Número de refugiados no Brasil cresce quase 150%. Há um déficit de 1 milhão de trabalhadores na indústria brasileira.
Até recentemente sem tradição nessa política, o Brasil agora está abrindo suas portas a refugiados do mundo inteiro.
O país adotou uma política de acolhimento e está desburocratizando
processos de permanência e naturalização de pessoas que saem de seus
países à procura de um lugar para viver e trabalhar.
O resultado dessa política humanitária e, ao mesmo tempo, movida por
interesses econômicos — há um déficit de 1 milhão de trabalhadores na
indústria brasileira —, já pode ser contabilizado.
Em 2013, o número de pedidos de refúgio no Brasil mais que dobrou.
Foram de 2.087 em 2012 para 5.200 até 15 de dezembro do ano passado — um
aumento de quase 150%. Dados da Secretaria Nacional de Justiça,
vinculada ao Ministério da Justiça, mostram que, de janeiro a 15 de
dezembro do ano passado, 651 solicitações foram aprovadas. Deste total,
284 atenderam a refugiados sírios, 106 a cidadãos da República
Democrática do Congo e 88 a colombianos.
O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirmou que a presença de sírios é a grande novidade do ano passado:
— E os sírios já têm relação de tradição com o Brasil. Seus
antepassados foram migrantes aqui, e eles têm boas relações com a
comunidade árabe.
Ele explicou a razão de tantos estrangeiros buscarem o Brasil:
— O Brasil virou um espaço de proteção. Ao contrário da Europa, o
Brasil está abrindo suas portas para o novo fluxo migratório. Estamos
entre as maiores economias do mundo, exercemos liderança internacional e
viramos um destino para os que sofrem perseguições dos mais variados
tipos, seja religiosa, de raça ou de grupos sociais.
É pela internet que o sírio Yasser Said, de 40 anos, obtém
informações do país que deixou para trás. Por meio dela, recebeu a
notícia de que o presidente Bashar al-Assad poderá disputar a reeleição
este ano, o que o deixou preocupado:
— Eu não pretendo voltar enquanto ele estiver no poder.
(Dom Total – 02/02/2014)