Werner Baumann, concedeu entrevista a um jornal alemão.
Ele convidou grupos ambientalistas e outras partes interessadas a discutir.
Em meio à tentativa de aquisição da Monsanto pela Bayer, o CEO da
empresa alemã, Werner Baumann, concedeu entrevista a um jornal alemão e
convidou grupos ambientalistas e outras partes interessadas a debater os
possíveis desdobramentos do eventual negócio. Uma possível união
criaria a maior empresa de sementes e agrotóxicos do mundo, além de
impulsionar para mais de 40% a participação do setor agrícola nas vendas
da Bayer.
Baumann tratou dos riscos de reputação e admitiu que
alguns investidores têm se mostrado preocupados com esta questão, assim
como sinalizou que a marca Monsanto pode desaparecer se a operação se
confirmar. "Conhecemos a força da marca Monsanto", afirmou, antes de
ponderar sobre a estratégia da Bayer. "Ainda assim, nossa marca tem um
grande reconhecimento e apelo em todo o mundo. É algo que devemos
aproveitar."
Temores e preocupações têm sido apresentados por
organizações não governamentais (ONGs) e outros grupos de interesse,
diante da posição dominante da futura empresa no mercado de sementes e
agrotóxicos. A avaliação é de que o negócio poderia causar uma escalada
dos preços, em virtude das alternativas limitadas no mercado, além de
facilitar a entrada de lavouras transgênicas e do glifosato na Europa,
onde há restrições e forte oposição aos produtos oferecidos pela
Monsanto.
Na entrevista, Baumann se mostrou aberto para conversas e
convidou opositores a dialogar com a Bayer. "Da mesma forma que falo com
nossos investidores para convencê-los sobre o negócio, estendo o
convite a grupos ambientalistas e outras ONGs. Vamos conversar sobre a
questão e as perspectivas", disse.
Conforme o executivo, a Bayer
pretende alterar e melhorar algumas práticas na Monsanto após a
aquisição. "A maneira como fazemos negócio pode ser diferente do que é
feito na Monsanto. Posso garantir que conduziremos os negócios com o
mesmo padrão e empenho da nossa operação atual", afirmou.
Analistas
têm apontado que a transação pode representar um esforço financeiro
muito grande para a Bayer e que o acordo provocaria uma mudança na
vocação da empresa, que passaria a focar mais no agronegócio do que
medicamentos humanos e produtos químicos.
Ainda assim, outros avaliam
que o negócio faz sentido, considerando o movimento de consolidação que
ocorre no setor. Se confirmado, o acordo pode representar a etapa final
de uma rodada de consolidação do setor agroquímico, que já teve a fusão
entre as norte-americanas Dow e DuPont, além da aquisição da suíça
Syngenta pela estatal chinesa ChemChina.
O executivo reiterou que a
Bayer não precisará vender nenhum segmento de negócio para financiar a
operação, que deverá ser bancada por uma combinação de oferta de ações e
emissão de títulos de dívida. No início da semana passada, a Monsanto
rejeitou uma oferta de US$ 62 bilhões, equivalente a US$ 122 por ação,
da Bayer. Apesar da negativa, a empresa afirmou que continua aberta a
conversas
(Agência Estado, 30/5/16)
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