sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Empresas multinacionais investem cada vez mais no bem-estar de executivos que trabalham em outros países.




André trabalha há três anos no Rio, como diretor de marketing de uma multinacional. Antes disso, passou por Nova York e Madrid. Apesar da experiência, o português enfrentou dificuldades como qualquer estrangeiro.

“A procura de um apartamento pra alugar, onde procurar, conhecer bem a cidade. Depois de encontrar o apartamento, arrumar a luz, a água, o gás”, conta André Albarran, diretor de marketing.

Segundo o Ministério da Justiça, 1,7 milhão de estrangeiros vivem no Brasil, e o Itamaraty estima que mais de 2,8 milhões de brasileiros morem no exterior. No mundo, há 200 milhões de pessoas vivendo e trabalhando fora dos seus países de origem.

Se as barreiras geográficas não são mais um problema, as diferenças culturais são mais difíceis de transpor. A adaptação da família no país para onde o expatriado é transferido é tão importante quanto o desempenho profissional do funcionário. Por isso, as empresas investem cada vez mais no bem-estar do empregado, principalmente se ele for casado e tiver filhos.

Foi o que revelou um levantamento feito por uma empresa de treinamento com 170 multinacionais. Entre os benefícios hoje concedidos aos expatriados estão moradia, escola para os filhos e passagens aéreas.

“A gente faz eles refletirem sobre situações que eles não tinham pensado, a gente ajuda eles a refletirem sobre desafios que eles não estavam querendo lidar. Então esse tipo de apoio prepara eles quando vem, de fato, a dificuldade”, explica Andrea Fuks, diretora da Global Line.

A gigante da indústria de cosméticos onde o Fábio trabalha como diretor de recursos humanos emprega hoje 18 estrangeiros no Brasil, e investe no desenvolvimento profissional de 20 brasileiros no exterior.

“É uma ferramenta que nós utilizamos com certeza para desenvolver talentos. Ela é importante e faz parte da nossa maneira de formar liderança”, diz Fábio Rosé, diretor de RH.

Paul chegou ao Rio há cinco meses para trabalhar em uma grande multinacional. O pesquisador francês já morou nos Estados Unidos e, apesar das dificuldades, conta que já se acostumou à vida de cigano.

Ele diz: “essa noção de ser um expatriado depois de um certo tempo se apaga. Vivemos no mundo e aprendemos a viajar com a família”.

Renata Capucci
(G1 – 17/10/2014)

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