O economista já exerceu o cargo de diretor de
Política Econômica do BC, entre 2000 e 2003, na gestão de Armínio Fraga
Por Agência Brasil
O economista
Ilan Goldfajn foi indicado hoje para a presidência do Banco Central. Ele terá
que ser sabatinado e ter o nome aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos
do Senado. O anúncio do nome foi feito pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles.
Ilan Goldfajn
tem experiência no setor público: exerceu o cargo de diretor de Política
Econômica do BC, entre 2000 e 2003, na gestão de Armínio Fraga. Goldfajn
assumirá o cargo após passar por sabatina no Senado.
No seu
histórico profissional também está a diretoria do Centro de Debates de
Políticas Públicas. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em
Economia da Casa das Garças, entre 2006 e 2009, sócio-fundador da Ciano
Consultoria (2008 e 2009), sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008)
e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006), onde foi responsável pelas áreas de
pesquisas macroeconômicas e análise de risco.
Goldfajn
é economista, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Atuou
como consultor de organizações internacionais (como Banco Mundial, Fundo
Monetário Internacional e Nações Unidas), do governo brasileiro e do setor
privado.
O
economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, considera a escolha
de Goldfajn positiva. “Acho um nome excepcional, muito qualificado com passagem
pelo governo, com muitos trabalhos publicados, acadêmicos, na área de política
monetária. Tem experiência do lado público e do lado privado. E acho que ele tem
credibilidade com sobra para poder cortar os juros”, disse.
O
professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de
Títulos e Valores Mobiliários Alexandre Espírito Santo também ressaltou a
formação acadêmica de Goldfajn e a experiência no mercado financeiro e no
BC. “É um dos mais competentes e preparados economistas que o país tem. Já
mostrou isso quando foi diretor do Banco Central e tem uma formação
extraordinária, acadêmica. Tem muita experiência como economista e sócio do Itaú”,
disse.
Para o
professor do Ibemec, haverá uma transição “bem tranquila” no BC. “A atual
equipe do Banco Central também é muito competente. Pode ter um pouco de
divergência em termos de pensamento econômico, mas vai ser uma transição
tranquila. Aliás, na minha cabeça parece que vai ser a única transição
tranquila pela competência de ambos. Tanto de quem vai sai, quanto de quem vai
entrar”, acrescentou Espírito Santo.
Nomes
A Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda será ocupada por Marcelo Caetano,
que já trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Ele irá
tocar a reforma da Previdência que, no prazo de 30 dias, deverá ser enviada ao
Congresso Nacional. Caetano é economista formado pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
Masueto
Facundo de Almeida Júnior será o novo secretário de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda. É formado em Economia pela Universidade Federal do Ceará
e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Cursou Doutorado em
Políticas Públicas no MIT, Cambridge, nos Estados Unidos, mas não defendeu a
tese. É funcionário licenciado do Banco Central.
“A ideia
é que o Mansueto vai focar a sua atividade na Secretaria de Acompanhamento
Econômico principalmente nas despesas públicas, na qualidade e eficiência das
despesas públicas. Vamos fazer um diagnóstico preciso e correto e tomar medidas
que sejam não só eficazes, mas definitivas”, disse o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles.
A
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda será ocupada por
Cláudio Hamilton e Jorge Rachid foi mantido na Secretaria da Receita Federal.
Meirelles disse que Rachid “é um profissional de alta qualidade e de grande
respeito”.
Otávio
Ladeira ficará na Secretaria do Tesouro Nacional.
O novo
Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda é Mansueto
Facundo de Almeida Jr. Ele é formado em Economia pela Universidade
Federal do Ceará e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP).
Cursou Doutorado em Políticas Públicas no MIT, Cambridge, nos Estados Unidos,
mas não defendeu a tese. É funcionário licenciado do Banco Central. É
técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA), tendo assumido os seguintes cargos em Brasília: coordenador-geral de
Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no
Ministério da Fazenda entre 1995 e1997, assessor da Comissão de Desenvolvimento
Regional e de Turismo do Senado Federal, de 2005 a 2006 e assessor econômico do
senador Tasso Jereissati.
Autonomia
do BC
O governo vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de emenda à Constituição
para garantir autonomia operacional ao Banco Central (BC), informou o ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles. Acrescentou que a garantia da Constituição
é uma “avanço” em relação ao acordo verbal de autonomia como ocorre atualmente.
O ministro acrescentou que, nos oito anos que esteve à frente do BC, esse
acordo verbal foi cumprido.
O
ministro da Fazenda explicou que a autonomia para tomar decisões não se
confunde com independência, por meio da adoção de mandatos para a diretoria do
BC. “O que vai ser definido formalmente, isso é mais importante do que parece,
é a autonomia técnica. No momento, não há definição de mandato que seria o caso
de uma independência formal do Banco Central, o que é uma questão que será
sempre objeto de discussão”, disse Meirelles.
Para ele,
a decisão de dar independência ao BC não pode ser tomada de “afogadilho” porque
precisa de análise profunda e um acordo político com a sociedade de maior
abrangência. No último dia 13, o governo interino informou que pretende
enviar um projeto ao Congresso Nacional retirando o status de ministro do
presidente do BC, mas mantendo o foro privilegiado para toda diretoria do banco
e autonomia da instituição.
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