terça-feira, 5 de abril de 2016

Brasil precisa superar crise política, diz diretor do FMI





Agência Brasil
Conselheiro e ex-vice presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, em visita ao Brasil em 2011
Otaviano Canuto: "setor público só vai perseguir uma agenda de reformas depois da solução da crise política".
 
Álvaro Campos e Dayanne Sousa, do Estadão Conteúdo

São Paulo - O diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Otaviano Canuto, avaliou que a crise política brasileira precisa ser superada o mais rápido possível para que sejam destravadas decisões de investimento.

Durante evento em São Paulo, Canuto afirmou que a opinião reflete seu posicionamento "como indivíduo" e não o do Fundo.
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"Decisões privadas de investimento esperam o desenrolar da crise política e o setor público só vai perseguir uma agenda de reformas depois da solução da crise política", comentou, durante o evento "2016 Latin American Cities Conference", promovido pela Câmara Americana de Comércio.

Questionado, o diretor do FMI preferiu não responder sobre a evolução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Para Canuto, há uma dificuldade de medir, do ponto de vista macroeconômico, qual é o impacto da crise política. Ele avaliou, porém, que a crise envolve empresas as quais respondem por uma parcela relevante do PIB brasileiro.

A queda no PIB, avaliou, decorre da "paralisia" nos investimentos privados, a qual tem sido provocada pela crise política.

 

Reforma fiscal


O diretor executivo do Brasil no FMI disse que o País precisa de uma reforma fiscal para passar a limpo os gastos públicos e eventualmente cortar aqueles que não se justificam do ponto de vista de investimento em infraestrutura ou combate à pobreza.

"Isso permitiria, lá na frente, maior espaço ara investimentos públicos ou mesmo a redução da carga tributária", afirmou.

Ele comentou que os compromissos de gasto social embutidos na Constituição de 1988 apontaram na direção do avanço social que o Brasil viveu nos últimos anos, mas como outros privilégios anteriores foram mantidos sem ajustes, os gastos da máquina pública cresceram inexoravelmente ano após ano.

"O gasto público como proporção do PIB subiu de 22% em 1991 a 34% em 2014. Aí não sobra dinheiro para infraestrutura."

Segundo Canuto, o progresso socioeconômico no Brasil nos últimos anos foi obtido sem um avanço significativo nos ganhos de produtividade.

Esses ganhos são fundamentais para aumentar o rendimento do trabalho sem dano à competitividade e permitir disponibilidade de bens e serviços melhores e mais baratos à população.

"Se há necessidade de aumento da receita pública para uso em programas sociais, isso só será possível com aumento de produtividade. Retornos maiores para a poupança privada também precisam de aumento de produtividade", afirmou.

Ele lembrou que, alguns anos atrás, quando a economia brasileira crescia fortemente, criou-se uma ilusão de que a questão da produtividade era menos importante.

"Agora que a água da maré desceu é que a nudez de quem cresceu sem aumento de produtividade aparece com clareza".

Segundo Canuto, o Brasil tem um problema terrível de produtividade e sem enfrentá-lo não há como imaginar que o País voltará a crescer, que haverá melhora no progresso social.

Até porque, diz ele, os recursos usados nos últimos anos para impulsionar o crescimento se esgotaram.

 

Ambiente de negócios


O diretor do FMI comentou que o Brasil tem um péssimo ambiente de negócios, que além de ser custoso gera distorções que levam à falta de incentivo para os agentes privados investirem em inovação.

Segundo ele, o País não tem uma economia de mercado em pleno funcionamento, porque há empecilhos para a concorrência, o que também dificulta o avanço da produtividade.

Canuto apontou ainda que o Brasil continua sendo a economia mais fechada entre seus pares.

Ele lembrou que nenhum ator relevante na economia mundial pode se dar ao luxo de ignorar o mercado brasileiro, por isso o País recebe tanto investimento estrangeiro direto, mas é preciso mudar essa relação.

"Isso apenas reforça o modelo existente, que é voltado para dentro. Temos de passar disso para a atratividade de investimentos em direção a aumento de eficiência, não só buscar mercado protegido".

O economista apontou que a não inserção do Brasil em cadeias globais de valor dificulta o acesso a tecnologias e, nesse sentido, também criticou a grande exigência de conteúdo local para empresas que produzem aqui.

Ele afirmou que o Brasil precisa urgentemente de uma agenda de reformas que inclua mudanças no sistema educacional, investimentos em infraestrutura e simplificação tributária.

"Sem um ambiente de negócios minimamente decente, não vamos ter um capitalismo que funcione adequadamente."

Pedidos de recuperação judicial batem máxima em 10 anos




Thinkstock
Falência
Falência: em março apenas, foram registrados 158 pedidos de recuperação, alta de 110,7% ante mesmo mês de 2015
 
Da REUTERS


São Paulo - O número de pedidos de recuperação judicial bateu a máxima em pelo menos uma década no primeiro trimestre, informou nesta terça-feira a empresa de informações de crédito Serasa Experian.

De janeiro a março, foram computados 409 pedidos, ante 191 na mesma etapa de 2015, e o pico desde o primeiro trimestre de 2006, após a nova Lei de Falências, que entrou em vigor em 2005.

Segundo economistas da Serasa Experian, esse movimento é provocado pelo prolongamento da recessão no país, aliado à elevação dos custos operacionais e financeiros.

As micro e pequenas empresas lideraram os pedidos de recuperação, com 229 pedidos, seguidas pelas médias (109) e pelas grandes companhias (71).

Em março apenas, foram registrados 158 pedidos de recuperação, alta de 110,7% ante mesmo mês de 2015.

Já as falências tiveram 391 pedidos no trimestre, aumento ano a ano de 14,3%.

Desse total, 192 foram de micro e pequenas empresas, 98 de médias e 101 de companhias de grande porte. Em março, o número de pedidos de falência subiu 12,9% na comparação anual, a 158.

STF manda Cunha acolher impeachment de Temer




Ueslei Marcelino/Reuters
O vice-presidente Michel Temer em Brasília. Em 05/05
 
 
 
São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, determinou nesta terça-feira que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, dê continuidade ao processo de  abertura de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer

Em dezembro do ano passado, o advogado mineiro Mariel Márley Marra protocolou o pedido na Câmara dos Deputados, sob a justificativa de que Temer cometeu crime de responsabilidade ao assinar decretos que autorizam a abertura de crédito suplementar sem a autorização do Congresso. O pedido, no entanto, foi arquivado pelo presidente da Casa.
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A prática é um dos argumentos do requerimento contra Dilma Rousseff, que tramita na Comissão Especial de Impeachment na Câmara.

Marra recorreu ao STF alegando que Cunha não poderia ter julgado sozinho a abertura do processo e que deveria abrir uma comissão para decidir sobre a abertura do processo contra Temer. 

Marco Aurélio Mello concordou com esse argumento e determinou a formação de uma comissão especial, nos moldes da que analisa o processo de deposição da petista, para avaliar a denúncia contra o peemedebista.

Em sua decisão, o magistrado pondera que a determinação não emite "qualquer compreensão quanto à conduta do vice-presidente da República, revelada na edição dos decretos". O problema, segundo ele, é que Cunha não respeitou formalidades legais para o prosseguimento do impeachment.

"O presidente da Câmara dos Deputados, após proclamar o atendimento dos requisitos formais da denúncia, a apreciou quanto ao mérito - a procedência ou improcedência -, queimando etapas que, em última análise, consubstanciam questões de essencialidade maior", afirmou. 

Nesta terça, Temer anunciou que irá se licenciar da presidência do PMDB - cargo que ocupa há 15 anos - para que o senador Romero Jucá, que o substitui, "tenha condições de defender o partido dos ataques que vêm sofrendo nos últimos dias". Isso acontece uma semana depois que a sigla anunciou o fim da aliança com o governo.

Aqui é verde e amarelo !!!




Aqui é verde e amarelo!!!
Por Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza


Aqui é trabalho e esforço pela produção de alimentos, é luta cotidiana pela geração de riquezas e empregos, onde o empreendedorismo dita regras e os desafios são constantes; o som é o de tratores lavrando a terra, lançando sementes e colhendo frutos.Aqui não há lugar para conformistas, preguiçosos ou vagabundos!

Aqui é a agropecuária. Pujante, altaneira, produtiva e progressista, que oferece ao Brasil, de bom grado, a sua melhor resposta!

Chega, portanto, das vãs tentativas de nos esfregarem na cara fétidas bandeiras vermelhas, lambuzadas das podridões mal cheirosas dos donos do poder político central, como se fossemos seus meros instrumentos ou vassalos, a exemplo do que vem ocorrendo com muitos dos falsos e ditos movimentos sociais, cujos integrantes costumam ser pagos para se manifestarem segundo as ordens recebidas.

Não há mais como suportar tantos descalabros, falcatruas, mentiras e falsidades que, ao lado da flagrante incompetência administrativa, da inconsequência dos governantes e da absoluta falta de patriotismo reinante pelas bandas da política nacional, levaram o Brasil à mais dura e difícil crise de que se tem notícia.

Nossa indignação é profunda e nossa repulsa é ainda maior!

A agropecuária regional certamente está enlutada diante dessa verdadeira tragédia política que infelicita não só aos produtores rurais mas a todos os cidadãos com um mínimo de consciência política e espírito de brasilidade.

Portanto, cumpre-nos manifestar nossa preocupação com os rumos do país diante do irremediável agravamento da enorme crise política, social e econômica ora assolando toda a Nação.

Com a responsabilidade inerente aos homens que, com o seu trabalho e esforços, constituem uma sociedade moral e eticamente sadia nos propomos a lutar juntos para evitar o caos total e ainda maior deterioração política, fonte de incertezas e inseguranças que em nada contribuem para fazer retornar ao rumo certo os meandros da economia e dos interesses sociais.

É preciso que sejam imediatamente restabelecidas as necessárias condições de produção, tanto na agropecuária quanto na indústria, bem como para se prestar serviços e se construir, facilitando-se as transações comerciais, o que viria em beneficio da geração de riquezas, tributos e empregos de vital importância para o crescimento e desenvolvimento tão necessários à reconstrução nacional.

O país não pode continuar parado e à mercê de um governo ineficaz cuja incapacidade transcende aos limites do imaginável, à espera de um único salvador, como muito próprio aos contos de fadas...

Esperamos, sinceramente, que as instituições republicanas atendam aos insistentes reclamos do povo brasileiro e, com a grandeza e serenidade próprias dos estadistas, nos levem a confiar novamente no futuro desta imensa e querida Nação brasileira .

(Por Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza é presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto)


 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/aqui-e-verde-e-amarelo.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.VwPxSU8YHNE

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Choques da China sobre mercados globais aumentarão, diz FMI


AFP
O iuane, moeda da China
China: as desacelerações do crescimento econômico e da produção industrial da China reverberaram por todos os mercados financeiros globais
 
Da REUTERS


Washington - Os efeitos dos choques econômicos da China sobre os mercados globais vão aumentar nos próximos anos conforme crescem a influência financeira do país e o uso do iuan como moeda de financiamento, afirmou nesta segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em um trecho de seu Relatório Global de Estabilidade Financeira, o FMI informou que os acontecimentos nos mercados emergentes respondem agora por um terço a 40 por cento da variação entre os retornos do mercado acionário e as flutuações cambiais em todo o mundo.

As desacelerações do crescimento econômico e da produção industrial da China reverberaram por todos os mercados financeiros globais no ano passado, provocando queda dos preços de ações e de commodities tanto nos mercados emergentes quanto nas economias avançadas.

O FMI apontou que os mercados se tornaram extremamente sensíveis aos sinais econômicos provenientes da China e que as autoridades do país não podem enviar mensagens mistas.

"Conforme o papel da China no sistema financeiro global cresce, uma comunicação clara e oportuna de suas decisões, transaparência sobre suas metas e estratégias consistentes em alcançá-las será cada vez mais importante para evitar reações voláteis do mercado com maiores reverberações", informou o FMI em trechos do relatório divulgado nesta segunda-feira.

Os mercados serão cada vez mais influenciados pelo elevado tamanho da economia da China, mais relações financeiras como a listagem de empresas chinesas em mercados internacionais e o crescimento do uso do iuan em transações internacionais.

Fusão do Itaú Chile com CorpBanca é concretizada




Alexandre Battibugli /EXAME
Agência do Itaú
Itaú: como consequência da união das operações, o Itaú Unibanco passa a controlar o banco resultante da fusão, o Itaú CorpBanca
 
Fátima Laranjeira, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A fusão das operações entre o Banco Itaú Chile (BIC) e o CorpBanca foi concretizada nesta sexta-feira, 1, após a obtenção de todas as aprovações societárias e regulatórias necessárias. O negócio foi anunciado em janeiro de 2014.

Como consequência da união das operações, o Itaú Unibanco passa a controlar o banco resultante da fusão, o Itaú CorpBanca, com participação de 33,58% em seu capital social.
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Também hoje, o Itaú Unibanco firmou o acordo de acionistas do Itaú CorpBanca com o Corp Group, que estabelece que os dois têm o direito de indicar membros do conselho de administração do Itaú CorpBanca de acordo com suas participações no capital social, tendo esse bloco de acionistas a prerrogativa de eleger a maioria dos membros do conselho de administração e o Itaú Unibanco, o direito de eleger a maioria desse bloco.

Os presidentes dos conselhos de administração do Itaú CorpBanca e de suas subsidiárias serão indicados pelo Corp Group e seus vice-presidentes pelo Itaú Unibanco. Os executivos do Itaú CorpBanca e de suas subsidiárias serão propostos pelo Itaú Unibanco e ratificados pelo conselho de administração do Itaú CorpBanca.

"O acordo de acionistas garante o exercício do controle do Itaú CorpBanca pelo Itaú Unibanco, prevê o direito do Corp Group de aprovar, em conjunto com o Itaú Unibanco, algumas matérias estratégicas do Itaú CorpBanca e contém disposições sobre a transferência de ações entre Itaú Unibanco e Corp Group e também para terceiros", informa o Itaú em fato relevante.

Segundo o banco, a conclusão da fusão representa um importante passo no processo de internacionalização do Itaú Unibanco e em seu intuito de tornar-se um banco líder na América Latina.

"Com a concretização da operação, o Itaú Unibanco passa da sétima para a quarta posição no ranking de maiores bancos privados do Chile em termos de empréstimos e ingressa no mercado colombiano de varejo financeiro através do Banco CorpBanca Colombia, quinto maior banco local em termos de empréstimos e o qual também passará a operar sob a marca 'Itaú'", ressalta.

O Itaú afirma ainda que, por meio dessa operação, o banco e o Corp Group criam uma plataforma para crescimento e busca de novas oportunidades de negócios no setor financeiro no Chile, na Colômbia, no Peru e na América Central.

"Estima-se que a materialização dos ganhos decorrentes das oportunidades comerciais e sinergias operacionais geradas com a fusão ocorra nos próximos anos, não gerando impactos financeiros relevantes em 2016", diz o Itaú.
 

Ativos


A partir de hoje, o Itaú CorpBanca será consolidado nas demonstrações financeiras do Itaú Unibanco, acrescentando aproximadamente R$ 117 bilhões (dezembro de 2015) de ativos em seu balanço.

Fitch atribui ratings a Embraer pela 1ª vez, em BBB-

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Divulgação/Embraer
Embraer (EMBR3)
Embraer: nota de risco da Fitch é a primeira na classificação de grau de investimento e está acima da do Brasil.
 
Sergio Caldas, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch atribuiu ratings a Embraer pela primeira vez, em BBB- na escala global e AAA(bra) na escala nacional, com perspectiva estável.

A Fitch também conferiu o rating BBB- à dívida não segurada emitida pela Embraer Netherlands Finance e Embraer Overseas Limited. A ação afeta cerca de US$ 3,5 bilhões em dívida referente ao fim de 2015.
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Em comunicado, a Fitch explicou que o rating BBB-, que é a última nota considerada "grau de investimento" pela agência, reflete a posição competitiva da Embraer no mercado de jatos comerciais e executivos, assim como sua ampla carteira de encomendas (backlog), rentabilidade consistente, vários programas de defesa promissores e o atual ambiente favorável na indústria global de aviação industrial.

"O sólido perfil de liquidez da Embraer, concentrada principalmente fora do Brasil, e suas elevadas receitas de exportação, combinados com algum fluxo de caixa operacional no exterior, também sustentam os ratings BBB-", afirmou a Fitch.

A nota soberana do Brasil está atualmente um degrau abaixo do da Embraer, em BB+.