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América Latina: mudança no clima econômico e recuperação do petróleo estão animando investidores
A mudança pós-populista da América Latina está convencendo os maiores investidores em títulos de mercados emergentes do mundo a colocarem mais dinheiro na região e há sinais de que o Leste Europeu esteja pagando o preço.
O fundo Global Bond da Franklin Templeton, de US$ 51 bilhões, mais que
triplicou seus ativos no Brasil para 14,8 por cento no período de seis
meses até 31 de março, segundo registros públicos, e cortou pela metade
sua exposição à Europa emergente.
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Cinco dos maiores fundos de renda fixa focados em países em
desenvolvimento, que gerenciam US$ 25,7 bilhões no total, aumentaram sua
exposição à América Latina nos últimos 12 meses, mostram dados
compilados pela empresa de pesquisa financeira Morningstar.
“A oportunidade está na América Latina”, disse John Carlson, gerente de
recursos da Fidelity Investments em Boston, cujo New Markets Income
Fund, de US$ 4,25 bilhões, mantém posições overweight “bastante
estáveis” no Brasil, na Venezuela e no México e comprou eurobonds
argentinos no mês passado. “Está ocorrendo uma mudança política
positiva”.
O entusiasmo pela região, que enfrenta seu segundo ano seguido de
recessão enquanto o restante do mundo emergente continua crescendo,
decorre, em parte, da reformulação política que está colocando
ex-executivos do setor bancário de Wall Street em cargos importantes do
governo no Brasil e na Argentina.
Enquanto esses novos líderes buscam traçar um limite para as políticas
de seus antecessores populistas que expandiram os déficits
orçamentários, a Polônia sofreu fugas de capital desde que o novo
governo, que assumiu em novembro, levou a S&P Global Ratings a
rebaixar a nota do país por esbanjar em gastos sociais e aparelhar as
instituições estatais.
‘Mais interessante’
Os investidores estavam mais de 4 por cento overweight em relação à
América Latina no início do mês passado e underweight em relação aos
países emergentes da Ásia, da Europa, do Oriente Médio e da África,
disseram analistas do Morgan Stanley em nota técnica publicada em 27 de
abril.
Além da mudança política, as economias ricas em recursos da América
Latina, como o México, também estão se beneficiando com a recuperação de
74 por cento do petróleo em relação ao menor valor do barril em 12
anos, registrado em janeiro.
O yield médio do Bloomberg Latin America Sovereign Bond Index caiu 34
pontos-base em 2016, para 5,61 por cento, contra 4,58 por cento de um
índice equivalente de dívida dos países emergentes da Europa, do Oriente
Médio e da África.
Os títulos locais com vencimento em 10 anos do Brasil rendem quatro vezes mais que dívidas polonesas equivalentes.
“A América Latina é muito mais interessante que o Leste Europeu no
momento”, disse Jan Dehn, chefe de pesquisa da Ashmore Group em Londres,
em entrevista coletiva, no início do mês. A empresa administra cerca de
US$ 50 bilhões em mercados emergentes.
“No próximo ano e meio vocês verão uma maior aceleração do crescimento
global com base na América Latina, porque estes países tiveram a maior
queda. Vemos uma enorme mudança, com governos populistas de saída na
Argentina, no Brasil e muito provavelmente também na Venezuela”.
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