segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Cade quer condenar por cartel 11 fabricantes de próteses


Há evidências de que as fabricantes teriam organizado um rodízio, definindo previamente as vencedoras de processos licitatórios organizados pelo INSS

Luci Ribeiro, do
Bassam Khabieh/Reuters
Homem trabalha na construção de uma prótese em uma oficina em Duma, próximo de Damasco
Homem trabalha na construção de uma prótese: caso sejam condenadas, as empresas poderão pagar multas de até 20% do valor de seu faturamento

Brasília - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a condenação de onze fabricantes de órteses e próteses ortopédicas por prática de cartel em licitações promovidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Estado de São Paulo. A recomendação está em despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 14.

O texto também sugere aplicação de sanção administrativa à Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) por elaboração e divulgação de tabela de preços a ser seguida por empresas do setor em licitações públicas. O caso agora será encaminhado para o julgamento do Tribunal do Cade, que pode acatar ou não a recomendação de condenação.

Segundo informações do Cade, o processo administrativo contra as empresas e a Abotec foi aberto a partir de denúncia apresentada em 2004 pela Gerência Regional do INSS em Bauru (SP). 

Há evidências, de acordo com a Superintendência do órgão, de que as fabricantes teriam organizado um esquema de rodízio, definindo previamente as vencedoras de processos licitatórios organizados pelo INSS, o que configura a prática de cartel.

As licitações foram feitas para aquisição de produtos ortopédicos para as gerências regionais do INSS no Estado de São Paulo.

Caso sejam condenadas, as empresas poderão pagar multas de até 20% do valor de seu faturamento no ano anterior à instauração do processo. Já a Associação está sujeita ao pagamento de multa que varia entre R$ 50 mil e R$ 2 bilhões.

Chesf busca sócio privado para evitar burocracia


"A necessidade de termos um sócio privado majoritário se impõe", disse o diretor de engenharia e obras da Chesf, José Ailton de Lima

João Villaverde, do
Adriano Machado/Bloomberg
Torres de transmissão de energia elétrica da Chesf
Torres para transmitir eletricidade da Chesf: empresa escolhida terá 51% da sociedade de propósito específico montada com Chesf e Eletronorte para operar hidrelétrica de Sinop

Brasília - Depois de perder a Alupar como sócia na construção da Usina Hidrelétrica de Sinop (MT), a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e a Eletronorte buscam um sócio privado para evitar os obstáculos burocráticos impostos pela Lei das Licitações.

"A necessidade de termos um sócio privado majoritário se impõe", disse ao Estado o diretor de engenharia e obras da Chesf, José Ailton de Lima. "É praticamente impossível construir uma hidrelétrica no Brasil sob a égide da Lei 8.666", afirmou.

Segundo o diretor da Chesf, três companhias apresentaram propostas na chamada pública feita pela Eletrobras em janeiro. "Nenhuma delas é chinesa", afirmou ao Estado. É grande o apetite dos chineses no mercado brasileiro, em especial da State Grid - a estatal chinesa é a maior operadora de linhas de transmissão do mundo, e se associou à Eletrobras para operar o linhão de Belo Monte. Mas, no caso de Sinop, o páreo é outro.

A empresa escolhida terá 51% da sociedade de propósito específico (SPE) montada com Chesf e Eletronorte para operar a hidrelétrica de Sinop, cujo contrato de concessão será assinado ainda neste mês. A usina está orçada em R$ 2 bilhões.

Com o contrato em mãos, o consórcio vai buscar o financiamento de até 70% da obra junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Quando estiver a pleno vapor, a Hidrelétrica de Sinop vai despejar 461 megawatts (MWs) no sistema elétrico.


Custo.


O diretor da Chesf afirmou que não falta dinheiro à companhia, que têm R$ 2,3 bilhões em caixa para "alavancar em negócios neste ano". A companhia vai priorizar os leilões de usinas eólicas e de linhas de transmissão, mas que a prioridade será tocar a Usina de Sinop, que deve consumir cerca de R$ 300 milhões apenas do caixa da Chesf.

No ano passado, a companhia recebeu R$ 6,3 bilhões oriundos das indenizações pagas pelo governo federal, por ativos que ainda não tinham sido amortizados quando da renovação antecipada das concessões que venceriam entre 2015 e 2017. Desse montante, a Chesf vai destinar R$ 3 bilhões em 91 projetos na área de transmissão - a maior parte já está contratada.

Nos últimos meses, a Chesf sofreu penalizações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por atrasos em obras, que comprometeram o setor, de acordo com a agência reguladora.

Agora, a Chesf somente pode participar de leilões se estiver associada a outra empresa. Lima afirmou ao `Estado' que questiona a decisão da Aneel, uma vez que muitos atrasos foram resultados não de problemas de gestão da companhia, mas por entraves ambientais e outras burocracias.
Baque.


A discussão com o órgão regulador não foi facilitada pelo episódio do leilão de Sinop, considerado um "baque" inclusive pelo próprio governo federal. Na ocasião, Chesf e Eletronorte formaram um consórcio com a empresa privada Alupar, que deteria 51% da SPE. A Alupar levantou R$ 800 milhões na abertura de capital realizada em 2013, e via com bons olhos a vitória no leilão.

De fato, o certame foi vencido pelo trio, mas no exato momento em que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciava o consórcio vencedor, a Alupar acionava a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para se retirar da parceria com Chesf e Eletronorte, afirmando que a proposta apresentada inviabilizava seu modelo de negócio, ao prever uma rentabilidade menor do que se supunha.

"Poderíamos tocar toda a hidrelétrica sozinhos, temos dinheiro para isso, mas buscamos um sócio privado para substituir a Alupar porque de outra forma a operação seria muito mais lenta", explicou Lima.

Pepsico une suas marcas em torno do movimento Junta Que Dá

Marcas como Toddy, Cheetos, Fandangos, Quaker e Ruffles irão participar das ações de maior campanha da fabricante em 2014

São Paulo - A Pepsico anunciou nesta segunda-feira o lançamento da campanha Junta Que Dá, que une diversas marcas do portfólio da fabricante no Brasil para celebrar o esporte neste ano de Copa do Mundo. 

O movimento foi inaugurado com o lançamento de música homônina interpretada pelo grupo AfroReggae. O objetivo, segundo a empresa, é mobilizar os brasileiros e incentivá-los a se reunir e torcer em suas casas ou na rua. 

Marcas como Toddy, Cheetos, Fandangos, Quaker e Ruffles irão participar das ações. É a maior campanha de marketing da fabricante em 2014, explica Patrícia Kastrup, vice-presidente de Marketing da PepsiCo Brasil. "A ação se desenrolará de forma evolutiva, até o final de maio, e será mais do que uma campanha de marketing. O intuito é trazer interação e diversão em torno da grande paixão nacional”, destaca.

Além do Grupo Afroreggae, a campanha também contará com parceiros como Maurício Cid, do blog ‘Não Salvo’, e o jornalista e humorista Felipe Andreoli. Assista ao clipe de lançamento.

Fusão Itaú/CorpBanca pode elevar negócios, diz Moody's


A agência de classificação de risco afirmou que os bancos brasileiros e colombianos foram os players mais ativos entre 2011 e 2013

Stefânia Akel, do
Dado Galdieri/Bloomberg
Agência do Itaú
Agência do Itaú: o relatório destaca, especificamente, o Itaú Unibanco, que "está construindo a maior franquia regional da América Latina"

São Paulo - Em relatório sobre fusões e aquisições entre instituições financeiras na América Latina, a agência de classificação de risco Moody's afirmou que os bancos brasileiros e colombianos foram os players mais ativos entre 2011 e 2013, mirando instituições da América Central, do México e do Chile.

A Moody's saudou especificamente a fusão do Banco Itaú Chile com o CorpBanca pelo aumento do potencial de negócios na região.

A agência afirma que as fusões e aquisições se proliferaram no setor bancário da América Latina nos últimos três anos, motivadas pelas oportunidades de crescimento e pelas condições financeiras favoráveis. 

"Esse tipo de atividade entre fronteiras geralmente reduz a vulnerabilidade a problemas econômicos em um país", disse a Moody's.

O relatório destaca, especificamente, o Itaú Unibanco, que "está construindo a maior franquia regional da América Latina". Segundo a Moody's, o acordo alcançado pelo banco em janeiro deste ano com o chileno CorpGroup para a fusão do CorpBanca e com o Banco Itaú Chile aumentará a diversificação de lucros e o potencial de negócios na região.

"O acordo vai impulsionar as economias de escala do Itaú Unibanco no Chile e vai expandir a presença da empresa na Colômbia, na medida em que ganha acesso às subsidiárias do CorpBanca nesse mercado", disse a Moody's. 

"Além disso, a expansão do Itaú na região ajuda a compensar uma potencial desaceleração da economia brasileira porque tanto o Chile quanto a Colômbia têm maior potencial de crescimento nos próximos anos", completou a agência.

A fábrica da BRF não vai sair do papel



FÁBRICA DA BRF: projeto cancelado por corte de custos

A gigante de alimentos BRF decidiu cancelar o projeto de uma fábrica de laticínios que seria construída em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. 

O objetivo da empresa é cortar custos, mas a decisão está reverberando no mundo político. A pedra fundamental da obra foi lançada pelo vice-governador, Luiz Fernando de Souza, o Pezão. Agora, a BRF está enfrentando a ira do governador, Sérgio Cabral. 

Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF, chegou a ir para o Rio para tentar acalmá-lo. Oficialmente, tanto o governo quanto a BRF afirmam que estão avaliando alternativas para o projeto.

Mercado aposta em IPCA maior e reduz previsão para alta do PIB em 2014

Por Ana Conceição | Valor
 
SÃO PAULO  -  Os analistas de mercado voltaram a elevar suas previsões para a inflação neste ano, enquanto mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), que consulta semanalmente cerca de cem instituições.

A mediana das estimativas para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2014 saiu de 5,89% para 5,93%. Em 12 meses, a estimativa para o indicador subiu de 6% para 6,05%. Para 2015, a previsão seguiu em 5,70% pela terceira semana consecutiva.  

 Os analistas mantiveram suas expectativas para o aumento IPCA de fevereiro em 0,65%.
As previsões para a taxa básica de juros foram mantidas em 11,25% no fechamento deste ano e em 12,0% no fim do próximo. A Selic está, atualmente, em 10,50% ao ano. No dia 26 de fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão sobre os juros e terá de levar em conta uma atividade econômica em desaceleração e uma inflação ainda resistente.

Com relação ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa é de um crescimento de 1,79% em 2014, em vez de 1,90%, e de 2,10% em 2015, no lugar de 2,20%.

O grupo Top 5 – dos que mais acertam as previsões – também não mexeu nas projeções. A mediana de médio prazo para o IPCA neste ano seguiu em 5,86% e, para 2015, em 5,80%. No caso da Selic, a estimativa continuou em 11,75% no encerramento deste ano e em 12,25% no fim do próximo. 
(Ana Conceição | Valor)

Balança comercial brasileira caminha para o primeiro déficit em 13 anos


17 de fevereiro de 2014

commodities

Brasília (DF) – O ano de 2014 tem potencial para ser um período de surpresas negativas para a balança comercial brasileira. Isso porque, após 13 anos de superávits consecutivos, o saldo poderá ser negativo este ano, em decorrência da falta de controle sobre parte das exportações.

Reportagem desta segunda-feira (17) do jornal O Globo diz que  o setor mais afetado são as chamadas commodities, matérias primas como soja, café, açúcar, minério de ferro e etanol. A exportação desses itens foi responsável por 65,3% de tudo que foi vendido no exterior em 2013, o equivalente a US$ 158 bilhões.

Para o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), integrante da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara, a desestruturação das relações comerciais brasileiras é vista com tristeza.

“[O saldo negativo] demonstra que estamos caminhando para um processo de recessão, por conta de um governo que não prioriza o planejamento, que não realiza o corte de gastos públicos, que não investe em infraestrutura. Enfim, um governo de improvisação”, avaliou o parlamentar.

De acordo com especialistas, ouvidos pela publicação, a vulnerabilidade do país às oscilações internacionais de preço era evidente já no ano passado. Em 2013, o saldo da balança comercial, US$ 2,56 bilhões, foi o pior desde 2000. Só não foi pior em razão de uma manobra contábil do governo, que incluiu na conta de exportações sete plataformas vendidas a empresas estrangeiras e alugadas para a Petrobras. Na prática, elas nunca saíram do país.

 
Manufaturados

Tebaldi lembrou que a queda na cotação de exportações não atinge exclusivamente as commodities, principal fonte de receitas da balança comercial brasileira, mas também os produtos manufaturados. Somente no ano passado, o país teve um déficit de US$ 35 bilhões no setor de eletroeletrônicos, bens de informática e comunicações.

“Toda essa imperícia que vemos por parte do governo federal na condução de importações e exportações dá nisso: na perda do controle econômico, na desaceleração do crescimento industrial e na necessidade de recorrer a manobras contábeis para não atingir um fracasso ainda mais evidente”, acrescentou o tucano.