terça-feira, 25 de agosto de 2015

A superfície e as profundezas da economia




Retomada poderá ser difícil dada a situação financeira empresarial

Por Zeina Latif*

A superfície e as profundezas da economia

As condições do mercado de crédito, do lado da oferta e da demanda, serão importantes elementos para a volta cíclica do crescimento. Instituições financeiras sólidas e com confiança para conceder crédito, por não se defrontarem com risco elevado de insolvência de empresas e consumidores, serão ingredientes necessários para a futura retomada da economia.

Do lado da demanda de crédito, o quadro é desafiador – seja para as pessoas ou mesmo empresas. Na pessoa física, a taxa de inadimplência bancária está baixa (3,7%), ainda reflexo da retração da oferta de crédito nos últimos anos e o comportamento mais conservador do consumidor. A demanda de crédito recua e o consumidor se esforça para reduzir lentamente, o endividamento e a dívida bancária em atraso. Como proporção da renda anual, o índice de atraso está em torno de 4,2% ante o pico de 4,9% ao final de 2012.

Mas as boas notícias param por aí, pois há sinais de deterioração da situação financeira no bolso dos brasileiros. A inadimplência não-bancária está em alta expressiva, segundo a Serasa. O índice relativo ao crédito não-bancário cresceu 25% em julho (no total anual) e os protestos cresceram 32%, contra 16% no crédito bancário. Vale citar que a relação entre crescimento da inadimplência bancária e não-bancária costuma ser inversa, o que sugere que a pessoa escolhe entre honrar uma delas conforme as condições que tem. No entanto, em períodos de crise como a de agora, as duas estão subindo juntas.

Com isso, se entende que piorou a qualidade do crédito. No segmento livre, o crescimento das concessões é puxado por cartão de crédito e cheque especial – justamente os segmentos com taxas de juros e inadimplência mais elevadas. Nas demais modalidades, mais dependentes da decisão dos bancos de emprestar, há recuo moderado. Indicadores antecedentes sugerem que a inadimplência já deveria estar crescendo de forma expressiva. As taxas de atraso (entre 15 e 90 dias) e de inadimplência (acima de 90 dias), somadas, já poderiam estar em torno de 11,5% contra o 9,3% efetivo, próximo das mínimas históricas.

O aumento da renegociação de empréstimos, representando 2,3% das concessões ante 1,7% ano passado, pode estar ajudando a conter a alta da inadimplência, por enquanto. O quadro inspira cautela para os consumidores. O atraso nos pagamentos é maior do que parece na superfície. Ele tem peso elevado na renda pessoal, está concentrado em itens com maior taxa de juros e pode ainda crescer mais, dada a piora em curso das condições econômicas. Preocupação ainda maior é com as empresas. No crédito livre, a soma entre atraso no pagamento e inadimplência bancária cresce e já atinge 7,2%, um índice histórico. A inadimplência bancária costuma ser a ponta do iceberg, pois antes de dever para os bancos, os empresários já estão inadimplentes com seus fornecedores, as instituições não-bancárias e o fisco. Esse parece ser o caso agora.

Os indicadores da Serasa apontam inadimplência não-bancária crescendo em ritmo mais elevado: 23% (na soma anual) contra 4% para o crédito bancário, em julho. Já os protestos crescem 15%. Não é à toa que a arrecadação associada ao desempenho das empresas tem retraído tanto (-9,5% em termos reais de janeiro a julho para IRPJ e CSLL). E não faltam relatos de setores com atraso no pagamento aos fornecedores, o que acaba travando a atividade econômica. A sondagem da indústria da CNI aponta situação financeira frágil e pouco acesso ao crédito.

Naturalmente, o quadro é ainda mais desafiador para as pequenas e médias empresas, com taxa de inadimplência de 3,9% em dezembro. As grandes tiveram um índice de 0,4% e a Pessoa Jurídica (PJ), no total, 1,9%. A qualidade do crédito também piora para a PJ. No segmento livre, as categorias que puxam a concessão de crédito estão associadas às dificuldades financeiras das companhias, como cheque especial e cartão de crédito rotativo (+4,8% nos últimos 12 meses até julho). Linhas de crédito como aquelas que antecipam receita sofrem por conta do ciclo econômico (-34%). Já do lado da oferta de crédito, o quadro é mais favorável, especialmente para bancos privados. De forma geral, os indicadores mostram que os bancos ajustaram suas estratégias diante dos riscos do cenário econômico e à tendência de aumento da inadimplência. Eles reduziram o volume concedido elevando provisões e spreads.

É possível que bancos de menor porte estejam em posição menos favorável – alguns dependendo de aporte de capital e venda de ativos. No entanto, não há risco de crise bancária. Indicadores de liquidez, de provisão e de alavancagem, em várias métricas, estão em patamar adequado e, em muitos casos, até melhorando. Além disso, o avanço se mostra, de formal geral, disseminado entre as instituições financeiras. O Índice de Basiléia [que estabelece exigência de capital dos bancos], por exemplo, atingiu 16,7% (o limite é 11%).

Em junho, os bancos privados nacionais estavam no grupo mais blindado, com índice de 7% de provisão de inadimplência. Nos públicos esse número chegava a 3,9% e nos estrangeiros era de 5,4%. Enfim, se de um lado os bancos privados poderão contribuir para a retomada econômica, de outro a difícil situação financeira de empresas e consumidores poderá impedir a recuperação da economia. Afinal esse cenário poderá retardar decisões de consumo e investimento e produzirá um ambiente pouco propício ao aumento da oferta de crédito pelos bancos. O quadro é mais sério e a crise mais profunda do que sugerem os indicadores bancários, portanto.

Uma reflexão final: caso houvesse maior segurança jurídica quanto às garantias dos empréstimos, será que a contração da oferta de crédito bancário não seria menos sensível à crise, ajudando a suavizar o ciclo econômico?

*Economista-chefe da XP Investimentos.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/986


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Germany: Validity of Arbitration Agreement Despite Impracticable Provision as to the Appointment of the Arbitrator


Germany: Validity of Arbitration Agreement Despite Impracticable Provision as to the Appointment of the Arbitrator
In a ruling of 1 October 2014, the Higher Regional Court Munich had to deal with an arbitration clause containing certain conditions for the appointment of the arbitrator which could not be met when the dispute arose. The court decided that nevertheless the arbitration proceedings were admissible.

The applicant was a former limited partner of the respondent, a limited partnership. The dispute was about a compensation which the applicant claimed from the respondent. Pursuant to the arbitration clause in the partnership agreement, disputes between the partnership and its members or between members were to be settled in arbitration proceedings with a “colleague” as sole arbitrator who was to be appointed jointly by the parties. If the parties were unable to agree on a “colleague”, the arbitrator was to be appointed by a certain association named in the arbitration clause. After the dispute had arisen, the parties were unable to agree on an arbitrator and also the association refused to appoint an arbitrator. The applicant requested the court to declare that arbitration proceedings were inadmissible because the arbitration clause was ineffective. He argued that arbitration proceedings could not be executed as the clause was unsuitable to lead to the appointment of an arbitrator.

The Higher Regional Court did not share the applicant’s view. The court considered the arbitration agreement to be valid and the arbitration to be admissible. It held that agreements with respect to the procedure of the arbitration – including the nomination and appointment of arbitrators – are legally independent from the arbitration agreement as such by which the parties grant an arbitrator or an arbitral tribunal the competence to finally settle a dispute. If those procedural agreements are invalid or impracticable, this does not cause the entire arbitration agreement to be invalid unless otherwise agreed by the parties. As the partnership agreement provided for arbitration without recourse to the ordinary courts and as there was no reason why this agreement should be invalid, the court declined to declare the arbitration proceedings to be inadmissible. It held that German statutory arbitration law applies insofar as additional provisions, for example on the qualification of the arbitrators or the appointment procedure, are invalid or impracticable.

The court’s ruling is in line with prior decisions of the German Federal Supreme Court (Bundesgerichtshof – BGH) and of other courts of lower instance as well as with the opinion of most German scholars. For example, in 2007, the BGH decided that agreements on the nomination of arbitrators in standard terms which discriminate the other party do not lead to the invalidity of the arbitration agreement as such. Rather, the invalid standard clause is substituted by the respective statutory provision (judgment of 1 March 2007, III ZR 164/06). In 2011, the BGH had to decide whether an arbitration agreement was invalid because the parties had referred the dispute to a non-existing arbitration institution. Also in this case, the BGH held that the arbitration agreement was valid and that the competent tribunal had to be determined by way of supplementary contract interpretation (ruling of 14 July 2011, III ZB 70/10). According to the Higher Regional Court Koblenz (judgment of 6 March 2008, 6 U 610/07) and the Higher Regional Court Berlin (ruling of 28 April 2011, 23 U 33/11), the same principles apply if articles of association provide for dispute settlement by arbitration and refer to a supplementary agreement with detailed procedural provisions which later on is not concluded.

In view of the above, if parties to a contract want to make sure that a dispute is only settled by a certain arbitrator or in accordance with specific appointment procedures and that it should be referred to a court if this certain arbitrator is not available or if the appointment procedures cannot be met, the dispute resolution clause should contain explicit provisions.

Voltar para China de Mao não seria tão mau, diz estudo



Tomohiro Ohsumi/Bloomberg
Pôsteres de Mao Tsé-Tung e do presidente Xi Jinping são vendidos em Beijing, na China
Pôsteres de Mao Tsé-Tung e do presidente Xi Jinping são vendidos em Beijing, na China
São Paulo - O que vai acontecer com o crescimento da China?

Esta talvez seja hoje a pergunta-chave da economia mundial, e há sinais de que pode vir aí o chamado "pouso forçado".

Não de acordo com um estudo publicado recentemente pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER), organização de pesquisa norte-americana.
Os autores são os economistas Anton Cheremukhin, do Fed de Dallas, Mikhail Golosov, da Universidade de Princeton, Sergei Guriev, da Sciences Po de Paris, e Aleh Tsyvinski, de Yale.

Eles pegaram a histórica econômica da China entre 1953, ano de estabelecimento da República Popular por Mao Tsé Tung, e 2012 e criaram um modelo neo-clássico de dois setores: agrícola e não-agrícola.

A ideia foi entender a mudança estrutural da economia chinesa através da realocação de recursos entre os setores ao longo do tempo, levando em conta dados de salários, preços, capital e comércio internacional, entre outros.
 

Conclusões e previsões


Uma das conclusões foi que "o crescimento da produtividade sob Mao, particularmente no setor não-agrícola, foi na verdade bastante bom", diz Tsyvinski ao Financial Times.

Ele está falando do período de centralização econômica e abolição do setor privado que sucedeu o "Grande Salto para Frente", iniciativa de rápida coletivização forçada que levou a fome generalizada e dezenas de milhões de mortos.

E mais: extrapolando os dados para o futuro, os autores sugerem que uma volta para as políticas centralizadoras de Mao seria apenas levemente pior para o crescimento do que continuar com as reformas pós-1978. Depois de 2036, seria na verdade até melhor.

As previsões são as seguintes: no cenário-Mao, crescimento médio anual de 5% entre 2012 e 2024, 4,6% entre 2024 e 2036 e 3,9% entre 2036 e 2050. No cenário com mais reformas, seriam 7,8% anuais entre 2012 e 2024, 5,2% entre 2024 e 2036 e 3,6% entre 2036 e 2050.
 

Limitações


Os autores não sugerem de fato que a China deva promover uma volta às políticas de Mao - uma catastrofe humanitária de proporções históricas - e não há nenhuma indicação de que isso esteja remotamente na pauta do Partido Comunista chinês.

O presidente Xi Jinping pode até se inspirar no passado ao endurecer a repressão e o controle político, mas movimentos recentes como a desvalorização do yuan mostram que a tendência econômica é de liberalização.

É aí que as fragilidades do estudo ficam claras. Modelos que simplesmente extrapolam procesos históricos em direção ao futuro são bem limitados, já que as condições nacionais e internacionais são completamente diferentes.

Erros parecidos foram feitos no passado, especialmente nos momentos de boom da União Soviética e do Japão (e até do Brasil). Além disso, os autores já estão sendo mais otimistas com o crescimento da China do que a grande maioria dos economistas. 

É difícil achar quem acredite que uma taxa de 7,8% é sustentável por mais duas décadas (em qualquer cenário) quando os números deste ano já indicam "um novo normal" em torno de 7% (na melhor das hipóteses).

A China precisa passar por um processo de "rebalanceamento" da sua economia em direção a mais consumo e menos investimento. O desafio é fazer isso sem desacelerar demais e lidando com desafios novos, como a queda do mercado de ações e a explosão da dívida das empresas.

Em um estudo recente, Lawrence Summers e Lant Pritchett notam que o crescimento vertiginoso da China já é uma anomalia histórica por qualquer critério e que o mais provável é mesmo que ele desacelere bastante

“Muitos dos grandes erros econômicos de previsão dos últimos 50 anos vieram de extrapolar a performance de um país no passado recente, tratando a taxa de crescimento como uma característica permanente e não uma condição transitória”, diz o texto.

Pessimismo da indústria de MG é maior que antes das eleições




thinkstock
Trabalhador na indústria
Trabalhador na indústria: "comparativamente a agosto de 2014, o ICEI está 8,8 pontos menor, indicando que a falta de confiança dos empresários está mais intensa do que no período pré-eleição", explicou a Fiemg
 
Suzana Inhesta, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo


Belo Horizonte - O pessimismo do empresário industrial mineiro se manteve em agosto. Conforme a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o índice de confiança (ICEI-MG) ficou em 33,7 pontos ante 34,3 pontos de julho, bem abaixo da linha divisória dos 50,0 pontos.

"Comparativamente a agosto de 2014, o ICEI está 8,8 pontos menor, indicando que a falta de confiança dos empresários está mais intensa do que no período pré-eleição", explicou a instituição, em nota. O pessimismo do empresário industrial mineiro é maior do que o executivo nacional.

Na análise por porte de empresa, as de pequeno porte são as mais pessimistas, com 31,6 pontos, enquanto o indicador das médias e grandes empresas registrou 34,5 e 34,4 pontos, respectivamente.
A insatisfação é mais intensa com as condições de negócios da economia brasileira (14,8 pontos), seguidas das estaduais (16,5 pontos) e das condições na própria empresa (28,8 pontos).

As expectativas permanecem pessimistas, com indicador de 38,5 pontos, e estão disseminadas em todos os segmentos pesquisados: economia brasileira (27,4 pontos), economia do Estado (28,0 pontos) e economia da própria empresa (43,4 pontos).

"Diante desse cenário, não há perspectiva de retomada da confiança", frisou a Fiemg.

A Federação também divulgou a Sondagem Industrial. A pesquisa, referente a julho, mostra que a atividade industrial no Estado segue desaquecida, com queda na produção e no emprego.

O nível de utilização da capacidade instalada em relação ao usual marcou o índice mais baixo desde o início da série histórica, com 29,0 pontos (abaixo de 50,0, significa que a questão levantada está em queda), enquanto que o nível de estoques de produtos finais mostrou relativa estabilidade (48,8 pontos).

O levantamento ainda apontou que, para os próximos seis meses, as expectativas não são boas. Para os empresários, haverá redução na demanda, na compra de matéria-prima, nas contratações e nas exportações.

"Diante desse cenário e do desgaste no ambiente de negócios, a intenção de investimento mostrou queda na passagem de julho para agosto, indicando que a retomada da atividade não deve ocorrer no curto prazo", destacou a Fiemg.

Goldman Sachs: Brasil hoje não é problema, mas oportunidade





Brendan McDermid/Reuters
Goldman Sachs
Goldman Sachs: investidores estrangeiros acreditam que terão bons negócios para fechar nos próximos meses


São Paulo – Quando leva algumas das notícias preocupantes do Brasil para o controle global do Goldman Sachs, Paulo Leme, presidente do banco no país, sempre recebe uma reposta tranquilizadora.
 
Esse mercado tem um potencial enorme e sabemos que esse cenário é passageiro. Vários outros mercados em que atuamos tem problemas bem mais graves, ele garante escutar.

“O Brasil não é visto como um país problema para os negócios do banco, mas como um lugar de oportunidades”, disse Leme hoje, em encontro com jornalistas. “Investidores estrangeiros com visão global e grandes empresários também confiam nisso”.
Para Leme, o país tem instituições e negócios muito sólidos, o que dá confiança para trabalhar “mesmo agora, quando as regras do jogo não estão claras” ou em um caso de impeachment. 

Os negócios, segundo ele, não deixam de acontecer, apenas se adaptam às condições de mercado.
Se antes operações de abertura de capital e aquisições de vários tamanhos eram fechadas com mais frequência, hoje a tendência é a de venda de participações acionárias e de ativos, em todos os setores.

A quantidade de fusões e aquisições tende a diminuir. Porém, grandes negócios devem ser concluídos – como o da recente compra do HSBC pelo Bradesco, cujo Goldman participou.

“O banco enxerga oportunidades e está pronto para qualquer cenário”, disse.
A julgar pelos resultados do banco, ganhar dinheiro realmente não tem sido um problema.
 

Lucro triplicado


O lucro líquido da operação Brasil do Goldman Sachs quase triplicou de janeiro a junho, comparado ao primeiro semestre de 2014.

O resultado saiu de 35,1 milhões de reais para 101,6 milhões de reais. Os ganhos foram atribuídos ao amadurecimento de todas as áreas de negócios, como a de banco de investimento e renda fixa, além da diminuição de despesas.

O número de funcionários, de cerca de 300, se manteve estável. A receita do banco subiu quase 50% no período. 
 
A parte de equity caiu em volume de capital estrangeiro, enquanto que a de renda fixa subiu. Para frente, a expectativa é animadora.

“Nossa missão, entre outras coisas, é conectar investidores e empresários brasileiros a estrangeiros e vice-versa”, explica Leme.

Em cenário de estresse, a oferta de ativos por parte de empresas brasileiras, de diversos setores, tende a aumentar, acredita o banco. As oportunidades devem surgir de todos os setores, mais acentuadas a partir dos próximos 18 meses.

"A crise pode ter adiantado ou atrasado o tempo de conclusão de alguns negócios, mas eles não vão deixar de acontecer”, acredita ele.

Cade aprova aquisição da FMC Italy pela Cargill



Bloomberg
Companhia de agronegócios Cargill
Cargill: para a empresa "a localização da fábrica lhe proporcionará acesso mais fácil à matéria-prima para produção de pectina"
 
Luci Ribeiro, do Estadão Conteúdo

Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição, pela Cargill Eurit, da totalidade das ações da FMC Italy, detentora de uma unidade de fabricação de pectina pura na Itália.

A decisão consta de despacho da Superintendência-Geral do Cade publicado no Diário Oficial da União (DOU).

A FMC Italy pertence ao grupo norte-americano FMC, que fornece soluções à alimentação e agricultura, indústria farmacêutica, saúde, borracha, plásticos, lubrificantes, controle estrutural de pragas, relva, mercados ornamentais.
Um dos produtos fabricados pela empresa é a pectina, polissacarídeo de elevado peso molecular extraído da casca de laranja ou de outras frutas, raízes e sementes.

Comercializada na forma de pó, a pectina é utilizada principalmente pela indústria alimentícia como agente formador de consistência sólida gelatinosa, para garantir textura, melhorar a aparência e ajudar na estabilidade de temperatura dos produtos.

Para a Cargill, segundo documento enviado ao órgão antitruste, "a localização da fábrica lhe proporcionará acesso mais fácil à matéria-prima para produção de pectina".

No caso da FMC, "a operação faz parte de sua estratégia comercial em resposta aos desafios vivenciados no funcionamento da fábrica de forma lucrativa".

Farmacêutica compra empresa de “Viagra feminino” por US$1 bi



 
Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock
Mulher com pílula na cama
As vendas do remédio Addyi devem iniciar a partir do último trimestre de 2015 em farmácias e clínicas especializadas
 
 
 
São Paulo - Poucos dias depois de ter anunciado que passaria a fabricar o “viagra” feminino, a Sprout Pharmaceuticals, Inc foi adquirida pela Valeant Pharmaceuticals International, Inc. por 1 bilhão de dólares.

A Valeant anunciou a operação hoje, 20, dois dias depois que a Sprout havia recebido autorização da agência reguladora americana para fabricar o remédio flibanserin, com nome comercial de Addyi.
O remédio foi aprovado para tratar uma condição conhecida como "distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (HSDD na sigla em inglês)", que significa a perda da libido.
Segundo a Valeant, “Addyi vem demonstrando melhoras no desejo sexual, reduzindo o estresse causado pela perda da libido".

As vendas do remédio devem iniciar a partir do último trimestre de 2015 em farmácias e clínicas especializadas. A empresa irá oferecer cursos de diagnóstico e prescrição do Addyi nos Estados Unidos.