quarta-feira, 9 de abril de 2025

Presidente-executivo do JPMorgan aponta para recessão e inadimplência com guerra tarifária

 

O presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse nesta quarta-feira que as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente levarão a uma recessão e à inadimplência de tomadores de empréstimos.

“Enquanto as taxas estiverem subindo… a inflação estiver rígida e os spreads de crédito estiverem aumentando, o que vai acontecer, acho que teremos mais problemas de crédito”, disse Dimon em entrevista à Fox Business.

Ele pediu um rápido progresso nas negociações comerciais com os parceiros dos EUA a fim de acalmar os mercados, que têm sido abalados pelos anúncios de tarifas.

“Espero que o que eles realmente façam seja… que essas coisas sejam feitas rapidamente”, disse Jamie Dimon, referindo-se às negociações comerciais entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e outros países. “Se eles querem acalmar os mercados, mostrem progresso nessas questões.”

Dimon é uma das vozes mais proeminentes do setor corporativo dos EUA e tem sido consultado regularmente por diferentes governos em tempos de crise. Seu nome foi cogitado para cargos importantes durante a campanha presidencial de 2024, incluindo o de secretário do Tesouro, mas ele permaneceu no banco.

“Estou tendo uma visão calma, mas acho que pode piorar se não fizermos algum progresso aqui”, disse Dimon.

Economistas do JPMorgan aumentaram o risco de uma recessão global e nos EUA neste ano para 60%, de 40% anteriormente, depois que Trump revelou as barreiras comerciais.

Mesmo antes do último anúncio de tarifas feito por Trump, as novas tarifas e as preocupações com o comércio contribuíram para uma queda de 13% nas fusões e aquisições nos EUA no primeiro trimestre, segundo dados da Dealogic compilados para a Reuters.

Em alguns casos, os clientes no exterior têm evitado o credor dos EUA em favor de bancos mais próximos de seus países.

“Já perdemos alguns negócios de títulos”, disse o presidente-executivo do JPMorgan. “Eles simplesmente disseram que preferiam fazer isso com um banco local do que com um banco dos EUA.”

Fundo de R$ 100 milhões vai investir em startups do Sul

 


Lançado pela gestora Primus Ventures, e tendo como cotistas o BRDE e Badesul, fundo Sul Ventures mira empresas inovadoras nos três estados da região 
 
O FIP Sul Ventures é o primeiro fundo lançado pela Primus Ventures, gestora que nasce da evolução da Catarina Capital

Com foco em startups que desenvolvem soluções para empresas (B2B) e atuação exclusiva no Sul do Brasil, foi apresentado nesta terça-feira (9) o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Sul Ventures, que prevê captar um total de R$ 100 milhões até o final deste ano. Voltado a empresas em estágios iniciais de crescimento e com operação nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o fundo tem entre os cotistas a participação do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e do Badesul – Agência de Desenvolvimento. Liderado pela gestora Primus Ventures, o projeto irá priorizar setores como fintech, retailtech, insurtech, healthtech, IoT, Indústria 4.0, agritech, energia e IT infrastructure. A seleção de startups será feita de forma contínua a partir do segundo semestre de 2025 e os primeiros cotistas foram conhecidos durante evento realizado no Instituto Caldeira.

"Apoiar o ecossistema de inovação é uma decisão estratégica no sentido de ampliar a produtividade em toda a região Sul do país. Somos referência em termos de financiamento para o setor, mas igualmente apostamos alto em startups que farão a diferença no mercado, através de programa próprio de aceleração e em parcerias com outros agentes em fundos de investimento", destacou o diretor de Planejamento do BRDE, Leonardo Busatto. A seleção de startups será feita de forma contínua a partir do segundo semestre de 2025. Para o Badesul, a participação como cotista do fundo reafirma o compromisso em fomentar a inovação no Rio Grande do Sul – estado onde está previsto o aporte de 30 a 40% do capital. "O Badesul tem sido um parceiro de iniciativas que impulsionam o crescimento do ecossistema de inovação gaúcho. Estamos muito entusiasmados com o apoio a este fundo, que reúne empresas com produtos validados, alto potencial de expansão e capacidade de gerar progresso e desenvolvimento para o nosso estado", disse o presidente do Badesul, Claudio Gastal.

Potencial da região

 
Com aportes que variam de R$ 500 mil a R$ 10 milhões por startup — incluindo follow-ons —, a Primus Ventures pretende realizar entre 15 e 20 investimentos ao longo do ciclo do fundo. O fundo tem mais de R$ 50 milhões já captados, a Primus Ventures trabalha para alcançar o volume total até o fim de 2025. "Estamos em negociações avançadas com investidores institucionais e privados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também estamos conversando com family offices e investidores estratégicos de São Paulo, interessados em acessar o potencial da região Sul", destaca José Augusto Albino, sócio da Primus e gestor responsável pelo novo fundo.

O FIP Sul Ventures é o primeiro fundo lançado pela Primus Ventures, gestora que nasce da evolução da Catarina Capital, que nos últimos anos já havia estruturado veículos financeiros e operado como prestadora de serviços especializados em venture capital. A região Sul, segundo a Primus, reúne um dos ecossistemas mais promissores do país. A densidade de hubs de inovação, parques tecnológicos, universidades e empresas de médio porte com perfil de inovação colaborativa cria um ambiente favorável para startups com alto potencial de escala e geração de valor.

 

 https://amanha.com.br/categoria/empreendedorismo/fundo-de-r-100-milhoes-vai-investir-em-startups-do-sul

Trump anuncia pausa de 90 dias para tarifas, com exceção da China, que agora será taxada em 125%

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou há pouco uma pausa de 90 dias na cobrança das tarifas, e uma tarifa recíproca reduzida de 10% durante esse período. A pausa não vale para a China, que, inclusive, teve sua tarifa elevada para 125%.

Assim, as tarifas que entraram em vigor nesta quarta-feira, 9, duraram pouco mais de 12 horas.

O anúncio foi feito em post na rede social Truth Social.

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ​​ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!“, escreveu Trump na publicação. 

Não está claro se a pausa vale para todos os países, incluindo aqueles com tarifas básicas de 10%, como é o caso do Brasil, e que entraram em vigor no último dia 5 de abril.

Após o anúncio, o Ibovespa disparou e o dólar intensificou a queda.

Às 14h37, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 3,42%, a 128.165,44 pontos, após, mais cedo, recuar a 122.887,13 pontos. O volume financeiro no pregão somava R$ 20,66 bilhões. Já o dólar recuava 1,61%, cotado a R$ 5,90. Veja cotações.

As bolsas nos Estados Unidos também reagiram imediatamente. Após ter operado a semana todo no vermelho, após o anúncio, o índice Dow Jones passou a subir 5,9%, o S&P 500 6,5% e a Nasdaq mais de 8%.

(em atualização)

Amazon lançará primeiros satélites de sua constelação para a internet


Foto fornecida pela United Launch Alliance em que se vê um foguete Atlas V durante um lançamento anterior para a Amazon, em 6 de outubro de 2023 - United launch Alliance/AFP



AFPi



A gigante americana de vendas online Amazon prepara o lançamento, nesta quarta-feira (9), dos primeiros satélites de sua constelação Kuiper, cujo objetivo é fornecer internet de altíssima velocidade a partir do espaço para competir com a Starlink, de Elon Musk.

Os primeiros 27 satélites desta rede, destinada a passar de 3.200, serão lançados da costa leste americana por um foguete Atlas V, do grupo United Launch Alliance (ULA), do qual fazem parte Boeing e Lockheed Martin.

Segundo o grupo, os satélites serão lançados a centenas de quilômetros de altitude da Terra às 19h locais (20h de Brasília), de Cabo Cañaveral, na Flórida.

A Amazon, de propriedade do bilionário Jeff Bezos, quer oferecer acesso à internet de altíssima velocidade a pessoas, empresas e agências de governo em qualquer parte do mundo, inclusive áreas remotas e zonas de guerra ou que sofram catástrofes. A ideia é que esteja operacional ainda este ano.

A empresa não revelou o preço, mas assegura que deseja que seja “acessível”.

– Órbita baixa –

A promessa é parecida com a de seu concorrente, Elon Musk, que com a Starlink domina este mercado em ascensão com uma vantagem considerável, assim como o setor dos foguetes, o qual também disputam.

Lançado há vários anos, o Starlink afirma ter mais de 6.750 satélites em órbita e mais de cinco milhões de assinantes.

Nos últimos anos, seus serviços foram levados para áreas afetadas por desastres naturais, como ocorreu em setembro de 2023 durante um terremoto no Marrocos, ou mais recentemente após os incêndios em janeiro em Los Angeles, e também na Ucrânia, em guerra com a Rússia.

Diferentemente dos serviços tradicionais de telecomunicações via satélite, que dependem de dispositivos posicionados a mais de 35.000 km da Terra em órbita geoestacionária, os propostos por Elon Musk e em breve por Jeff Bezos operam em órbita baixa, o que lhes permite trocar dados muito mais rapidamente.

E como os satélites se comunicam com antenas móveis na Terra, podem cobrir áreas onde “o custo, a complexidade e a geografia” dificultam “instalar soluções tradicionais”, explica a Amazon.

– Soberania –

Para recuperar o atraso, a Amazon planeja aumentar os lançamentos de seus satélites nos próximos meses e anos, com mais de 80 voos com empresas espaciais como o ULA, a Blue Origin (de Jeff Bezos) e inclusive a SpaceX, de Elon Musk.

Estes milhares de satélites serão lançados progressivamente na órbita terrestre baixa, um espaço já ocupado pelos dispositivos da Starlink e também por um número crescente de atores, entre os quais se encontra o operador europeu Eutelsat, que se fundiu com a OneWeb em 2023, e a China com sua constelação GuoWang.

Espera-se que esta concorrência continue crescendo, o que pode trazer desafios espaciais com a congestão da órbita baixa e possíveis colisões, assim como interrupções das observações astronômicas.

Também traz problemas de soberania.


Neste sentido, o papel de Elon Musk, que se tornou assessor do presidente americano, Donald Trump, reacendeu o debate sobre a necessidade de não deixar o setor espacial exclusivamente nas mãos de atores privados.

Após questionar o futuro da rede Starlink na Ucrânia, essencial para as comunicações militares, Musk, o homem mais rico do planeta, assegurou, em março, que manteria seus serviços “apesar de todos (os seus) desacordos com a política da Ucrânia”.

Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/poder-economia/haddad-chama-de-anomalia-juro-real-no-brasil-em-8-ao-ano/)
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Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

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Mercado divide apostas entre maio e junho para 1º corte de juros pelo Fed, mostra CME

 

O mercado financeiro voltou a precificar junho como o primeiro mês mais provável para o primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas ainda se mantém divido sobre a possibilidade da redução acontecer em maio, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. A oscilação ocorre após o anúncio de retaliações da China e da União Europeia (UE) às tarifas dos EUA, além de falas de autoridades norte-americanas e do dirigente do Fed, Neel Kashkari – que alertou sobre exigência maior para cortar juros no país.

Por volta das 11h15 (de Brasília), a chance de o Fed cortar juros em 25 pontos-base (pb) em maio caiu para 38,7%, de 50,7% no fim da tarde de ontem, enquanto a probabilidade de manutenção das taxas se tornou majoritária e avançou de 49,3% a 61,3% no período.

Em junho, o mercado financeiro manteve zerada a chance de manutenção dos juros, mas demonstra dúvidas sobre a magnitude do corte de juros. A probabilidade de uma redução de 25 pb e subiu de 50,6% ontem para 59,3% no horário citado. Em segundo lugar, a chance de corte de 50 pb caiu de 45,5% para 38,7%.

Até dezembro, a maior probabilidade ainda é de redução acumulada de 100 pb nos juros pelo BC norte-americano, que subiu de 35,7% para 37,3% na marcação.

Indústria musical tenta enfrentar os abusos da IA, com pouco sucesso

 

A indústria musical luta nas plataformas, nos tribunais e com os políticos para evitar o espólio e a apropriação indevida de seus conteúdos através da Inteligência Artificial generativa (IA), mas os resultados são limitados no momento.

A gravadora Sony Music afirma ter pedido que sejam retirados da Internet 75.000 deepfakes, o que ilustra a magnitude do fenômeno.

Muitos afirmam que há tecnologia para detectar essas canções produzidas por software de IA, sem a participação do artista.

“Embora pareçam realistas, as canções criadas com IA apresentam ligeiras irregularidades de frequência, ritmo e assinatura digital que não se encontram na voz humana”, explica Pindrop, especializada na identificação de vozes.

Bastam alguns minutos para detectar, no YouTube ou Spotify, os dois principais destinos do streaming musical, um falso rap de 2Pac sobre pizzas ou uma versão de Ariana Grande de um sucesso do K-pop que ela nunca interpretou.

“Nós levamos isso muito a sério e estamos desenvolvendo novas ferramentas para melhorar” a detecção da IA falsa, explicou esta semana Sam Duboff, responsável pela política regulatória do Spotify, ao canal do YouTube “Indie Music Academy”.

O YouTube também afirmou estar “aperfeiçoando (sua) tecnologia com (seus) parceiros”, e poderia fazer anúncios nas próximas semanas.

Jeremy Goldman, analista da Emarketer, aponta que “os atores maliciosos dão um passo adiante” da indústria.

“O YouTube tem bilhões de dólares em jogo”, acrescenta, “então é de se esperar que eles consigam resolver o problema (…) porque não querem ver como sua plataforma se torna um pesadelo da IA”.

– “Uso justo” –

Porém mais mais do que com os deepfakes, a indústria musical está preocupada com o uso não autorizado de seus conteúdos para desenvolver interfaces especializadas de IA generativa como Suno, Udio e Mubert.

Em junho, várias gravadoras importantes entraram com uma ação no tribunal federal de Nova York contra a empresa controladora da Udio, acusando-a de desenvolver seu software usando “gravações protegidas por direitos autorais com o objetivo de desviar ouvintes, fãs e possíveis usuários pagantes”.

Mais de nove meses depois do processo, ainda não há data para um eventual julgamento. Também não há para um processo similar contra a Suno em Massachusetts.

No centro do debate jurídico está a noção de “uso justo”, que pode limitar a aplicação dos direitos de propriedade intelectual em determinadas condições.

“Estamos em uma zona de autêntica incerteza” sobre a interpretação, pelos tribunais, dos critérios, afirma Joseph Fishman, professor de Direito da Universidade de Vanderbilt.

No entanto, as primeiras sentenças não representarão a palavra final, porque “se os tribunais começam a ter discrepâncias” em suas decisões, a Suprema Corte pode ter que se pronunciar, alerta o professor.

Enquanto isso, os principais atores da IA musical seguem desenvolvendo seus modelos com dados protegidos, o que levanta a questão de se já não perderam a batalha.

“Não estou certo” de que seja muito tarde, disse Joseph Fishman. “Muitas dessas interfaces foram desenvolvidas utilizando material protegido por direitos autorais, mas não param de sair novos modelos”, e é possível que esses devam levar em conta uma possível sentença judicial vinculante.

Até o momento, gravadoras, artistas e produtores também não tiveram muito sucesso na terceira frente dessa ofensiva, o Legislativo.

Foram apresentados diversos projetos de lei no Congresso dos Estados Unidos, mas até agora todos foram ignorados.

Alguns estados, o Tennessee em particular, aprovaram leis que se concentram principalmente nos deepfakes.

Para piorar as coisas, Donald Trump se apresentou como paladino da desregulação, em particular da IA.

Vários gigantes da Inteligência Artificial subiram no carro, em particular a Meta, para quem “o governo deveria deixar claro que o uso de dados públicos para desenvolver modelos é inequivocamente um uso justo”.

Se a administração Trump seguir esse conselho, inclinaria a balança contra os profissionais da música, embora seja provável que os tribunais tenham a última palavra.

O panorama não é muito melhor no Reino Unido, onde o governo trabalhista lançou uma consulta com vistas a flexibilizar a lei de propriedade intelectual para facilitar o acesso aos desenvolvedores da IA.

Em sinal de protesto, mais de 1.000 artistas se uniram para publicar no final de fevereiro um álbum silencioso intitulado “É isso o que queremos?”.

Na opinião de Jeremy Goldman, os abusos da IA seguem afetando a indústria musical porque “está muito fragmentada, o que a coloca em desvantagem na hora de resolver o problema”.

ABPA: exportação de ovos cresce 342% em volume em março e receita aumenta 383%

 

São Paulo, 9 – As exportações brasileiras de ovos (incluindo produtos in natura e processados) tiveram alta de 342,2% em volume na comparação anual. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), foram embarcadas 3.770 toneladas no mês, frente a 853 toneladas em março do ano passado.

A receita também teve forte alta, para US$ 8,65 milhões, salto de 383% em comparação com US$ 1,79 milhão registrados no igual mês de 2024.

No acumulado do primeiro trimestre, o setor soma 8.654 toneladas exportadas, crescimento de 97,2% ante igual período de 2024.

Em valores, a elevação foi ainda maior: 116,1%, com US$ 17,77 milhões obtidos entre janeiro e março de 2025.

EUA lideram compras

Os Estados Unidos lideraram as compras no trimestre, com 2.705 toneladas importadas – avanço de 346,4% na comparação anual.

Na sequência, os principais destinos foram Emirados Árabes Unidos (1.422 toneladas, queda de 9%), Chile (1.182 toneladas, alta de 65,4%), Japão (846 toneladas, aumento de 132,4%) e México, que começou a importar recentemente e já acumula 576 toneladas.

Fatores

Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, os números refletem o impacto da recente abertura do mercado norte-americano para ovos produzidos no Brasil, destinados ao termoprocessamento para consumo humano.

Ele também destacou que as exportações ainda representam cerca de 1% da produção nacional, e, ao mesmo tempo, permitem avanços importantes para o setor. “As exportações representam uma conquista importante para o avanço do segmento”, disse, na nota.


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CCJ do Senado aprova parecer favorável a projeto sobre devedor contumaz; matéria segue para CAE

 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira, 9, parecer favorável ao projeto de lei complementar que estabelece normas gerais para a identificação e o controle de “devedores contumazes”, com a regulamentação do Artigo 146-A da Constituição Federal, voltado à prevenção de desequilíbrios da concorrência.

O texto vai para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Caso seja aprovada no colegiado, a proposta vai para análise no plenário.

Com a matéria, empresas que atrasam repetidamente o pagamento de impostos podem ser punidas.

PL que limita supersalários analisado no Senado aumenta gastos em R$ 3,4 bi, em vez de reduzir

 

Um manifesto assinado por dez entidades divulgado nesta quarta-feira, 9, aponta que o projeto de lei que busca limitar os supersalários deve aumentar os gastos com as remunerações acima do teto em R$ 3,4 bilhões, em vez de reduzir. O número considera somente quatro das 32 exceções ao teto previstos pela proposta. Desse número, 14 estão classificadas incorretamente no texto como indenizatórias segundo as instituições.

A cifra de R$ 3,4 bilhões considera o pagamento em dobro do adicional de um terço de férias, a gratificação por exercício cumulativo de ofícios, o auxílio-alimentação e o ressarcimento de despesas com plano de saúde.

Os números fazem parte de uma pesquisa divulgada em dezembro do ano passado pelo Movimento Pessoas à Frente e elaborada pelo economista Bruno Carrazza. O levantamento também mostrou que os supersalários custaram R$ 11,1 bilhões aos cofres públicos em 2023.

O teto constitucional do funcionalismo público é de R$ 46,3 mil, equivalente à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir de verbas indenizatórias como auxílios e gratificações (que não entram no abate-teto), as remunerações dos servidores podem ultrapassar a barreira.

No posicionamento das entidades, é destacado que os R$ 11,1 bilhões poderiam ser utilizados para “fortalecer a infraestrutura de atendimento à população em diversos setores prioritários”.

“A título de comparação, ele corresponde à construção de 4.582 Unidades Básicas de Saúde, o atendimento anual de 1,36 milhão de famílias no Programa Bolsa Família e de 3,9 milhões de alunos do ensino médio no Programa Pé-de-Meia”, destacam.

O posicionamento foi assinado pelas seguintes instituições: Movimento Pessoas à Frente Fundação Tide Setubal, Transparência Brasil, Plataforma Justa, Instituto Democracia e Sustentabilidade, Movimento Brasil Competitivo, Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, Associação Livres, Centro de Liderança Pública e República.org.

Ao Estadão, a diretora-executiva do Movimento Pessoas à Frente, Jessika Moreira, afirmou que uma das consequências do pagamento bilionário para remunerações acima do teto constitucional é o enfraquecimento da democracia. Para Jessika, os supersalários ajudam a minar a credibilidade do setor público.

“O recurso que sai para pagamento desses auxílios sai do mesmo cofre do pagamento das principais políticas públicas. Além disso, isso contamina a credibilidade das instituições e do setor público por parte da população”, afirmou Jessika Moreira

Na manifestação, as dez entidades consideraram que o projeto de lei além de perpetuar, deve ampliar privilégios e desigualdades. “Se aprovada, legitima o pagamento de benefícios remuneratórios a título de indenização, cuja consequência imediata é ser livre de incidência de Imposto de Renda, além de banalizar as exceções ao teto constitucional.”

As entidades também exigem que o projeto de lei classifique adequadamente as verbas remuneratórias, indenizatórias e outras vantagens eventualmente recebidas. No caso das indenizatórias, as instituições defendem que sejam seguidos três critérios:

– Ter natureza reparatória, ressarcindo o servidor de despesas incorridas no exercício da função pública;

– Ter caráter eventual e transitório, não sendo incorporadas em bases mensais, devendo possuir um horizonte temporal limitado, e requerendo uma análise caso a caso;

– Ser expressamente criadas em lei, não podendo ser instituídas por ato administrativo.

O projeto criticado pelas entidades é o n°2721/2021, e está atualmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Como mostrou o Estadão, a proposta, que busca combater os supersalários, contém 14 regras que abrem brechas para manter esses rendimentos.

Essas 14 exceções ao teto, segundo outro estudo do Movimento Pessoas à Frente, são verbas remuneratórias, e não indenizatórias. “Se mantidas como estão no texto original, elas podem, além de manter os supersalários, criar um efeito em cascata, já que abre espaço para que servidores do Executivo que ganham menos do que o estabelecido peçam equiparação, o que pode provocar um rombo de R$ 26,7 bilhões nas contas públicas”, diz um trecho da pesquisa.

A proposta veio do Senado e foi aprovado pela Câmara em junho de 2021 com a lista de 32 exceções ao teto que desidratou o projeto que, inicialmente, buscava fazer uma maior restrição às verbas que não são abatidas pelo teto constitucional. Por conta das mudanças, o texto teve que voltar à Casa Alta.

Juro médio do rotativo do cartão sobe em fevereiro para 450,6% ao ano, diz BC

 

O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 9,6 pontos porcentuais entre janeiro e fevereiro, de 441,0% (dado revisado) para 450,6% ao ano, informou o Banco Central.

A taxa do parcelado passou de 174,6% (dado revisado) para 181,8% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 78,7% (dado revisado) para 85,2%.

O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida. O teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer em janeiro de 2024.

As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam “pendurados” no cartão por apenas dias ou semanas.

O BC não pretende descontinuar essa série histórica, que serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.

Preços do petróleo despencam e barril de Brent cai abaixo de US$ 60

 

Os preços do petróleo caíram para novas mínimas em quatro anos nesta quarta-feira, 09, depois que a China anunciou medidas tarifárias adicionais sobre os produtos dos EUA em retaliação à política tarifária do presidente Donald Trump.

A China imporá tarifas de 84% sobre os produtos dos EUA a partir de quinta-feira, 10, acima dos 34% anunciados anteriormente, informou o Ministério das Finanças.

Os futuros do Brent caíam US$2,84, ou 4,52%, para US$59,98 por barril às 10h15 (horário de Brasília). Os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam US$2,66, ou 4,46%, para US$56,92.

Ambos os contratos chegaram a cair cerca de 7% antes de reduzir as perdas.

As tarifas de 104% de Trump sobre a China entraram em vigor nesta quarta-feira, acrescentando 50% às tarifas depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias iniciais sobre os produtos dos EUA.

Ao mesmo tempo, os países da União Europeia devem aprovar as primeiras contramedidas do bloco contra as tarifas de Trump na quarta-feira, somando-se às medidas de retaliação da China e do Canadá.

“A retaliação agressiva da China diminui as chances de um acordo rápido entre as duas maiores economias do mundo, desencadeando temores crescentes de recessão econômica em todo o mundo”, disse Ye Lin, vice-presidente de mercados de commodities de petróleo da Rystad Energy.

“O crescimento da demanda de petróleo na China, de 50.000 bpd a 100.000 bpd, está em risco se a guerra comercial continuar por mais tempo. No entanto, um estímulo mais forte para impulsionar o consumo doméstico poderia mitigar as perdas.”

O Brent e o WTI caíram por cinco sessões desde que Trump anunciou tarifas abrangentes sobre a maioria das importações, gerando preocupações sobre o crescimento econômico e a demanda por combustível.

“Alguns analistas norte-americanos sugeriram que a Casa Branca quer levar os preços do petróleo para mais perto de US$50, já que o governo acredita que o setor de petróleo e gás dos EUA pode sobreviver a um período de turbulência”, disse Ashley Kelty, analista do Panmure Liberum.

“Consideramos essa meta um tanto ilusória (…) e (ela) simplesmente fará com que a produção dos EUA seja encerrada e abrirá a porta para que a Opep recupere sua posição de produtor dominante.”

Exacerbando o declínio do petróleo, na semana passada o grupo de produtores Opep+ decidiu aumentar a produção em maio em 411.000 barris por dia (bpd), o que, segundo analistas, provavelmente empurrará o mercado para um excedente.

Países da UE aprovam resposta tarifária dos EUA sobre aço e miram em carne, soja e motos

 Bandeira Europeia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Os países-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira, 9, uma lista inicial de produtos norte-americanos que estarão sujeitos a tarifas, dando ao bloco o poder de impor taxas sobre alguns produtos já na próxima semana. A comissão informou que os impostos podem começar a ser cobrados a partir de 15 de abril.

Os 27 membros da UE votaram para adotar uma nova versão reformulada da lista original, que foi modificada após o feedback dos países-membros.

Uma série de produtos – incluindo soja, suco de laranja, carne e motocicletas – estão na linha de fogo da UE. O uísque norte-americano foi retirado da lista em uma medida que visa proteger os fabricantes de bebidas do bloco.

A votação supera um obstáculo crucial para a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, para responder à série de taxas que o presidente dos EUA, Donald Trump, está impondo para lidar com o que o republicano considera políticas injustas em outros países.

“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, afirmou a comissão, em um comunicado. 

 

Fonte: Dow Jones Newswires.

China anuncia nova retaliação e tarifas adicionais de 84% sobre produtos dos EUA

 

A China adotará tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, acima dos 34% anunciados anteriormente, informou o Ministério das Finanças nesta quarta-feira, 9.

Pequim também impôs restrições a 18 empresas norte-americanas, principalmente em setores relacionados à defesa, somando-se às cerca de 60 empresas norte-americanas punidas por causa das tarifas impostas por Trump.

A medida foi tomada depois que Trump cumpriu sua ameaça de impor uma tarifa adicional de 50% sobre a China, a menos que o país retirasse suas taxas de retaliação sobre os Estados Unidos, elevando para 104% o total de novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses este ano.

“A China insta os EUA a corrigirem imediatamente suas práticas equivocadas, a cancelarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e a resolverem adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário, baseado no respeito mútuo”, diz a nota.

A China disse à Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira que a decisão do governo Trump de impor tarifas recíprocas a Pequim ameaça desestabilizar ainda mais o comércio global.

“A situação se agravou perigosamente. Como um dos membros afetados, a China expressa séria preocupação e firme oposição a esse movimento imprudente”, disse a China em uma declaração à OMC.

Mais cedo, nesta quarta-feira, a China divulgou um documento sobre os laços comerciais entre os EUA e a China, no qual chamou de “inevitável” a diferença comercial entre as duas maiores economias do mundo.

“O desequilíbrio comercial em bens entre a China e os EUA é um resultado inevitável de questões estruturais na economia dos EUA e uma consequência das vantagens comparativas e da divisão internacional do trabalho entre os dois países”, disse o relatório, que foi divulgado pelo Escritório de Informações do Conselho de Estado logo após a entrada em vigor das tarifas mais altas dos EUA.

EUA falam em decisão ‘lamentável’

A decisão da China de impor tarifas retaliatórias é lamentável e uma proposta perdedora para Pequim, disse o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta quarta-feira.

“Acho lamentável que os chineses realmente não queiram vir e negociar, porque são os piores infratores no sistema de comércio internacional”, declarou Bessent em entrevista à Fox Business Network.

Bessent afirmou que os aliados queriam discutir como reequilibrar as políticas comerciais da China em conversas com autoridades norte-americanas.  “Essa é a grande vitória aqui. Os EUA estão tentando se reequilibrar em direção a mais manufatura. A China precisa se reequilibrar em direção a mais consumo”, disse ele.

Bessent também alertou Pequim contra a tentativa de desvalorizar sua moeda como forma de responder às novas tarifas.

“Se a China começar a desvalorizar, isso será um imposto sobre o resto do mundo e todos terão que continuar aumentando suas tarifas para compensar a desvalorização. Portanto, eu faço um apelo para que não façam isso e se sentem à mesa”, disse.

Outras cartas nas mãos da China

Segundo a agência Reuters, o banco central da China não permitirá quedas acentuadas do iuan e pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto.

A diretriz das autoridades ocorre em um momento em que o iuan enfrenta forte pressão de queda.

O Banco Popular da China enviou a orientação aos bancos estatais nesta semana, pedindo-lhes que retenham as compras de dólares norte-americanos para suas contas proprietárias, disseram três fontes. Os grandes bancos também foram instruídos a aumentar as verificações ao executar ordens de compra de dólares para seus clientes, disse uma delas, em um movimento que os mercados interpretam como uma forma de o banco central restringir as negociações especulativas.

terça-feira, 8 de abril de 2025

CEO diz que Amil fechou 2024 com quase R$ 700 mi em resultado positivo

 Logo Amil – Logos PNG

O CEO da Amil, Renato Manso, disse nesta terça-feira, 8, que a operadora de saúde encerrou o ano passado com resultado positivo em R$ 700 milhões. A empresa reverteu prejuízos bilionários com ajustes na operação e nos preços praticados.

“Tinha muito mato alto, então no início foram fáceis algumas decisões. Quem decidia as coisas na empresa era o departamento de compliance, o americano tinha muita preocupação porque ele não queria que problemas aqui se refletissem lá”, disse o CEO durante o Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI.

De acordo com Manso, entre funcionários da operadora e das áreas administrativas dos hospitais, a Amil reduziu o quadro em 1.400 pessoas. Não houve cortes na linha de frente hospitalar, segundo ele.

Outra mudança foi na definição de preços dos planos. Segundo ele, a companhia calculava os preços considerando uma sinistralidade de 87%, o que não era racional. O indicador foi baixado para 78% através de um aumento dos preços, o que permitiu à companhia operar com uma margem maior.

Com as mudanças, a Amil perdeu 100 mil beneficiários em 2024, com o cancelamento de vários contratos. Por outro lado, conseguiu reverter um prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão registrado no último ano de operação pela United Health, em 2023.

O executivo disse que de partida, a empresa tem uma perda de R$ 1,2 bilhão ao ano com a carteira de planos individuais, em que os reajustes são regulados pelo governo. Com isso, tem de buscar equilíbrio no restante da operação.

Dólar salta 1,4% e fecha a R$ 5,99 com guerra tarifária; Ibovespa cai mais de 1%

 

O dólar voltou a superar os R$ 6,00 durante a sessão desta terça-feira, 8, para depois encerrar pouco abaixo disso, em mais um dia de pressão vinda do exterior após os Estados Unidos anunciarem a cobrança de tarifa de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira, 9.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,49%, aos R$ 5,9985, maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano, quando encerrou a R$ 6,0313. Apenas no acumulado das três últimas sessões, o dólar avançou 37 centavos de real, em meio à guerra comercial deflagrada pelos EUA. Em abril a divisa já acumula elevação de 5,11%. Veja cotações.

Às 17h06 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 1,36%, aos R$ 6,0210.

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira pelo quarto pregão seguido, com Vale e Petrobras entre as maiores pressões negativas em meio ao declínio dos preços do minério de ferro e do petróleo no exterior, enquanto persistem as preocupações com o desfecho da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,34%, a 123.909,2 pontos, de acordo com dados preliminares, sem fôlego para sustentar a alta dos primeiros negócios, quando chegou a 127.651,6 pontos. Na mínima do dia, marcou 123.454,24 pontos.

O volume financeiro no pregão somava R$ 25,3 bilhões antes dos ajustes finais.

O dia do Ibovespa

“Investidores continuam ajustando posição, tentando se habituar com o novo ambiente de mercado”, afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos.

Os EUA confirmaram nesta terça-feira a tarifa de 104% sobre produtos da China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, após Pequim não suspender tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Mais cedo, o Ministério do Comércio da China afirmou que “a ameaça dos EUA de aumentar as tarifas contra a China é erro em cima de erro, expondo mais uma vez a natureza chantagista do lado norte-americano” e que “se os EUA insistirem em seguir seu caminho, a China lutará até o fim”.

Trump ameaçou Pequim na véspera com a taxa de 104% sobre as importações vindas da China se a segunda maior economia do mundo não recuasse da decisão de igualar as tarifas “recíprocas” anunciadas pelos EUA na semana passada.

A Casa Branca disse que quase 70 países entraram em contato para começar a negociar sobre as tarifas do presidente Donald Trump. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, ainda afirmou que se a China estender a mão, Trump seria “incrivelmente gentil, mas ele fará o que for melhor para o povo americano.”

Wall Street começou a segunda sessão da semana com fortes ganhos, mas o ímpeto se dissipou ao longo do pregão e o S&P 500 fechou em baixa de 1,57%, a pontos. Na máxima do dia, chegou a 5.267,47 pontos (+4,01%).

“Nós estamos diante de uma avalanche de manchetes: quem está pronto para negociar, quem não está, o que Trump disse, o que ele quis dizer… é quase impossível prever o próximo movimento”, afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, em relatório a clientes.

“Uma esperança é que o pior já tenha sido precificado e que os mercados só possam se recuperar a partir daqui. Mas o problema é: o pior continua piorando, e não há um limite razoável à vista na Casa Branca”, acrescentou.

DESTAQUES

– VALE ON caiu 5,48%, com os contratos futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira na China, em meio às tensões comerciais entre EUA e China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 3,15%, terminando em 738,5 iuanes (US$100,73) a tonelada. No início da sessão, os preços atingiram 735,5 iuanes, o menor valor desde 19 de novembro de 2024.

– PETROBRAS PN reverteu os ganhos e recuou 3,56%, conforme o petróleo voltou a enfraquecer no exterior, com o Brent fechando o dia em baixa de 2,16%. A presidente da estatal afirmou na véspera que a companhia não deve alterar preços de combustíveis em cenário turbulento. Uma fonte disse à Reuters que o ministro de Minas e Energia teria pedido para a CEO para que a Petrobras analisasse um novo corte no valor médio do diesel, diante do recuo acentuado e recente do preço do barril do petróleo no mercado internacional.

– BRAVA ENERGIA ON fechou em baixa de 4,2%, sucumbindo à piora dos preços do petróleo, em dia também marcado pela divulgação de dados preliminares de março mostrando uma produção total bruta de 71.757 boe/d, encerrando o primeiro trimestre com 71.057 boe/d. Ainda no setor, PETRORECONCAVO ON cedeu 2%, tendo também no radar dados de março mostrando produção média de 27.715 mil boe/d; enquanto PRIO ON caiu também 2%.

– MAGAZINE LUIZA ON desabou 13,41%, tendo como pano de fundo relatório do Citi cortando a recomendação da ação para “venda/alto risco” e reduzindo o preço-alvo de R$8 para R$7,70. Para os analistas, que afirmam estar ainda cautelosos com o cenário macroeconômico do país, antecipar um ciclo de demanda positiva parece excessivamente otimista neste momento. Eles também citaram competição acirrada no setor. Na véspera, o Mercado Livre anunciou investimento de R$34 bilhões no Brasil em 2025. Em Nova York, MERCADO LIBRE subiu 1,75%.

– MINERVA ON recuou 2,95% na esteira de proposta aprovada pelo conselho de administração para aumento de capital no montante de até R$2 bilhões, que será votada em assembleia geral extraordinária a ser realizada em 29 de abril. Sob os termos da proposta, o aumento de capital de até R$2 bilhões contará com a subscrição particular de até 386,8 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$5,17 cada — um desconto de quase 20% em relação ao fechamento da segunda-feira. O aumento de capital prevê ainda bônus de subscrição.

– ITAÚ UNIBANCO PN fechou negociada com variação positiva de 0,03%, com o setor também sofrendo com a deterioração do humor nos mercados. BRADESCO PN caiu 2,75%, BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,18%, SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com decréscimo de 1,51% e BTG PACTUAL UNIT perdeu 0,15%. No noticiário do setor, o Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu nesta terça-feira uma investigação preliminar para apurar eventual ocorrência de “crime contra o sistema financeiro nacional” na compra de ativos do Banco Master pelo BRB, informou à Reuters uma fonte com conhecimento direto da iniciativa.

– CPFL ENERGIA ON avançou 3,39%, registrando no melhor momento máxima histórica intradia a R$40,06 (+7%). Durante o pregão, a companhia divulgou que três diretores (de cinco) da Aneel votaram a favor da companhia em processo sobre o reajuste das tarifas da distribuidora CPFL Paulista, que discute a incorporação de R$4,67 bilhões no processo tarifário. Um deles pediu vista do processo, adiando o desfecho final. Analistas do JPMorgan e do Citi consideraram a notícia uma surpresa positiva, avaliando que pode se traduzir em dividendos extraordinários.

– EMBRAER ON valorizou-se 0,82%, tendo no radar declarações do presidente-executivo da fabricante de aviões de que as tarifas anunciadas por Trump, da forma que estão, trarão mais complexidade e custos para a empresa, mas não devem mudar os planos da companhia. “A gente vai seguir nossos planos e vamos ter que achar uma forma de lidar com essa situação. Mas acreditamos que tem espaço para uma negociação bilateral e multilateral nesse sentido da aviação”, disse. O CFO da Embraer também citou que a controlada Eve tem planos de lançar BDRs (recibos de ações negociados no Brasil) até o final do ano.

Pamplona Alimentos cresce 8% em receita em 2024, para R$ 2,4 bi, e lucra R$ 86 mi

 Pamplona Alimentos

São Paulo, 8 – A Pamplona Alimentos encerrou 2024 com receita de R$ 2,4 bilhões, alta de 8,26% em relação ao ano anterior, informou a companhia familiar catarinense em nota. O Ebitda da empresa especializada em carne suína atingiu R$ 186,6 milhões, crescimento de 352%. O lucro líquido somou R$ 86 milhões, frente a apenas R$ 1 milhão em 2023.

“O desempenho da Pamplona em 2024 foi impulsionado por ganho operacional. Focamos em otimizar os processos, nos investimentos em inovação visando torná-los mais eficientes”, disse, na nota, a diretora-presidente da Pamplona, Irani Pamplona Peters. Ela destacou que fatores como a ampliação do portfólio, a valorização do dólar e a queda nos preços dos grãos também contribuíram para o resultado financeiro.

A geração de caixa operacional cresceu cerca de 93% e chegou a R$ 120 milhões. “Esse crescimento expressivo foi impulsionado pela queda nos preços das commodities e pelos aprimoramentos nas granjas integradas de suínos, fatores que possibilitaram uma redução nos custos de produção e fortaleceram a competitividade da companhia no mercado”, disse a executiva.

A Pamplona também obteve desempenho equilibrado nos mercados interno e externo. No Brasil, a demanda por alimentos de maior qualidade e conveniência foi atendida com lançamentos como pizzas artesanais gourmet e mantas suínas. Já no exterior, o faturamento cresceu 25,95%, com destaque para a expansão no mercado asiático e o avanço na América do Norte.

Para 2025, a empresa projeta manter o ritmo de crescimento com foco na ampliação da capacidade produtiva, diversificação do portfólio e valorização de produtos de maior valor agregado. “O cenário para 2025 é promissor, impulsionado por ganhos de eficiência e rentabilidade, além de investimentos contínuos em inovação e expansão”, afirmou Irani Peters.

Ponto de Cultura inspira países a adotar políticas de base comunitária

 Cultura Viva | Laboratório de Políticas Culturais

A Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), modelo brasileiro criado pelo Ministério da Cultura (Minc) em 2004, tem inspirado países na implantação de políticas públicas de base comunitária para gerir os recursos culturais. As iniciativas do programa – entre elas, os Pontos de Cultura – são um dos temas centrais de um seminário internacional iniciado nesta terça-feira (8), na Cidade do México. 

Na prática, a Política Nacional Cultura Viva abre espaços regionais para acesso aos bens e serviços culturais e, principalmente, para permitir a gestão compartilhada que viabiliza a manifestação de todos os tipos de linguagem artística e cultural, contemplando diferentes populações que convivem em cada território.

Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, atualmente são mais de 7,2 mil Pontos de Cultura em cerca de 1,6 mil municípios de todo o país.

Esses espaços formam uma grande rede de estímulo e de difusão dos saberes, que compartilha com o Estado a construção de novas políticas públicas e ações que nascem nos diálogos, articulações e encontros promovidos pela própria comunidade.

A política também descentraliza o fomento à cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões aos estados, Distrito Federal e municípios e deverá atingir R$ 15 bilhões até 2027. Desse valor, R$ 1,6 bilhão será destinado à Cultura Viva, pela obrigatoriedade de municípios beneficiados com mais de R$ 360 mil direcionarem 25% dos recursos à política de base comunitária.

“A Cultura Viva é um marco no campo dos direitos culturais. Ela amplia o acesso ao fomento cultural e esse reconhecimento valoriza os grupos, as atividades, os reconhecimentos das práticas culturais que são vivenciadas no cotidiano das comunidades”, destaca Márcia.

Seminário

Até o dia 10 de abril, o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais” reunirá representantes de países que adotam ou pretendem implementar políticas de base comunitárias na gestão cultural.

Um dos realizadores da conferência é a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), instituição cultural vinculada ao Minc, que, além de divulgar a obra do intelectual brasileiro, atua no desenvolvimento da cultura, pesquisa, ensino e na preservação de acervos.

“A organização deste seminário fortalece também o papel do Brasil na reflexão e na construção de agendas internacionais em torno das políticas públicas para a cultura”, disse o presidente da fundação, Alexandre Santini.

Segundo o gestor, os diálogos que serão realizados no seminário representam uma etapa que antecede outros importantes encontros internacionais que também tratarão do tema, como a Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult) 2025, de 29 de setembro a 1º de outubro, em Barcelona, na Espanha.

Programação

O seminário integra a Caravana Quetzalcoatl do Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias da Cidade do México.

A programação terá a participação de pesquisadores e gestores culturais renomados como Néstor García Canclini, Célio Turino, Lucina Jiménez, Eduardo Nivón Bolán, Jazmín Beirak, José Luis Mariscal Orozco, Jorge Melguizo, Freddy Simbaña, Ivana Bentes, Paola De La Vega e Lia Calabre.

Para Santini, é no espaço comunitário que estão as transversalidades entre a cultura e as demais políticas públicas e, por isso, a importância de os governos investirem em políticas culturais de base comunitária que permitem a articulação do direito à cultura, com uma cultura de direitos.

“No México, por exemplo, vemos projetos culturais nos territórios que juntam saúde, educação, combate à violência, prevenção de doenças, apoio a mulheres e combate à violência de gênero, quer dizer, a cultura tem que estar no vértice de transversalidade para a conquista de direitos”, conclui.

‘Carro voador’: Embraer projeta US$ 14 bi em vendas e trajeto Faria Lima-Guarulhos em 13 minutos

 

Em evento do Bradesco BBI nesta terça-feira, 8, executivos da Embraer exibiram a cabine do eVTOL – ou ‘carro voador’ – fisicamente e reiteraram o otimismo com a iniciativa da EVE, subsidiária da companhia brasileira. Com 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos, a estimativa é que o modelo ainda não lançado deverá garantir US$ 14 bilhões em receita líquida e começará a operar em 2026.

O eVTOL da Embraer tem pedidos feitos por 28 clientes de 9 países. Luís Carlos Affonso, Vice-Presidente Sênior de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Eve, destaca que o carro voador deve fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.

” [O eVTOL] terá alcance de 100 quilômetros, que é o necessário em ambiente urbano. Além disso, vai pousar e decolar de forma automática, vai baratear o treinamento de pilotos”, disse Affonso durante o Brazil Investment Forum.

O executivo comentou que, atualmente, o maior desafio é o sistema de produção da aeronave, que envolve motor, bateria e hélice, já que os padrões são ‘completamente diferentes’ de outros modelos de aviação comercial.

Além disso, destacou que o eVTOL ‘é um avião que decola como helicóptero’, e que esse modelo híbrido também demandará desafios na hora de acostumar os clientes a uma experiência desse tipo.

Atualmente o projeto, dentro da Embraer, é o que mais demanda mão de obra, com cerca de 700 engenheiros alocados. Em termos de inovação, disrupção e potencial de valorização futura, o projeto do eVTOL, por meio da Eve, é hoje considerado o principal motor de crescimento de longo prazo da Embraer.

Nos números trazidos pela Embraer no evento do BBI, a companhia estimou que a cidade do Rio de Janeiro tem mercado em potencial para 245 eVTOLs, com 37 ‘vertiportos’, mais de 100 rotas, 4,5 milhões de passageiros anuais e US$ 220 milhões gerados em receita.

Entenda o carro voador da Embraer

A Eve foi spin-off da Embraer em 2020 e é listada na Bolsa de Nova York (NYSE) em 2022. A Embraer mantém cerca de 82% de participação econômica na Eve (incluindo ações e BDRs).

A companhia tem parceiros como United Airlines, BAE Systems, Helisul, Blade, Avantto e outros e tem operações previstas em cidades como São Paulo, Rio, Miami, Londres, Bangalore.

Cada aeronave pode custar entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões.

O eVTOL representa uma nova categoria de transporte, sendo elétrica e silencioso e funcionando para trajetos curtos em ambiente urbano. No futuro, o meio de transporte pode ser também autônomo.

O veículo visado pela Embraer tem propulsão elétrica e redução de emissões e ruído. A expectativa é que as operações com eVTOLs comecem no ano de 2026, com certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) vem direcionando seus investimentos em projetos e iniciativas voltados à descarbonização da economia e à transição energética, sendo um dos principais focos a produção de hidrogênio verde, entre outros renováveis.

Nesse cenário, Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do banco, destaca que o desafio tem sido escalar as novas tecnologias que vão impulsionar essa indústria, e que o desafio e grande foco do banco agora é destravar os projetos de hidrogênio verde, aço verde, fertilizante verde, combustível sustentável de aviação e biometano.

“Precisamos de políticas públicas, precisamos que o BNDES haja como indutor de financiamento para essas novas fontes, como já fez em outros momentos na história”, diz. Costa refere-se aos financiamentos feitos no passado para impulsionar o etanol e a geração solar, eólica, e hidráulica.

A diretora destaca que o BNDES é hoje o maior financiador de energia renovável do mundo. “A nossa carteira de ativos é uma carteira muito expressiva, de mais de R$ 200 bilhões, e a gente continua financiando muito o setor”.

A executiva lembra que em processos que envolvem novas tecnologias, corre-se mais riscos inerentes a uma novidade, como de projetos que “quebram” no meio do caminho. “Não é fácil. Mas no momento em que o BNDES resolve bancar um projeto, a percepção de risco muda para os investidores”, diz. Sozinho o governo não faz a transição energética, e sozinho, nem o setor privado. Precisa de planejamento aliado a políticas públicas”.

Segundo Costa, a projeção é de que o financiamento para transição energética será entre 60% e 70% oriunda do setor privado. “Financiamento de filantropia não deve chegar a 40%”.

O desafio, aponta Costa, é como levar maior eficiência a essas novas tecnologias. “Estamos nos debruçando para construir. Tecnologias mais caras ainda não foram escaladas”. Além do desafio tecnológico, Costa destaca também que outro desafio para escalar a “indústria verde” está no alto custo do crédito, com as taxas de juros mais altas no país. Atualmente, a Selic, taxa básica de juros da economia,

“O BNDES é um banco de 72 anos, tem conhecimento setorial profundo, embarcado, tem experiência em ter escalado tecnologias novas em outros momentos. E, ao mesmo tempo, ser eficiente do ponto de vista de preço. No começo vai ser mais caro, como solar e eólica foram um dia.”

Segundo Costa, o Brasil tem uma grande oportunidade neste momento com o hidrogênio verde. “Para o Brasil, temos a capacidade de liderar transição energética, mais ainda. E temos ainda todas as fontes verdes”. Mas, destaca a executiva, é importante que não haja distorções de subsídios, com projetos sendo executados em lugares errados.

Outra vantagem brasileira que ela ressalta é a “neutralidade” geopolítica. “O cenário geopolítico é complexo, atrasa a transição do mundo, que precisa de mais energia e que não consegue diminuir a adição de fóssil. Para o mundo é um problema. Mas temos essa neutralidade que nos coloca e nos posiciona bem. Somos o maior exportador líquido de alimentos do mundo, importante não só para a segurança energética do mundo, mas para a segurança alimentar”.

 

 


Embraer vê poucos danos com tarifaço de Trump e mira US$ 10 bi de receita antes de 2030

 

A Embraer projeta chegar a um patamar de US$ 10 bilhões de receita líquida anuais antes do ano de 2030 e sem considerar a Eve – subsidiária da empresa focada em desenvolver eVTOLs e soluções de mobilidade aérea urbana sustentável.

Além disso, a Embraer ainda calcula os impactos do tarifaço de Donald Trump, todavia estima que os danos devam ser reduzidos e não devem arrefecer o bom momento operacional da companhia, que registrou as máximas históricas na bolsa no mês passado.

“Não registramos grande impacto de tarifas e não achamos motivação para mexermos nas estimativas para o ano de 2025”, disse Antonio Garcia, Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, durante o Brazil Investment Forum, evento do Bradesco BBI que ocorre nesta terça-feira, 8, em São Paulo.

Em entrevista a jornalistas após o painel, o executivo detalhou que os impactos ‘mudam a cada dia’ e que a companhia mantém diálogo tanto com o governo brasileiro quanto com o governo americano.

“Estamos conversando com governo brasileiro para colocar a aviação brasileira em discussão. Vou dar um exemplo, vocês não ouviram falar Candá e México, com tarifas exorbitantes? Os produtos de aviação estão preservados [dessas tarifas]. [Hoje] nós compramos motor no Canadá para os EUA e não pagamos nada. Não é uma equação única.”

Olhando para a parte operacional, a empresa ainda espera, para 2025, registrar um crescimento entre 7,5% a 8,3% em termos de Lucro antes de Juros e Impostos ajustado (EBIT, na sigla em inglês).

Em se tratando de receita, a expectativa é fechar o ano com US$ 7,5 bilhões, ante US$ 6,39 bilhões registrados no acumulado do ano de 2024.

Embraer quer listar BDRs de empresa de ‘carro voador’ na bolsa brasileira

Garcia, da Embraer, ainda relatou que a companhia mira lançar BDRs da Eve no Brasil até o fim do ano de 2025.

“Queremos socializar um produto, dá mesma forma que a Embraer tem ADRs nos Estados Unidos”, disse o executivo em entrevista a jornalistas.

A Eve, braço da companhia responsável pelo eVTOL – ou ‘carro voador’ – é atualmente listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e tem uma capitalização de mercado de cerca de US$ 950 milhões.

O eVTOL foi exibido fisicamente pela primeira vez no evento do BBI e soma 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos.

A companhia estima que o modelo gerará US$ 14 bilhões em receita com esse volume de pedidos – que vem de 28 clientes de 9 países.

Segundo executivos da empresa, o carro voador da subsidiária da Embraer deverá fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.