Apesar de o Brasil ser considerado
um país em desenvolvimento, ainda faltam recursos e know-how para
importantes realizações que visem o crescimento econômico.
Não é novidade que o Brasil é um dos países mais caros do mundo para
morar. E, diferente da realidade praticada em alguns países considerados
ricos, que concentram seus tributos sobre o patrimônio e a renda de
cada cidadão, pagamos caro por tudo o que consumimos e o que não
consumimos, com taxas que incidem em cada um dos produtos adquiridos.
Nossos impostos estão entre os mais altos do mundo e pagamos tarifas de
países ricos, ao passo em que recebemos serviços de países miseráveis.
Por outro lado, além do pouco investimento
do país em desenvolvimento e tecnologia, o apagão de profissionais
qualificados no mercado é cada vez mais constante, principalmente nas
áreas técnicas e gerenciais. Apesar de o Brasil ser considerado um país
em desenvolvimento, ainda faltam recursos e know-how para importantes
realizações que visem o crescimento econômico. Neste cenário, podemos
dizer que, para promover inovações tecnológicas, precisamos da atração
de cérebros, ou seja, mão de obra estrangeira, capaz de qualificar e
gerar novas oportunidades de trabalho.
Os benefícios proporcionados pela vinda da mão de obra estrangeira
são inúmeros e impactam diretamente na economia do País. Na ponta do
lápis, além da redução nas despesas, salário do colaborador (às vezes,
menor do que o praticado no mercado local), menor custo de produção,
redução dos prazos e simplificação de processos, os expatriados
proporcionam ao trabalhador e ao mercado brasileiro maior integração
social e tecnológica. Outros benefícios são a facilitação e concessão de
novas tecnologias e a inovação e inserção em mercados internacionais.
De acordo com pesquisas do setor, cada profissional estrangeiro
poderia gerar entre 1,3 e 4,6 empregos diretos e indiretos e ainda, é
claro, agregar ao trabalhador brasileiro a cultura de disseminar
know-how a outros profissionais, além de conhecimento processual. Com a
introdução desta mão de obra, é possível, inclusive, aplicar no negócio o
sistema de partnership, muito comum em empresas multinacionais.
Com
ele, é possível disseminar os conceitos de meritocracia e inovação
dentro da empresa e realizar o acompanhamento da contribuição de cada
colaborador, para desenvolvimento e crescimento do negócio.
Não podemos esquecer que, no início do século XX, a entrada de
imigrantes no Brasil contribuiu para a modernização da nossa
agricultura, assim como o desenvolvimento dos setores de comércio,
serviços e indústria. Chegamos a ter mais de 7,3% da nossa população de
imigrantes. Hoje, o total é de dois milhões no mundo e, de acordo com
especialistas, somos um dos países com o menor volume de imigrantes,
apenas 0,3% da população.
Sem dúvidas, o Brasil já evoluiu e continua evoluindo muito nos
aspectos imigratórios. Porém, ainda temos um longo caminho a percorrer.
Em tempos de globalização, o País não pode perder a oportunidade de
crescimento, troca, miscigenação,oxigenação da filosofia e transferência
de conhecimento. Com um país economicamente estável, atrativo aos olhos
do mundo e capaz de absorver e reter talentos, será possível não apenas
trocar informações, mas desenvolver tecnologia e exportar conhecimento,
gerado aqui, a todos os países do globo.
João Marques
(Administradores – 21/08/2013)