtores brasileiros como a SLC Agrícola e a BrasilAgro provavelmente serão os mais beneficiados, na avaliação do Itaú BBA.

“Semelhante à guerra comercial entre a China e os EUA em 2018, acreditamos que os efeitos positivos para os agentes brasileiros listados podem se concentrar na SLC e na BrasilAgro. Qualquer demanda adicional da China pode resultar em exportações mais fortes do Brasil a preços mais altos”, afirmaram Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto em relatório.

‘Efeito Trump’ menor do que no primeiro mandato

Apesar desse potencial, eles ressaltaram que é improvável que os impactos da guerra comercial sino-americana para o Brasil sejam da mesma dimensão daqueles vistos durante a primeira administração Donald Trump, já que atualmente as exportações brasileiras de soja para a China representam cerca de 70% do total, em comparação com 53% em 2017.

Desde a guerra comercial anterior, em 2018, produtos brasileiros como algodão e carne bovina também avançaram nas exportações para a China, respondendo no ano passado por aproximadamente 35% e 50% do total que o Brasil exportou, respectivamente.

Procurada, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) afirmou que as mudanças têm sido “relevantes”. Mas a entidade que representa tradings e processadores de soja acrescentou que “ainda é prematuro qualquer avaliação sobre os possíveis impactos das novas medidas tarifárias anunciadas”.

Custos para indústria de carnes

Os analistas do Santander Guilherme Palhares e Ulises Argote citaram que companhias brasileiras com operações nos EUA, como a JBS, poderão ver redução de custos com a ração uma vez que a China importe menos grãos norte-americanos.

De outro lado, as unidades brasileiras poderiam ter que pagar mais pelos insumos, já que a China poderia vir com mais força em busca da soja e do milho brasileiro.

“Vemos a JBS como uma vencedora líquida no cenário de guerra comercial EUA-China. Uma mudança na demanda de importação chinesa de soja e milho pode deprimir os preços das commodities dos EUA, ao mesmo tempo em que eleva os preços brasileiros. Esse cenário deve reduzir os custos das operações de frango e carne suína da JBS nos EUA, que representam 40% do seu Ebitda”, afirmaram.

No entanto, a Seara, unidade de processados e carne de frango e suína da JBS no Brasil, que representa 20% do Ebitda da JBS, pode enfrentar desafios semelhantes aos de sua concorrente, a BRF, com a maior parte de suas operações no Brasil, segundo o Santander.

“Ambas as empresas são compradoras de ração brasileira, que pode ter os preços subindo”. Vendas maiores de carnes para o país asiático poderiam, assim, compensar apenas parcialmente o impacto de uma eventual inflação de custos para a BRF e a Seara, segundo analistas.

Para o Bradesco BBI, os EUA também desempenham um “papel um tanto limitado nas importações totais de proteína da China”, equivalente a 5% para carne bovina, 10% para carne suína e 11% para aves. “Se outros países, particularmente o Brasil, intervirem para compensar qualquer redução nas exportações dos EUA para a China, acreditamos que os benefícios provavelmente também seriam marginais”, completou.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, demonstrou mais otimismo. “O Brasil vai acabar se beneficiando, especialmente no efeito preço (da carne) e rentabilidade das empresas”, disse ele à Reuters.

“Pode ter uma mudança de mercado, mas nesta troca vejo o Brasil ganhando”, acrescentou, referindo-se a embarques dos EUA que deverão ir para outros países, em vez da China.

Santin disse acreditar ainda que, em um primeiro momento, os ganhos de exportações adicionais para a China seriam maiores do que qualquer possível custo adicional com a ração. Ele citou as perspectivas de uma “boa de safra” no Brasil.

Oferta brasileira

Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, destacou que a guerra comercial entre EUA e China reduzirá a competitividade dos produtos norte-americanos em relação aos do Brasil, e acrescentou que maiores prêmios sobre os preços dos grãos brasileiros, que poderiam encarecer os custos de ração, dependeriam da dinâmica entre oferta e demanda.

O Brasil está colhendo uma safra recorde de soja próxima de 170 milhões de toneladas, enquanto a Argentina vem com uma boa produção e pode concorrer com os brasileiros, lembrou Cogo.

No setor de carne bovina, embora os impactos iniciais provavelmente indiquem maior espaço para exportações de unidades brasileiras para a China, analistas do Itaú BBA avaliam que uma maior oferta nos EUA poderia resultar em preços mais fracos lá.

A JBS e Marfrig têm grande parte de suas operações de bovinos nos EUA, que também importam produtos brasileiros.

“Nesse cenário, as recentes mudanças nas exportações brasileiras de carne bovina favorecendo os EUA em detrimento da China devem ser reavaliadas no curto prazo”, afirmou o Itaú BBA.

Depois da China, os EUA são os maiores importadores de carne bovina brasileira.

Em ano de COP 30, crédito de descarbonização deve atrair novos investidores

 Descarbonização na indústria: o que é baixo carbono? | Replace

Os créditos de descarbonização (CBIOs) estão com a rota traçada para ingressar nas carteiras de investidores de todos os bolsos. A popularização desses ativos, já bastante conhecidos no agronegócio e no setor de combustíveis, depende de alguns fatores que têm perspectivas positivas para 2025. Um deles é a projeção sobre preços. Outro é o interesse de assessorias de investimento.

Neste ano, há uma expectativa de valorização devido ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda dos créditos. Quando vier, a alta tende a chamar a atenção mesmo dos investidores menos atentos a esse mercado.

Embora não sejam maioria, já há escritórios de investimentos colocando o pé no setor. Tudo isso em um ano no qual as conversas sobre sustentabilidade e ativos “verdes” ficarão ainda mais frequentes por conta da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que ocorrerá em Belém (Pará) em novembro.

Histórico

Idealizado a partir da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), instituída pela Lei 13.576/2017, cada CBIO representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) evitado. A emissão do crédito é feita por produtores de combustíveis renováveis – como etanol, biodiesel e biometano – e o comprador obrigatório desses títulos são empresas distribuidoras de combustíveis fósseis poluentes, para compensar suas emissões.

Para 2025, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu que as distribuidoras terão de comprar 40,39 milhões de CBIO. A meta é desdobrada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera a participação de cada distribuidora no mercado. No ano passado, das 163 distribuidoras com metas, 97 cumpriram integralmente seus compromissos, cinco atingiram pelo menos 85% – e poderão compensar o restante em 2025 – e 61 não cumpriram e serão autuadas.

Oferta x Demanda

Na avaliação de Antonio Pontes, responsável de Produtos/Corporate & Investment Banking e sócio da The Hill Capital, não haverá oferta de créditos suficiente este ano para suprir a demanda. “A meta do CNPE é de 40,39 milhões de CBIO, enquanto a projeção de emissões está estimada em 40 milhões”, diz o executivo. Segundo relatório do Itaú BBA de dezembro de 2024, a oferta deve ficar em 40,2 milhões neste ano. “Além disso, as distribuidoras carregam metas atrasadas, através de liminares para prorrogá-las. Considerando tudo, a conta não fecha e deve levar a uma alta do preço do CBIO”, acrescenta Pontes.

Na The Hill Capital, escritório ligado ao BTG Pactual, a atuação é tanto pela parte emissora e vendedora de CBIO quanto pela parte obrigada a comprar os créditos. Trata-se de uma vertical recente, segundo Pontes, mas que já representa um volume de negócios relevante. Isso porque para uma empresa com faturamento anual na casa de R$ 1 bilhão – e as empresas que precisam descarbonizar são as de grande porte -, a meta fica em torno de 150 mil unidades de CBIO, algo como R$ 12 milhões. Ele conta que ainda é comum a compra ser pontual, mas a casa incentiva aquisições recorrentes, na busca por um preço médio – assim como nos investimentos tradicionais.

A B3 é a responsável por disponibilizar o ambiente para registro da emissão, negociação e solicitação de aposentadoria do CBIO, e hoje isso é acessado por instituições financeiras ou representantes dos compradores. Leonardo Betanho, superintendente de Produtos de Balcão na B3, destaca que há integração com o sistema proprietário da ANP, um dos avanços mais recentes que deixou o “fluxo do produto mais aprimorado”. Para este ano, o foco – do ponto de vista de infraestrutura – está na eletronificação do produto, dado que há negociações bilaterais que só depois chegam ao ambiente de registro.

Os dados da B3 mostram que houve 42,5 milhões de emissões de CBIO em 2024, alta de 18% ante 2023. Em termos de volume, os negócios com CBIO movimentaram R$ 7,8 bilhões no ano passado, com queda de 13% em relação ao ano anterior.

CBIO pode alcançar investidor pessoa física

A B3 informa que o CBIO é liberado para os investidores pessoa física, mas não apresentou dados se há alguma parcela desses clientes, de fato, investida. Mas há medidas que visam apoiar o avanço do produto. Uma delas foi o lançamento, em setembro de 2022, do ICBIO B3, índice que consolida dados de desempenho do crédito de descarbonização, considerando os preços médios de negociação.

Segundo Betanho, nenhum derivativo ou fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) foi criado a partir do ICBIO até agora, mas diz que a B3 segue fomentando ideias e vê avanço nessas possibilidades a partir da regra 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que permite que fundos invistam até 10% do patrimônio líquido em ativos como o CBIO. “Abre um ‘corredor’ para esses investimentos e temos a infraestrutura preparada para isso.”

Trump pede que Apple acabe com políticas de diversidade após acionistas votarem a favor

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira que a Apple elimine suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), um dia depois que os acionistas da fabricante do iPhone votaram de forma esmagadora para mantê-las diante da crescente resistência de grupos conservadores.

Grandes empresas dos EUA, incluindo a Meta e a Alphabet, abandonaram as iniciativas de DEI quando Trump voltou à presidência.

Trump chamou as medidas de discriminatórias e sugeriu que o Departamento de Justiça pode investigar se tais iniciativas violam a lei.

“A Apple deveria se livrar das regras do DEI, não apenas fazer ajustes nelas. O DEI foi uma farsa que foi muito ruim para o nosso país. O DEI acabou!!!” Trump escreveu em uma publicação no Truth Social que estava em letras maiúsculas.

A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A votação de terça-feira na reunião anual da fabricante do iPhone foi vista como um teste das opiniões dos acionistas sobre os programas DEI, que muitas empresas adicionaram ou reforçaram a partir de 2020 em meio ao movimento Black Lives Matter.

Os defensores dessas políticas dizem que elas tratam de preconceitos, desigualdade e discriminação de longa data. Mas os proponentes da proposta contra o DEI da Apple argumentaram que mudanças legais recentes poderiam resultar em um aumento nos casos de discriminação se a Apple mantivesse tais políticas.

Trump emitiu um decreto em janeiro para acabar com as iniciativas de DEI no governo federal e no setor privado, afirmando que tais esforços discriminam outros norte-americanos, inclusive homens e pessoas brancas, e enfraquecem a importância do mérito na contratação ou promoção de empregos.

A Apple disse que tinha um esforço ativo de supervisão para evitar riscos legais e que a proposta restringia inadequadamente a administração.

A empresa divulga dados sobre a diversidade da força de trabalho, mas não estabelece metas ou cotas, concentrando seus esforços de DEI em programas como uma iniciativa de justiça racial que apoia faculdades e universidades historicamente negras nos EUA.

A “força da Apple sempre veio da contratação das melhores pessoas e da criação de uma cultura de colaboração, na qual pessoas com diversas origens e perspectivas se reúnem para inovar”, disse o presidente-executivo da empresa, Tim Cook, na reunião de terça-feira.

Mas ele também sinalizou que a empresa pode fazer alguns ajustes em resposta a novos desdobramentos.

“À medida que o cenário jurídico em torno dessas questões evolui, talvez precisemos fazer algumas mudanças para cumpri-las, mas nosso lema de dignidade e respeito por todos e nosso trabalho para esse fim nunca vacilarão”, disse Cook.

‘Diversidade não é uma moda, é uma agenda de negócios’, diz CEO da B3

 

Nos últimos meses, foram diversas as notícias sobre empresas norte-americanas que abandonaram políticas de diversidade. Com isso, fica a discussão sobre se as companhias de outros países irão seguir esse movimento.

Para Gilson Finkelsztain, CEO da B3, as práticas para promover a diversidade, equidade e inclusão não devem parar.

“Diversidade não é uma moda, não é uma agenda que ficou para trás, mas uma agenda de negócios, para manter o sucesso de longo prazo. Por isso, a gente não vai retroceder”, afirmou, durante o Toque de Campainha pela Equidade de Gênero, evento que aconteceu na B3 para celebrar o Dia Internacional da Mulher (8/3).

“A gente lidera a agenda ASG há mais de 25 anos, mostrando nosso protagonismo na entrega de produtos e serviços a todo o mercado, seja investidores ou emissores”, disse Gilson.

O executivo lembrou ainda do papel da B3 como indutora de boas práticas do mercado. Entre outras iniciativas com esse objetivo, no ano passado, a B3 lançou o Anexo ASG, um documento que incentiva e padroniza o reporte das boas práticas pelas companhias listadas. “Além disso, temos o Idiversa B3, um dos índices ASG da bolsa, com empresas que se destacam em diversidade de gênero e raça”, afirmou.

Além do trabalho de indução de mercado, Ana Buchaim, vice-presidente da B3, destacou o trabalho dentro da própria B3. No ano passado, das mais de 500 contratações feitas pela companhia, 72% foram de pessoas de grupos sub-representados.

“A B3 está firmemente comprometida com uma agenda de promoção de equidade de todos os grupos sub-representados. É papel de todas as companhias apoiar essas conversas. A B3 induz o mercado mas também pratica aqui dentro”, disse Ana. “Tenho convicção de que o mercado só evolui quando todos evoluímos juntos”.

A empresa ainda tem metas para aumentar a diversidade. “As mulheres já são 30% da liderança da B3 e a gente tem compromisso de atingir 35% de mulheres na liderança até o final de 2026”, destacou Gilson. “Temos a convicção de que um ambiente que tem característica de justiça tem melhores resultados”.

Também presente no evento, Luciana Galan, do IFC, lembrou como a agenda de diversidade e inclusão é importante para o desenvolvimento da economia global. “A inclusão econômica e social é um dos pilares do nosso grupo para erradicar a pobreza e criar um futuro sustentável”, disse. “O amplo acesso a oportunidades e ao mercado de forma equitativa é fundamental para o crescimento econômico, desenvolvimento e inovação”.

Gilson Finkelsztain. CEO da B3. (Crédito:Cauê Diniz)

Diversidade, inclusão e estratégia de negócios

Ao iniciar um debate sobre o tema durante o evento Ana Buchaim lembrou que diversidade e resultado de negócios precisam caminhar lado a lado. “A gente precisa alinhar a agenda de equidade com o resultado. Essa agenda ganha força quando a gente começa a fazer essa conexão direta. E vira o jogo em termos de resultado das companhias”, disse.

Vanessa Reis, da Great People, destacou a importância de alinhar as práticas de diversidade, equidade e inclusão à estratégia de negócios. “Uma empresa que tem isso como propósito claro e integrado consegue que agenda seja propositiva para sua estratégia de negócio. Essas empresas já entenderam que o negócio só vai ser longevo se tiver boas práticas em relação a pessoas. Porque a melhoria desse clima é para todo mundo”, disse.

Os números mostram justamente isso. Luiza Mattos, da Bain & Company, comentou os resultados de um estudo que a consultoria fez recentemente e que contou com mais de mil entrevistas. “As empresas com maior diversidade têm mais inovação, melhor capacidade de trazer o cliente para o centro, e um NPS (ou seja, a chance de ser recomendada pelos colaboradores) 3 vezes maior. Além de ser a coisa certa a se fazer, vale realmente a pena”, disse.

Para Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, as empresas brasileiras, diferente das norte-americanas, têm um incentivo a mais para trazer a diversidade para dentro de casa. “O Brasil tem um mercado formado por mulheres que movimenta mais de R$ 1 trilhão. Um mercado formado pela população negra que também movimenta R$ 1 trilhão. Isso faz com que as empresas brasileiras entendam a diversidade e inclusão, nem que seja pela força de seu mercado consumidor, de uma forma diferente”, disse.

“O grande problema das empresas norte-americanas, e que pode ser um desafio para empresas brasileiras, é que não existem mulheres negras em espaços de poder. Se houvesse mais, o retrocesso lá não aconteceria. Esse é o avanço necessário para ser de fato sustentável a agenda de diversidade e inclusão”, completou Meirelles.

Outro desafio é avançar mais rápido e incentivar mais empresas a se engajarem nesse propósito. “Infelizmente, às vezes o tema de DE&I é visto como agenda assistencialista. Mais de 50% das empresas não têm medições claras. Se você inicia uma estratégia e não cria indicadores, não consegue colocar em prática”, comentou Vanessa, da Great People.

“Por mais que tenha crescimento de representatividade (das mulheres) na base, isso caminha muito mais devagar na alta liderança. No Brasil, aumentou de 3% para 6% o número de empresas com mulheres CEOs, mas ainda significa que um homem tem 15 vezes mais chances de se sentar na cadeira de CEO que uma mulher”, completou Luiza.

Leia a reportagem completa no B3 Bora Investir, parceiro de IstoÉ Dinheiro.

quarta-feira, 5 de março de 2025

China suspende importação de soja de 3 empresas dos EUA

 

São Paulo, 5 – A Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) suspendeu, na terça-feira, 4, a importação de soja de três empresas dos Estados Unidos, conforme nota do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A suspensão ocorreu em virtude de detecções recentes de esporão-do-centeio (ergot) e agentes de revestimento de sementes nas remessas de oleaginosa norte-americanas.

As empresas afetadas foram CHS Inc., Louis Dreyfus Grains Merchandising e EGT LLC.

Segundo nota do GACC, a medida pretende”proteger a saúde dos consumidores chineses e garantir a segurança dos alimentos importados”.

Ainda na terça, a China introduziu novas tarifas retaliatórias sobre certos produtos agrícolas dos EUA.

De acordo com o USDA, essas tarifas se aplicarão a 740 itens, com taxas adicionais de 10% e 15%.

A soja está sujeita à tarifa de 10%. A medida ocorre em resposta à decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 10% sobre todas as exportações chinesas, com efeito a partir de 4 de março.

Trump está inclinado a excluir o mercado do USMCA das tarifas, diz secretário dos EUA

 

 

 

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, reiterou em entrevista para a Fox News nesta quarta-feira, 5, que o presidente dos EUA, Donald Trump, está inclinado a excluir o mercado do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) das tarifas impostas na terça-feira, 4.

Lutnick ainda disse que Trump está propenso a adiar tarifas sobre os fabricantes de automóveis de seus países vizinhos por até um mês.

Dólar recua a R$ 5,80, em linha com exterior e PMIs do Brasil positivos

O dólar abriu em forte queda no mercado à vista nesta quarta-feira, 5, acompanhando a desvalorização da divisa norte-americana no exterior. Investidores precificam perspectivas de queda de juros de 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2025, com início mais provável de retomada de corte em junho, após a divulgação do relatório ADP sobre criação de empregos no setor privado, que veio abaixo das expectativas em fevereiro.

Também está no radar dos operadores a possibilidade de negociações das tarifas dos EUA às importações de México e Canadá no período da tarde.

Aqui no Brasil, há otimismo na esteira dos índices dos gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) industrial e de serviços apontando retomada do setor privado no País. E as perspectivas de crescimento da China de 5% para 2025 também favorecem a recuperação do real e pares emergentes ligados a commodities.

As perdas do petróleo entre 3,3% e 4% há pouco e de mais de 1% do minério de ferro são contrapontos.

Às 13h13, o dólar à vista caía 1,87%, a R$ 5,8063. O dólar futuro para abril cedia 1,27%, a R$ 5,8350.

‘Estamos só começando’: As palavras de Trump em seu 1° discurso ao Congresso dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez na noite de terça-feira, 4, seu primeiro pronunciamento ao Congresso americano desde que assumiu seu segundo mandato, dirigindo elogios ao seu próprio governo, reforçando ameaças de tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá e de impor mais tarifas de importação contra outros países – mencionando nominalmente o Brasil.

“Em 43 dias, conseguimos mais do que a maioria dos governos conseguem em quatro ou oito anos, e estamos só começando”, disse Trump. “O sonho americano está emergindo, maior e melhor do que nunca. O sonho americano é imparável, e nosso país está à beira de um ressurgimento como o mundo nunca presenciou, e talvez nunca volte a presenciar”, acrescentou Trump, num pronunciamento que durou uma hora e quarenta minutos – o mais longo entre todos os presidentes pelo menos desde 1964.

Falando a parlamentares dos partidos Republicano e Democrata das duas Casas do Congresso, Trump também exibiu um comportamento semelhante ao da última campanha eleitoral, dirigindo ataques ao seu antecessor, o democrata Joe Biden, e o que chamou “lunáticos radicais de esquerda”, além de celebrar a saída do seu país de organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trump ainda criticou políticas de diversidade e agradeceu ao bilionário Elon Musk, que acompanhou o discurso e que vem promovendo cortes radicais de gastos do governo dos EUA.

Em relação à guerra da Ucrânia, Trump afirmou que o país sob ataque dos russos está pronto para assinar um acordo para a exploração de minerais estratégicos – algo que deveria ter acontecido na última sexta-feira, antes da reunião entre o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e Trump se transformar num bate-boca público. Trump acrescentou que “simultaneamente, teve discussões sérias com a Rússia e recebeu fortes sinais de que Moscou está pronta para a paz”.

Quase todas as falas de Trump foram aplaudidas com entusiasmo pelos membros do Partido Republicano. Mas, minutos após o início do discurso, um protesto começou. O deputado democrata Al Green, do Texas, acabou sendo expulso do Plenário após interromper a fala do presidente. Paralelamente, membros do seu partido exibiram, silenciosamente, placas contendo críticas ao governo Trump.

Ameaças de novas tarifas

No discurso, Trump, afirmou que outras nações usam medidas tarifárias contra os EUA há anos e que agora chegou a hora “de usá-las contra outros países”. Trump, que horas antes havia aprovado aumentos de tarifas de até 25% contra importações mexicanas, canadenses e chinesas, também sinalizou que pode impor medidas semelhantes contra a União Europeia, a Coreia do Sul, o Brasil e a Índia.

“Outros países têm usado tarifas contra nós há décadas e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra esses outros países. Em média, a União Europeia, a China, o Brasil, a Índia, o México e o Canadá – você já ouviu falar deles? E inúmeras outras nações nos cobram tarifas tremendamente mais altas do que as que cobramos deles.”

“É muito injusto. A Índia nos cobra tarifas sobre automóveis superiores a 100%. A tarifa média da China sobre nossos produtos é o dobro da que cobramos deles. E a tarifa média da Coreia do Sul é quatro vezes maior. Pense nisso. Quatro vezes mais. E nós ajudamos tanto militarmente e de muitas outras formas a Coreia do Sul. Mas é isso que acontece. Isso está acontecendo entre amigos e inimigos”, completou Trump.

Groenlândia e Canal do Panamá

Em suas falas, Trump voltou a mencionar suas ambições territoriais de anexar a Groenlândia – uma região autônoma da Dinamarca – e retomar o controle do Canal do Panamá. Sobre o território dinamarquês, Trump afirmou que pretende estender o controle americano de “de uma forma ou de outra”.

“Tenho uma mensagem esta noite para o incrível povo da Groenlândia. Apoiamos firmemente seu direito de determinar seu próprio futuro. E, se assim desejarem, nós os receberemos nos Estados Unidos da América. Precisamos da Groenlândia para a segurança nacional e até mesmo para a segurança internacional. E estamos trabalhando com todos os envolvidos para tentar obtê-la. Mas realmente precisamos dela para a segurança mundial internacional. E acho que vamos conseguir tê-la – de uma forma ou de outra, vamos tê-la. Nós os manteremos seguros. Nós os enriqueceremos. E, juntos, levaremos a Groenlândia a patamares nunca antes imaginados. É uma população muito pequena, mas um pedaço de terra muito, muito grande e muito, muito importante para a segurança militar”, disse Trump.

Sobre o Canal do Panamá, cujo controle os EUA cederam para o país da América Central em 1999 após um acordo firmado no governo do presidente americano Jimmy Carter (1977-1981), Trump afirmou que pretende “pegá-lo de volta”. “O projeto mais caro que já foi construído na história de nosso país, se compararmos com os custos atuais. Foi doado pelo governo Carter por 1 dólar. Mas esse acordo foi severamente violado. Não demos [o canal] para a China; demos para o Panamá, e o estamos pegando de volta.”

Combate à cultura “woke”

Trump ainda elogiou o seu próprio governo por acabar com políticas de inclusão no governo federal e o que chamou de “tirania da chamada diversidade”. “Acabamos com a tirania das chamadas políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal. E, de fato, no setor privado e em nossas Forças Armadas”, afirmou.

“Removemos o veneno da teoria racial crítica de nossas escolas públicas e assinei uma ordem tornando a política oficial do governo dos Estados Unidos que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino. Também assinei uma ordem executiva para proibir os homens de praticar esportes femininos”, acrescentou.

“Estamos tirando a [cultura] woke de nossas escolas e de nossas Forças Armadas, e ela já está fora e fora de nossa sociedade, não a queremos. A [cultura] woke é um problema, é ruim, e ela se foi. Foi-se. E nos sentimos muito melhor por isso, não é mesmo? Não nos sentimos melhor?”

Ele alegou ainda que os membros do serviço militar dos EUA “não serão ativistas e ideólogos, serão lutadores e guerreiros, lutarão por nosso país.”

Trump também pediu uma aplicação mais forte da lei nas cidades dos EUA, alegando que “nosso sistema judiciário foi virado de cabeça para baixo por lunáticos da esquerda radical”. Ele também defendeu por uma maior proteção jurídica para os policiais, incluindo “imunidade contra processos” e exortou o Congresso americano a aprovar a pena de morte para quem matar policiais.

Guerra da Ucrânia e reaproximação com Rússia

Donald Trump voltou a repetir uma falsa alegação que tem feito recorrentemente, de que os Estados Unidos gastaram “350 bilhões de dólares” para apoiar a Ucrânia, enquanto a Europa coletivamente teria fornecido “apenas 100 bilhões de dólares” em ajuda para Kiev.

Contudo, o Instituto de Kiel para a Economia Mundial, um think tank alemão aponta que os números são bem diferentes. Segundo o levantamento, países da Europa, quando combinados, direcionaram 138,7 bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária para a Ucrânia entre janeiro e 2022 e o fim e 2024. Os EUA, segundo a pesquisa, direcionaram 119,7 bilhões.

No mesmo discurso, disse estar trabalhando “incansavelmente para acabar com o conflito selvagem na Ucrânia”. A fala ocorreu no mesmo dia em que seu governo suspendeu o envio de novos pacotes de ajuda militar para Kiev e após semanas de reaproximação entre a Casa Branca e o Kremlin, o que tem alarmado boa parte da União Europeia e liderança ucraniana, que temem que Trump esteja prestes a abandonar completamente a Ucrânia para os russos.

“Se você quer acabar com as guerras, você tem que falar com ambos os lados”, argumentou ainda o republicano, defendendo a sua reaproximação com Moscou.

Trump ainda afirmou na terça-feira que recebeu uma “carta importante” de Zelenski, manifestando disponibilidade para retomar as negociações para a paz e para assinar o acordo de minerais. “Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento que seja conveniente”, leu Trump.

Contudo, o conteúdo da alegada carta de Zelenski é o mesmo que o líder ucraniano publicou horas antes numa publicação nas suas redes sociais. Trump disse ainda que estava agradecido pela carta, acrescentando que “simultaneamente, teve discussões sérias com a Rússia e recebeu fortes sinais de que Moscou está pronta para a paz”.

Trump e Zelenski estavam prestes a assinar um acordo para a exploração de recursos naturais ucranianos na última sexta-feira, mas a assinatura foi interrompida depois de um tenso bate-boca entre os dois líderes no Salão Oval da Casa Branca.

O tema da Ucrânia surgiu apenas 90 minutos após o início do discurso de Trump. No seu pronunciamento, Donald Trump sugeriu ainda que o líder russo, Vladimir Putin, se sentiu à vontade para invadir a Ucrânia por causa da forma como o governo Joe Biden lidou com a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão. Trump criticou duramente a saída caótica do Afeganistão conduzida pelo antecessor, em agosto de 2021, episódio que resultou na morte de 13 militares americanos.

“Quando Putin viu o que aconteceu, acho que ele disse: ‘bem, talvez esta seja a minha oportunidade’, de tão mau que foi. Nunca deveria ter acontecido. Pessoas grosseiramente incompetentes”, criticou Trump, referindo-se aos membros do governo Biden.

 

Bancos retomam contratação de financiamento equalizado do Plano Safra 2024/25

Plano Safra para grandes produtores rurais soma R$ 400 ...

Após o governo liberar R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário para operações de crédito oficial do Plano Safra, bancos que operam o crédito subsidiado na safra atual 2024/25 retomam as novas contratações de financiamentos com taxas equalizadas pelo Tesouro. O Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) procurou os bancos com maior volume de crédito equalizado na safra para confirmar o retorno das operações. A retomada ocorre após a suspensão temporária das contratações pelo Tesouro, que durou de 21 a 25 de fevereiro. Cerca de R$ 50 bilhões de recursos subsidiados do Plano Safra estavam bloqueados em virtude da suspensão das linhas.

Na safra atual, R$ 138,235 bilhões em recursos foram equalizados pelo Tesouro. Ao todo 25 instituições financeiras estão aptas a operar os recursos subsidiados. Na semana passada, o Banco Central comunicou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que as contratações das linhas subsidiadas do Plano Safra já foram reativadas.

O Banco do Brasil, que responde por 45% do crédito equalizado, informou que novas contratações com recursos equalizados foram normalizadas. O BB detém a maior fatia de crédito equalizado na safra, com R$ 60,185 bilhões. Deste montante, 65% já foi aplicado, segundo o banco. De acordo com o banco, durante o período em que houve a suspensão parcial, foram desembolsados R$ 2,2 bilhões nas demais modalidades de crédito disponíveis, o que inclui financiamentos de linhas equalizadas contratadas antes da suspensão.

Atrás do BB, o BNDES tem o segundo maior volume de crédito disponível na safra atual, com R$ 33,486 bilhões. Em circular, o banco informou aos agentes que operam suas linhas a reabertura do protocolo de pedidos de financiamento e a retomada da contratação de novas operações de crédito rural subvencionadas do Plano Safra 2024/25 a partir de 6 de março, conforme a disponibilidade orçamentária de cada programa ou linha de financiamento. A medida não se restringe às linhas de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), nas quais os protocolos de financiamentos permanecem normalmente admitidos.

Entre os bancos cooperativos, o Sicredi lidera em volume de crédito subsidiado, com R$ 9,836 bilhões. O banco informou à reportagem que o fluxo das suas operações de crédito rural equalizado não sofreu “impacto significativo”. “A normalidade foi retomada em dois dias úteis, assim que recebemos a liberação para voltar a operar em linhas equalizadas”, disse o Sicredi.

Já alguns bancos privados ainda buscam se adaptar às normativas do Tesouro. “Há ajustes que precisam ser feitos para controle dos novos recursos, os quais estamos implementando e depois voltamos a contratar”, disse o diretor de uma instituição financeira. A expectativa era de finalizar os ajustes e retomar as operações na volta do feriado de carnaval.

O Tesouro determinou que as novas contratações tenham apuração específica para cálculos de valores de equalização, devendo as instituições financeiras separarem os valores de financiamentos equalizados antes da suspensão e após a autorização da retomada das contratações.

 

China anuncia diretrizes para fortalecer setor financeiro e impulsionar áreas estratégicas

 Bandeira da China – Wikipédia, a enciclopédia livre

A China anunciou nesta quarta-feira, 5, novas diretrizes para fortalecer o setor financeiro e impulsionar o desenvolvimento em cinco áreas estratégicas: finanças tecnológicas, “verdes”, inclusivas, para aposentadoria e digitais. Segundo um comunicado do governo chinês, os serviços financeiros desempenham um “papel fundamental” no apoio à economia real, e o país busca uma maior coordenação entre políticas financeiras e medidas voltadas para tecnologia, indústria, tributação e questões fiscais.

O objetivo, de acordo com o documento, é oferecer “serviços financeiros de alta qualidade” a setores estratégicos e áreas mais vulneráveis da economia. Além disso, o governo pretende estimular “novas forças produtivas de qualidade”, adaptadas às condições locais.

Na área de inovação, as diretrizes reforçam o compromisso com o “fortalecimento do apoio financeiro para grandes iniciativas nacionais de ciência e tecnologia”, além de incentivar o crescimento de pequenas e médias empresas voltadas para o setor tecnológico. O texto também menciona um esforço coordenado para impulsionar o “desenvolvimento sustentável e a transição para uma economia de baixo carbono”.

A inclusão financeira é outro ponto central do plano. A proposta prevê a criação de um sistema “multissetorial, amplo e sustentável”, além da melhoria de produtos e serviços financeiros voltados para “micro, pequenas e médias empresas, negócios privados, revitalização rural e bem-estar social”.

O governo chinês também pretende ampliar o suporte à chamada “economia prateada”, fortalecendo o sistema previdenciário em “vários níveis e pilares”. Por fim, o comunicado ressalta que a China pretende acelerar a “transformação digital das instituições financeiras” e aprimorar a governança das finanças digitais para ampliar o alcance e a eficiência dos serviços financeiros no país.

sábado, 1 de março de 2025

Líderes europeus reforçam apoio a Zelenski após embate com Trump

 Sem terno e de moletom: Zelensky muda visual para reforçar ...

“Mundo livre precisa de novo líder; cabe a nós aceitar esse desafio”, diz chefe da diplomacia da UE. Europa sinaliza predisposição para assumir papel central no apoio a Kiev e na busca por um fim definitivo do conflito.Os líderes europeus reforçaram o apoio ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski após o entrevero com seu homólogo americano, Donald Trump, em um episodio gerou novos questionamentos sobre os esforços para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia.

As reações das principais lideranças europeias sinalizam uma predisposição em assumir um papel central e mais amplo no apoio militar a Kiev, assim como na busca por um fim definitivo do conflito.

O encontro em Washington nesta sexta-feira (28/02), inicialmente planejado para formalizar um acordo econômico para exploração americana de recursos minerais estratégicos em solo ucraniano, descambou para um bate-boca sobre a postura de Kiev em relação ao conflito com a Rússia e o apoio militar americano à Ucrânia.

A atitude hostil de Trump e de seu vice, J.D. Vance, em pleno Salão Oval da Casa Branca – local conhecido como cenário de apertos de mãos e gestos diplomáticos entre líderes mundiais – gerou fortes reações de apoio da ampla maioria dos líderes europeus, que se veem cada vez pressionados pelas exigências de Washington e, relação ao financiamento da defesa ucraniana, além um série de outras questões geopolíticas.

Sob Trump, os EUA passaram a questionar o envio de bilhões de dólares americanos em ajuda militar à Kiev e passaram a pedir contrapartidas, como o acesso a seus minerais de terras raras para compensar a ajuda recebida durante o governo do antecessor de Trump, Joe Biden.

“Apostar na terceira guerra mundial”

Durante o encontro na Casa Branca, Zelenski pediu garantias de segurança mais concretas por parte de Washington, que vinha defendendo um cessar-fogo no conflito. Citando o histórico de violações da Rússia à ordem internacional, ele aconselhou os americanos a desconfiarem da disposição de Moscou em cumprir acordos diplomáticos.

Trump enfatizou a necessidade de compromissos por parte da Ucrânia, sugerindo que Kiev deveria considerar concessões territoriais para alcançar a paz. Zelenski rebateu, afirmando que não faria “concessões a um assassino”, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.

Mas, ao invés de garantias da continuidade da ajuda americana, Zelenski acabou tendo que ouvir sermões de Trump e de Vance, com o ucraniano mal tendo chance de reagir às acusações e censuras que lhe foram feitas. Trump chamou Zelenski de ingrato e acusou-o de não estar disposto a fazer as pazes com a Rússia e de “apostar na terceira guerra mundial”.

A oposição democrata no Senado americano acusou o presidente e seu vice de ficarem do lado do Kremlin. “Trump e Vance estão fazendo o trabalho sujo de Putin”, postou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, nas redes sociais.

“Mundo livre precisa de nova liderança”

Logo após o entrevero em Washington os líderes da União Europeia garantiram a Zelensky que ele “nunca estava sozinho”. Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, divulgaram uma declaração conjunta pedindo que Zelenski “seja forte, seja corajoso, seja destemido”. ” Você nunca está só, querido presidente Zelenski. Continuaremos trabalhando com você por uma paz justa e duradoura”, afirmaram em postagem nas redes sociais.

A chefe da diplomata da UE, Kaja Kallas, questionou a liderança dos Estados Unidos na longeva aliança transatlântica entre as potências europeias e Washington. “Hoje ficou claro que o mundo livre precisa de um novo líder. Cabe a nós, europeus, aceitar esse desafio”, afirmou.

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz também expressou seu apoio à Ucrânia, afirmando que “ninguém quer a paz mais do que os cidadãos da Ucrânia. É por isso que buscamos em conjunto o caminho para uma paz duradoura e justa. A Ucrânia pode contar com a Alemanha e com a Europa.”

A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, que acrescentou que a “busca de Kiev por paz e segurança é nossa”.

O provável futuro chanceler federal alemão, Friedrich Merz, também publicou mensagem de apoio ao presidente ucraniano: “Prezado Zelenski, estamos ao lado da Ucrânia nos momentos bons e nos momentos desafiadores. Jamais devemos nunca confundir agressor e vítima nesta guerra terrível”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou a jornalistas que a “Rússia é o agressor, e a Ucrânia é o povo agredido. Acho que fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuar fazendo isso. (…) E devemos agradecer a todos aqueles que ajudaram e respeitar aqueles que estão lutando desde o início”.

“Há um agressor: a Rússia. Há um povo sob ataque: a Ucrânia. Fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuaremos a fazê-lo. Somos americanos, europeus, canadenses, japoneses e muitos outros. Obrigado a todos que ajudaram”, disse o líder francês em postagem nas redes sociais.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou: “A divisão não beneficiaria ninguém. O que é necessário é uma cúpula imediata entre os Estados Unidos, os países europeus e os aliados para falar francamente sobre como pretendemos lidar com os grandes desafios da atualidade, a começar pela Ucrânia, que defendemos juntos nos últimos anos”.

A Polônia, um dos principais aliados da Ucrânia desde a invasão russa de seu território, se apressou em reassegurar seu apoio. “Caros amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”, disse o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em postagem no X endereçada a Zelenski.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que seu país apoiará a Ucrânia devastada pela guerra. “Ucrânia, a Espanha está com vocês”, escreveu nas redes sociais. O premiê espanhol prometeu o envio de um bilhão de euros em ajuda, durante em uma visita recente a Kiev.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer prometeu “apoio inabalável” à Ucrânia e conversou com Trump e Zelenski após a reunião no Sala Oval. Seu gabinete informou que ele receberá o líder ucraniano em Londres neste sábado.

Moscou destaca “fracasso” de Zelenski nos EUA

O Ministério do Exterior Rússia divulgou uma nota neste sábado afirmando que a viagem de Zelenski aos EUA foi um “fracasso”, após ele ter sido publicamente repreendido por Trump.

“A visita do chefe do regime neonazista (sic), V. Zelensky, a Washington em 28 de fevereiro é um fracasso político e diplomático completo do regime de Kiev”, disse a porta-voz do Ministério, Maria Zakharova, no comunicado.

Moscou frequentemente acusa a Ucrânia de abraçar o “neonazismo” e usou isso como pretexto para dar início a sua ofensiva na Ucrânia – acusação que os líderes ocidentais e Kiev consideram falsa e absurda.

“Com seu comportamento escandalosamente grosseiro durante sua estadia em Washington, Zelenski confirmou que ele é a ameaça mais perigosa para a comunidade mundial como um belicista irresponsável”, disse Zakharova.

Acusando Zelensky de ser “obcecado” em continuar a luta, a porta-voz acrescentou que os objetivos militares da Rússia na Ucrânia eram “imutáveis”. Moscou vem ganhando terreno no campo de batalha há mais de um ano, pressionando sua vantagem contra o exército ucraniano sobrecarregado e desarmado.

O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, elogiou a postura americana. “Pela primeira vez, Trump disse a verdade na cara do palhaço da cocaína”, afirmou.

Kirill Dmitriev, um dos negociadores de Moscou nas primeiras negociações de alto nível entre autoridades russas e americanas desde que o Kremlin enviou tropas para a Ucrânia, classificou a briga entre os dois líderes como “histórica”.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, um dos líderes europeus mais próximos de Trump e de Putin, agradeceu o americano por defender “bravamente a paz”. “Homens fortes fazem a paz, homens fracos fazem a guerra”, afirmou em postagem no X.

Zelenski: apoio americano é “crucial”

Em declaração divulgada neste sábado, Zelenski tentou apaziguar o clima tenso entre Kiev e Washington, ao mesmo tempo em que reforçou que seu país precisará de garantias de segurança antes de assinar qualquer acordo.

“Somos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Sou grato ao presidente Trump, ao Congresso por seu apoio bipartidário e ao povo americano. Os ucranianos sempre apreciaram esse apoio, especialmente durante esses três anos de invasão em grande escala”, escreveu.

“É crucial para nós termos o apoio do presidente Trump. Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós. Somos nós que vivemos esta guerra na Ucrânia. É uma luta pela nossa liberdade, pela nossa sobrevivência.”

“Apesar do diálogo difícil, continuamos parceiros estratégicos. Mas precisamos ser honestos e diretos uns com os outros para realmente entender nossos objetivos compartilhados”, prosseguiu o ucraniano.

“Estamos prontos para assinar o acordo de minerais, e será o primeiro passo em direção a garantias de segurança. Mas não é suficiente, precisamos de mais do que isso. Um cessar-fogo sem garantias de segurança é perigoso para a Ucrânia.”

“Queremos paz. É por isso que vim aos Estados Unidos e visitei o presidente Trump. O acordo sobre minerais é apenas um primeiro passo em direção a garantias de segurança e para nos aproximarmos da paz. Nossa situação é difícil, mas não podemos simplesmente parar de lutar e não ter garantias de que Putin não retornará amanhã.”

“A Europa está pronta para contingências e para ajudar a financiar nosso grande exército. Também precisamos do papel dos EUA na definição de garantias de segurança – de que tipo, em que volume e quando. Uma vez que essas garantias estejam em vigor, podemos conversar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia”, concluiu.

rc (Reuters, AP, DPA, AFP)

Renda domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 2.069 em 2024, alta de 9,3%, diz IBGE

 

O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 28, os valores de rendimento domiciliar per capita em 2024 no Brasil e unidades da federação, calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Rendimento domiciliar mensal do brasileiro foi de R$ 2.069, variando de R$ 1.077 no Maranhão a R$ 3.444 no Distrito Federal. Em São Paulo, foi de R$ 2.662.

O valor médio em 2024 representa uma alta de 9,3% ante 2023, quando o rendimento domiciliar per capita para o Brasil foi de R$ 1.893.

O valor de rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (nominais) e o total dos moradores. Para chegar ao valor médio são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.

Veja valor de rendimento per capita por estado

Rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo as Unidades da Federação – 2024
Unidades da FederaçãoValor (R$)
Brasil2.069
Rondônia1.717
Acre1.271
Amazonas1.238
Roraima(1)1.538
Pará1.344
Amapá1.514
Tocantins1.737
Maranhão1.077
Piauí1.350
Ceará1.225
Rio Grande do Norte1.616
Paraíba1.401
Pernambuco1.453
Alagoas1.331
Sergipe1.473
Bahia1.366
Minas Gerais2.001
Espírito Santo2.111
Rio de Janeiro2.490
São Paulo2.662
Paraná2.482
Santa Catarina2.601
Rio Grande do Sul2.608
Mato Grosso do Sul2.169
Mato Grosso2.276
Goiás2.098
Distrito Federal3.444
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua – 2024.


A divulgação dessa pesquisa atende à Lei Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e, em consequência, aos compromissos assumidos quanto à definição dos valores a serem repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo dos fatores representativos do inverso do rendimento domiciliar per capita.

Santander Brasil alcança R$ 100 bilhões em previdência privada

 

O Santander Brasil, por meio da parceria com a Zurich Santander, atingiu a marca de R$ 100 bilhões em ativos sob gestão em previdência privada.

O volume representa um crescimento de 16% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, e, segundo o Santander, é fruto de uma estratégia de incremento das carteiras de fundos focados no longo prazo, com a gestão realizada em conjunto entre Santander, Zurich Santander e Santander Asset Management.

“Trabalhamos fortemente para chegar à marca dos R$ 100 bilhões de ativos sob gestão. E alcançar esse volume demonstra que estamos no caminho certo e com assertividade nas nossas estratégias, para manter a principalidade no cliente, nosso maior ativo”, afirmou Gustavo Lendimuth, responsável sênior de Oferta e Mercado do Santander.

“Queremos seguir ampliando a proposta de valor para o nosso cliente investir, ainda mais, nos seus projetos de longo prazo”, acrescenta John Liu, diretor de Previdência e Investimentos da Zurich Santander.

Responsável pela distribuição dos planos de previdência privada da Zurich Santander, o Santander reforçou ao longo dos últimos anos o time comercial, contratando mais de 1,6 mil de assessores de investimentos para uma atuação focada na estratégia AAA.

Além disso, desde 2020, o Santander disponibilizou para seus clientes mais de 50 novos fundos focados em previdência, que captaram R$ 20 bilhões até fevereiro de 2025.

Rudolf Gschliffner, presidente executivo (CEO, na sigla em inglês) da Santander Asset Management, diz que a captação líquida da área foi recorde em 2024, com R$ 6,3 bilhões ao longo do ano.

“Com um ano mais desafiador para as classes de alto valor agregado, tivemos a classe de crédito privado com R$ 15 bilhões de captação como grande destaque”, conta, acrescentando que houve um esforço na diversificação da grade de produtos.

No ano passado, a gestora lançou os fundos Multimercado Málaga, Multimercado Valência, Renda fixa Pamplona Crédito Privado, Renda Fixa Global e Renda Fixa Inflação e Inflação Curta que, somados, captaram de R$ 1,8 bilhão em 2024, segundo o executivo.