terça-feira, 15 de outubro de 2013

Presidente da GOL reúne-se com Gilberto Carvalho


Constantino de Oliveira Junior negou que esteja planejando novas demissões, apesar das dificuldades por que passa o setor

Tânia Monteiro, do
Wikicommons
Avião da Gol LInhas Aéreas

Avião da GOL: "não tem demissão na empresa. Não estamos pensando nisso", declarou Constantino

Brasília - O presidente fundador da GOL, Constantino de Oliveira Junior, e o atual presidente da empresa aérea, Paulo Kakinoff, se reuniram nesta terça-feira, 15, com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Eles negaram que estejam planejando novas demissões, apesar das dificuldades por que passa o setor. "Não tem demissão na empresa. Não estamos pensando nisso", declarou Constantino.

Segundo a assessoria de Carvalho, os dois vieram pedir uma solução para o fundo de pensão Aerus, que está sob intervenção desde 2006. Ele reúne dez mil aposentados e pensionistas que trabalharam nas empresas aéreas Varig e Transbrasil e que acabaram desamparados por causa de um rombo financeiro. Por causa disso, o valor de aposentadorias e pensões pagas mensalmente aos ex-funcionários é de apenas 8% do valor devido, conforme as contribuições feitas ao longo dos anos por cada funcionário. De acordo com a assessoria, Gilberto teria dito aos empresários que não estava acompanhando o assunto e não sabia exatamente como o tema estava sendo tratado no governo. Mas disse que iria se inteirar e depois poderia dar um retorno, sem marcar uma data para isso.

Os executivos não abordaram o tema Aerus na entrevista que concederam ao final da audiência. Constantino disse que não trataram de "nenhum tema específico de aviação". Segundo explicou, "os temas que temos tratado de aviação têm sido através da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), de forma institucional". Eles não quiseram falar sobre uma das principais queixas das empresas aéreas, o preço do combustível de aviação que onera as passagens por causa das variações do dólar.

O presidente da GOL, por sua vez, responsabilizou as operadoras de turismo que fazem bloqueios de lugares em voos em determinadas datas pelos altos valores que estão sendo cobrados para as passagens aéreas para o período da Copa do Mundo, em julho do ano que vem. "As operadoras fazem bloqueio para o período da Copa, uma vez que não se sabe ainda quais são as sedes que vão receber cada uma das equipes", disse Kakinoff.

Ele explicou que, dessa forma, a maior parte dos assentos fica ocupada, o que tem impacto nas tarifas. Porém, essa é uma ocupação que pode não se concretizar. A expectativa é que, uma vez realizado o sorteio das sedes da Copa, haja alteração nos preços.

Embraer fecha trimestre com 44 jatos entregues


Ao todo, foram 19 aviões encaminhados para o segmento de aviação comercial e 25 destinados à aviação executiva

Divulgação/Embraer
Jato Embraer 175

Embraer 175: A Republic Airlines encomendou 38 unidades da aeronave à Embraer

São Paulo – A Embraer entregou 44 jatos no terceiro trimestre. Ao todo, foram 19 aeronaves destinadas ao setor de aviação comercial e outras 25 voltadas para aviação executiva. A companhia de aviação chegou a 30 de setembro com 396 pedidos a entregar – avaliados em 17,8 bilhões de dólares.

Entre as solicitações, estão 25 jatos E190-E2 e 25 E195-E2 encomendados pela International Lease Finance Corporation - após acordo fechado em junho. 

Outros destaques da carteira da Embraer são a encomenda de 100 Embraer 175-E2 pela Skywest e 38 Embraer 175 pela Republic Airlines. Os números estão disponíveis em documento divulgado pela empresa.

No começo de outubro, cerca de 9 mil metalúrgicos da companhia fizeram greve por melhores salários. A empresa ofereceu aos trabalhadores proposta de reajuste dos salários em 6,07% - mas os trabalhadores não aceitaram. Ontem, foi aprovada a parceria entre Embraer e AEL para o desenvolvimento de veículos aéreos não tripulados.

Apple contrata CEO da Burberry para chefe de varejo

Angela Ahrendts ocupará o cargo de vice-presidente de varejo e lojas on-line e será responsável pela supervisão e direção estratégica de varejo da multinacional


Getty Images / Scott Olson
Angela Ahrendts, CEO da Burberry, em desfile da marca em Londres
Apple anuncia Angela Ahrendts, ex CEO da Burberry, como vice-presidente de varejo e lojas

São Paulo – A americana Apple anunciou, nesta terça-feira, a vinda de Angela Ahrendts para integrar o time da maçã. A executiva era presidente da marca de luxo britânica Burberry há quase uma década. 

Na multinacional de eletrônicos e softwares, Angela ocupará o cargo recém-criado de vice-presidente sênior de varejo e lojas on-lines, segundo comunicado oficial da Apple. 

A executiva terá a supervisão da direção estratégica, expansão e operação das lojas da multinacional americana, que redefiniu a experiência de compras para os milhares de consumidores no mundo inteiro. 

Segundo a Apple, a vinda de Angela contribuirá para definir o padrão de atendimento ao cliente com características inovadoras e treinar os funcionários para que os clientes usufruam os produtos da empresa da melhor maneira possível.

“Angela compartilha nossos valores e nosso foco em inovação. Ao longo de sua carreira ela mostrou ser uma líder extraordinária, com um histórico comprovado”, afirmou Tim Cook, presidente da Apple, por meio de comunicado oficial.

Antes de presidir a Burberry, a executiva foi vice-presidente da Liz Claiborne e presidente da Donna Karan Internacional.

Na Apple, Angela se reportará diretamente a Cook.

Mubadala e Trafigura controlarão porto da MMX

Acordo de 996 milhões de dólares tira dívidas das mãos de Eike Batista e assegura novo investimento no porto

Divulgação
Porto Sudeste da MMX

Obras da MMX: pelos termos do acordo, a Trafigura e o Mubadala , o maior credor individual de Eike, terão uma participação de 65% na MMX Porto Sudeste

São Paulo - O empresário Eike Batista cedeu o controle de seu porto de minério de ferro para a trading holandesa Trafigura Beheer e para o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, em um acordo de 996 milhões de dólares que tira dívidas de suas mãos e assegura novo investimento no porto.

O esforço mais recente do empresário para evitar o colapso do grupo EBX segue a venda de outros ativos importantes e vem em meio a negociações com os credores da petrolífera OGX, que não pagou juros de 44,5 milhões de dólares de títulos neste mês e, segundo analistas, corre o risco de ir à falência dentro de semanas.

Pelos termos do acordo, a Trafigura e o Mubadala , o maior credor individual de Eike, terão uma participação de 65 por cento na MMX Porto Sudeste, um porto em construção que está programado para começar a operar em meados de 2014.

O Mubadala, que também detém uma participação na EBX, e a Trafigura entraram em negociações exclusivas sobre os ativos com Eike e a MMX, no mês passado. A MMX vai manter a participação remanescente de 35 por cento no Porto Sudeste.

Trafigura e Mubadala planejam investir 400 milhões de dólares na empresa para financiar a conclusão do porto e do terminal de minério de ferro e irão assumir 1,3 bilhão de reais de dívida da MMX Sudeste Mineração, unidade MMX ligada ao projeto do porto, segundo comunicado da mineradora divulgado na noite de segunda-feira.

O grupo EBX, de Eike Batista, tinha valor de mercado de cerca de 60 bilhões de dólares no início do ano, mas o valor de suas empresas despencou depois de não atingirem metas de produção e lucro e acumularem dívidas.

Em julho, Eike cedeu o controle da empresa de energia MPX para o grupo alemão E.ON. A companhia foi então renomeada para Eneva. Em agosto, o empresário fechou acordo para vender a LLX Logística para a empresa de investimentos norte-americana EIG Global Energy Partners por 559 milhões de dólares.

O porto de minério de ferro, que está localizado no Sudeste do Estado do Rio de Janeiro, terá inicialmente capacidade para transportar até 50 milhões de toneladas métricas do insumo por ano. A empresa tem acordos de transporte de minério com a siderúrgica Usiminas.

A conclusão do negócio envolvendo o Porto Sudeste está sujeita à aprovação regulatória e à conclusão de um plano de refinanciamento da dívida.

A Trafigura e Mubadala também vão pagar aos detentores de units especiais da MMX royalties para o minério de ferro enviado após o porto começar a dar lucro.

Ambas as empresas também fornecerão à MMX Sudeste Mineração instrumento de financiamento de 100 milhões de dólares.

A MMX informou que fará uma teleconferência com investidores assim que possível, mas não quis dar uma data exata.

Conselho quer regulação da publicidade de alimentos

Um dos itens lembrados pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, dentro do Código de Defesa do Consumidor, é o que proíbe propaganda abusiva

Ayr Aliski, do
Cate Gillon/Getty Images
Pessoa comendo um lanche

Fast food: recomendação do Consea cita ainda dados sobre a ocorrência de sobrepeso e obesidade

Brasília - O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) encaminhou ao Congresso recomendação para que seja dada prioridade à tramitação dos projetos de lei que proponham a regulação da publicidade de alimentos não saudáveis.

O Consea defende tal sugestão ressaltando o direito humano à alimentação e os direitos básicos dos consumidores à informação e à proteção contra publicidades enganosas e abusivas.
A recomendação Consea 006/2013 aborda o impacto negativo à saúde provocado pelas massivas estratégias de comunicação mercadológica veiculadas em diversos meios e formatos para promoção de alimentos industrializados e ultraprocessados com altos teores de sódio, açúcar, gorduras e bebidas de baixo valor nutricional.

No texto, o conselho cita critério fixado pelo Código de Defesa do Consumidor que assegura o direito à informação, até mesmo veiculada por meio de propaganda, sobre as características de produtos e serviços de forma correta, clara, precisa, e também sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

Um dos itens lembrados pelo Consea, dentro do Código de Defesa do Consumidor, é o que proíbe a propaganda abusiva, dentre elas a que tire proveito da deficiência de julgamento e experiência da criança e que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à saúde ou segurança.

A recomendação cita ainda dados sobre a ocorrência de sobrepeso e obesidade, destacando que a questão é verificada em todos os grupos de renda e em todas as regiões do Brasil e que tais dados já permitem considerar esta situação como epidêmica. 
 
Diante disso, o conselho alerta para o consequente aumento no número de pacientes, cada vez mais jovens, com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como câncer, hipertensão, enfermidades cardiovasculares e diabetes, havendo previsão que em 2030 essas moléstias respondam por 70% das mortes do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), "sendo urgente a adoção de estratégias para reversão desse quadro". 
 
O documento é assinado pela presidente do conselho, Maria Emília Lisboa Pacheco. O Consea é um conselho de assessoramento da Presidência da República. O grupo é formado por 19 representantes de ministérios e 38 da sociedade civil.

Eu avisei, diz Maddog a Dilma sobre espionagem da NSA

O evangelista do software livre Jon “Maddog” Hall diz que há anos vem alertando o governo brasileiro sobre a espionagem da NSA

Divulgação / Campus Party
Jon "Maddog" Hall fala na Campus Party 2011, em São Paulo

Madddog na Campus Party 2011, em São Paulo: o evangelista do software livre quer a atenção de Dilma Rousseff

São Paulo -- O evangelista do software livre Jon “Maddog” Hall tem um recado para Dilma Rousseff sobre a espionagem da NSA: “Desculpe-me por dizer isto mas, eu avisei”, diz, numa carta aberta à presidente.

O americano Maddog é diretor executivo da Linux International, organização que divulga o software livre. Ele esteve diversas vezes no Brasil participando de congressos.

“Durante pelo menos os últimos dez anos, falei a pessoas ao redor do mundo que eu amo meu país. Mas, se você não vive em meu país, qualquer dado armazenado em meu país ou que passe perto das fronteiras do meu país não é realmente privado”, diz ele.

Maddog diz que a raiz do problema está no chamado Ato Patriótico, de 2001, instituído em reação ao ataque de 11 de setembro. O ato deu poderes quase irrestritos aos arapongas americanos para espionar pessoas com o objetivo de combater o terrorismo. 

“Comecei a sentir certo frio na espinha. Eu sabia que esse poder amplo e descontrolado não era o que os patriotas que fundaram nosso país pretendiam. Na verdade, é o oposto”, comenta ele.

Para Maddog a disseminação da computação em nuvem só piora as coisas. “Nuvens vão esconder o software do controle das pessoas e torná-las ainda mais dependentes das grandes empresas de serviços online baseadas nos Estados Unidos”, afirma.

Sua receita para resolver o problema é criar serviços locais com base em software livre. Isso, em sua visão, daria ao país mais independência tecnológica, mais controle sobre as informações críticas e mais privacidade. Ele também prega o uso de hardware aberto fabricado no país.

Maddog já tem um projeto para isso: “O plano é um de que venho falando nos últimos três anos. É chamado Projeto Cauã e temos trabalhado duro para realizá-lo.”

Ele reclama que os brasileiros não têm dado atenção ao que ele diz: “Dizer que fomos recebidos com falta de cooperação tanto do governo brasileiro (federal, estadual e local) como da indústria brasileira é pouco.”

Nas próximas semanas, Maddog virá divulgar seu plano em duas palestras em Foz do Iguaçu e uma em Brasília. Ele tem esperança de que Dilma mande alguém do governo para ouvi-lo e discutir o projeto.

Considerando que o governo já trabalha num sistema de comunicações próprio com foco na privacidade, é possível que algumas de suas ideias encontrem respaldo. Mas isso é na esfera governamental.

Fora dela, as chances de o plano de Maddog avançar são muito menores. Afinal, não deve haver muitos cidadãos comuns interessados em trocar Google e Facebook por serviços locais construídos com software livre.

OGX demite presidente-executivo e um diretor, diz fonte


As demissões dos executivos devem-se ao processo de reestruturação da endividada petroleira do empresário Eike Batista, segundo a fonte

Sabrina Lorenzi, da
Divulgação
funcionário na plataforma da OGX
OGX: procurada, companhia disse que não comentaria o assunto


Rio de Janeiro - O Conselho de Administração da OGX demitiu nesta terça-feira o presidente-executivo da petroleira Luiz Eduardo Carneiro e o diretor jurídico José Faveret, disse à Reuters uma fonte a par do assunto.

As demissões dos executivos devem-se ao processo de reestruturação da endividada petroleira do empresário Eike Batista, segundo a fonte, que acrescentou que a Angra Partners --que assessora na reorganização do grupo EBX, de Eike-- assumirá com mais ênfase a gestão da petroleira.

Procurada, a OGX disse que não comentaria o assunto.
A diretoria liderada por Carneiro decidiu exercer no começo de setembro uma opção contra Eike para que ele injete até 1 bilhão de dólares na companhia, que está negociando com detentores de bônus para evitar o que seria o maior calote corporativo da história da América Latina. Eike está questionando a opção e disse que poderá recorrer à Câmara de Arbitragem.

Carneiro também foi voz contrária à demissão do ex-diretor financeiro da OGX Roberto Bernardes Monteiro, anunciada em 20 de setembro.

A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.

Com pouco dinheiro disponível e fracasso em sua campanha exploratória até agora, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.

Em 1o de outubro, a OGX optou por não pagar juros sobre bônus no exterior no valor de cerca de 45 milhões de dólares, referentes à dívida de 1,1 bilhão de dólares em títulos com vencimento em 2022. A OGX tem até o início de novembro "para adotar as medidas necessárias sem que seja caracterizado o vencimento antecipado da dívida".

No total, apenas em bônus no mercado internacional a OGX tem dívida de 3,6 bilhões de dólares.
A OGX contratou como assessores o banco Lazard e o grupo de investimentos Blackstone para coordenar as discussões com os detentores de bônus.