terça-feira, 4 de agosto de 2015

Funcionários se demitem após aumento de salários


Reprodução/Facebook
 
 
Dan Price, CEO da Gravity Payments
Dan Price, CEO da Gravity Payments
 
 
 
 
São Paulo – O CEO da Gravity Payments, Dan Price, fez um anúncio que correu o mundo: para aumentar os ganhos de seus funcionários, reduziria seu próprio salário, que era de 1 milhão de dólares anuais, para 70 mil dólares.

Todos os 120 funcionários da startup de serviços de pagamentos também receberiam um salário mínimo de 70 mil dólares ao ano (aproximadamente 241 mil reais, ou 20 mil reais por mês, considerando o preço do dólar de hoje).

O aumento seria feito de forma progressiva nos próximos três anos e, para fazê-lo, Price também usaria 2 milhões de dólares lucrados pela empresa em 2014.
Desde o anúncio da medida, em abril deste ano, Price foi capa de revista, participou de programas de TV, foi visto como um “líder visionário” e sua atitude foi até estudada por professores de Harvard.

Mas, de acordo com uma reportagem do The New York Times, muita coisa mudou na empresa desde então.

A repercussão do caso fez a equipe da startup ficar sobrecarregada com a avalanche de e-mails, ligações e posts no Facebook. Com tantos olhos na empresa, alguns deles esperando pelo fracasso, a pressão foi intensa, segundo o jornal. 

O que resultou na perda de clientes, que também romperam os contratos por acreditar que a decisão traria custos no longo prazo.

Outros clientes, ainda de acordo com o New York Times, ficaram com medo da medida e deixaram a empresa, uma vez que o aumento foi visto como uma “declaração política” e “socialista”, em meio a um debate nos Estados Unidos sobre a desigualdade de salários entre diretores e funcionários. 

Outro problema para o CEO é que Lucas Price, cofundador da empresa e seu irmão, entrou com uma ação contra a Gravity, alegando diferenças de longa data com Dan Price.
 

Demissões


Não bastasse isso, o aumento salarial teve outra consequência séria para a Gravity Payments: dois importantes funcionários do negócio, valorizados pelo CEO, pediram demissão por acreditar que a medida era injusta.

A gerente financeira Maisey McMaster disse à reportagem do New York Times que até se entusiasmou pelo aumento no começo, mas que pensou melhor depois e passou a "remoer" a medida. Para ela, o aumento nivelou todos os profissionais -- inclusive os menos preparados. 

Ela pediu demissão, após conversar com o chefe, que teria dito a ela que era uma “egoísta”.

O outro funcionário que saiu foi Grant Moran, desenvolvedor web. Ele não gostou da exposição do novo salário.

Starbucks está perto de ser mais valioso que McDonald's


SeongJoon Cho/Bloomberg
Copos do Starbucks em uma loja da rede na Coreia do Sul
As ações da companhia já subiram 49% nos últimos 12 meses
São Paulo - Um delicioso Frappucino está prestes a valer mais que um Big Mac. De acordo com uma publicação do Wall Street Journal, o valor de mercado do Starbucks, que atualmente é de 85 bilhões de dólares, deve bater em breve os 95 bilhões de dólares do McDonald's.

Se isso acontecer, a rede de cafés se tornará o restaurante mais valioso do mundo. As ações da companhia já subiram 49% nos últimos 12 meses e seus papéis são cotados na casa dos 58 dólares na Nasdaq.

A alta nas ações reflete os resultados positivos da companhia. No ano fiscal que fecha em setembro, a expectativa é de que as vendas totais saltem 17% para um valor de 19,2 bilhões de dólares. Os lucros devem chegar a 1,58 dólares por ação, totalizando 2,4 bilhões de dólares.  
A rede tem investido em muito mais coisas do que apenas café. As refeições do início da manhã, que já chegaram a representar 80% das vendas do Starbucks, hoje, representam menos de 50% . Em breve, algumas lojas oferecerão vinho e cerveja.

Além disso, nos Estados Unidos, a rede permite que as pessoas paguem pelos produtos através de um aplicativo em seus smartphones. No último trimestre, 20% de todas as vendas do restaurante foram pagas através desse recurso.

Um programa de fidelidade, que após doze compras permite aos clientes mais ativos escolher qualquer bebida ou comida da rede de graça, também contribui para o crescimento das 22.500 lojas do Starbucks. No segundo trimestre desse ano, o programa cresceu 28%, para 10,4 milhões de membros.

Compra do HSBC pelo Bradesco deve resultar em demissões




Germano Lüders/EXAME.com
Bradesco
"O Bradesco vai buscar reduzir custos e muita gente vai ser despedida", diz especialista ouvido por EXAME.com
São Paulo - A compra da operação brasileira do HSBC pelo Bradesco por cerca de 17,6 bilhões de reais, anunciada nesta segunda-feira, deve resultar em uma série de demissões e no fechamento de agências, avaliam especialistas ouvidos por EXAME.com.

"O que interessa na aquisição de um banco é fundamentalmente a carteira de clientes. O Bradesco vai buscar reduzir custos e, com isso, muitas agências vão fechar e muita gente vai ser despedida", diz Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral (FDC).

"Se você já tem capilaridade, como é o caso do Bradesco, o que acontece é a redundância de locais onde há pontos de atendimento”, acrescenta Istvan Kasznar, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre os cortes. 
Grandes demissões também ocorreram quando o Itaú se fundiu ao Unibanco, em 2008, e quando o Real foi comprado pelo Santander, no mesmo ano. Segundo Kasznar, o cenário deve se repetir com essa operação.

Além disso, como cada vez mais transações são feitas pelos meios eletrônicos, o setor dificilmente irá gerar novos empregos, acreditam os professores.

No último ano, o HSBC no Brasil amargou um prejuízo de 532,7 milhões de reais. Mas, de acordo com Vicente, isso não deve ser um grande problema para o Bradesco, que fechou 2014 com um lucro de 15,08 bilhões de reais. "O banco tem tamanho suficiente para resistir às dificuldades de um primeiro momento", considera. 

Em comunicado, a empresa informou que a aquisição do concorrente não terá impacto sobre a expectativa de lucro por ação em 2016 e só deve trazer efeitos positivos a partir de 2017.

Segmentação


Com a aquisição, o Bradesco, considerado popular, ganhou penetração no segmento de clientes de alta renda. Dos quase 5 milhões de correntistas que o HSBC tem no país, cerca de 1 milhão pode ser classificado nessa faixa.

A diferença entre o público das duas companhias abre ao Bradesco a oportunidade de criar um "novo banco", na opinião de Vicente, da FDC. "Uma possibilidade é apostar em uma setorização com agências e serviços diferenciados, como o Itaú Personnalité", diz.

 

Positivo para o HSBC


Ainda que tenha gerado ganhos em ativos e clientes para o Bradesco, a aquisição foi ainda mais positiva para o HSBC, afirma Kasznar.

A divisão brasileira do banco foi vendida por 5,186 bilhões de dólares (aproximadamente 17,6 bilhões de reais), valor muito acima de seu patrimônio líquido de 11,2 bilhões de reais. "Foi um negócio fabuloso para o HSBC", avalia Kasznar.

Para os especialistas, o preço ficou bem acima do esperado pelo mercado porque a transação era uma das últimas oportunidades de crescimento inorgânico para os bancos brasileiros, segundo os especialistas.

"O Bradesco pode ter pagado mais caro por uma questão de oferta e demanda, para não correr o risco de que outro grupo se interessasse pelo negócio", afirma Paulo Vicente, da FDC.

“O HSBC era um ativo único, dentro de ofertas cada vez mais escassas para o banco se consolidar”, disse Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, em conferência com jornalistas na manhã desta segunda-feira. 

 

Concorrência


Se a aquisição tende a ser positiva para o Bradesco e o HSBC,  ela pode não ser saudável para o setor bancário, segundo os especialistas.

"Cada vez mais o mercado fica nas mãos dessas grandes organizações (Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco). Mas, por outro lado, foi bom que o comprador não tenha sido o Itaú", avalia Vicente, da FDC.

Em termos de ativos totais este último ainda é o maior banco privado do país, com 16,2% mercado brasileiro. Com a operação do HSBC, o Bradesco atingiu uma fatia de 16%.

Para Istvan Kasznar, da FGV, a concentração das operações crédito (e consequentemente das taxas de juros e rendimento) por poucos bancos é ruim para a concorrência e para o consumidor.

Casino compartilha controle do Pão de Açúcar com Éxito



Divulgação
Loja Pão de Açucar
Loja Pão de Açucar: valor total dos negócios é de 1,7 bilhão de euros
 
Da REUTERS


São Paulo - O Casino vai compartilhar com sua controlada colombiana Éxito o controle direto do Grupo Pão de Açúcar (GPA), como parte de uma reorganização das atividades do grupo varejista francês na América Latina para rebalancear sua estrutura financeira.

Em correspondência ao GPA nesta quinta-feira, o Casino informou que seu Conselho de Administração aprovou a venda, em dinheiro, para a Éxito de 50 por cento da empresa francesa Segisor, que detém a maior parte das ações com direito a voto do GPA.

A operação também inclui a venda para a Éxito de 100 por cento da subsidiária do Casino na Argentina, a varejista Libertad.
O valor total dos negócios é de 1,7 bilhão de euros. Segundo fato relevante, após a operação ser concluída, o que está previsto para o fim de agosto, Casino e Éxito compartilharão o controle direto do GPA, maior varejista do Brasil, por meio de três acordos de acionistas a serem celebrados pelas partes.

"A operação permitirá a implementação de sinergias e oportunidades de desenvolvimento entre as companhias, de acordo com o Casino, criando valor para Éxito, Libertad, GPA e Casino", segundo comunicado.

Com a reorganização, a Éxito consolidará integralmente os resultados do GPA e terá uma estrutura de capital "suportada pela sólida geração de fluxo de caixa das subsidiárias latino-americanas".
Como o Casino continuará sendo acionista controlador da Éxito, com participação de 54,8 por cento, o grupo francês continuará a ter em seu balanço as demonstrações da empresa colombiana e, indiretamente, do GPA.

Éxito e Casino concordaram em realizar mudanças na composição do Conselho de Administração e dos comitês do GPA, que deverá ser composto por 11 membros, sendo que Casino e Éxito terão direito de apontar três nomes cada. Não haverá mudanças na diretoria-executiva do GPA com a operação.

Procurado, o GPA disse que no momento não comentaria as mudanças promovidas pelo Casino na estrutura na América Latina.

As ações do GPA subiam 0,97 por cento às 10h51. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,29 por cento.

Raia Drogasil compra 55% da 4-Bio por R$ 24 milhões




Gustavo Gomes/EXAME.com
 
Loja da RaiaDrogasil
Loja da RaiaDrogasil: 4-Bio é a segunda maior varejista de medicamentos de especialidades do Brasil
 
Da REUTERS


Rio de Janeiro - A Raia Drogasil anunciou nesta quinta-feira acordo para comprar 55 por cento da comercializadora de medicamentos especiais 4-Bio, por 24 milhões de reais, ingressando em um segmento farmacêutico que apresenta maior taxa de crescimento no Brasil, segundo a varejista.

Fundada em 2004, 4-Bio é a segunda maior varejista de medicamentos de especialidades do Brasil, afirmou a Raia Drogasil.

A empresa faturou 126 milhões de reais em 2014 e 80 milhões no primeiro semestre de 2015, um crescimento de 40 por cento sobre o mesmo período do ano anterior.
O acordo inclui opções de compra e venda da participação restante da 4-Bio a partir de 1o de janeiro de 2021.

Palestras colocariam Lula no radar da Lava Jato, diz jornal




Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL
 
O presidente Lula, durante café da manhã com jornalistas
 
 
 
 
São Paulo - Depois da prisão preventiva do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o próximo a entrar no radar da  Operação Lava Jato pode ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação é do jornal Valor Econômico.

De acordo com uma pessoa ligada à Jusitiça Federal de Curitiba, o ex-presidente ainda não está sendo investigado, mas algumas suspeitas o colocaram no radar da força-tarefa.  "Ele [Lula] recebeu valores daquelas empresas investigadas. No exercício do mandato dele não há nenhum indício de que tenha recebido. Mas depois que ele saiu do cargo, recebeu aqueles valores referentes a palestras pelo Instituto [Lula], que têm de ser pensados", disse ao jornal.

Por “empresas investigadas” entende-se que são as empreiteiras investigadas na Lava Jato, cujos diretores estão envolvidos com o processo criminal por corrupção e lavagem de dinheiro desviado de contratos com a Petrobras.
A priori, Lula recebeu remunerações por suas palestras. Informações do laudo pericial da Polícia Federal dizem que o ex-presidente teria recebido 1,5 milhão de reais da Camargo Corrêa, em três pagamentos. 

Sabe-se também que a Odebrecht contratou discurso de Lula em eventos da empresa. Nenhum dos delatores,  contudo, disse que os pagamentos recebidos por Lula foram propina. 
Procurado pelo jornal, o Instituto Lula justifica a legalidade das palestras ao afirmar que foram eventos públicos e que os pagamentos estão registrados e declarados à Receita Federal.

"Esse boato anônimo não corresponde nem à verdade nem à declaração dada pelo procurador Carlos Fernando Lima [que atua na Lava-Jato] em entrevista ao jornal O Globo, no dia 26 de junho, onde ele diz: 'sabemos que o ex-presidente faz palestras efetivamente'", afirma em nota.

A Camargo Corrêa disse que a contribuição ao Instituto Lula foi registrada equivocadamente em 2012 como 'bônus eleitoral' na contabilidade analisada pela Polícia Federal, mas tratava-se de “apoio institucional” e contratação de palestras.

5 pautas-bomba que ameaçam o governo neste mês


Pedro França/Agência Senado
 
Congresso Nacional
 
 
 
 
São Paulo – O fim do recesso parlamentar trouxe para a presidente Dilma Rousseff novos motivos de preocupação – além do conflito com o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que se arrasta desde julho, quando ele anunciou o rompimento formal com o governo. 

O temor atual é a aprovação das chamadas “pautas-bombas”, projetos que criam despesas e colocam em risco o ajuste fiscal idealizado no governo como uma forma de melhorar as contas públicas.

No dia a dia do brasileiro, a piora na economia pode significar mais impostos e o aumento nos preços de alugueis e dos produtos nas prateleiras dos supermercados.
Apesar de Cunha ter diminuído o tom e afirmado que “se preocupa com a situação econômica” e que “não há pauta-bomba” na Câmara, Dilma mobilizou partidos aliados para que os projetos não passem nas votações.

“Não quero que votem como carneirinhos, mas como uma base corajosa, em nome do Brasil", teria dito Dilma em jantar, segundo relatos de deputados e senadores.

Veja quais são as tais pautas-bombas que preocupam a presidente e que podem estourar nas próximas semanas:

1 - Correção do FGTS

Primeira das bombas na lista de votações na Câmara, o projeto eleva de 3% para 6% ao ano o índice de correção dos depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 
O governo alega que, se a correção for aprovada, deverá afetar programas habitacionais custeados com recursos do fundo e obras de saneamento básico.
 
2 - Reajustes dos servidores do Judiciário

A Câmara pode derrubar o veto de Dilma Rousseff ao aumento salarial para o Judiciário. A estimativa é o que o impacto no orçamento seja de 1,5 bilhão de reais só neste ano.
 
3 - Fator previdenciário

Outro veto de Dilma que pode ser derrubado na Câmara nas próximas semanas é o relativo à emenda que muda o cálculo do fator previdenciário.

Na avaliação do governo, se o Congresso derrubar o veto, os gastos com Previdência aumentarão em 3,2 trilhões de reais até 2060.
 
4 - Correção de aposentadorias pelo salário mínimo

Criada na Câmara, a emenda que estende aos aposentados a regra do reajuste do salário mínimo voltará a Casa após Dilma vetar a proposta.

A estimativa é que os gastos do governo aumentem cerca de 9 bilhões ao ano com a derrubada do veto.
 
5 - PEC dos Advogados da União

A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que equipara o salário dos advogados da União a 90% dos ganhos do ministro do STF é outro dos projeto indesejado pelo governo. 
 
Mais dores de cabeça

Além das pautas-bombas, outra dor de cabeça que o governo deverá ter, ainda em agosto, é a instalação de novas CPIs na Câmara que podem desgastar a imagem da presidente. 

Uma delas irá investigar supostas irregularidades em contratos firmados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos últimos anos. Outra irá apurar fraudes na gestão dos fundos das estatais. 

Na pauta dessa semana da Casa, também está prevista a aprovação das contas dos ex-presidentes dos ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida é vista como uma forma de Cunha eliminar as pendências para que a Câmara tenha condições de apreciar as contas da presidente Dilma Rousseff, que devem ser avaliadas também neste mês pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A desaprovação das contas públicas é uma parte do caminho para que um eventual pedido de impeachment de Dilma seja aceito.