quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Mercosul e UE adiam entrega de propostas





Por Guilherme Serodio, Andrea Jube e Assis Moreira | Do Rio, Brasília e Genebra
Aline Massuca/Valor / Aline Massuca/Valor 
Ministro Luiz Alberto Figueiredo, sobre o adiamento da troca de propostas: "Cada um sabe as dificuldades que tem"
Mercosul e União Europeia adiram a troca de ofertas destinadas a alcançar um acordo de livre comércio. Ontem, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, informava que a União Europeia havia pedido o adiamento do prazo para janeiro, os países do Mercosul - Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a Venezuela - ainda tentavam fechar sua proposta para os europeus em reunião no Rio de Janeiro. Bruxelas, por sua vez, disse que está a espera do Mercosul.

Em entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, Figueiredo afirmou que o prazo de apresentação das propostas foi adiado da próxima semana para o fim de janeiro, a pedido dos interlocutores europeus. "O Mercosul estaria pronto para apresentar sua oferta antes do fim do ano, como combinado", afirmou Figueiredo. Ele disse, contudo, que recebeu do Comissário de Comércio da União Europeia, Karel de Gucht, durante a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Bali, a informação de que a proposta deles não seria concluída no prazo, e pediu adiamento para o fim de janeiro.

Figueiredo não revelou a razão do adiamento da oferta europeia. Apenas ressalvou que isso não impedirá o ímpeto do Mercosul de finalizar sua oferta no prazo e comentou que "cada um sabe as dificuldades que tem".

No Rio, a reunião entre os países-membros do Mercosul para consolidar a oferta conjunta de abertura comercial a ser apresentada à União Europeia foi marcada por avanços na oferta Argentina, mas não encerrou as negociações dentro do bloco. De acordo com um alto funcionário do Itamaraty presente na reunião, os argentinos apresentaram novas ofertas, entre elas sua lista de serviços a serem negociados com os europeus.

"A Argentina trouxe coisas novas, que eles tinham ficado devendo. Isso foi positivo", afirmou o representante brasileiro. Segundo a fonte, a contribuição argentina de ontem foi importante, mas o país ainda precisa oferecer mais para que uma oferta comum seja satisfatória.

A indústria é o ponto mais delicado na negociação sul-americana. "A indústria é sempre o mais complexo, mas cada país tem suas dificuldades próprias e, na hora em que se cruza, baixa muito a oferta [comum]. Temos que ficar nesse esforço de trabalho pingado e ir, aos poucos, melhorando a oferta global", afirmou a fonte.

A União Europeia, por sua vez, aguarda um movimento do Mercosul para saber até que ponto virão "boas noticias" a partir da reunião do bloco ocorrida no Rio de Janeiro. A partir daí, a troca de ofertas de liberalização poderá ser acelerada. Bruxelas desmente, em todo caso, que tenha pedido adiamento da troca de ofertas.

"A UE continua empenhada para essa negociação", afirmou o porta-voz de comércio da UE, John Clancy. "Tanto o Mercosul como a UE estão trabalhando na finalização de suas respectivas ofertas. De acordo com nossas informações, os países do Mercosul estão trabalhando para apresentar uma única oferta consolidada para a UE. Estamos cientes dos sinais de um forte apoio político para avançar nas negociações provenientes de vários países do Mercosul", acrescentou.

O porta-voz informou que a União Europeia "continua empenhada nessa negociação e na troca de oferta. Estamos em contato com o Mercosul e vamos acertar com eles em uma data o mais cedo possível para garantir uma troca de ofertas que irá ajudar a avançar o processo de negociação".

Quanto à resistência da França, Irlanda e Polônia - uma das preocupações dos empresários brasileiros -, não há nenhuma surpresa, dizem fontes em Bruxelas. Os três países se preocupam especialmente com o acesso que a carne bovina do Mercosul poderá receber. As mesmas fontes notam, porém, que a Comissão Europeia, o braço executivo da UE, tem o mandato político para negociar e não precisa da unanimidade dos países para colocar oferta na mesa.

Hoje, o presidente francês François Hollande estará em Brasília, em visita oficial, durante a qual lançará com a presidente Dilma Rousseff um "fórum econômico bilateral", que vai ser coordenado pelos setores público e privado. O objetivo é dobrar o volume de comércio para US$ 20 bilhões até 2020, alem de ampliar fortemente os investimentos. Os franceses querem se aproximar especialmente do Brasil, mas sabem que um acordo comercial é mesmo com o Mercosul e que terão de fazer concessões na área agrícola.

Fontes em Bruxelas enfatizam, por outro lado, que é preciso rapidez na negociação. Afinal, a UE já ofereceu cota para carne bovina para o Canadá. No total, o potencial de exportação canadense pode chegar a 100 mil toneladas. Na negociação UE-Estados Unidos, a expectativa é que os americanos abocanhem no mínimo 100 mil toneladas de cota de carne bovina. Como os europeus alegam que só tem "um bolso" para concessões, o que sobrar para o Mercosul poderá ser menor do que as 100 mil toneladas de carne bovina oferecidas na proposta europeia de 2004.

Ao fim do encontro no Rio, representantes brasileiros evitaram comentar a resistência da França, Irlanda e Polônia ao acordo birregional. Mas um membro do Itamaraty considerou a postura da França - a maior produtora agrícola da UE especialmente preocupada com o acesso sul-americano ao mercado de carnes europeu- como algo previsível. "A França deles é a nossa Argentina", disse.

Um novo encontro entre os países do Mercosul ainda não foi marcado. Na próxima semana, os países vão trocar suas ofertas e outras informações por email.

American Airlines encomenda 150 aviões à Embraer


O pedido inclui de 60 jatos E175 e opções de compra para 90 jatos adicionais

redlegsfan21/Wikimedia
Embraer E175, da Air Canada

Embraer E175: o avião de 76 lugares é considerado pela Embraer de menor custo operacional

São Paulo - A Embraer anunciou, nesta quinta-feira, 12, o pedido da American Airlines para até 150 aviões. O pedido firme é de 60 jatos E175 e opções de compra para 90 jatos adicionais.

Os pedidos firmes têm valor de US$ 2,5 bilhões a preço de lista e serão incluídos na carteira de pedidos do quarto trimestre deste ano. A entrega do primeiro avião está prevista para o primeiro trimestre de 2015.
Com esse pedido, ao longo de 2013 a Embraer recebeu 700 encomendas firmes e opções de E-Jets de companhias aéreas dos Estados Unidos. O E175 é um avião de 76 lugares, considerado pela Embraer de menor custo operacional.

Os jatos para a American Airlines serão configurados com 12 assentos na primeira classe e 64 na econômica, 20 com espaço extra.

Em nota, o vice-presidente Sênior da American Airlines Companhias Regionais Kenji Hashimoto afirma que os jatos regionais permitirão melhorar a eficiência econômica de forma significativa ao reduzir os custos operacionais.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Trabalho escravo: aplicativo "Moda Livre" ajuda o consumidor


"O consumidor é chamado a fazer a sua parte, mas nem sempre ele tem informação suficiente para isso", afirma Leonardo Sakamoto, coordenador da Repórter Brasil 
 
 

Para comemoração do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Repórter Brasil lança o aplicativo Moda Livre, nesta quarta-feira 11. Gratuito, ele permite ao consumidor consultar se alguma marca de roupas está envolvida em acusações de uso de mão de obra escrava e quais suas políticas para combate a esse crime..

O aplicativo está disponível para smartphones com os sistemas operacionais Android e iOS, e se propõe a evitar o financiamento indireto do chamado “trabalho sujo”. "O consumidor é chamado a fazer a sua parte, mas nem sempre ele tem informação suficiente para isso. O aplicativo surge no sentido de tornar possível uma ação direta das pessoas no combate do trabalho escravo”, diz  Leonardo Sakamoto, coordenador da Repórter Brasil. Além da apuração da equipe de Sakamoto, o aplicativo contou com o desenvolvimento da agência PiU Comunica.

Foram incluídas 22 marcas na primeira versão, entre eles, os dez maiores varejistas do mercado. As empresas escolhidas foram submetidas a perguntas que incluem quatro indicadores - políticas, monitoramento de uso de mão de obra escrava, transparência e histórico de denúncias - que as colocam em três categorias: vermelho, amarelo e verde, sendo vermelho o pior qualitativo. As empresas que não forneceram respostas foram automaticamente marcadas como vermelho.

O Moda Livre será sempre atualizado de acordo com ações nas políticas das empresas, além de receber mais marcas com o tempo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 65 anos nesta semana.

Com informações da Repórter Brasil

Brasileiro representará país em viagem da Axe ao espaço


Marco Gorrasi, de 25 anos, é um dos vencedores de promoção com mais de um milhão de inscritos

Divulgação
Marco Gorrasi, o brasileiro que a Axe levará para o espaço

Marco Gorrasi, o brasileiro que a Axe levará para o espaço: um dos vencedores de promoção com mais de um milhão de inscritos

  • Marco Gorrasi, o brasileiro que a Axe levará para o espaço
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  • Marco Gorrasi, o brasileiro que a Axe levará para o espaço

São Paulo - O brasileiro Marco Gorrasi, de 25 anos, foi aprovado numa peneira com 107 jovens do mundo inteiro (pré-selecionados entre um milhão de inscritos) para a equipe final de recrutas que farão uma viagem ao espaço.

O administrador de empresas passou por uma série de testes em Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos, para que provasse ter habilidade para ser um astronauta. A viagem faz parte da promoção Axe Apollo Space Academy (A.A.S.A), criada para o lançamento do desodorante da marca Axe Apollo, e recebeu inscrições de internautas de vários países em janeiro deste ano.

O grupo passou por avaliações comandadas pelo lendário astronauta Buzz Aldrin. Ao final dos testes, vinte e três jovens, entre homens e mulheres, foram selecionados para a viagem. Entre a série de missões de treinamento, Gorrasi participou de um voo parabólico com gravidade zero, passou por simulador de força C extrema e um voo supersônico

A previsão é que o embarque aconteça entre o fim de 2014 e o começo de 2015. A viagem será feita pela agência espacial internacional Space Expedition Corporation (SXC), a bordo da nave espacial Lynx, da empresa XCOR Aerospace. A vista promete: o veículo fará orbita a 100 quilômetros de distância da superfície da Terra. 

Assista ao anúncio da promoção, feito por Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua:

 http://www.youtube.com/watch?v=x7gu8WVQNOQ

Sony deveria estender patrocínio da Copa, diz executivo


Segundo o presidente da operação da empresa no Brasil, a companhia deveria continuar patrocinando as próximas edições do evento e a própria Fifa

Tariq Panja, da
Junko Kimura/Bloomberg
Prédio da Sony

Sony: a empresa planeja distribuir 2 mil ingressos para consumidores no Brasil e oferecerá milhares de outros para sua rede varejista e outros clientes

Manaus - A Sony Corp. deveria estender seu patrocínio à FIFA, o órgão que gerencia o futebol mundial, e à Copa do Mundo para além do torneio do ano que vem, segundo o presidente de sua operação no Brasil.

O acordo dos dois torneios com a Sony termina depois da edição de 2014, no Brasil. Osamu Miura, presidente da Sony Brasil Ltda., disse que funcionários da sede da fabricante de produtos eletrônicos em Tóquio ainda têm que negociar uma extensão do maior patrocínio da empresa.
“Eu realmente espero que a cúpula da Sony decida continuar, porque a próxima Copa do Mundo após o Brasil será na Rússia, e depois da Rússia será no Catar”, disse Miura, em entrevista. “Esses mercados também são muito importantes para a Sony”.
A importância do Brasil para a Sony cresceu ao longo da última década e o país agora está classificado entre os “cinco ou seis” maiores mercados, segundo Miura, que não forneceu detalhes financeiros. “A Rússia também é um dos países BRIC, então para nós eles são muito importantes”, acrescentou, referindo-se a Brasil, Rússia, Índia e China.
O crescimento da Sony no Brasil tem acompanhado o crescimento do tamanho da classe média no maior país da América Latina.
“Nós precisamos de 12 anos para conseguir dobrar o tamanho da empresa, e depois disso, em três anos, dobramos de novo”, disse Carlos Paschoal, diretor de marketing e comunicação da Sony Brasil.
A FIFA recentemente passou por um programa de reforma após reclamações de parceiros, incluindo patrocinadores, depois de denúncias de corrupção contra os principais funcionários.

Cevada da Granja Comary originará cerveja Seleção Especial


Projeto inédito especialmente desenvolvido para a Copa do Mundo tem como embaixador o técnico Luiz Felipe Scolari

Divulgação
Luiz Felipe Scolari na Granja Comary

Luiz Felipe Scolari na Granja Comary: Felipão mostra todo o cuidado dedicado à plantação de cevada cultivada no solo sagrado do futebol

São Paulo - A Brahma está plantando cevada na Granja Comary, casa da Seleção Brasileira - a colheita, prevista agora para dezembro, dará origem a nova cerveja “Seleção Especial”, um projeto inédito especialmente desenvolvido para a Copa do Mundo que tem como embaixador o técnico Luiz Felipe Scolari.

No filme, gravado em Teresópolis/RJ, Felipão mostra todo o cuidado dedicado à plantação de cevada cultivada no solo sagrado do futebol. A Granja Comary, que recebe a Seleção Brasileira há quase três décadas e é conhecida como o berço dos craques nacionais, agora também abriga a plantação de Brahma.

A Seleção Especial tem edição limitada e estará disponível no mercado em março de 2014. Colecionadores e amantes de Brahma e Futebol terão a possibilidade de fazer a pré-reserva do Kit Premium em janeiro, via hotsite - será uma série ainda mais exclusiva.

Como uma mulher está expondo o risco dos bônus na Argentina


Adriana Rearte, de 48 anos de idade e esposa de um policial, acabou organizando um protesto de 55 horas em frente ao quartel-general da polícia

Camila Russo, da
Irma Montiel/AFP
Supermercado saqueado em Córdoba, na Argentina

Supermercado saqueado em Córdoba, na Argentina: protesto provocou uma onda de saques, já que a polícia se recusou a patrulhar as ruas

Buenos Aires - Adriana Rearte, de 48 anos de idade, esposa de um policial, acabou se encarregando do problema por sua própria conta.

Acompanhada por outras 15 esposas de policiais da força policial da província de Córdoba, composta por 22 mil oficiais, Rearte fez um protesto de 55 horas em frente ao quartel-general da polícia exigindo salários mais altos para os maridos, pois os ganhos estão sendo consumidos pelo aumento de 26 por cento do custo de vida na Argentina. Os policiais de Córdoba ganham apenas 6 mil pesos ao mês, em torno de US$ 960, pela taxa oficial de câmbio.

“Nossos maridos estão recebendo balas e nós não temos dinheiro suficiente para pagar as contas básicas”, disse Rearte, por telefone, de Córdoba, capital da província de mesmo nome, de 1,16 milhão de habitantes, que fica a 700 quilômetros a noroeste de Buenos Aires.

Embora Rearte tenha ajudado os oficiais a conseguirem um aumento de 33 por cento, o protesto provocou uma onda de saques, já que a polícia se recusou a patrulhar as ruas e expôs um racha entre o governador de Córdoba, José Manuel de La Sota, e o governo federal, que inicialmente recusou seu pedido de ajuda para conter a violência que deixou pelo menos uma pessoa morta.

O incidente simboliza também como a presidente Cristina Fernández de Kirchner está minando a economia da Argentina com suas políticas de impressão de dinheiro e pressionando a capacidade de crédito das províncias, que dependem dos subsídios do governo federal para pagar salários públicos, enquanto o peso argentino cai e o crescimento diminui, de acordo com a SW Asset Management LLC.


Custos crescentes


“É um problema estrutural de algumas províncias que seus custos estejam crescendo mais rapidamente que suas receitas”, disse Santiago Cúneo, economista da SW Asset, em entrevista por telefone, de Buenos Aires. “Eles estão ficando sem fundos”.

Os rendimentos nos bônus denominados em dólar de Córdoba com vencimento em 2017 saltaram para 14,6 por cento quando a violência se espalhou durante o protesto, o nível mais alto entre os papéis provinciais, que giram a uma média de 9,7 por cento. Os custos de empréstimo de Córdoba estão em mais que o dobro dos rendimentos dos bônus de empresas classificadas como “junk” nos países emergentes, que são de 7,7 por cento em média, mostram dados compilados pela Bloomberg.

O custo para proteger o país contra a moratória ao longo de cinco anos com swaps de crédito caiu 17 pontos-base, para 1.674 pontos-base, na semana passada, segundo dados compilados pela CMA Ltd. É o nível mais alto do mundo.

Os preços ao consumidor cresceram pelo menos 20 por cento ao ano nos últimos cinco anos, segundo estimativas independentes.

O número de pesos na economia saltou 28 por cento nos últimos 12 meses e os gastos do governo aumentaram 39 por cento. Embora a Argentina sustente que a taxa oficial de inflação é de 10,5 por cento, as negociações salariais para empregados públicos normalmente são iniciadas com propostas de aumento de mais de 20 por cento.

Os investidores percebem um risco maior em Córdoba porque sua situação política é mais frágil”, disse Alejo Costa, chefe de pesquisa da Puente Hermanos Sociedad de Bolsa SA. “Parte da receita da província é transferida pelo governo federal, então aqueles que não se alinham podem chegar a receber menos recursos”.

Córdoba é sólida financeiramente, segundo Alejandro Pavlov, analista do Moody’s Investors Service.

A província teve um superávit de 1,9 bilhão de pesos no ano passado, enquanto Buenos Aires, a maior província da Argentina, teve um déficit de 9 bilhões de pesos. As transferências do governo federal foram responsáveis por quase metade da receita de Córdoba.

A economia da Argentina cresceu 4,7 por cento em setembro e 4 por cento em agosto e expandiu-se pelo menos 5,1 por cento em cada um dos quatro meses anteriores.

Rearte, que tem três filhos, diz que sua família tem passado por dificuldades para pagar o aluguel e as contas neste ano com o salário de policial de seu marido.

“Eu espero que não tenhamos o mesmo problema no ano que vem”, disse ela.