quinta-feira, 16 de outubro de 2014

7 fatos que você precisa saber sobre a irmã de Aécio


Divulgação/Facebook/Andrea Neves
A irmã do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves
Andrea Neves: ela assumiu a presidência do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais em 2003
Jéssica Michellin, do Brasil Post
 
 
São Paulo - A irmã do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves, virou tema de conversas após ser citada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no debate da Band, na última terça-feira (14).

A campanha petista usa o nome dela para desconstruir a imagem do tucano ao acusá-lo de nepotismo — a prática de empregar parentes no serviço público.

Afinal, quem é Andrea Neves e qual a relação dela com a disputa presidencial deste ano?

1 - É cabeça da campanha presidencial de Aécio
Formada em jornalismo, Andrea é a irmã mais velha de Aécio e um dos cabeças da campanha do presidenciável desde o final de 2013. Ela nasceu em 1959, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

2 - Construiu a reputação do irmão
A jornalista está na lista das 60 pessoas mais poderosas por país. De acordo com reportagem publicada no IG, “ela teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado”.

3 - Teve cargos voluntários em Minas
Ela assumiu a presidência do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais (Servas) em 2003, no mesmo ano em que Aécio iniciou seu governo no estado. O cargo é voluntário e não tem remuneração. Também integrou um grupo técnico de comunicação, que prestava consultoria para a assessoria de comunicação do governo de Minas Gerais.

4 - Foi denunciada por censura à imprensa mineira
No documentário “Censurados no Brasil”, Andréa é denunciada por jornalistas mineiros como uma das principais aliadas de Aécio na tentativa de censurar os veículos locais de comunicação.

5 - Fundou o PT no Rio de Janeiro
De acordo com reportagem publicada pela TPM, Andréa foi militante de esquerda nos anos 80, sendo uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro. Seu avô, Tancredo Neves, um dos fundadores do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido que fez oposição ao regime militar, fundou o PP (Partido Popular) em 1978 e em 1983 mudou-se para o PMDB, pelo qual foi eleito governador de Minas naquele ano.

6 - Editou livros
Admirada por muitos políticos, ela ainda dedica parte de sua carreira à literatura e à edição de livros. Editou, por exemplo, o livro Tancredo Neves: Um Homem para o Brasil, sobre a vida do avô.

7 - É blogueira e poetisa
Andréa também tem um blog, onde publica poemas e pensamentos.

Miguel Krigsner dá a receita de sucesso de O Boticário



Batons na fábrica do Grupo Boticário
Miguel Krigsner, da Endeavor
 
Toda vez que sou questionado sobre como é possível empreender e desenvolver um negócio tendo como premissa a sustentabilidade nas relações humanas, eu respondo: por que não?

Aos 11 anos eu ajudava meu pai em um pequeno comércio de roupas no Centro de Curitiba, no Paraná. Foi lá que aprendi a importância das relações, vendo como meu pai lidava com os clientes, fornecedores e com a comunidade.

Em 1977, decidi unir minha crença no Brasil a um desejo empreendedor. Assim nasceu O Boticário, uma farmácia de manipulação que depois incorporou os cosméticos e a perfumaria. Mais uma vez me deparei com a importância nas relações humanas e, desde o início, procurei oferecer esse diferencial no atendimento e nos serviços. Deu certo. Rapidamente, O Boticário se espalhava pelo sistema de franquias e ganhava o respeito das pessoas em todo o Brasil.

Enfrentamos diferentes momentos do país sem perder a esperança, investindo cada vez mais e agregando pessoas. Crescemos em ritmo muito acelerado. Em 1990, O Boticário já tinha mais de mil lojas espalhadas pelo Brasil. Nós precisávamos olhar o desenvolvimento das nossas atividades e também das pessoas.

Hoje somos o Grupo Boticário, uma empresa 100% brasileira que acredita e confia no desenvolvimento do Brasil. Administramos quatro unidades de negócio: O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box. Somos 7 mil colaboradores diretos e 25 mil indiretos, ligados a 900 franqueados. Estamos em 1.750 municípios brasileiros e contamos com mais de 3.800 lojas no Brasil, além de levar nossos produtos para outros oito países.

A expansão desse modelo de negócio nos levou à Bahia. Depositamos neste estado, mais uma vez, a confiança de que as nossas relações serão sustentáveis, agora com o belo sotaque baiano. Inauguramos, recentemente, nossa segunda fábrica e o nosso segundo centro de distribuição, em Camaçari e em São Gonçalo dos Campos, respectivamente.

Não investimos apenas recursos financeiros e geração de empregos e renda. Na Bahia, assim como aconteceu no Paraná há três décadas, começamos, juntos, o mesmo sonho: a construção de um País mais belo e mais sustentável. Um País formado por pessoas que o amam e acreditam no seu desenvolvimento.

O foco nas pessoas e no ambiente onde estamos inseridos é uma tônica na história e na trajetória do Grupo Boticário. Antes mesmo de começar a produzir na Bahia, nos aproximamos dos moradores destas cidades e, juntos, revitalizamos espaços públicos. Implantamos programas de capacitação profissional e mudamos a vida de mais de 400 pessoas dos dois municípios onde estamos sediados.

Cuidamos da conservação do meio ambiente por meio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, criada em 1990 e que já apoiou mais de 1.400 projetos.

Essa é a beleza que sustenta nossas relações. Colocamos em prática valores que duram para sempre, como comprometimento com os resultados, valorização das pessoas e paixão pela evolução e desafios, com o objetivo de construir um País cada vez melhor. Para nós do Grupo Boticário, beleza não é o que a gente sonha, imagina ou quer. Beleza é o que a gente faz.

Miguel Krigsner é fundador de O Boticário, presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Quem é a japonesa que ameaça o reinado da Embraer



Divulgação/Mitsubishi Aircraft
Modelo de jato Mitsubishi Regional Jet
Mitsubishi Regional Jet: primeira entrega do modelo deve acontecer em 2017


São Paulo - Pela primeira vez, em 50 anos, o mundo vai conhecer um avião produzido no Japão. A Mitsubishi Aircraft, subsidiária da Mitsubishi Heavy Industries, deve apresentar no próximo fim de semana seu primeiro jato ao mercado, batizado de Mitsubishi Regional Jet.

O primeiro voo da aeronave deve demorar mais um pouco e está previsto para acontecer no segundo semestre de 2015. Já as primeiras entregas só devem ocorrer em 2017. O modelo já conta com encomenda de 375 unidades.

Segundo Teruaki Kawai, presidente da Mitsubishi Aircraft, embora com uma carteira modesta de pedidos, a ideia nas próximas duas décadas é conquistar 50% do mercado de jatos regionais usados para voos de curta distância. Hoje esse mercado no mundo é liderado pela Embraer.

"Queremos entregar mais de 5.000 jatos nos próximos 20 anos ao mercado", afirmou o executivo em entrevista à imprensa internacional nesta semana.

Para tirar do papel o Mitsubishi Regional Jet, a companhia japonesa investiu cerca de 1,8 bilhão de dólares no projeto.

Para Kawai, o Japão é destaque em diferentes indústrias, como a de automóveis, e pode se tornar a partir de agora referência na fabricação de aeronaves também. 

Novo serviço agrada empresas nos EUA: o departamento jurídico por um dia



Nem todas as empresas têm cacife para manter seu próprio departamento jurídico. Portanto, há um mercado corporativo ainda mal servido pela advocacia, uma lacuna no mercado jurídico implorando para ser preenchida. Com essas constatações óbvias em mente, a advogada Jan Glassman e seu marido, o advogado Joel Sowalsky, deixaram seus empregos em departamentos jurídicos de grandes empresas e fundaram a Daily General Counsel, na área de Boston, nos Estados Unidos. A banca oferece a empresas de pequeno e médio porte ou às startups serviços de departamento jurídico por um dia.

Há uma grande diferença entre o que um empresário pode fazer para resolver problemas jurídicos, conforme eles surgem, e o que um departamento jurídico pode fazer pelo empresário — e por sua empresa — antes que os problemas surjam. Ou mesmo quando já existe algum problema, mas o empresário mal se dá conta de sua gravidade. “Normalmente, eles não sabem o que eles não sabem”, disse a advogada Jan Glassman à ConJur, por telefone.

A advocacia preventiva está na essência do serviço de departamento jurídico por um dia. Há problemas com contratos e, principalmente, com a falta de contratos. Há problemas trabalhistas e problemas com consumidores que podem ser evitados. Há erros tributários que podem ser corrigidos. E propriedade intelectual que precisa ser devidamente protegida. Há acordos comerciais, licenciamentos e contratos de aluguel ou arrendamento que precisam ser supervisionados por um advogado. Muitas vezes, o empresário sequer conhece seus direitos, ela afirmou.

O serviço de departamento jurídico por um dia coloca um advogado na empresa por um expediente de oito horas. Normalmente, a banca faz um diagnóstico dos problemas jurídicos relevantes, apresentados pelo empresário. Mas há um campo para a prestação, no futuro, de serviços de auditoria jurídica, uma espécie de check-up jurídico da empresa, a exemplo de um check-up médico completo. Nesse caso, o advogado irá examinar os problemas evidentes e não evidentes da empresa, descobrir indícios de problemas potenciais e faz um diagnóstico jurídico. Nos dias seguintes, apresenta um relatório da situação jurídica da empresa.

A banca não faz contencioso. Mas faz algo melhor do que isso, na opinião da advogada. Além da prevenção, para evitar a criação de disputas judiciais que acabam nos tribunais, a banca faz uma avaliação do problema, se ele já está em andamento, e aconselha a empresa sobre o que deve fazer — isto é, se deve ir em frente com o contencioso ou se deve negociar um acordo com a outra parte. “Na maioria das vezes, a negociação de um acordo é o melhor caminho, porque o contencioso nos EUA sai muito caro”, ela disse.
Se o contencioso for recomendável ou inevitável, a banca recomenda à empresa dois ou três advogados, especializados na área jurídica relacionada ao problema. E acompanha seu desenvolvimento. A banca também faz serviços de arbitragem.

Se outro advogado já recomendou o contencioso à empresa, a banca oferece ao empresário uma “segunda opinião”. O costume de se pedir uma “segunda opinião” não escandaliza ninguém nos EUA. Está impregnado na cultura do país e é principalmente comum na área médica. Sempre que um médico informa o paciente que uma cirurgia é necessária, por exemplo, o paciente procura outro médico para uma “segunda opinião”. Em todos os casos, isso dá maior segurança à pessoa e também ao profissional que vai se encarregar do procedimento.

Os honorários da banca pelo serviço de departamento jurídico por um dia são de US$ 1,5 mil — um custo muito acessível na opinião da advogada, com o que muitas empresas concordam prontamente. Um custo “salgado” para algumas empresas de pequeno porte. “À primeira vista, apenas. Elas logo descobrem que o serviço vale a pena, por esse custo”, ela disse.

Há duas razões para isso. As bancas americanas cobram, via de regra, por horas trabalhadas. O custo da hora do advogado, nos EUA, varia de US$ 300 a US$ 1,2 mil. É claro que os honorários de advogados de grandes bancas são mais altos. Basta multiplicar qualquer desses valores por oito horas de trabalho para se constatar que os honorários da Daily General Counsel são realmente acessíveis.

A outra razão se sustenta em elementos tangíveis e intangíveis. Os custos de disputas judiciais, que podem ser evitados com advocacia preventiva, têm um valor muito grande, como todos sabem. Os custos em tempo dos empresários, que precisam se dedicar a seus negócios e não a problemas judiciais, também são altos. Há outros custos, que são mais difíceis de medir.

Antes da data marcada para o serviço de departamento jurídico por um dia, o empresário precisa preencher um formulário, em que antecipa os problemas jurídicos que (ele pensa que) tem. E todas as informações necessárias para o advogado destacado para atender o cliente tenha uma ideia antecipada dos tipos de problemas jurídicos que a empresa poderá ter e ir preparado para seu dia de trabalho na empresa.


Modelo replicável



A advogada Jan Glassman disse à ConJur não ter ideia se esse modelo de banca pode funcionar no Brasil — se é que pode inspirar algum advogado brasileiro — por motivos óbvios: ela não conhece a legislação brasileira e não sabe como as coisas funcionam no Brasil. Mas garante que o modelo está funcionando muito bem para ela e seu sócio/marido.

Em todo o caso, ela tem uma sugestão: é importante que a equipe tenha pelo menos um advogado que tenha trabalhado por alguns anos em departamento jurídico de uma ou mais empresas. “A experiência do assessor jurídico de empresa é fundamental. Ele sabe como atacar e resolver os problemas jurídicos de uma empresa em um dia”, ela disse.

“Você precisa pensar, atuar e respirar como um homem de negócios. No meu caso, eu conheço tão bem as empresas em que trabalhei que poderia ser uma empresária, se não fosse advogada”, afirmou.

Submetido a metas em empresas, advogado já é cobrado como executivo





A necessidade de os profissionais do Direito buscarem cada vez mais conhecimento sobre o negócio que defendem transformou advogados em verdadeiros executivos jurídicos. Hoje, o advogado precisa conhecer sobre finanças, contabilidade e gestão de pessoas. E mais: tem metas de resultado pelas quais é cobrado tanto quanto os gestores.

O debate foi travado na maior feira jurídica da América Latina, a Fenalaw 2014, que acontece em São Paulo.

“O advogado de escritório que presta serviço para um departamento jurídico de empresa precisa entender como essa estrutura funciona”, afirmou Thiago Tagliaferro Lopes, superintendente jurídico da Rodobens. Ele participou do painel “Novas Configurações do Departamento Jurídico” ao lado do diretor-jurídico na Netshoes, Flávio Franco (foto ao lado), e o diretor tributário da Telefónica/Vivo, Vasco Gruber Franco (foto abaixo).


A avaliação é a mesma de Ricardo Zangirolami , vice-presidente da Hewlett-Packard para América Latina e Canadá. Ele afirma que os departamentos jurídicos estão cada vez mais integrados ao negócio e fazem parte dos processos de decisão. “Isso vai demandar cada vez mais do profissional um perfil de advogado e executivo”, disse no primeiro dia do evento, nesta quarta-feira (15/10).

Além disso, o papel do advogado na empresa deixou de ser apenas um apoio para se tornar suporte efetivo de todas as áreas. Lopes aponta para a necessidade de criação de um comitê de contingência que permita a discussão sobre todas as demandas e passivos financeiros que a empresa seria obrigada a pagar decorrente de ações judiciais ou processos administrativos.

Mesmo com as novas funções que assumiu no negócio, o profissional continua tendo de se preocupar com os riscos jurídicos existentes. “É preciso alinhar com o departamento financeiro quais são os próximos casos que vão gerar algum tipo de impacto em resultado ou em caixa. Essa antecipação do problema evita surpresas”, diz Lopes.

Além do papel de “especialista em negócios”, o vice-presidente jurídico da Mastercard, Paulo Pinotti (foto), aponta outros desafios para quem trabalha com departamento jurídico. O primeiro deles é o equilíbrio entre a questão orçamentária e a demanda. “O que temos na parte de contencioso não existe com essa magnitude em outro país. A gente tem de fazer cada vez mais com menos”, disse. O segundo diz respeito à melhor maneira de um profissional com formação jurídica gerenciar pessoas e as diferentes expectativas dos membros da equipe.



Avaliação


Outro ponto no processo de modernização da atividade jurídica é a criação de indicadores e métricas de desempenho. Segundo Lopes, os resultados do advogado passaram a ser acompanhados mais de perto.

“Hoje, o advogado tem meta, assim como o departamento comercial tem meta de vendas, o financeiro tem meta de despesas. Os executivos jurídicos estão cada vez mais envoltos nesse mundo de negócio”, afirmou.
Os métodos de avaliação, entretanto, não são consenso entre os profissionais. Para Zangirolami, o desafio em uma equipe é equilibrar pessoas que tenham alto desempenho com quem tem grande potencial de desenvolvimento.

Já Pinotti acha muito difícil estabelecer métricas objetivas para se avaliar o trabalho de um advogado, que tem uma natureza de trabalho diferente dos outros profissionais. Para ele outros fatores como “avaliação do cliente e capacidade de entrega para o trabalho” também devem pesar.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Fábricas de motos cortam mil vagas em 2014, diz Abraciclo


Quadro de funcionários das associadas à Abraciclo caiu de 19 mil para 18 mil durante os nove primeiros meses de 2014

Gustavo Porto, do
Paulo Fridman/Bloomberg
Operários trabalham na produção de motos na linha de montagem da fábrica da Honda, em Manaus
Operários trabalham na linha de montagem de motos: baixa nas vendas levaram a cerca de mil demissões em 2014

Ribeirão Preto - A queda superior a 10% nas vendas de motocicletas em 2014 sobre 2013 levou montadoras do setor a um processo de "demissões silenciosas", segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.

"São demissões que ocorreram ao longo do ano, com não-reposição de funcionários que deixaram as fábricas no polo de Manaus (AM)", explicou. 

Segundo ele, o quadro de funcionários das associadas à Abraciclo caiu de 19 mil para 18 mil durante os nove primeiros meses de 2014.

Sem a recuperação esperada para o setor após a Copa do Mundo e a manutenção das vendas diárias abaixo do limite de 6 mil unidades, fábricas de motocicletas iniciaram ainda um processo de paradas de produção em determinados dias da semana, já que as férias coletivas das montadoras foram dadas em junho. "Foi preciso reduzir ritmo diário e fazer esse ajuste fora de tempo", afirmou Fermanian.

Nesta terça-feira, 7, a Abraciclo revisou para baixo, pela segunda vez, as estimativas de produção e vendas de motocicletas em 2014 ante 2013. 

A entidade prevê uma produção de 1,55 milhão de unidades no fechamento do ano - ante uma estimativa anterior de 1,625 milhão de motocicletas, feita em junho -, queda de 7,4% ante a produção de 1,67 milhão de veículos em 2013. 

As vendas no varejo devem atingir 1,44 milhão de motocicletas, uma baixa de 5% ante o 1,5 milhão de unidades comercializadas em 2013.

Segundo Fermanian, além do crédito ainda restrito ao financiamento de motocicletas de baixa cilindrada, o cenário conta com as condições macroeconômicas negativas e a desconfiança do consumidor.

"Essa desconfiança inibe até mesmo os que conseguem crédito, mas não o tomam por conta de um temor em relação ao futuro", disse.

Para o último trimestre do ano a expectativa é de ligeira melhora nas vendas, com a retomada do nível de vendas diárias em 6 mil unidades em outubro e novembro e um aquecimento ainda mais forte, mesmo que historicamente normal, em dezembro.


Desempenho positivo


Na contramão do cenário negativo, as vendas de motos de alta cilindrada seguem em crescimento este ano e o segmento deve encerrar 2014 com 60 mil unidades vendidas, ante 50 mil em 2013, um aumento de 20%. 

Já as vendas de scooters, motos com uso praticamente restrito aos centros urbanos, devem avançar mais de 30% entre os períodos, de 30 mil para 40 mil unidades.

Zeinal Bava pede demissão de presidência da Oi


Executivo renunciou ao cargo de presidente da companhia

Luciana Bruno, da
Divulgação/Department of Image and Communication of Portugal Telecom
O atual CEO da Oi e da PT Portugal, Zeinal Bava
Zeinal Bava: renunciou ao cargo de presidente da Oi

Rio de Janeiro - O presidente-executivo da Oi, Zeinal Bava, renunciou ao cargo nesta terça-feira, informou a companhia, ampliando as especulações no mercado sobre o futuro da fusão da operadora de telecomunicações brasileira com a Portugal Telecom.

As funções de Bava serão assumidas temporariamente pelo atual diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Bayard Gontijo, informou a companhia. Ele ficará no cargo até que o Conselho de Administração indique outro executivo para o posto.

Eleito diversas vezes o melhor CEO do setor de telecomunicações na Europa após presidir a Portugal Telecom, Bava assumiu a Oi em junho de 2013 com objetivo de liderar a fusão com a empresa portuguesa, negócio apontado como necessário para melhorar a posição financeira da operadora brasileira e dar mais fôlego frente à concorrência no mercado brasileiro.

No entanto, o calote de uma dívida de quase 1 bilhão de euros da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que é o principal sócio da Portugal Telecom, ameaçou a união luso-brasileira em julho.

Na ocasião, os controladores da Oi, que faziam parte do Conselho da Portugal Telecom, pediram para sair do órgão, alegando que não tinham sido informados da dívida pelos sócios portugueses antes de a informação ter sido divulgada pela imprensa.

Para garantir a fusão, a Portugal Telecom teve que reduzir sua fatia na CorpCo, empresa a ser criada após a conclusão do processo de união.

Para analistas, desde então as relações entre os controladores das duas empresas se complicaram.
"Bava era uma força muito grande nessa fusão", disse Ari Lopes, analista para América Latina da consultoria de telecomunicações Ovum. "O ponto agora é saber quem vai entrar no lugar, se é algum executivo da Portugal Telecom. (Caso contrário), pode ser uma pista de que essa fusão está desandando", disse.

"A saída de Bava também é ruim por ser o terceiro presidente a sair em cerca de quatro anos. Essa mudança constante atrapalha a gestão da empresa, falta à Oi estabilidade para resolver seus problemas", acrescentou Lopes.


Altice


Na segunda-feira, em mais um sinal de marcha ré no processo de fusão entre Oi e Portugal Telecom, uma fonte disse à Reuters que a francesa Altice, do bilionário Patrick Drahi, pretende adquirir os ativos portugueses da Oi.
Mais cedo nesta terça-feira, a Oi, que tinha uma dívida de 46 bilhões de reais ao fim do primeiro semestre, afirmou que poderá vender ativos não estratégicos e participações em empresas controladas, mas que "até a presente data" não havia decisão sobre possível venda de ativos em Portugal.
Para analistas, uma venda dos ativos portugueses, que são os ativos da Portugal Telecom, significaria o cancelamento da fusão entre as duas companhias. Paralelamente, há conversas relacionadas a eventual fusão entre TIM Participações e Oi no Brasil.
Na sexta-feira, uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que a TIM contratou o banco de investimento do Bradesco para analisar uma oferta para compra da Oi.
As conversas ocorrem depois de a Oi ter contratado o BTG Pactual em setembro para analisar uma possível oferta conjunta com a América Móvil pela TIM .
Texto atualizado às 22h19min do mesmo dia para adicionar mais informações.