quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Emprego industrial na RMVale

A desaceleração do setor automobilístico e o fraco desempenho do comércio externo explicam pífio resultado

O fraco desempenho das exportações e o aumento nas importações em 2013 contribuíram para a redução do emprego formal no setor industrial nas duas principais cidades do Vale, São José dos Campos e Taubaté, que perderam, respectivamente, 932 e 328 empregos industriais.

Duas razões principais explicam o pífio desempenho que teve o emprego industrial: a desaceleração do setor automobilístico e o fraco desempenho do comércio externo. Em 2013, a balança comercial brasileira apresentou saldo positivo de US$ 2,56 bilhões, bem inferior ao resultado de 2012 (US$ 19,4 bilhões), e o pior resultado anual desde 2000. A indústria automotiva fechou 2013 com queda de 0,7% na produção de automóveis, o primeiro resultado negativo depois de 10 anos consecutivos de alta.

Em São José e Taubaté, o comércio externo é mais ativo que média nacional, com presença de maior número de empresas transnacionais exportadoras e importadoras, como as empresas dos setores aéreo, automotivo e eletrônicos. Esses municípios possuem três fábricas de automóveis e vários outras de autopeças. Em São José, o faturamento das exportações, em dólares, reduziu-se em 14,23%, em 2013, em comparação com 2012. No mesmo período, as importações aumentaram em 0,22%. O saldo na balança comercial foi positivo em US$ 1,898 bilhões, em 2013, inferior ao de 2012, de US$ 2,802 bilhões. Em Taubaté, o faturamento das exportações, em dólares, aumentou em 1,05%, em 2013, em comparação com os resultados de 2012. No mesmo período, as importações aumentaram em 28,0%. O saldo na balança comercial foi negativo em US$ 1,617 bilhões, em 2013, saldo pior do que o de 2012, que foi negativo – US$ 999 milhões.

O comércio internacional das cidades da região é quase exclusivamente de produtos industriais, diferente de outras regiões brasileiras exportadoras de produtos de origem agropecuária. Com isso, o fraco desempenho das contas externas industriais contribuiu para a redução do emprego no setor em São José e Taubaté.

Em relação à indústria automobilística, nas duas cidades ocorreram problemas pontuais. Em São José, ao longo de 2013 a GM demitiu 1.053 funcionário, em consequência da desativação do MVA. Em Taubaté, a fábrica da Volkswagen passa por uma reestruturação para o início de produção de um novo carro, o UP, e essa transição pode ter contribuído para uma menor geração de empregos no setor.

No entanto, em Taubaté o maior problema pode estar no aumento das importações de componentes eletrônicos. As fábricas do segmento aumentaram suas importações, e isso pode ser resultado da redução da produção interna. Ou seja, a indústria eletrônica pode ter aumentado o número de componentes importados na produção dos eletrônicos, reduzindo o emprego e a renda na cidade. No entanto, não há números disponíveis sobre esse percentual de nacionalização da produção.

Os dados do emprego ainda não apontam para uma crise nos dois principais municípios da região, mas o sinal de alerta já foi ligado. Dois fatores podem contribuir para a melhora do emprego na indústria: a desvalorização do real frente ao dólar, contribuindo para o aumento das exportações e a redução das importações, e o início da produção de um novo carro na unidade da Volkswagen, em Taubaté.

No entanto, dois problemas são preocupantes: crise na Argentina, importante mercado importador dos produtos industriais brasileiros, e aumento nas taxas de juros, que pode reduzir crescimento do consumo interno. É hora de buscar mais alternativas de emprego, além das do setor industrial.

EDSON TRAJANO
É ECONOMISTA E PROFESSOR DA UNITAU
edson.trajano@ovale.com.br

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Financial Times: Brasil é visto como grande perdedor em Davos



Publicação destaca que "“não foi fácil ouvir alguma notícia positiva sobre o País”

 

Artigo publicado pelo jornal Financial Times nesta terça-feira afirma que o Brasil foi o grande perdedor do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Segundo a publicação, o País deixou uma percepção de falta de investimentos em infraestrutura e a sensação de que “muito do crescimento foi proveniente do consumo”. O artigo completa que “não foi fácil ouvir alguma notícia positiva sobre o País”.

A publicação destaca uma frase do economista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, que afirmou que “os investidores estão olhando para os países com uma economia sustentável e estável” e completou dizendo que “o Brasil não é”.

O jornal ressalta que a presidente Dilma Rousseff foi para Davos logo após inaugurar um estádio para a Copa do Mundo e não vem fazendo nada para mudar o estado de espírito pessimista que envolve o Brasil.


FT destaca o México

 
O jornal destacou a participação do México em Davos colocando o país como número um na lista de participantes. O fato de o México anunciar a chegada de grande empresas, como a Nestlé, que promete investir US$ 1 bilhão no país, e a Pepsico, que promete investimento de US$ 5,3 bilhões, foi lembrado pelo jornal.

Países africanos como Nigéria, Tanzânia, Quênia e Uganda também foram vistos com bons olhos pelo Financial Times, que afirmou que eles convenceram os participantes do fórum de que coisas boas vão acontecer em 2014.

Fórum de Davos reúne líderes e empresários; veja fotos

Chineses superam italianos e franceses em consumo de vinho


País bebeu 1,86 bilhão de garrafas de vinho tinto no ano passado ou, em termos de comércio, 155 milhões de caixas de 9 litros

Wikimedia Commons
Vinho do Porto Taça

Vinho tinto: China teve um aumento de 136% no consumo de vinho tinto ao longo de cinco anos

Londres - A China superou a França e a Itália e se tornou o maior país consumidor de vinho tinto no mundo, embora os Estados Unidos permaneçam na primeira posição se somados todos os tipos de vinhos, informou a associação comercial de vinhos e destilados Vinexpo nesta terça-feira.

A China bebeu 1,86 bilhão de garrafas de vinho tinto no ano passado ou, em termos de comércio, 155 milhões de caixas de 9 litros, contribuindo para um aumento de 136 por cento no consumo ao longo de cinco anos.

Com isso, a França fica em segundo lugar em consumo dos tintos e a Itália, em terceiro, disse a Vinexpo, citando dados coletados pela International Wine and Spirit Research, empresa com sede em Londres.

O motivo para o grande incremento no consumo de vinho tinto na China, além do aumento da riqueza no país, é a preferência dos chineses pelo vermelho ao branco por questões culturais relacionadas às cores, disse o executivo-chefe da Vinexpo, Guillaume Deglise.

"Vermelho é a cor da sorte e da prosperidade, e branco é a cor da morte" na China, disse Deglise à Reuters.
"Então, você não ia querer beber branco, certo?" No conjunto, os Estados Unidos continuam sendo os principais consumidores de vinhos do mundo, segundo a Vinexpo. A China ocupa a quinta posição e não se espera que mude de lugar no ranking em um futuro imediato, disse a entidade.

Brasil cai para 7o em investimento estrangeiro; veja a lista


Queda para US$ 63 bilhões foi pequena, mas aconteceu em um cenário de aumento de 11% no fluxo global, diz relatório da UNCTAD

Germano Lüders/EXAME.com
Prédios comerciais na Av. Faria Lima, em São Paulo


Prédios comerciais em São Paulo:  Brasil foi o 7o país que mais recebeu IED em 2013

São Paulo - O Brasil recebeu US$ 63 bilhões em investimento estrangeiro direto (IED) em 2013, menos do que os US$ 65 bilhões de 2012.

Os dados foram divulgados hoje em um relatório da UNCTAD, órgão da ONU para o comércio e desenvolvimento.

Mesmo em queda, a posição do Brasil continua respeitável, à frente de países como Singapura, Reino Unido e Austrália.

O investimento estrangeiro direto é todo aquele dinheiro que é aplicado na estrutura produtiva de um país, seja pela infraestrutura, pela criação de empresas ou pela participação acionária em empresas já existentes.

O texto nota que a diminuição do fluxo para o Brasil deve ser vista no contexto de anos de crescimento sólido que levaram o IED no país para "altas históricas".

  Investimento no Brasil (US$ bilhões)
2010 48,5
2011 66,7
2012 65
2013 (est.) 63

Ainda que pequena, a queda de 3,9% foi suficiente para levar o Brasil da 5a para a 7a posição no ranking mundial.
 
Cenário global

Isso aconteceu porque o IED global aumentou 11% em relação ao ano anterior e chegou a US$ 1,461 trilhão, nível próximo da média antes da crise financeira de 2008.

Nos BRICS, o aumento foi de 21%. A parcela do investimento global total que vai para o grupo ficou em 22% - o dobro do que era no pré-crise.

Na América Latina, o aumento em relação a 2012 foi de 17%. No Mercosul, houve queda de 2,3% - puxada pelo Brasil e por tombos de 13% na Argentina e 32% no Paraguai.

A UNCTAD prevê que o investimento estrangeiro continue crescendo em 2014 e 2015 para US$ 1,6 trilhão e US$ 1,8 trilhão, respectivamente.

Veja o ranking com os 20 países que mais receberam investimento estrangeiro direto em 2013:

  País Investimento 2013 (US$ bilhões) Ranking 2012
1 Estados Unidos 159 1
2 China 127 2
3 Rússia 94 9
4 Ilhas Virgens Britânicas 92 4
5 Hong Kong 72 3
6 Canadá 64 10
7 Brasil 63 5
8 Singapura 56 7
9 Reino Unido 53 6
10 Irlanda 46 11
11 Austrália 40 8
12 México 38 19
13 Espanha 37 13
14 Alemanha 32 40
15 Luxemburgo 31 198
16 Índia 28 15
17 Holanda 22 26
18 Chile 20 12
19 Bélgica 19 200
20 Indonésia 19 16

Fusões e aquisições no País sobem 5,2% em 2013, diz PwC


Brasil encerrou 2013 com um total de 811 transações de fusões e aquisições, o maior número registrado desde 2002

Gabriela Vieira, do
Divulgação/Seara
Fábrica da Seara

Fábrica da Seara: compra da companhia pela a JBS foi uma das principas aquisições de 2013

São Paulo - O mercado de fusões e aquisições (M&A) encerrou 2013 com um total de 811 transações, uma alta de 5,2% na comparação com as 771 operações observadas em 2012, aponta relatório da consultoria PwC. O número de fusões e aquisições é o maior registrado desde 2002.

Do total de operações anunciadas em 2013, apenas 35,9% (291) tiveram o valor divulgado, movimentando US$ 88,1 bilhões. As transações de até US$ 100 milhões concentraram 68,4% dos negócios com valores anunciados. Apenas treze operações atingiram um valor de compra acima de US$ 1 bilhão e somaram, juntas, US$ 55,2 bilhões.

De acordo com o levantamento, em 2013 os fundos de private equity tiveram uma participação recorde no mercado nacional de M&A. Os fundos estiveram presentes em 380 operações, o que representa 47% do total.

A PwC também destacou o apetite dos investidores estrangeiros, especialmente nos segmentos de consumo e logística e distribuição. Eles participaram de 44% das transações de 2013 contra 41% em 2012. Segundo a consultoria, a tendência observada nos últimos anos é justamente de uma diminuição da participação dos investidores brasileiros.

O setor de serviços auxiliares foi o que concentrou o maior número de fusões e aquisições, com 121 operações. Em seguida, TI e Varejo somaram 105 e 85 transações, respectivamente. No relatório, a consultoria avaliou que "a atividade de fusões e aquisições no País continua sendo multissetorial e consolidadora". As aquisições de participações majoritárias representaram 54,6% do total de operações em 2013.

Itaú fecha ainda nesta semana parceria com Corpbanca


Segundo fontes, operação envolve a criação de uma terceira companhia, que vai gerir as operações bancárias das duas instituições no Chile

Guillermo Parra-Bernal, da
Wikimedia Commons/Carlos yo
Agência do banco chileno CorpBanca em Santiago de Chile

Agência do banco chileno CorpBanca: Itaú terá 50,5 por cento da nova companhia, disse uma das fontes

O Itaú Unibanco deve oficializar nos próximos dias uma associação com o Corpbanca, quinto maior banco do Chile em ativos, numa operação de valor não revelado, disseram à Reuters três fontes a par do assunto.

A operação envolve a criação de uma terceira companhia, que vai gerir as operações bancárias das duas instituições no Chile e na Colômbia, onde o Corpbanca tem operações de varejo e o Itaú, de atacado.

O Itaú terá 50,5 por cento da nova companhia, disse uma das fontes. De acordo com outra fonte, o Itaú deve ingressar na joint venture com um combinado de ações e dinheiro.

O presidente-executivo do Itaú Unibanco para a América Latina, Ricardo Marino, está no Chile para acertar os detalhes da operação, disseram as fontes nesta terça-feira, sob condição de anonimato.

Se confirmada, a operação tornará o Itaú o terceiro maior banco comercial no Chile e marcará sua entrada no mercado de varejo da Colômbia. O Itaú já é o maior banco privado da América Latina.

O Corpbanca é hoje controlado pelo bilionário Alvaro Saieh.

Consultados, o Itaú Unibanco e o Corpbanca disseram, por meio de suas assessorias de imprensa, que não iriam comentar o assunto.

Aluguéis na Copa beiram a loucura e passam dos R$ 50 mil


Tem gente anunciando apartamento de 2 quartos em Itaquera, em SP, por R$ 60 mil; no Rio, alugar casa próxima ao Maracanã pode sair por R$ 90 mil, mais que hotéis de luxo