sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Avibras melhora desempenho e registra lucro de R$ 13,7 mi

Teste com o sistema Astros-2, principal produto da Avibras atualmente. Foto: Divulgação

Em balanço anual, empresa ressalta que aumento da receita operacional e do lucro demonstra a solidez da companhia 

São José dos Campos

A Avibras, sediada em São José dos Campos, reverteu no ano passado o prejuízo financeiro registrado em 2012 e melhorou o seu desempenho operacional, segundo balanço divulgado ontem pela companhia.

Considerada uma das empresas estratégicas do setor nacional de defesa, a Avibras obteve no ano passado lucro líquido de R$ 13,7 milhões ante prejuízo de R$ 32,7 milhões uma ano antes.

De acordo com o balanço, a companhia registrou incremento de 75,8% na receita operacional líquida, que passou de R$ 169,8 milhões em 2012 para R$ 298,7 milhões no ano passado.

O resultado operacional antes das despesas e receitas financeiras pulou de R$ 6,7 milhões em 2012 para R$ 91,5 milhões um ano depois, crescimento de 1.251%.

A empresa reporta no balanço que o aumento da receita operacional e do lucro operacional no ano passado ante o anterior demonstra “a solidez da companhia e tem propiciado geração de caixa para equacionar seus passivos tributários e o investimento imprescindível em tecnologia de ponta, investimento este fundamental para a manutenção da competitividade internacional da companhia”.

No plano interno, a Avibras destaca que no ano passado obteve do governo federal a classificação de Empresa Estratégica de Defesa.

Reporta a indústria no balanço o programa Astros 2020 com sua inclusão no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Defesa proporcionou e proporcionará “importante carteira comercial”.

Na prática, o governo federal vem aportando recursos na empresa para o desenvolvimento desse programa, considerado estratégico para o Exército Brasileiro.

A Avibras menciona ainda que contratos firmados com a Marinha, Exército e Aeronáutica faz a empresa ser parceira das Forças Armadas na área de tecnologia de ponta.


Vendas.


No plano externo, a companhia menciona que a entrada em vigor de “expressivo contrato, possibilitou a geração de empregos”.

A empresa não menciona detalhes do contrato. No ano passado, a Avibras fechou contrato no valor de R$ 900 milhões com a Indonésia para fornecimento de lançadores de foguetes de artilharia Astros-2.

No balanço, a indústria reporta que ainda no primeiro semestre de 2014 deverá fechar novos contratos no Brasil, com países do Golfo Pérsico e da América Latina.

Saiba mais

Positivo
A Avibras reverteu no ano passado o prejuízo registrado em 2012, informa o balanço da empresa divulgado ontem

Resultado
A companhia registrou em 2013 lucro líquido de R$ 13,7 milhões ante prejuízo de R$ 32,7 milhões em 2012

Operacional
O resultado operacional da empresa demonstra bom desempenho da Avibras em 2013

Contratos
No balanço, a companhia informa que o resultado foi influenciado por contratos firmados no Brasil, sobretudo com as Forças Armadas, e de um contrato firmado no exterior

Previsão
A empresa deve fechar novos contratos este ano

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Brasil lidera pior desempenho da Telefónica em 2013


As receitas em euro da filial brasileira diminuíram 10,3% em 2013, o pior desempenho no ano passado entre todas as filiais da América Latina

Fernando Nakagawa e correspondente, do
Angel Navarrete/Bloomberg
Escritório da Telefônica
Prédio da Telefônica em Madri: de acordo com o balanço, o Brasil gerou 12,217 bilhões de euros em faturamento no ano passado

Londres - A desvalorização do real voltou a prejudicar o desempenho da filial brasileira do grupo espanhol Telefônica. Balanço divulgado nesta quinta-feira, 27, pela controladora da Vivo no Brasil mostra que as receitas em euro da filial brasileira diminuíram 10,3% em 2013 na comparação com 2012. Esse foi o pior desempenho no ano passado entre todas as filiais da Telefônica na América Latina.

De acordo com o balanço, o Brasil gerou 12,217 bilhões de euros em faturamento no ano passado. A cifra mostra contração das receitas de 1,4 bilhão de euros na comparação com 2012, quando o valor alcançou 13,618 bilhões de euros.

"Durante o exercício de 2013, a variação das taxas de câmbio impactou negativamente as principais métricas da conta de resultados fundamentalmente pela desvalorização do bolívar venezuelano e a depreciação do real brasileiro e do peso argentino ante o euro", destaca o balanço.

A contração de 10,3% das receitas no Brasil foi a maior entre todas as nove filiais da América Latina. Em euros, o faturamento na Colômbia recuou 3,4% e foi o segundo desempenho mais fraco entre as subsidiárias latino-americanas. Entre as demais filiais da região, as receitas em euro subiram 2,3% no Peru, caíram 0,4% na Argentina e recuaram 1% no México.

Mesmo em moeda local, o desempenho das receitas no Brasil não foi um grande destaque positivo. Em reais, o faturamento aumentou 2,2% no ano. Entre as demais filiais, as receitas em moeda local cresceram 38,7% na Venezuela e América Central, 23,2% na Argentina, 8,1% no Peru e 3,7% na Colômbia. O Brasil ficou apenas à frente do México, onde houve ligeira contração de 0,8%.

Em termos operacionais, o grupo espanhol destacou especialmente a ampliação da rede de fibra ótica no Brasil, onde o serviço já chega à porta de 1,4 milhão de residências. Outro país em destaque é a Espanha, onde a fibra ótica alcança 3,5 milhões de endereços.

Segundo o balanço, a Telefônica alcançou 92,7 milhões de clientes no Brasil em 2013, universo 2% maior que o registrado em 2012. "Apesar da aplicação de critérios mais restritivos no cálculo de clientes pré-pagos", destaca o balanço. O número de clientes do serviço celular alcançou 77,2 milhões em dezembro, alta de 1% no ano, mostra o balanço.

O que o livro "A Arte da Guerra" ensina aos administradores modernos


Lida e relida exaustivamente, essa obra milenar continua atual e é uma base interessantíssima para todo administrador na hora de traçar estratégias

Shutterstock


O livro "A Arte da Guerra", do filósofo e general estrategista Sun Tzu, foi escrito cerca de 500 anos a.C. Dividida em 13 capítulos, a obra mostra diversas maneiras de encarar conflitos, enfrentar inimigos, atacar a fraqueza do adversário evitando a força, além de estratégias, planejamento etc.

Nos fundamentos de Sun Tzu, está a compreensão de que o conflito é parte inexorável da vida humana, devendo ele ser bem administrado para que não traga sérias consequências. Abordando as diversas estratégias que fazem um exército vencer, Sun Tzu fala da cautela que se deve ter antes de entrar em uma guerra, visto que nela são determinados a vida ou morte.

Como evitar o fracasso


Trazendo isso para as empresas, nota-se que é indispensável o conhecimento da empresa concorrente antes de competir, pois assim como um mau planejamento conduz o exército à desgraça, conduz a empresa à falência.

Para que isso não aconteça, um bom administrador deve sempre recorrer a estratégias, pesquisas, conhecer os pontos fortes e fracos do concorrente, para com isso buscar soluções eficazes para driblar todo e qualquer problema que possa afetar negativamente a  empresa.

Na guerra, o objetivo principal é a vitória e, para que isso aconteça, é salutar que seja ágil, pois com a vitória, o líder obtém respeito e confiabilidade, cabendo aos administradores estar atentos às oportunidades que o mercado tem a oferecer, observar os fatores de sucesso da empresa e potencializá-los, levando a empresa a obter destaque e vantagem competitiva.

No que diz respeito às propagandas, o autor alerta sobre a questão da campanha demorada que o exército faz, dizendo assim que, com a demora, o estado acaba os recursos. Por isso, a empresa deve fazer campanhas publicitárias que definem o produto com clareza e rapidez, evitando, com isso, o esquecimento  da empresa e garantindo o alcance dos  objetivos traçados.

Assim como o comandante de uma guerra, o administrador deve traçar metas que diferenciam a empresa das outras, garantir a qualidade, o prestígio, ser eticamente responsável, buscar conquistar seus clientes, garantindo a preferência e a durabilidade da empresa.

Dirceu não era chefe de quadrilha; mas o que isso muda?


Até ontem, José Dirceu era o chefe da quadrilha do mensalão. Quem dizia era o STF. Hoje, o ex-ministro e mais sete condenados foram absolvidos. Veja o que isso significa

Antonio Cruz/ABr
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
José Dirceu: ele não chefiou quadrilha - até porque não existiu uma, decidiu o STF. Mas eles se reuniram e praticaram crimes, de qualquer modo

São Paulo – O Supremo Tribunal Federal reverteu, agora há pouco, a condenação de oito réus por formação de quadrilha no processo do mensalão. A decisão acaba com uma das linhas de raciocínio do Ministério Público, que dizia há anos que José Dirceu era o chefe da quadrilha do “mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção” do Brasil.

Mas antes que o ex-ministro da Casa Civil e os demais comecem a propagar a própria inocência aos quatro ventos, vale lembrar: o STF entendeu que todos eles efetivamente infringiram a lei  - mais de uma vez, aliás - entre 2003 e 2005 (veja tabela ao final com o que muda para cada um deles).

Mesmo os ministros do Supremo que votaram pela absolvição afirmaram que os envolvidos se reuniram para praticar crimes. Só não chegaram a formar uma associação.

“'O que houve aqui foi a reunião de pessoas para práticas criminosas. Não está demonstrada a presença do dolo especifico da criação de crime de quadrilha”, afirmou hoje o ministro Teori Zavascki.

O voto dele e de Luís Roberto Barroso – ambos os mais novos magistrados a entrar na Corte e os únicos que não haviam votado nas sessões de 2012, que na época terminaram com um placar de 6 a 4 pela condenação – foram os responsáveis por reverter a balança.

Trocando em miúdos o que disse o ministro: os réus se reuniram e cometeram crimes, mas não chegaram a formar uma quadrilha. Disso – e apenas disso - saem agora ilesos.

“Você não pode mais atribuir a eles o crime de formação. Eles não fizeram parte de associação criminosa. Sempre que se fizer referência a ‘quadrilha’ como algo técnico, não se poderá inclui-los no comentário”, afirma o professor de Direito Penal da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alexis Couto de Brito.

Dentre os beneficiados com a decisão, estão também os petistas José Genoino e Delúbio Soares. Ambos cumprem pena em Brasília em regime semiaberto por corrupção ativa.

O professor da área penal lembra, contudo, que a palavra quadrilha é usada, cotidianamente, de forma bem menos rigorosa que a determinada pelo Código Penal

“A utilização leiga da palavra quadrilha ocorre mais na acepção de ‘Alibabá e os 40 ladrões’”, acredita o professor.

O artigo 288 do código estabelece que o crime de formação depende necessariamente da união de três ou mais pessoas com o específico fim de cometer delitos.

A palavra “quadrilha” chegou a ser utilizada 42 vezes na acusação final da Procuradoria Geral da República, segundo os advogados de defesa dos agora absolvidos

Esta versão, para o STF, não ficou provada. E, portanto, deixa de valer. Mas é conceitual, no entendimento da ministra Rosa Weber, que hoje reiterou o mesmo voto apresentado em 2012.

“Eu reconheci que os réus praticaram juntos delitos. O ponto central da minha divergência é conceitual. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes”, disse ela nesta quarta.

O crime de formação de quadrilha, aliás, nem existe mais: uma lei sancionada no ano passado fez com que ele seja chamado agora de “associação criminosa”.

Veja abaixo o que mudou para cada condenado.

  Condenação que restou Quanto era a pena Como fica agora
José Dirceu Corrupção ativa 10 anos e 10 meses (fechado) 7 anos e 11 meses (semiaberto)
José Genoino Corrupção ativa 6 anos e 11 meses  (semiaberto) 4 anos e 8 meses (semiaberto)
Delúbio Soares Corrupção ativa 8 anos e 11 meses (fechado) 6 anos e 8 meses (semiaberto)
Marcos Valério Corrupção ativa, peculato, lavagem e evasão de divisas 40 anos e 4 meses (fechado) 37 anos e 4 meses (fechado)
Kátia Rabello Gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem 16 anos e 8 meses (fechado) 14 anos e 5 meses (fechado)
Ramon Hollerbach Corrupção ativa, lavagem, evasão e peculato 29 anos e 7 meses (fechado) 27 anos e 4 meses (fechado)
Cristiano Paz Corrupção ativa, lavagem e peculato 25 anos e 11 meses (fechado) 23 anos e 8 meses (fechado)
José Roberto Salgado Lavagem, evasão de divisas e gestão fraudulenta 16 anos e 8 meses (fechado) 14 anos e 5 meses (fechado)

PIB pode cair R$30 bi com feriados da Copa, diz FecomercioSP


Para assessor da FecomercioSP, cálculo tomou por base produção diária em vários segmentos econômicos, incluindo comércio, serviços, indústria e agricultura

Marli Moreira, da
Dado Galdieri/Bloomberg
Propaganda da Copa do Mundo 2014 no aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro
Propaganda da Copa do Mundo: em empresas onde não houver dispensa de funcionários em dias de jogos, gastos adicionais na folha de pagamento poderão atingir R$135 bi

Um estudo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que o Brasil pode deixar de produzir, em um mês, o equivalente a R$ 30 bilhões durante os 64 feriados previstos para as 12 cidades que vão sediar os jogos da Copa do Mundo, em junho e julho deste ano.

"Para cada 10% de pessoas [trabalhadores] que ficarem em casa [de folga em dias de jogos], haverá perda correspondente a 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto)”, disse o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.

De acordo com ele, o cálculo tomou por base a produção diária nos vários segmentos econômicos, incluindo o comércio, os serviços, a indústria e a agricultura.

O levantamento da Fecomercio SP também indicou que, nas empresas onde não houver dispensa de funcionários em dias de jogos, os gastos adicionais na folha de pagamento poderão atingir R$ 135 bilhões. 

O valor inclui os encargos trabalhistas e as horas extras em dias de feriados, quando os empregados têm direito a receber o dobro do que ganham em dia normal de trabalho.

Brasil pode cair para 9ª posição entre maiores economias


Com baixo crescimento e desvalorização do real, Brasil pode cair da sétima para a nona posição entre as maiores economias mundiais, de acordo com EIU

Getty Images
Moedas de Real - dinheiro
Moedas de Real: Brasil pode cair no ranking das maiores economias mundiais

São Paulo - Até o final de 2014, o Brasil pode cair da sétima para a nona posição entre as maiores economias do mundo em termos nominais.

A estimativa é da Economist Intelligence Unit (EIU), braço de inteligência da revista The Economist, e foi revelada hoje por uma reportagem do site de Veja.

Se o Brasil crescer 1,7% este ano, como estimado pelo mercado, e o dólar ficar em uma média de R$ 2,44, como prevê o governo no Orçamento, o PIB do país vai cair de US$ 2,2 trilhões para US$ 2,1 trilhões.
Isso colocaria o Brasil atrás da Índia (US$ 2,15 trilhões) e da Rússia (US$ 2,24 trilhões), que devem crescer 6% e 2,8% este ano, respectivamente, de acordo com as projeções atuais.

Em meados de 2012, o Brasil chegou a ocupar brevemente a sexta posição no ranking, na frente da Grã-Bretanha.

Da mesma forma que o câmbio sobrevalorizado inflava a posição do país no passado, o câmbio mais fraco agora derruba a posição do país em dólar.

Com base no conceito de paridade de poder de compra, que estima o valor da moeda com base em uma determinada cesta de produtos, o Brasil já é a nona maior economia do mundo, de acordo com os últimos dados consolidados do Banco Mundial.

Brasil teve terceiro maior crescimento do mundo… ignorando-se dez países!




Rodrigo Constantino

Análises de um liberal sem medo da polêmica



Escrevi um comentário sobre o resultado medíocre de nossa economia em 2013, e logo começaram a surgir respostas iguais de alguns leitores, todos repetindo a mesma mentira: como pode ter sido ruim se foi o terceiro maior crescimento do mundo em 2013?

Espantado com a falácia, fui procurar a fonte, e a encontrei, em um blog do Estadão. A manchete está lá: Brasil tem o 3º maior crescimento econômico do mundo em 2013. Chamada bastante, como direi?, tendenciosa. E cerca de 10 mil pessoas (petistas?) já tinham curtido e recomendado o absurdo. Eis o quadro:
Fonte: IBGE, Estadão
Fonte: IBGE, Estadão

Como petista aceita a valor de face mentiras que ajudam o governo, não é mesmo? Quando fui ver os países da lista, qual não foi minha surpresa ao notar a ausência de simplesmente todos aqueles que cresceram mais que o Brasil?! Comparar com países europeus em meio a uma grave crise é barbada, não? Por que os demais emergentes não estão na lista? E os países da Aliança do Pacífico? Que critério estranho de escolha foi esse?

O autor responde: são dados de 13 economias que já apresentaram seus resultados, selecionadas pelo IBGE. Ou seja, somente aqueles países que já divulgaram os dados fechados para 2013 estão na lista. E os petistas saem por aí repetindo que fomos a terceira economia que mais cresceu? Sério?

Como sou chato (pela ótica petista), resolvi fazer um novo quadro, dessa vez com 10 países simplesmente ignorados no quadro anterior, pois ainda não entregaram os dados oficiais do ano todo. Usei, nesses casos, o crescimento de setembro de 2013 contra setembro de 2012, o que dá uma ideia bem fiel do crescimento do ano. Vejam:


Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg

O leitor notou alguma diferença entre ambos? Pergunto: o que levou tanta gente a celebrar o resultado encontrado no blog do Estadão a ponto de vir no meu blog me acusar de medíocre, em vez de reconhecer o desempenho medíocre de nossa economia? Pois é…


Rodrigo Constantino