Executivo renunciou ao cargo de presidente da companhia
Rio de Janeiro - O presidente-executivo da Oi,
Zeinal Bava, renunciou ao cargo nesta terça-feira, informou a
companhia, ampliando as especulações no mercado sobre o futuro da fusão
da operadora de telecomunicações brasileira com a Portugal Telecom.
As funções de Bava serão assumidas temporariamente pelo atual diretor
de Finanças e de Relações com Investidores, Bayard Gontijo, informou a
companhia. Ele ficará no cargo até que o Conselho de Administração
indique outro executivo para o posto.
Eleito diversas vezes o melhor CEO do setor de telecomunicações na
Europa após presidir a Portugal Telecom, Bava assumiu a Oi em junho de
2013 com objetivo de liderar a fusão com a empresa portuguesa, negócio
apontado como necessário para melhorar a posição financeira da operadora
brasileira e dar mais fôlego frente à concorrência no mercado
brasileiro.
No entanto, o calote de uma dívida de quase 1 bilhão de euros da
Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que é o principal sócio da
Portugal Telecom, ameaçou a união luso-brasileira em julho.
Na ocasião, os controladores da Oi, que faziam parte do Conselho da
Portugal Telecom, pediram para sair do órgão, alegando que não tinham
sido informados da dívida pelos sócios portugueses antes de a informação
ter sido divulgada pela imprensa.
Para garantir a fusão, a Portugal Telecom teve que reduzir sua fatia na
CorpCo, empresa a ser criada após a conclusão do processo de união.
Para analistas, desde então as relações entre os controladores das duas empresas se complicaram.
"Bava era uma força muito grande nessa fusão", disse Ari Lopes,
analista para América Latina da consultoria de telecomunicações Ovum. "O
ponto agora é saber quem vai entrar no lugar, se é algum executivo da
Portugal Telecom. (Caso contrário), pode ser uma pista de que essa fusão
está desandando", disse.
"A saída de Bava também é ruim por ser o terceiro presidente a sair em
cerca de quatro anos. Essa mudança constante atrapalha a gestão da
empresa, falta à Oi estabilidade para resolver seus problemas",
acrescentou Lopes.
Altice
Na segunda-feira, em mais um sinal de marcha ré no processo de fusão
entre Oi e Portugal Telecom, uma fonte disse à Reuters que a francesa
Altice, do bilionário Patrick Drahi, pretende adquirir os ativos
portugueses da Oi.
Mais cedo nesta terça-feira, a Oi, que tinha uma dívida de 46 bilhões
de reais ao fim do primeiro semestre, afirmou que poderá vender ativos
não estratégicos e participações em empresas controladas, mas que "até a
presente data" não havia decisão sobre possível venda de ativos em
Portugal.
Para analistas, uma venda dos ativos portugueses, que são os ativos da
Portugal Telecom, significaria o cancelamento da fusão entre as duas
companhias. Paralelamente, há conversas relacionadas a eventual fusão
entre TIM Participações e Oi no Brasil.
Na sexta-feira, uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters
que a TIM contratou o banco de investimento do Bradesco para analisar
uma oferta para compra da Oi.
As conversas ocorrem depois de a Oi ter contratado o BTG Pactual em
setembro para analisar uma possível oferta conjunta com a América Móvil
pela TIM .
Texto atualizado às 22h19min do mesmo dia para adicionar mais informações.
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