André trabalha há três anos no Rio, como diretor de marketing de uma
multinacional. Antes disso, passou por Nova York e Madrid. Apesar da
experiência, o português enfrentou dificuldades como qualquer
estrangeiro.
“A procura de um apartamento pra alugar, onde procurar, conhecer bem a
cidade. Depois de encontrar o apartamento, arrumar a luz, a água, o
gás”, conta André Albarran, diretor de marketing.
Segundo o Ministério da Justiça, 1,7 milhão de estrangeiros vivem no
Brasil, e o Itamaraty estima que mais de 2,8 milhões de brasileiros
morem no exterior. No mundo, há 200 milhões de pessoas vivendo e
trabalhando fora dos seus países de origem.
Se as barreiras geográficas não são mais um problema, as diferenças
culturais são mais difíceis de transpor. A adaptação da família no país
para onde o expatriado é transferido é tão importante quanto o
desempenho profissional do funcionário. Por isso, as empresas investem
cada vez mais no bem-estar do empregado, principalmente se ele for
casado e tiver filhos.
Foi o que revelou um levantamento feito por uma empresa de
treinamento com 170 multinacionais. Entre os benefícios hoje concedidos
aos expatriados estão moradia, escola para os filhos e passagens aéreas.
“A gente faz eles refletirem sobre situações que eles não tinham
pensado, a gente ajuda eles a refletirem sobre desafios que eles não
estavam querendo lidar. Então esse tipo de apoio prepara eles quando
vem, de fato, a dificuldade”, explica Andrea Fuks, diretora da Global
Line.
A gigante da indústria de cosméticos onde o Fábio trabalha como
diretor de recursos humanos emprega hoje 18 estrangeiros no Brasil, e
investe no desenvolvimento profissional de 20 brasileiros no exterior.
“É uma ferramenta que nós utilizamos com certeza para desenvolver
talentos. Ela é importante e faz parte da nossa maneira de formar
liderança”, diz Fábio Rosé, diretor de RH.
Paul chegou ao Rio há cinco meses para trabalhar em uma grande
multinacional. O pesquisador francês já morou nos Estados Unidos e,
apesar das dificuldades, conta que já se acostumou à vida de cigano.
Ele diz: “essa noção de ser um expatriado depois de um certo tempo se
apaga. Vivemos no mundo e aprendemos a viajar com a família”.
Renata Capucci
(G1 – 17/10/2014)
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