sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Número de expatriados deve aumentar em 2013


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As empresas estão ainda mais dispostas a enviar seus funcionários para o exterior. Uma pesquisa global da consultoria Mercer revelou que, neste ano, 70% das companhias esperam investir em expatriações de curto prazo (que duram 4, 8 ou 13 meses) e 55% planejam transferências de longo prazo (de 1 a 5 anos).

O estudo mostrou que de 2010 para 2011, mais da metade das organizações consultadas contabilizaram um aumento nas expatriações longas (52%) e curtas (53%) – que estão em alta na atualidade.

Essas movimentações são justificadas por diversos fatores, como a necessidade de desenvolver novas habilidades – técnicas ou comportamentais – no profissional enviado ou de atender as demandas de um projeto específico, já que, por vezes, os países de destino não possuem mão de obra qualificada a disposição.

“As transferências internacionais tornaram-se mais diversificadas para atenderem a evolução dos negócios e as necessidades da força de trabalho global”, afirma Anne Rossier-Renaud, diretora na área de mobilidade global da Mercer. Para a executiva, cabem aos profissionais de recursos humanos e de áreas relacionadas à mobilidade a tarefa de lidar com um grande número e diferentes tipos de expatriações e suas complexidades.

Assuntos relacionados à família, como o nível de educação oferecido aos filhos em um novo local, continuam a ser um grande obstáculo para a mobilidade dos executivos, especialmente quando o cônjuge possui uma carreira de sucesso e não quer comprometê-la.

Gerenciar o retorno desse investimento para o negócio é outro desafio delegado à área de RH e mobilidade. Dois em cada três empregadores (65%) não possuem ferramentas específicas para acompanhar e gerenciar as transferências e os custos relacionados – a não ser por meio de ferramentas básicas como Excel e Word. Apenas 6% das companhias utilizam métricas para acompanhar as movimentações.

Fonte: VOCÊRH

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Secretaria de Comércio e Serviços recebe comitiva de entidades financeiras


29/08/2013
Secretaria de Comércio e Serviços recebe comitiva de entidades financeiras

Brasília (29 de agosto) - A Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), recebeu nessa quarta-feira (28), uma comissão formada pelas principais associações de entidades financeiras do país. No encontro, a presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Sandra Guerra, expôs a necessidade de unir forças para melhorar o acesso dos empreendimentos a recursos mais baratos. O objetivo, segundo ela, é criar uma agenda positiva para aproximar o investidor, principalmente o de mercado de capitais, do empreendedor nacional.

Apesar dos avanços econômicos, o mercado de capitais nos últimos dois anos encontra-se estagnado com a participação reduzida tanto de investidores quanto de empreendedores. Sandra Guerra citou como exemplo a Índia, país que atualmente conta com mais de seis mil empresas no mercado aberto. Já nos Estados Unidos, de acordo com a executiva, são quatro mil. No Brasil, o número ainda não ultrapassa 400 empresas.

Para o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Humberto Ribeiro, o desejo do grupo converge com as ações do Governo Federal voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo no Brasil. Ele citou como exemplo o Catálogo de Oportunidades para Investimentos no Brasil. Em sua segunda edição, o documento conta com quase um trilhão de reais em projetos para investimento privado e facilita o acesso dos investidores às oportunidades.

Humberto Ribeiro também citou a importância de integrar a melhoria de acesso ao mercado de capitais à pauta de discussões sobre tributos e investimentos no Brasil e lembrou que o Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para Comércio e Serviços (Simbracs 2013), discutirá este e outros assuntos correlatos. O Simbracs acontece em Brasília nos dias 12 e 13 de novembro.

Para o especialista em projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento e Inovação (ABDI), Cássio Rabello, é imprescindível a necessidade de que a sociedade via entidades de representação, e governo, unam-se para criar e fortalecer iniciativas de desenvolvimento e crescimento econômico sustentável.

O encontro contou a presença da BM&F Bovespa, Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais (IMBEC), Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF).

Mais informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação Social do MDIC
(61) 2027-7190 e 2027-7198
ascom@mdic.gov.br

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Multinacionais querem ampliar presença no exterior


Cerca de 67% das multinacionais brasileiras querem ampliar a atuação em outros países neste ano, segundo estudo

iego Giudice/Bloomberg
Trabalhadores na fábrica da Swift, da JBS, em Rosário, na Argentina
Operações da JBS na Argentina: destinos mais citados entre as companhias que planejam aumentar as atividades no exterior foram países da América Latina e Sudeste Asiático
São Paulo - Cerca de 67 por cento das multinacionais brasileiras querem ampliar a atuação em outros países neste ano, seja por meio da expansão nos países onde já atuam ou pela entrada em novos mercados, segundo mostrou um estudo divulgado nesta quarta-feira.
Segundo a pesquisa da Fundação Dom Cabral, os destinos mais citados entre as companhias que planejam aumentar as atividades no exterior foram países da América Latina e Sudeste Asiático, além de china China, Rússia e Canadá.
Para elaborar o levantamento, a Fundação Dom Cabral utilizou dados de 2012 fornecidos pelas multinacionais brasileiras.
A pesquisa também indicou que as empresas elevaram seu índice de internacionalização no ano passado, para 18 por cento, ante 17 por cento em 2011 e 16 por cento em 2010.
A processadora de carnes JBS encabeça o ranking, com um índice de internacionalização de 58,9 por cento, seguida pela siderúrgica Gerdau, com 54,2 por cento.
Em seguida, aparecem as empresas Stefanini, Magnesita Refratários, Marfrig, Metalfrio, Ibope e Odebrecht.
Embora a Vale não apareça entre as 10 companhias com maior nível de internacionalização, a gigante de mineração é a empresa brasileira que está em mais países, 31 no total, de acordo com o estudo.

'Banco Central tem que mostrar quem manda'



Por Eduardo Campos | De Brasília


Leo Pinheiro/Valor / Leo Pinheiro/ValorTemos reservas para usar. BC não pode ser tímido, se não é atacado, diz Lopes
Em algum momento ocorrerá uma inevitável correção para cima na cotação do dólar, com alta probabilidade de se transformar numa traumática "parada súbita". A pressão desse ajuste vai trazer de volta a inflação e exigir nova elevação da taxa Selic. Se for um ajuste súbito, haverá também uma freada no crescimento.
A avaliação foi feita em junho de 2011, pelo ex-presidente do Banco Central (BC) e atual sócio da consultoria Macrométrica, Francisco Lopes, em artigo para uma série especial do Valor sobre câmbio, juros e inflação.
No artigo intitulado "Sobre risco cambial, besouros e borboletas", Lopes criticou a forma de construção das reservas internacionais e apontou a formação de uma autêntica "bolha especulativa" nas reservas que poderia estourar entre 2013 e 2105 com graves consequências.
Passados mais de dois anos do artigo, Lopes aponta que o momento atual não é exatamente aquele previsto por ele, mas pondera que a avaliação feita em 2011 serve de pano de fundo para a problemática atual.
Como as reservas foram construídas, em grande parte, com dívida, diz Lopes, elas estão sujeitas aos financiadores demandarem seu dinheiro de volta. "É uma contingência que tem de ser contemplada. A grande atração para a entrada de dinheiro foi o diferencial de juros interno e externo e um ambiente de muita liquidez internacional. Esse é o cenário que pode mudar", afirma.
Retomando o artigo, Lopes escreveu, em 2011, que uma das poucas coisas que o governo poderia fazer diante da perspectiva de um inevitável ajuste cambial no futuro era preparar seus planos de contingência para um amortecimento da desvalorização. "Em particular, tanto o Banco Central como outras áreas mais politizadas do governo têm que estar psicologicamente preparadas para entregar aos 'malditos especuladores' o butim resultante de suas operações cambiais no país, sendo que isso poderá significar a perda de um grande e imprevisível volume de reservas internacionais (metade das reservas, por exemplo?)", escreveu em 2011.
Esse é o ponto central agora, diz Lopes, o BC pode sim administrar o ajuste no câmbio, mas, para isso, tem de operar com determinação tanto no mercado à vista como no de derivativos.
A valorização atual do dólar não é caracterizada por uma demanda por hedge (proteção). "Tem contornos de um ataque especulativo", diz, ponderando que embora não haja forte saída de recursos do país, o especulador se baseia nessa possibilidade.
De fato, diz Lopes, há um movimento especulativo em diversos países emergentes, como Índia, Indonésia e África do Sul. São países que têm situação vulnerável na parte fiscal, no balanço de pagamentos e passarão, como o Brasil, por eleições em 2014.
"No caso Brasileiro tem outra vulnerabilidade que é o fato de o governo resolver considerar que as reservas internacionais são sagradas, não se pode perder um tostão. É o que chamo de sacralização das reservas", diz Lopes, que tratou do tema em texto enviado a clientes sob o título: "O problema do câmbio ou como não se afogar em poça d'água".
Segundo Lopes, o problema dessa postura é que o governo atua como se não tivesse as reservas e assim, o mercado e os especuladores fazem o movimento que querem. Para Lopes, o dólar verde-amarelo produzido pelas operações de swap está longe de ser um substituto perfeito para o dólar verdadeiro. "A ideia de que operar com swap é o mesmo que operar com reservas é um equívoco", diz.
Com os swaps e os leilões de linha não há saída de moeda das reservas, o que BC faz é estimular o próprio sistema financeiro a prover os dólares para quem quer proteção, especulação ou mesmo sair do país. Mas esse é um modelo frágil, diz.
"Todo mundo com experiência no mercado diz que se o BC quer defender a taxa de câmbio, não quer que ocorra movimentos descontrolados, ele tem de mostrar firmeza no mercado à vista. As operações de swap são tímidas. O Brasil está sofrendo uma ilusão achando que controla o câmbio só com swaps. Isso é muito arriscado", diz.
Para o economista, com o dólar rodando a R$ 2,40, ou buscando R$ 2,50 conforme algumas projeções, os impactos inflacionários serão muito dramáticos.
Nos cenários desenhados por ele, a inflação chega a picos de 8% em 2014, considerando um câmbio a R$ 2,50. Na casa de R$ 2,40, o IPCA para este ano iria a 5,95%, e subiria 7,21% em 2014.
"Não pode ter uma posição de que as reservas são sagradas. Tem reservas é para poder usar. O BC tem que mostrar que ele manda nesse mercado. Não pode ficar em uma posição de medo. Se ele ficar assim é atacado", diz.
Essa é a questão de "se afogar em poça d'água", diz Lopes, apontando que com a posição de reservas de mais de US$ 370 bilhões, o BC pode colocar a taxa onde desejar. "O BC pode se perguntar que inflação quer ter, ver qual o câmbio compatível e operar a taxa de câmbio. Se ele for tímido, medroso, ele está dando sinal de que não é prioritário para ele defender o câmbio", explica.
Para o economista, a taxa de câmbio atual já é muito ruim para o cenário de inflação. "Com essa taxa já podemos ir acima da meta. O que o BC vai fazer? Levar a Selic para 15% para compensar isso? O governo vai fazer ajuste fiscal?", questiona.
Ele aponta, ainda, que o Brasil conta com uma posição de reservas internacionais quase US$ 200 bilhões maior que a observada no fim de 2008. Segundo Lopes, mesmo que o BC perca até US$ 100 bilhões em reservas não haveria problema nenhum.
"Perder US$ 100 bilhões de reservas, com isso você mata qualquer especulador e voltamos ao nível de reservas de 2010. Não tem problema algum", diz, questionando se o país precisa mesmo de US$ 370 bilhões em reservas "para sobreviver".
"O BC não pode perder o controle da taxa de câmbio como perdeu porque opera timidamente no mercado cambial."



Patriota diz que buscou solução negociada a caso de senador boliviano

or Bruno Peres e Daniel Rittner | Valor

BRASÍLIA  -  
O ministro demissionário das Relações Exteriores, Antônio Patriota, disse nesta quarta-feira que procurou, durante sua gestão no Itamaraty, uma "solução negociada e juridicamente sólida" ao caso do senador boliviano Roger Pinto Molina. Na transmissão do cargo a seu sucessor, Luiz Alberto Figueiredo, ele afirmou que "a atuação independente de um servidor em La Paz representa conduta que não pode voltar a ocorrer". E finalizou: "Durante o período em que ele esteve asilado, o Brasil sempre agiu em respeito à soberania boliviana".

"Meu comportamento sempre se pautou pela transparência", garantiu Patriota. O ex-ministro também ressaltou o fato de que, durante os dois anos e oito meses em que esteve à frente do Itamaraty, conseguiu emplacar brasileiros em cargos internacionais importantes. "O Brasil venceu todas as eleições para postos internacionais que disputou", frisou Patriota. Na gestão dele, o embaixador Roberto Azevedo foi eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e José Graziano ganhou a disputa para chefiar o órgão das Nações Unidas para a agricultura, a FAO, em Roma. 
Patriota agradeceu a Dilma pela oportunidade de ter liderado o Itamaraty durante esse tempo. "Não há honra maior, para um diplomata de carreira, do que servir como chanceler da República", disse o ex-ministro. Ele também fez um agradecimento pela indicação como chefe da representação brasileira na ONU, em Nova York, e lembrou que o novo posto lhe remete ao início da carreira. Quando foi terceiro secretário, a hierarquia mais baixa do Itamaraty, Patriota também serviu na delegação brasileira junto às Nações Unidas.
No discurso de despedida, Patriota endossou a escolha de Figueiredo como sucessor. "Não poderia haver melhor escolha", destacou o ex-ministro. Segundo ele, o chanceler assume em um momento em que o Brasil "desponta como um dos principais países do século 21".





Peso da indústria na economia brasileira volta ao nível de 1955


Sílvio Guedes Crespo

Atualizado às 13h24*
A indústria tem um peso na economia brasileira tão grande quanto tinha em 1955, antes de Juscelino Kubitschek chegar à Presidência e anunciar seu Plano de Metas para o desenvolvimento do país.
A produção do setor corresponde, atualmente, a 13,3% do PIB (produto interno bruto); em 1955, eram 13,1%, segundo o estudo “Por que reindustrializar o Brasil?”, divulgado nesta quarta-feira (28) pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
De acordo com o estudo, a desindustrialização no Brasil começou na década de 1980, após a participação do setor no PIB atingir um pico de 27,2%, como indica o gráfico abaixo, extraído da pesquisa. A projeção da Fiesp é de que, se a atual tendência continuar, a proporção tende a chegar a 9,3% em 2029 ou antes.
A princípio, os dados poderiam levar a crer que a indústria perdeu importância para o país, tornando-se uma atividade secundária para o crescimento econômico, uma vez que o setor de serviços gera mais da metade do PIB.
A Fiesp, no entanto, defende nesse estudo uma tese exatamente oposta. Afirma que, se a tendência de queda da participação da indústria no PIB se mantiver, junto com uma baixa taxa de investimento das empresas, “as perspectivas de o país atingir um nível de renda per capita minimamente compatível com o patamar dos países desenvolvidos se mostram cada vez mais distantes”.
A entidade argumenta que, nos países ricos, primeiro houve uma forte industrialização, gerando aumento da renda per capita, que por sua vez viabilizou os investimentos nos setor de serviços. A desindustrialização das nações desenvolvidas ocorreu “naturalmente”, diz o estudo, mas somente depois que o PIB atingiu o nível de cerca de US$ 20 mil por pessoa.
Um ponto comum de todos os países com mais de 25 milhões de habitantes que conseguiram atingir uma renda per capita de US$ 20 mil é que, em todos eles, esse patamar foi atingido quando a indústria representava mais de 20% do PIB, segundo a pesquisa.
Por isso, a Fiesp acredita que o Brasil teve uma “desindustrialização prematura” e “acelerada”. A proposta dos representantes da indústria é de que o governo crie as condições para que o segmento se desenvolva e ajude a aumentar a renda per capita do país.
O estudo calcula que para dobrar a renda per capita do país em 20 anos não é preciso crescer a taxas chinesas. Basta que o PIB avance 4% ao ano. Se a meta for dobrar a nossa renda per capita em 15 anos, a economia deveria se expandir 5,3% ao ano, diz a Fiesp.
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Conheça as principais etapas da fabricação de um carro29 fotos

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A produção de um carro popular demora cerca de 24 horas e envolve milhares de trabalhadores e centenas de robôs. O UOL Economia visitou a fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) para mostrar como funciona. Veja a seguir as principais etapas de construção Leia mais Fernando Donasci/UOL
Opinião
Embora apresente dados relevantes ao comparar a desindustrialização do Brasil com a de outros países, o estudo não consegue confirmar a sua principal hipótese– de que a indústria é essencial para elevar a renda per capita a US$ 20 mil.
O fato de que nove países tinham um alto grau de industrialização quando ficaram ricos não garante que, sem a indústria não é possível chegar lá. Muito menos que, hoje, esse é o melhor caminho.
Nessas nações apontadas como possíveis modelos, a renda per capita de US$ 20 mil veio na década de 1970, uma época em que os serviços ainda não tinham uma participação tão grande na economia mundial.
Se o alto nível de industrialização foi um ponto comum nesses países, muitos outros também o foram. Por exemplo, todas as nações citadas enriqueceram quando o setor de tecnologia da informação não tinha o peso que tem hoje. Poderíamos concluir, então, que primeiro devemos construir fábricas, para depois pensarmos em desenvolver os softwares que as linhas de montagem vão utilizar?
A Fiesp afirma que a desindustrialização no Brasil está ocorrendo “antes de a expansão do setor de serviços intensivo em conhecimento se tornar capaz de absorver a mão de obra desempregada pela indústria”. Mas a taxa de desemprego continua em patamar historicamente baixo, sendo que alguns setores, mesmo não sendo de ponta, têm dificuldade de encontrar profissionais qualificados.
“Provavelmente, parcela significativa da força de trabalho desempregada acaba sendo alocada em setores de baixa produtividade e baixos salários e/ou em subempregos”, diz o estudo. Mas hoje mesmo uma outra pesquisa, esta do IBGE, mostra que a produtividade está crescendo no setor de serviços, mais até do que os salários, que tiveram ganhos acima da inflação nos últimos quatro anos.
A entidade representante da indústria paulista defende políticas para “moderar ou escalonar a intensidade da desindustrialização durante um longo período de tempo com o intuito de aproveitar ao máximo os benefícios de uma participação elevada da indústria no PIB”. Só que uma indústria protegida pelo Estado tem pouco estímulo para inovar e gerar emprego e renda.
Em outro post, este blog mostrou que as empresas do setor automotivo instaladas no país, apesar de contar com um mercado protegido e grande, quintuplicou a quantia investida em outros países.
Em vez de moderar a queda dos setores mais hábeis no lobby político, o governo seria mais útil se retirasse gradativamente o protecionismo e permitisse que o capital escolhesse os segmentos com maior potencial de crescimento.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Networking das Mulheres Empreendedoras



O networking está sempre presente na vida das mulheres empreendedoras, mas não é o mesmo tipo de networking que os círculos tradicionais de negócios conhecem.

Em algumas conversas que tive sobre empreendedorismo, um tópico comum é a dificuldade para se encontrar mulheres empresárias. Uma reclamação constante dos recrutadores é que nós não participamos de eventos e não fazemos networking, o que torna quase impossível nos conhecer.

De acordo com um estudo do Business Insider, as mulheres recebem apenas 4,2% dos fundos de Venture Capital. Outra pesquisa, realizada pela Endeavor com a UNCTAD, reforça que mulheres participam menos de associações e entidades de classe do que homens.

Estes dados traduzem um pouco a realidade da nossa rotina executiva.
O que os dados não mostram, é que o networking é sempre presente na vida das mulheres que empreendem, mas não o mesmo networking que os círculos de negócios estão acostumados.

Nossa rede é recheada de professoras da escola das crianças, de mães dos amigos dos nossos filhos, de pediatras e até mesmo de babás da vizinhança.
 

 





A mulher empreendedora muitas vezes é mais velha que o homem empreendedor. Pois ela esperou nascerem os filhos, eles crescerem um pouco e aí sim mergulhou em sua carreira. Mas isso traz junto uma carga que talvez seja de difícil entendimento para os homens em geral e praticamente impossível para os jovens de startups e aceleradoras.

Pensem em um dia razoavelmente comum na vida da empreendedora:
Após vestir qualquer coisa por cima do pijama, ouvir seu nome e apelidos 50 vezes – “manhê cadê meu tênis?”, “manhê, não consigo prender meu cabelo”, “amor, que horas é o balé hoje?”, consegue-se partir para a escola.

Voltar para casa depois disso é uma dádiva. Ter tempo para tomar banho e se arrumar com calma, faz o dia certamente começar muito melhor, pena que nem sempre isso é possível.

Já no caminho do trabalho, liga uma colega mãe e lhe pergunta: Você já comprou a roupa pra festa de junho na escola? Aí a empreendedora puxa lá no fundo da memória que festa seria esta, consegue lembrar, mas daí pra saber que tinha uma roupa especial... Ela telefona pra escola para perguntar que roupa é esta que precisaria comprar. Descobre em cima da hora que não terá tempo de ir atrás disso e, graças ao seu networking com as mães, que agora são também suas amigas, irmãs, motoristas e tudo mais que ela precisa, resolve o problema da roupa pedindo para que quando fossem comprar pros seus filhos, comprassem pros seus também.

Ufa! Finalmente o dia começa, não antes da funcionária do lar lembrá-la com veemência que acabou o sabão em pó e que deste jeito não ia dar pra lavar a roupa hoje. A empreendedora, que nunca tem um tostão na carteira, leva a funcionária ao caixa automático da esquina para tirar um dinheiro para que ela possa ir ao mercado. Claro que nestas horas não serão mais R$ 5,89 do sabão apenas (sim, nós sabemos o preço do sabão em pó), agora ela irá comprar mais “umas coisinhas” que estão faltando também. Mas isso já daria outro texto.

Agora sim! Três, quatro horas de trabalho sem interrupção! Todos os problemas de clientes, pagamentos, funcionários, são plenamente solúveis.

Até que chega o horário do almoço. Aquele horário que os empreendedores comuns saem para almoçar e fazer, como é mesmo o nome? Networking!

Coincidentemente, as mulheres que eu conheço que tem cargos executivos não gostam de sair para almoçar. Gostam mesmo de comer qualquer coisa rápida, de preferência na mesa, utilizando este intervalo de valioso silêncio para responder e-mails, pagar contas e planejar a agenda de casa.

Com o dia seguindo normalmente, o único telefonema que ela irá receber quando as crianças voltarem da escola será: O fulaninho me bateu! Comentário que ela fingirá dar toda a atenção e esquecerá 5 minutos depois.

Então o dia passa: Balé, reunião de planejamento, futebol, pipeline de vendas, natação, entrevista com estagiários, inglês, treinamento gerencial, o fulaninho me bateu, de novo! Tudo isso já está na rotina e na logística caótica que a empreendedora administra.

Se tudo correr bem, nenhuma rede mais precisará ser ativada. Mas com crianças pequenas, nunca se sabe. Um voltou da escola com dor de garganta e o outro pode estar passando mal. Aí a empreendedora irá ativar toda a rede das amigas, das funcionárias do lar, dos médicos e de todo mundo que der brecha para ajudá-la. Pois ela terá que refazer toda a agenda do dia e resolver o problema mais importante: A saúde dos pequenos.

Entender esta rotina é fundamental para que se possam encontrar estas mulheres de sucesso. Adequar os horários de eventos é apenas uma das necessidades.

O levantamento da UNCTAD aponta que são elas que trazem mais inovação ao setor de serviços, área que já responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento. Então se quisermos realmente investir neste crescimento, precisaremos de um esforço extra para encontrar estas mulheres, fazendo visitas pessoais e não implementando ainda mais compromissos em suas agendas.

Poxa, mas e o happy hour? Não dá para pelo menos nesta hora participar de algum evento? Digam-me, o que tem de mais happy às oito da noite, que sentar no sofá para assistir Carrossel com um filho de cada lado?

Paula Bromfman Puppi é sócia e CEO da Blinks.