quinta-feira, 31 de julho de 2014

Brasil lidera fusões e aquisições na América Latina


Dos 109 negócios anunciados no segundo trimestre, 56 foram no mercado brasileiro


Divulgação
Trem da ALL em porto
ALL: aquisição da empresa pela Rumo foi a maior do período na América Latina

São Paulo - O número de fusões e aquisições fechadas no segundo trimestre do ano na América Latina caiu 18% na comparação com o três primeiros meses do ano, segundo dados da Merrill DataSite. No período, 109 negócios foram anunciados, sendo 56 deles no mercado brasileiro.  

As transações anunciadas na América Latina movimentaram 40,1 bilhões de dólares - o valor é 75% maior quando comparado com o montante do primeiro trimestre, quando as 133 operações somaram 22,9 bilhões de dólares.

No mercado brasileiro, os 56 negócios totalizaram 16,5 bilhões de dólares.
O México foi o segundo mercado com maior número de transações, por lá 12 fusões e aquisições foram anunciadas por 6,5 bilhões de dólares.

De acordo com a Merrill DataSite, o setor de energia, mineração e serviços de utilidade pública foi o que registrou o maior número de operações, 20 no total. No setor financeiro, 11 negócios foram anunciados no período.

Cade x BC – decisão do STF é para o BC



Pode não ser de conhecimento público, mas o §2º do artigo 18 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro 1964, conhecida como Lei da Reforma Bancária, atribui ao Banco Central do Brasil (BCB) a competência para regular as condições de concorrência entre instituições financeiras. 


Cade x BC - STF


Todavia, o que estávamos lidando, no momento da publicação daquela Lei, era com o controle da concorrência exacerbada que vigia à época, o que provocava a falência de várias casas bancárias. Não se tratava, portanto, da visão moderna de controle das práticas concorrenciais abusivas, ou, como se denomina no jargão do Direito Econômico Concorrencial, da conduta dos agentes.

Ainda no âmbito das competências privativas do BCB, inscritas no art; 10, inciso X, alíneas “c” e “g” da Lei de Reforma Bancária, é este órgão quem concede autorização para transformação, fusão ou encampação e para alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o controle acionário de instituição financeira.

Em 25/08/2010, com os votos vencidos dos Ministros Castro Meira e Herman Benjamin, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu (no julgamento do REsp. 1.094.218 – DF) que “os atos de concentração, aquisição ou fusão de instituição relacionados ao Sistema Financeiro Nacional sempre foram de atribuição do BACEN” e que, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), “cabe fiscalizar as operações de concentração ou desconcentração, nos termos da Lei 8.884/94”.

Embora pareça haver contradição, pois, de certa maneira, uma operação de fusão de instituição financeira tem a característica de ato de concentração (ou desconcentração, se fosse uma cisão, por exemplo), a leitura atenta do voto da Ministra Relatora Eliana Calmon mostra que a Lei nº 8.884, de 1994, aplica-se a todos os demais setores da economia, exceto ao sistema financeiro. Assim, o Egrégio STJ determina que, se houver conflito de atribuições, a solução se dará pelo princípio da especialidade que, nesse caso, também seria dúbio, se a ementa do acórdão não tornasse explícito o entendimento de que “o Parecer GM-20, da Advocacia-Geral da União, adota solução hermenêutica e tem caráter vinculante para a administração”, indo além e afirmando o Tribunal que tal vinculação “se sobrepõe à Lei 8.884/94 (referindo-se ao art. 50 daquela Lei, que se encontra atualmente transcrito no art.9º, §2º da Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, a Nova Lei do Cade)”. Tradução: o especialista é o Banco Central, ainda que a expertise em concorrência seja do Cade.

Vinculado à decisão da Advocacia Geral da União, o CADE, portanto, aparentemente se vê excluído do controle da concorrência do setor bancário quando lê, no acórdão, que o “Sistema Financeiro Nacional não pode subordinar-se a dois organismos regulatórios”. 

Para colocar uma pá-de-cal no assunto, ao analisar Recurso Especial (RE 664189) decorrente do inconformismo das partes, o Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática do Ministro Dias Toffoli, proferida em 27 de junho, negou-lhe seguimento.

Ainda sujeito a recurso, não se pode afirmar que o jogo realmente terminou e a matéria foi pacificada, todavia, pelo andar da carruagem, o Banco Central do Brasil continua e continuará controlando, sozinho, a concorrência, sob todos os prismas, entre instituições do sistema financeiro nacional. 

Investimentos da Vale caíram 28,3% em um ano


Os investimentos somaram US$ 2,469 bilhões no segundo trimestre do ano

Fernanda Guimarães, do
Agência Vale/Divulgação/VEJA.com
Mina da Vale
Mina da Vale: ante os três primeiros meses do ano houve um recuo de 4,6%

São Paulo - Os investimentos da Vale, excluindo pesquisa e desenvolvimento e aquisições, somaram US$ 2,469 bilhões no segundo trimestre do ano, queda de 28,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Ante os três primeiros meses do ano houve um recuo de 4,6%. No primeiro semestre do ano os investimentos da companhia atingiram US$ 5,056 bilhões.

Em dezembro do ano passado a companhia havia divulgado uma programação de US$ 14,8 bilhões em investimentos, incluindo pesquisa e desenvolvimento, para 2014. 

Excluindo os US$ 900 milhões programados para P&D, o montante investido no primeiro semestre deste ano corresponde a 36,4% do orçamento.

Em relação ao segundo trimestre do ano, os investimentos de US$ 2,469 bilhões, foram de US$ 1,563 bilhão em execução de projetos e US$ 906 milhões em manutenção.


Serra Sul


A mineradora informou que o projeto Serra Sul, o S11D, alcançou um avanço físico de 32% ao final do segundo trimestre do ano e está, segundo a Vale, de acordo com o orçamento previsto.

"Durante o trimestre, a Vale iniciou a montagem das bases pré-moldadas do transportador de correias de longa distância, executou a primeira detonação na mina e concluiu a moagem e o peneiramento secundário para as fundações da planta", informou a companhia no documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro.

No mesmo documento, a companhia informou que o seu centro de distribuição na Malásia já recebeu quatro supermineraleiros Valemax. Segundo a empresa, o terminal de descarregamento está operando com sucesso.

Já o projeto de carvão em Moçambique atingiu ao fim de junho 66% de avanço físico, diante do início da montagem da estrutura de aço do britador primário e da conclusão de obras civis da pera ferroviária.
Sobre o Corredor Nacala a companhia informou que a previsão é de que o início da operação acontece até o fim deste ano.

Em relação ao segmento de metais básicos, a companhia informou que no trimestre passado foi concluída a expansão de Salobo II, que permitirá um aumento da capacidade de produção de 100 mil toneladas para 200 mil toneladas. 

"A conclusão do Salobo II no 2T14 finaliza uma fase de investimentos de sucesso nas nossas operações de cobre, com os projetos de Salobo entrando em operação dentro do prazo e abaixo do orçamento. O total de investimentos foi de US$ 3,727 bilhões, dentro de um orçamento de US$ 4,214 bilhões", informou a mineradora.


Custo


O custo dos produtos vendidos (CPV) da Vale no segundo trimestre deste ano somou US$ 6,081 bilhões, crescimento de 8,8% em relação ao primeiro trimestre do ano. Na comparação com o mesmo período do ano passado o CPV cresceu 2,8%.

A Vale explicou que se forem realizados ajustes por causa dos efeitos de maior volume e de variação cambial, o CPV caiu US$ 122 milhões em relação ao trimestre imediatamente anterior, devido à redução de custos com materiais.

Santander e Bonsucesso se unem para criar novo banco


Bonsucesso Consignado terá investimentos iniciais de R$ 600 milhões e deve começar suas operações em dezembro deste ano

Luísa Melo/Exame.com
Agência do Santander na sede do banco em São Paulo
Santander: banco realiza joint-venture para criar novo banco com o Bonsucesso

São Paulo - Os bancos Santander e Bonsucesso acabam de anunciar um acordo para a criação de uma nova instituição conjunta, o Bonsucesso Consignado.

Como o próprio nome já diz, o novo banco terá foco no crédito consignado, uma operação que o Santander vem priorizando já há algum tempo. Rumores sobre as negociações surgiram nesta semana.

O Bonsucesso Consignado terá um investimento inicial de 600 milhões de reais. O Santander será dono de 60% do novo negócio e o banco Bonsucesso dos restantes 40%.

A operação do novo banco será responsabilidade do Bonsucesso, que transferirá todas as suas carteiras, que somam 1,3 bilhão de reais, para a nova instituição. O banco é a quinta maior instituição financeira de capital privado nesse serviço.

"Com o nome e a liquidez fornecidos pelo Santander, esperamos aumentar esse número para valores mais importantes num ritmo muito rápido", afirmou Paulo Henrique Guimarães, presidente do Bonsucesso, em coletiva de imprensa.

O Santander continuará a oferecer o serviço de consignado também por conta própria, mas estuda transferir algumas carteiras para o novo parceiro.

O Bonsucesso Consignado também oferecerá o serviço de cartão de crédito consignado, que já existia em seu banco de origem mas é um produto novo entre os grandes bancos privados. Ao todo, são 200 mil clientes e 90 convênios, que resultam em movimentações de 500 milhões de reais em cartão.

O banco Bonsucesso continuará com suas operações de crédito para pequenas e médias empresas, na área internacional, com cartões de crédito pré-pagos e leasing.

Brasil vira país da cirurgia plástica; veja mais populares


Pela primeira vez, o Brasil ultrapassou os EUA como país que mais realiza cirurgias com fins estéticos no mundo. Lipoaspiração lidera ranking nacional


Getty Images
Decote feminino
Decote feminino: aumento de seios é a cirurgia plástica mais popular do mundo
 
São Paulo – “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. A frase do poeta Vinícius de Moraes nunca fez tanto sentido como no Brasil de agora.

Com um total de 1,49 milhão de cirurgias plásticas com fins estéticos em 2013, o Brasil passou pela primeira vez os Estados Unidos como o país que mais realiza esse tipo de procedimento.

Isso significa que 12.9% de todas as cirurgias realizadas no mundo ocorrem no Brasil. Mais do que uma em cada 10.

Os dados são do mais recente levantamento realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, que também aponta que mais de 23 milhões de intervenções (cirúrgicas e não cirúrgicas) foram realizadas no mundo durante o ano passado.

Embora o aumento de seios – cirurgia mais popular de todas - ainda represente grande parte da procura nas clínicas brasileiras, o país foge à regra global ao consolidar a lipoaspiração como preferência nacional (confira a tabela abaixo).


Cirurgias mais comuns no Brasil Total em 2013
 
Lipoaspiração 227.896
Aumento de seios 226.090
Lifting de mama 139.835
Cirurgia de abdômen 129.601
Cirurgia de pálpebra 116.849

Sozinhos, Brasil e Estados Unidos realizaram o equivalente a quase um terço de todas as 11,5 milhões de cirurgias plásticas, deixando o México em uma distante terceira colocação, com pouco mais de 487 mil casos.

Para ultrapassar a tradição do Tio Sam no ramo, no entanto, os cirurgiões brasileiros realizaram mais procedimentos, uma vez que o número estimado de profissionais é menor.

Segundo a pesquisa, 15,2% dos médicos estão nos EUA, contra 13,6% no Brasil. Os dados abaixo são de 2013.

Tipo de cirurgia Brasil EUA
 
Cirurgia de nariz 77.224 (1º lugar no mundo) 45.998 (3º lugar)
Cirurgia de abdômen 129.601 (1º lugar) 119.961 (2º lugar)
Aumento de seio 226.090 (2º lugar) 313.703 (1º lugar)
Lipoaspiração 227.896 (2º lugar) 235.814 (1º lugar)

Klabin espera 3º tri com maior capacidade de produção


Avaliação foi apoiada na perspectiva de alguma melhora na economia e de maior capacidade de produção da empresa, após resultados afetados por parada na produção

Priscila Jordão, da
Marcelo Min
Fábrica da Klabin
Klabin: reforma em Monte Alegre resultou em capacidade adicional de 50 mil toneladas por ano para a empresa

São Paulo - A Klabin espera um terceiro trimestre mais favorável que os três meses anteriores, em uma avaliação apoiada na perspectiva de alguma melhora na economia e de maior capacidade de produção da empresa, após parada para manutenção ter afetado seus resultados de abril a junho.

A manutenção programada para aumento de capacidade de papel cartão da máquina número 9 da Klabin em Monte Alegre (PR) levou mais tempo que o esperado e impactou o volume de vendas do produto no segundo trimestre, principalmente a parcela direcionada à exportação.

"Passou o segundo trimestre complicado e conseguimos nos virar bem em um cenário difícil. Obviamente torna-se mais fácil operarmos com as fábricas em ordem e capacidade elevada de cartões, o que nos dá mais ferramentas de trabalho", disse o diretor-geral da produtora de papel e embalagens, Fabio Schvartsman, em teleconferência para comentar os resultados divulgados na véspera.

Questionado por um analista se o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia poderá voltar a um crescimento de dois dígitos, Schvartsman preferiu não dar estimativas, uma vez que ainda considera a economia brasileira "muito volátil". Ele, porém, garantiu que haverá avanço no atual trimestre.

"Depende de quanto vamos vender no mercado interno e como enfrentaremos a situação... mas posso garantir que, em qualquer caso, teremos elevação do Ebitda (no terceiro trimestre)", acrescentou. Caso o mercado interno ande de lado, a expectativa é de elevação das exportações.

No segundo trimestre, o Ebitda ajustado da empresa veio praticamente em linha com o esperado pelo mercado, a 334 milhões de reais.

A reforma da máquina de cartões em Monte Alegre resultou em capacidade adicional de 50 mil toneladas por ano para a empresa. 

A Klabin ainda espera mais ampliações de capacidade com a nova máquina de papel reciclado de Goiana (PE), de 110 mil toneladas por ano, e os desgargalamentos das máquinas de Piracicaba (SP) e Angatuba (SP), que adicionarão 50 mil toneladas por ano de papel reciclado. Para o segmento de sacos industriais, Schvartsman disse que "o mercado de sacos está fraco e não vejo perspectivas a curto prazo de reversão".

Já com relação à construção da primeira fábrica de celulose da empresa, o executivo reiterou a previsão de entrada em operação do projeto no Paraná em março de 2016, acrescentando que, apesar dos investimentos, os limites de endividamento da Klabin devem ser cumpridos.

"Por enquanto, apesar de já termos desembolsado quase 1 bilhão de reais no Projeto Puma, nosso endividamento líquido (sobre Ebitda) continua em 1,7 vez. Os níveis de endividamento serão cumpridos ou ficaremos abaixo deles", disse o executivo.

As units da companhia exibiam queda de 0,36 por cento às 13h17, a 11,22 reais, enquanto o Ibovespa tinha recuo de 2,26 por cento.

Adidas assusta investidores e ações desabam na bolsa


Companhia alemã de artigos esportivos anunciou cortes nas metas para receita e lucro em 2014

Reprodução/Facebook
Bola de golfe da TaylorMade, da Adidas
Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo

São Paulo – As ações da companhia alemã de artigos esportivos Adidas despencavam 16% nesta quinta-feira, após o anúncio de cortes nas metas para receita e lucro em 2014.

A empresa descartou projetar números para 2015, alegando a forte queda nas vendas de seu negócio de golfe e a exposição ao fraco mercado russo.

A Adidas anunciou ainda que vai inspecionar a TaylorMade, maior fabricante de mochilas, roupas e sapatos de golfe do mundo, e cortar seus investimentos na Rússia, onde fatura cerca de 7% de suas vendas.

Os papéis da Adidas têm sido afetados pela perda de participação de mercado da empresa para a rival Nike e sua exposição à fraqueza das moedas de mercados emergentes. A desvalorização das ações no acumulado de 2014 já chega a 36%.

As vendas da Adidas somaram 3,47 bilhões de euros no segundo trimestre, um aumento de 10% em uma base cambial neutra. Já o lucro líquido ficou em 144 milhões de euros, ligeiramente acima da estimativa média entre analistas.

"As condições desfavoráveis não são uma desculpa. A Nike está roubando participação da Adidas em mercados importantes", disse à Reuters Ingo Speich, gestor de fundos da Union Investment, que frequentemente criticou a liderança da Adidas nos últimos meses, principalmente uma decisão de estender o contrato do presidente-executivo Herbert Hainer até 2017.