CNI avalia que é preciso saltar
etapas para que o país possa competir globalmente
Por Agência Brasil
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou
nesta segunda-feira (30) que concluiu a primeira pesquisa nacional sobre adoção
de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada, a chamada
indústria 4.0. A nova lógica de produção se refere à integração digital das
diferentes etapas da cadeia de valor dos produtos industriais, desde o
desenvolvimento até o uso, e envolve a criação de novos modelos de negócio,
produtos e serviços a eles atrelados. A pesquisa engloba 2.225 empresas de
todos os portes e foi feita entre 4 e 13 de janeiro de 2016.
De acordo com a CNI, a maior parte dos esforços
feitos pela indústria no Brasil está na fase dos processos industriais: 73% das
empresas que afirmaram usar ao menos uma tecnologia digital, fazem isso na
etapa de processos. Outras 47% utilizam ferramentas digitais na etapa de
desenvolvimento da cadeia produtiva e apenas 33% em novos produtos e novos
negócios.
A pesquisa mostra também que a indústria
brasileira, em um primeiro momento, otimiza processos para, só então buscar
aplicações mais voltadas ao desenvolvimento, a produtos e novos modelos de
negócios. Segundo o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da
Fonseca, considerando que a indústria brasileira precisa competir globalmente e
que se encontra atrás nessa corrida, é preciso saltar etapas. Para ele, o
esforço de digitalização precisa ser realizado simultaneamente, informou por
meio de nota.
A Confederação informou também que a digitalização
é o primeiro passo para a indústria entrar nesse novo patamar tecnológico e
que, em outros países onde esse processo está mais avançado, já houve aumento
da produtividade e redução de custos de manutenção de equipamentos e do consumo
de energia, além do aumento da eficiência do trabalho.
Infraestrutura
A pesquisa mostra, entre outras coisas, que a indústria brasileira ainda está
se familiarizando com a digitalização e com os impactos que pode ter sobre a
competitividade. O desconhecimento é significativamente maior entre as pequenas
empresas (57%). Na avaliação da CNI, é preciso aproximar especialistas e
indústria para ampliar o conhecimento sobre os ganhos que o país pode ter com a
mudança de patamar da indústria. Por outro lado, destaca, o governo pode
contribuir para o aumento da digitalização no Brasil se promover a
infraestrutura digital, investindo e estimulando a capacitação profissional e
também a criação de linhas de financiamentos específicas.
Pelos dados da pesquisa, pouco menos da metade das
empresas industriais utiliza, no mínimo, uma das dez tecnologias digitais
listadas na pesquisa, como automação digital sem sensores; prototipagem rápida
ou impressão 3D; utilização de serviços em nuvem associados ao produto ou
incorporação de serviços digitais nos produtos. Para 66% das empresas, o custo
de implantação é a principal barreira interna à adoção de tecnologias digitais.
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