quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Obama deixa protocolo de lado e entrevista CEO da Alibaba




Jonathan Ernst/REUTERS
O presidente dos Estados Unidos fala ao ouvido de Jack Ma, fundador da Alibaba
Obama fala aou ouvido de Jack Ma: presidente brincou, descontraído, com o excêntrico fundador da empresa
 
Megha Rajagopalan, da REUTERS


Manila - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma pausa do encontro Ásia-Pacífico nesta quarta-feira para uma tarefa incomum -- fazer perguntas ao bilionário chinês da Internet e a uma jovem empresária filipina com negócios ligados ao governo em um painel de discussão.

Obama brincou, descontraído, com o excêntrico fundador e presidente-executivo da Alibaba, Jack Ma, que planeja fazer incursões em mercados estrangeiros, incluindo os EUA.

Durante a discussão nos bastidores do encontro do grupo de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês) em Manila, o presidente norte-americano inquiriu Ma sobre como ele pensava que o governo e os negócios estabelecidos poderiam ajudar pequenos empreendedores.
"O governo é simples, basta reduzir os impostos, ou não taxar essas pessoas", respondeu Ma, levando a gargalhadas e aplausos da audiência, composta por executivos corporativos.

As declarações de Ma ocorrem ao mesmo tempo que a Alibaba trabalha para investir pesado em negócios internacionais.

Executivos disseram que ir além do mercado chinês é uma prioridade máxima, conforme a companhia trabalha para manter seu rápido crescimento mesmo que a perspectiva de saturação do mercado doméstico de e-commerce continue grande.

A Alibaba disse que alguns de seus maiores mercados internacionais incluem o Brasil e a Rússia.

Obama também congratulou a relativamente desconhecida empresária filipina Aisa Mijeno, professora de engenharia que inventou uma lâmpada alimentada por água salgada.

Ele sugeriu que Ma investisse na companhia da colega no painel após ela dizer que estava buscando financiamento para produzir em massa suas lâmpadas.

Cláusula contratual de eleição de foro pode ser mitigada, decide TJ-RJ

Hipossuficiência empresarial




Cláusulas contratuais que impedem ou criam dificuldades para as partes envolvidas recorrerem ao Judiciário não atendem ao fim social do contrato, por isso podem ser mitigadas, principalmente quando se encontra em jogo a soberania nacional. Com esse fundamento, a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou o item do contrato de prestação de serviço entre uma empresa brasileira e outra estrangeira que estabelecia o foro de Houston,  no estado americano do Texas, para dirimir eventuais conflitos. A decisão foi unânime.

A determinação foi proferida em uma exceção de incompetência proposta pela Global Serviços Geofísicos a fim de reafirmar a competência do Judiciário dos EUA para julgar o processo de cobrança em que é ré. A ação foi movida pela brasileira Geonunes Consultoria, Representações e Apoio Marítimo, contratada pela companhia americana. A brasileira foi defendida escritório Garcia & Keener Advogados.

A primeira instância negou o pedido, e o caso foi parar na 5ª Câmara Cível. A Global pediu a reforma da decisão. A Geonunes, por sua vez, se defendeu com o argumento de que optara pela cobrança na Justiça brasileira porque a empresa americana tem sede no Brasil e tanto o serviço como os pagamentos ocorreram no país.

Segundo a Geonunes, “sendo hipossuficiente em relação à multinacional americana”, não teve poder para formular ou alterar cláusulas, como a que elege o foro competente para julgar eventuais litígios, então previsto no contrato de adesão.

Para o desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, que relatou o caso, o argumento da companhia americana de que a prevalência do foro de eleição tem lastro na autonomia da vontade não prevalece. “Apesar de sua importância para discernir a intenção dos contratantes, esta regra não é absoluta, podendo ser mitigada pela função social do contrato e pela soberania nacional”, afirmou.

Segundo o relator, é possível modificar a competência territorial, mas não excluir ou afastar a jurisdição nacional. “Sendo as normas de competência internacional de ordem pública, as partes podem optar por ambas as jurisdições, mas não é possível desprezar uma em detrimento de outra, como previsto na cláusula de eleição”, destacou.

Figueira disse que a cláusula que impeça ou cause dificuldade a um dos contratantes para buscar a tutela jurisdicional assegurada na Constituição Federal não atende o fim social. Dessa forma, a autonomia da vontade, e por consequência a cláusula de eleição de foro, encontram limitações no ordenamento jurídico brasileiro, “não tendo o condão de, por si só, afastar a jurisdição brasileira”.

O desembargador explicou que a tutela pretendida na ação de cobrança se enquadra nas hipóteses do artigo 88 do Código de Processo Civil, tendo em vista que o local do cumprimento da obrigação objeto da lide, prestação de serviço de geologia, ocorre no Brasil.

Por fim, destacou que a empresa americana não demonstrou prejuízos à defesa pelo fato de a ação de cobrança ter sido movida no Brasil, firmando a competência do juízo da 5ª Vara Cível Regional da Barra da Tijuca.


Clique aqui para ler a decisão.

Aquisição torna Marriott a maior empresa de hotéis do mundo




Divulgação/Marriott International
Hotel J. W. Marriott. A empresa anunciou aquisição da Starwood Hotels and Resorts
Marriott International: Juntas, ela e Starwood Hotels & Resorts terão mais de 1,1 milhão de quartos em 100 países
 
 
 
São Paulo - O grupo de hotéis Marriott Internacional anunciou a aquisição da concorrente Starwood Hotels & Resorts Worldwide, por 12,2 bilhões de dólares.

Segundo o Marriott, a compra irá torná-lo a maior empresa de hotéis em números de acomodações do mundo.

Juntas, as empresas terão mais de 1,1 milhão de quartos em mais de 5.500 empreendimentos, com presença em mais de 100 países.
O faturamento das duas empresas somou 2,7 bilhões no ano fiscal que terminou em setembro.

“A transação combina as marcas líderes em estilo de vida da Starwood e sua marca internacional com a presença forte da Marriott nas camadas de luxo e serviços selecionados, assim como os segmentos de convenções e resort”, afirmou o Marriott em comunicado aos investidores.

O acordo foi aprovado pelas diretorias das duas empresas de forma unânime, anunciou o Marriott em comunicado. O valor total da aquisição, de 12,2 bilhões de dólares, será pago em ações da Marriott e com 340 milhões de dólares em dinheiro. 

Os acionistas da Starwood receberão 0,92 de ação da Marriott, além de US$ 2,00. Eles deterão cerca de 37% da empresa resultante da fusão. O valor representa um aumento de 6% sobre o valor de fechamento das ações da Starwood.

 

Objetivos


O interesse do grupo Marriott nasceu depois que a Starwood divulgou suas estratégias, falando de uma possível fusão ou aquisição.

“Pensamos que uma aquisição poderia trazer mais opções para os consumidores e criar um programa de lealdade maior”, disse Arne Sorenson, diretor executivo do Marriott ao Wall Street Journal.

As empresas esperam sinergias de cerca de 200 milhões de dólares em custos fixos por ano e que a fusão irá contribuir com lucros para a empresa em dois anos após a operação.

Um dos alvos será acelerar o crescimento internacional das marcas do grupo Starwood, que incluem os hotéis de luxo St. Regis, The Luxury Collection, Westin Hotels and Resorts, Le Méridien e Sheraton, além dos hotéis de serviços Aloft, Element e Four Points..

Outro resultado da fusão é a expansão dos serviços de fidelidade dos dois grupos de hotéis. O programa Marriott Rewards tem 54 milhões de membros e o Starwood Preferred Guest conta com 21 milhões de viajantes.

Liberty Global compra Cable & Wireless Communications


Getty Images
10. John Malone - Liberty Media
John Malone: empresas são financiadas por John Malone
 
Mamidipudi Soumithri, da REUTERS

A Liberty Global disse que compraria a Cable & Wireless Communications em um acordo de 3,6 bilhões de libras que unirá as duas empresas financiadas por John Malone e estenderá o alcance da Liberty no Caribe.

A Cable & Wireless, sediada em Londres, se descreve como "a participante a se procurar" no Caribe e na América Latina. Malone, o "rei dos cabos" nos Estados Unidos, adquiriu uma parcela de cerca de 13 por cento da empresa em março.

O acordo, que inclui três opções, representa um valor agregado de 81,04 centavos de libra por ação, incluindo dividendos especiais de 3 centavos de libra por ação.

A oferta recomendada pelo conselho da Cable & Wireless representa um valor indicativo de 86,82 centavos de libra por ação, um prêmio de cerca de 18 por cento ante o encerramento das ações na segunda-feira, disseram as companhias em declaração conjunta.

Brasil e China são deixados de fora de boom global de fusões




GeorgeRudy/Thinkstock
Executivos aperta as mãos (diplomacia, negociação, acordo)

 Emergentes fora das negociações: após darem um salto no ano passado, as aquisições nos países em desenvolvimento estão em baixa de quase 10 % em 2015
 
Manuel Baigorri, da Bloomberg


São Paulo - Em um ano de potencialmente recorde global de realização de negócios, os executivos estão esnobando a compra de empresas da China, do Brasil e de outros mercados emergentes.

As culpadas são as incertezas geopolíticas, a volatilidade do mercado e do câmbio e a queda dos preços das commodities.

Os negócios para a compra de empresas nos mercados emergentes caminham para o nível mais baixo desde 2009 -- em um momento em que o montante em dólar das transações globais, neste ano, está prestes a superar os US$ 4,2 trilhões alcançados em 2007, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“As pessoas estão realmente preocupadas com a instabilidade nos mercados emergentes e voltando seus olhos às economias consolidadas”, disse David Avery-Gee, sócio corporativo do escritório de advocacia Linklaters, em Londres.

“Pela primeira vez em muitos anos, as empresas ocidentais estão pensando duas vezes antes de se expandirem para os mercados emergentes por meio de fusões e aquisições”.

Após darem um salto no ano passado, as aquisições nos países em desenvolvimento estão em baixa de quase 10 % em 2015, segundo os dados.

Como contraste, mais de 70 % dos US$ 3,5 trilhões em negócios anunciados neste ano envolvem um comprador ou um alvo com sede na América do Norte, na Europa Ocidental e nas economias desenvolvidas da Ásia, mostram os dados, um aumento de 34 % em relação ao ano passado.
 

Perspectivas de crescimento


No Brasil, onde os economistas preveem que a crise econômica se transformará na recessão mais longa do país desde a Grande Depressão, os negócios de entrada estão em baixa de 27 % na comparação ano a ano.

Além disso, houve apenas uma oferta pública inicial no país, que levantou apenas US$ 229 milhões, o que contrasta com 2013, quando as empresas captaram mais de US$ 8 bilhões.

Os temores em relação à desaceleração na China sufocaram o interesse dos compradores no país. As aquisições provenientes de países desenvolvidos ficaram 17 % mais baixas, em US$ 9,8 bilhões, mostram dados da Bloomberg.

Um total avaliado em cerca de US$ 1,76 bilhão em IPOs foi cancelado ou adiado, mais do que o dobro do número do ano passado.

“As empresas que investem na China estão sendo desafiadas pelos acionistas preocupados com as perspectivas de crescimento do país”, disse Sophie Javary, chefe de finança corporativa para Europa, Oriente Médio e África no BNP Paribas.

Os negócios concretizados nos mercados emergentes são, algumas vezes, impulsionados por taxas cambiais favoráveis que se traduzem em um preço de compra mais baixo.

Em março, a British American Tobacco apresentou oferta de cerca de US$ 3,5 bilhões pela participação que ainda não possui na Souza Cruz, a maior fabricante de cigarros do Brasil, tirando vantagem da desvalorização do real para se expandir na América Latina.

E algumas empresas ainda estão dispostas a assumir o risco em economias menos estáveis, conforme mostrado pela aquisição de US$ 107 bilhões da cervejaria SABMiller pela Anheuser-Busch InBev. A cervejaria belga poderia tirar proveito do acesso aos mercados emergentes na América Latina e na África, onde seu alvo obtém cerca de 80 % de sua receita.
 

Olhando para fora


Enquanto isso, algumas empresas com sede em mercados emergentes não estão paradas esperando comprador. Elas estão começando a procurar fora para expandir-se em economias mais estáveis e desenvolvidas.

A estatal China National Chemical está negociando a compra da fabricante de pesticidas suíça Syngenta, disseram fontes informadas sobre o assunto na semana passada. Se o negócio for adiante, será a maior aquisição chinesa da história -- e dará ao país uma posição importante na indústria agrícola global.

Em março, a Hutchison Whampoa de Li Ka-shing fechou acordo para aquisição da O2, uma unidade da Telefónica, criando a maior operadora de telefonia celular da britânica em número de clientes, um marco nos esforços do bilionário para reconstrução do conglomerado de Hong Kong.

“As empresas chinesas estão sendo particularmente agressivas na compra de ativos europeus com presença na China”, disse Javary, citando negócios como a aquisição de uma participação na fabricante de pneus italiana Pirelli pela ChemChina por 7,1 bilhões de euros (US$ 7,6 bilhões).

Após megafusão, a cerveja Miller passará para Molson Coors


Divulgação/Facebook oficial
Cerveja Miller, vendida no Brasil por parceria entre a SABMIller e a Cervejaria Petrópolis, passará para Molson Coors
Cerveja Miller, vendida no Brasil por parceria entre a SABMIller e a Cervejaria Petrópolis, passará para Molson Coors
 
 
 
São Paulo - A produção, venda e distribuição da cerveja Miller, marca da SABMiller, serão controladas pela Molson Coors, depois da aprovação e fechamento da fusão com a AB InBev.

Uma das exigências para a fusão é a venda da participação de 58% que a SABMiller detém na joint venture MillerCoors para sua parceira, Molson Coors Brewing Company, 5ª maior do mundo. Além da participação, a negociação também inclui a marca Miller.

No Brasil, a SABMiller passou a produzir e vender a cerveja Miller em outubro de 2014, a partir de um acordo com o Grupo Petrópolis.
As vendas começaram em maio e, desde então, a cerveja Miller chegou a 50 mil locais, com participação de 1,3% no segmento de cervejas premium.

A operação passará para as mãos da Molson Coors apenas após a aprovação e fechamento da megafusão, previsto para ocorrer entre julho de 2016 e maio de 2017.

Até lá, a SABMiller, ABInvev e Molson Coors continuam concorrentes no Brasil, afirma a empresa, e a parceria com o Grupo Petrópolis se mantém.

O valor da venda da fatia da SABMiller é de 12 bilhões de dólares. No último trimestre, a joint venture reportou faturamento de 344,4 milhões de dólares, queda de 8,6%. 

Os principais mercados da Molson Coors são os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. A incorporação da fatia dará condições para ela competir melhor na América Latina. Além disso, ajudará a empresa a cortar custos e recuperar crescimento.

Brasil é 57º em ranking de geração e retenção de talentos



.
Shell, Embraco, Copersucar, Invepar e Abril são algumas das companhias que estão à procura de novos talentos
Talento: na categoria investimento/desenvolvimento, a nota brasileira este ano foi de 47, ficando em 48 na categoria prontidão e 56 em atração
 
 
Álvaro Campos, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O Brasil caiu cinco posições e agora aparece no 57º lugar no ranking global que mede a capacidade de desenvolver, atrair e reter talentos, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo instituto de pesquisa suíço IMD.

O estudo, que engloba 61 países, foca em três categorias principais: investimento/desenvolvimento; atração; e prontidão.

Dentro delas, são avaliados pontos como educação, aprendizagem, treinamento de funcionários, fuga de capital humano, custo de vida, motivação dos colaboradores, qualidade de vida, competências linguísticas, remuneração, taxas e impostos.
O professor Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial do IMD e responsável pelo estudo, lembra que nem sempre poder econômico e talento andam lado a lado.

Ele aponta que a capacidade de gerar e reter talentos depende da agilidade de moldar políticas públicas que atuem nesse sentido, e que o Brasil e outros países da América Latina ainda são muito deficientes nesse ponto.

"No Brasil, a situação está se deteriorando, em vez de melhorar. É dispensável dizer que esta tendência tem de ser revertida", comenta.

Este ano o Brasil obteve nota geral 10,8, na escala que vai de zero a 100. A melhor classificação brasileira foi em 2005, quando atingiu a 28ª posição no ranking.

Na categoria investimento/desenvolvimento, a nota brasileira este ano foi de 47, ficando em 48 na categoria prontidão e 56 em atração.

O relatório aponta que o Brasil viu seu indicador sobre o "crescimento da força de trabalho" cair fortemente, de 4,57% em 2005 para 0,75% em 2014 e -0,05% em 2015.

Da mesma forma, a nota sobre disponibilidade de "trabalhadores qualificados" caiu de 5,34 para 3,11 no mesmo período.

A avaliação do País também caiu drasticamente no critério "habilidades financeiras" (de 6,17 em 2005 para 4,05 em 2015) e "gestores seniores competentes" (de 6,20 para 3,68).

Em "sistema educacional", a nota caiu de 3,34 para 1,88 no mesmo período. Nesse item, o Brasil aparece em último lugar no ranking global, o que também acontece em "ciência na escola" e "habilidades linguísticas".

Por outro lado, a "participação das mulheres no mercado de trabalho" avançou de 43,11% para 49,65% nos últimos dez anos.

Este é o item em que o Brasil está melhor colocado na classificação mundial, em 3º lugar, perdendo apenas para Lituânia (50,12%) e Letônia (49,87%).

O ranking global geral é liderado por Suíça (nota 100), Dinamarca (83,7), Luxemburgo (78,6), Noruega (78,1) e Holanda (77,1).

Na parte de baixo da tabela estão Brasil (10,8), Croácia (9,6), Peru (7,8), Venezuela (2,9) e Bulgária (0,0) na última colocação.