Por: Felipe
Frazão, de Brasília
O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles(Reprodução/TV Globo)
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vinculou nesta terça-feira a retomada do crescimento por meio de investimentos privados na economia e da recuperação da confiança internacional ao afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. A decisão do cenário político caberá ao Senado e pode demorar até 180 dias. O ideal para o presidente interino Michel Temer (PMDB), que depende de um bom desempenho econômico para se firmar no cargo, seria que o processo de desenrolasse de forma abreviada.
"A retomada da confiança é gradual. Ela se dá,
em primeiro lugar, pela mudança de governo e pela resolução dessa incerteza
política. Existe uma decisão do Senado Federal a ser tomada nos próximos meses
que vai, de uma forma ou de outra, eliminar uma incerteza, independentemente de
qual seja essa decisão. O Senado é soberano e vai tomar uma decisão de acordo
com a Constituição. Isto vai, qualquer que seja a decisão, eliminar uma ou
outra fonte de incerteza", afirmou o ministro.
Na véspera, Meirelles e Temer escutaram reclamações
de presidentes de quatro centrais sindicais (UGT, CSB, Força Sindical e Nova
Central) contrários a mudanças na Previdência e a reformas trabalhistas. Eles
deram prognósticos que preocuparam os sindicalistas com a escalada do
desemprego a até 14% neste ano.
Apesar da avaliação de Temer de que a mudança de
governo traria confiança internacional para uma injeção de capital que poderia
gerar empregos, os representantes das centrais sindicais reclamaram que os
investimentos não vieram tão rapidamente. E na visão do novo titular da
Fazenda, ex-presidente do Banco Central no governo Lula, ainda devem demorar.
Meirelles disse ainda que as medidas imediatas
tomadas pelo governo interino também contribuem para a recuperação da confiança
internacional. Ele listou, por exemplo, a fixação de prazo de 30 dias para uma
proposta de reforma da Previdência, estudos técnicos da equipe econômica,
ajuste fiscal (corte de 4.000 cargos comissionados), revisões nas políticas de
isenção, subvenções e subsídios, além de corte de despesas diretas e
renegociação da dívida dos Estados - uma prioridade, segundo ele.
"As nomeações que estamos fazendo, seja aqui
na Fazenda ou em outras áreas do governo, também eliminam fontes atuais de
incerteza e isso vai fazendo com que haja uma evolução nesse período",
afirmou. "Tudo isso vai fazendo com que a retomada da confiança se dê de
forma gradual. Eu espero que seja acelerada. Mas esse é um processo que todos
nós brasileiros já vivemos várias vezes, eu próprio já vivi no governo uma vez.
A retomada do crescimento é algo geométrico. Começa devagar e depois se
acelera."
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