A agência de classificação de risco destacou ainda que há pouca clareza sobre as políticas dos dois candidatos, mas que daqui para a frente isso deve mudar
Rio de Janeiro/São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's elevou a pressão nesta quarta-feira sobre quem quer que vença as eleições
presidenciais no Brasil para que mude o curso da política econômica,
alertando que "mais do mesmo" terá impacto negativo sobre o rating de
crédito do país.
"O principal desafio do próximo governo será suavizar as preocupações
dos investidores ao garantir que o 'status quo' não será mantido",
informou a Moody's em nota encabeçada pelo analista de crédito soberano
da Moody's Mauro Leos.
Depois de um primeiro turno marcado por reviravoltas, a presidente
Dilma Rousseff (PT) enfrentará Aécio Neves (PSDB) nas urnas no próximo
dia 26, uma disputa que promete ser bastante acirrada.
"A posição de crédito do país vai depender não de quem será eleito
presidente, mas do sucesso da políticas do próximo governo em reverter a
deterioração que tem sido observada nas métricas econômicas, fiscal e
de dívida", completou a agência.
Na nota, a Moody's destacou ainda que há pouca clareza sobre as
políticas dos dois candidatos, mas que daqui para a frente isso deve
mudar.
Para a agência, Dilma deve enfatizar crescimento e programas sociais,
enquanto Aécio tende a focar mais em estabilidade macroeconômica e
necessidade de reformas.
A próxima administração, para a Moody's, terá que atuar em um ambiente
de limitada flexibilidade fiscal, uma vez que em sua opinião o espaço de
manobra financeira que permitiu conter o impacto do crescimento
econômico fraco sobre as contas fiscais está basicamente esgotado.
A agência de classificação de risco revisou no mês passado sua
perspectiva para a classificação Baa2 do Brasil para negativa, ante
estável, dizendo que a classificação pode ser rebaixada caso veja
indícios de que o próximo governo não vai apertar a política fiscal e se
o crescimento econômico permanecer entre 1 e 2 por cento.
O Brasil entrou em recessão no primeiro semestre, com forte retração nos investimentos e na indústria.
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