segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

QUANDO O HUMANITÁRIO AUXILIA O ECONÔMICO


Número de refugiados no Brasil cresce quase 150%. Há um déficit de 1 milhão de trabalhadores na indústria brasileira.

Até recentemente sem tradição nessa política, o Brasil agora está abrindo suas portas a refugiados do mundo inteiro.

O país adotou uma política de acolhimento e está desburocratizando processos de permanência e naturalização de pessoas que saem de seus países à procura de um lugar para viver e trabalhar.

O resultado dessa política humanitária e, ao mesmo tempo, movida por interesses econômicos — há um déficit de 1 milhão de trabalhadores na indústria brasileira —, já pode ser contabilizado.

Em 2013, o número de pedidos de refúgio no Brasil mais que dobrou. Foram de 2.087 em 2012 para 5.200 até 15 de dezembro do ano passado — um aumento de quase 150%. Dados da Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça, mostram que, de janeiro a 15 de dezembro do ano passado, 651 solicitações foram aprovadas. Deste total, 284 atenderam a refugiados sírios, 106 a cidadãos da República Democrática do Congo e 88 a colombianos.

O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, afirmou que a presença de sírios é a grande novidade do ano passado:

— E os sírios já têm relação de tradição com o Brasil. Seus antepassados foram migrantes aqui, e eles têm boas relações com a comunidade árabe.
Ele explicou a razão de tantos estrangeiros buscarem o Brasil:

— O Brasil virou um espaço de proteção. Ao contrário da Europa, o Brasil está abrindo suas portas para o novo fluxo migratório. Estamos entre as maiores economias do mundo, exercemos liderança internacional e viramos um destino para os que sofrem perseguições dos mais variados tipos, seja religiosa, de raça ou de grupos sociais.

É pela internet que o sírio Yasser Said, de 40 anos, obtém informações do país que deixou para trás. Por meio dela, recebeu a notícia de que o presidente Bashar al-Assad poderá disputar a reeleição este ano, o que o deixou preocupado:

— Eu não pretendo voltar enquanto ele estiver no poder.


(Dom Total – 02/02/2014)

Sem obras, chegar a estádios será desafio na Copa


Levantamento sobre as obras do Mundial aponta uma redução de quase 30% nos investimentos previstos em mobilidade urbana

Pedro Fonseca, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Trabalhador no campo de obras para a demolução do Elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro
Trabalhador no campo de obras para a demolução do Elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Na Copa do Mundo proposta pelo Brasil à Fifa havia a previsão de obras ambiciosas de mobilidade urbana que dariam acesso fácil aos estádios, mas o não cumprimento das promessas nas cidades-sede colocará muitos torcedores em sistemas de transporte público deficientes.

Os planos para o Mundial previam projetos de transporte nas cidades para facilitar o acesso às arenas, onde o padrão Fifa não permite o acesso dos torcedores de carro, e os deslocamentos entre locais-chave, como aeroportos e hotéis.

O último levantamento do governo sobre as obras do Mundial, no entanto, aponta uma redução de quase 30 por cento nos investimentos previstos em mobilidade urbana entre abril de 2012 e setembro de 2013, uma queda de 11,35 bilhões de reais para 8,02 bilhões. Projetos de metrô e veículo leve sobre trilhos foram substituídos por simples corredores de ônibus.

Por razões de segurança, a Fifa determina na Copa do Mundo um raio de isolamento ao redor dos estádios de ao menos 1 quilômetro (em algumas cidades chegará a 3 km), área em que só entram os carros credenciados. A orientação das autoridades é que os torcedores utilizem o transporte público nas 12 cidades-sede do Mundial, apesar das deficiências, ou que enfrentem caminhadas.

A maioria das cidades-sede terá linhas extras de ônibus e rotas especiais nos dias de jogos do Mundial, uma maquiagem para a Copa que não esconde a oportunidade perdida pelo país de deixar um legado justamente na área que motivou os protestos em massa no ano passado durante a Copa das Confederações.

"Todos esses projetos estão sendo realizados com o pensamento equivocado de atendimento à Copa do Mundo. Não serão legados, serão uma recuperação de demanda passada", disse o professor Paulo Resende, coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral.

"O Brasil perdeu em não deixar um grande legado", acrescentou.

Em Manaus, que receberá quatro jogos da Copa, incluindo o clássico Inglaterra x Itália, não haverá nenhuma obra de mobilidade concluída para o torneio. Os projetos de BRT (corredor expresso de ônibus) e monotrilho, previstos inicialmente para serem concluídos em março deste ano, foram suspensos ou abandonados por problemas ambientais e judiciais que impediram o término tempo.

No fim do ano passado, Porto Alegre retirou 10 projetos de mobilidade da matriz de responsabilidade da Copa, documento que lista todas as obras voltadas para a realização do torneio, porque nenhuma delas ficaria pronta a tempo. Também foram cortadas obras em Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife.

"Isso tudo vai desembocar necessariamente na utilização de alternativas, de planos B, na área de mobilidade urbana, chegando ao ponto da decretação de feriados para que os turistas não se exponham ao dia a dia do brasileiro", acrescentou o professor.
"Vergonhoso"




Sedes da abertura e da final da Copa, São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas exceções devido à facilidade relativa para se chegar aos estádios por meio de trem e metrô, mas as duas principais cidades do país também deixaram de concluir projetos de mobilidade previstos para o Mundial.

O corredor de ônibus saindo do aeroporto internacional carioca só ficará pronto para os Jogos Olímpicos de 2016, enquanto a capital paulista não terá mais para o Mundial um monotrilho previsto inicialmente.

Eventuais problemas no transportes dos torcedores são, desde o princípio da preparação brasileira, um dos principais pontos de atenção da Fifa, que cobra das autoridades brasileiras "garantir que os visitantes internacionais e os fãs de futebol no Brasil tenham uma experiência agradável durante a Copa do Mundo".

"O transporte é uma de nossas maiores preocupações durante os preparativos para a Copa do Mundo da Fifa 2014", disse a Fifa em nota enviada à Reuters.

Sem as obras de mobilidade urbana, as cidades esperam reduzir os impactos negativos dos problemas no transporte com um número menor de pessoas nas ruas nos dias de jogos. A maioria das sedes já anunciou que haverá feriado ou ponto facultativo nas datas das partidas, além de antecipação das férias escolares para coincidir com o período do Mundial.

A Copa das Confederações, evento-teste para o Mundial realizado no ano passado em seis cidades do país, deu uma primeira mostra dos problemas. Forçado a deixar em casa seu meio de transporte favorito, o torcedor brasileiro se viu, muitas vezes, no meio do caos.

"O problema grave que, se não for melhorado vai ser vergonhoso para meu Estado particularmente, é a saída dos jogos. Todos os torcedores têm que ir para uma fila pegar os ônibus de volta para o metrô, e essa fila levou quase duas horas para chegar na estação", disse o administrador de empresa Luiz Cadena, de 36 anos, que assistiu ao duelo Itália x Japão em Recife no ano passado.

"Não tem como escoar tanta gente com essa estrutura de transportes. É realmente preocupante esse caso. Iremos passar vergonha com essa situação se não melhorar", acrescentou.

Governo estuda socorro às distribuidoras de energia, diz ministro


Por Daniel Rittner | Valor
EBC


BRASÍLIA  -  O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acenou com medidas de socorro às distribuidoras de energia. Ele informou que a pasta, o Tesouro Nacional e a Casa Civil “estudam” uma solução para o gasto adicional das empresas neste ano. “Encontraremos a melhor solução possível, sempre procurando preservar a situação dos consumidores”, disse o ministro após a cerimônia de posse de novos ministros, que ocorreu hoje pela manhã no Palácio do Planalto.

Embora não tenha dado detalhes do tipo de ajuda planejada, o ministro ressaltou a importância das distribuidoras para o sistema elétrico e afirmou que o governo “sempre está pronto para dar apoio” ao setor. “Estamos preocupados com o nível do reservatórios. Queria que eles estivessem em melhor situação, mas estão acima do [nível do] ano passado”, disse Lobão.

Com o baixo volume de chuvas nas últimas semanas, o preço da eletricidade no mercado de curto prazo atingiu valor recorde na sexta-feira passada e pressionará o caixa das distribuidoras, que deverão ter uma despesa superior a R$ 15 bilhões com a geração de energia térmica neste ano, segundo especialistas.


Especulação prematura


Também presente à cerimônia, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse considerar “prematuro” fazer “especulações” em torno da necessidade de medidas para conter o consumo de energia elétrica no país. Segundo ele, o sistema passa por uma “grande prova de fogo”, devido ao baixo volume de chuvas. “Em outras épocas, não se teria passado por uma situação climática tão adversa sem racionamento.”

O executivo lembrou que o sistema elétrico atravessou a pior seca do Nordeste das últimas oito décadas em 2013 e viveu o pior janeiro no Sudeste e Centro-Oeste desde 1953 em termos de chuvas. “O nível dos reservatórios está acima do ano passado, temos mais oferta de energia entrando, estamos segurando [o sistema]”, concluiu Tolmasquim.

Lula fala a ex-ministro de Dilma que corrupção “sai na urina”

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Carlos Lupi (PDT), ex-ministro do Trabalho acusado de receber suborno no próprio gabinete, disse ao jornal Folha de São Paulo que recebeu apoio do ex-presidente Lula, seu padrinho no Palácio do Planalto.

O petista afirmou que Lupi tinha razão em processar a empresária responsável pelas acusações e recomendou que elas fossem ignoradas.

“O Lula me falou: ‘Lupi, esquece, isso sai na urina’”, explicou o pedetista.

Balança comercial de janeiro tem pior déficit da história


Por Lucas Marchesini | Valor
Tim Rue/Bloomberg

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 15h40) A balança comercial brasileira em janeiro registrou um déficit de US$ 4,057 bilhões, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Esse é o pior resultado para um mês desde o início da série histórica, em 1994.

O recorde anterior aconteceu também em janeiro, só que do ano passado, quando o saldo negativo foi de US$ 4,036 bilhões, segundo a série histórica do ministério.

Dados divulgados nesta segunda-feira, 3, pelo Mdic apontam que as vendas de bens nacionais para o exterior somaram US$ 16,027 bilhões em janeiro deste ano, após alcançarem US$ 15,967 bilhões no mesmo mês de 2013. As importações no mês passado chegaram a US$ 20,084 bilhões — acima do valor registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 20,007 bilhões.

A quinta semana de janeiro fechou com um déficit de US$ 406 milhões, com importações de US$ 4,184 bilhões e exportações de US$ 3,778 bilhões.


Exportações


Apesar do déficit recorde na balança comercial mensal, as exportações cresceram 0,4% na média diária do mês passado, na comparação com janeiro de 2013. Esse aumento foi puxado pela maior venda de produtos básicos — alta de 5,3% na média diária —, que contrabalançou a queda nas vendas de semimanufaturados (retração de 5,8%) e manufaturados (recuo de 2,6%).

A expansão na venda de produtos básicos, por sua vez, foi puxada por petróleo em bruto (alta de 134,7%), farelo de soja (48,7%) e bovinos vivos (35,7%).

Já, nos semimanufaturados, a queda foi encabeçada pelo ferro fundido (retração de 43,1%), ouro em forma semimanufaturada (42,6%) e alumínio em bruto (39,5%).

Entre os manufaturados, as principais diminuições nas vendas foram anotadas no açúcar refinado (queda de 48,7%), etanol (46,7%) e automóveis de passageiros (27,4%).


(Lucas Marchesini | Valor)

PT pretende regular a mídia em 2014

paulo-bernardo

O ministro Paulo Bernardo, da pasta das Comunicações, aproveitou a saída de Helena Chagas para defender a regulação da mídia.

“Eu acho que sempre falei isso. Nós precisamos apenas nos colocar sobre qual vai ser o modelo, sobre qual a forma de conduzir isso, se nós vamos fazer um projeto único ou por partes”, disse.

Franklin Martins, agregado ao governo federal desde a gestão do ex-presidente Lula, pode servir de modelo ao projeto, sobretudo na internet.

“Acho que o Google está se tornando o grande monopólio da mídia. E a gente vê assim uma disputa entre teles e TVs que, provavelmente, se durar mais alguns anos o Google vai engolir os dois”, resumiu.

Em discurso, Dilma diz que tratamento “humano” é trunfo do Mais Médicos

Roberto Stuckert/PR

Roberto Stuckert/PR

Dilma Rousseff se atrapalhou durante o processo de nomeação dos novos ministros da Educação, Comunicação, Saúde e Casa Civil.

Ao citar o trabalho de Alexandre Padilha, que vai se desligar da pasta para se dedicar ao pleito paulista, ela afirmou que o trunfo do “Mais Médicos” foi a garantia do “tratamento humano” aos brasileiros.

Confusão semelhante foi notada durante o Dia das Crianças, quando ela afirmou que a comemoração da data poderia ser estendida aos animais.