segunda-feira, 16 de maio de 2016

Após discursos, mercado aguarda ações de Temer e Meirelles



 


Anúncio de presidente do BC pode ficar para amanhã; preços de commodities avançam






Valor: Henrique Meirelles adia anúncio do novo presidente do Banco Central (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Valor: Henrique Meirelles adia anúncio do novo presidente do Banco Central (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)




Apito Inicial

A notícia mais esperada desta segunda-feira (16) foi adiada. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou para amanhã o anúncio dos membros de sua equipe e do novo presidente do Banco Central, de acordo com o Valor Econômico.

Tarcísio Godoy foi confirmado na sexta-feira (13) como secretário-executivo e o mercado tende a ficar em compasso de espera pela confirmação de Ilan Goldfajn na presidência do BC, enquanto Carlos Hamilton, Marcos Mendes e Mansueto Almeida devem compor a equipe do novo ministro.

Enquanto isso, a missão de Meirelles de recuperar a economia já começa a enfrentar obstáculos. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Fazenda e o presidente em exercício Michel Temer recebem pressão de centrais sindicais e de empresários devido ao pacote de medidas que a equipe econômica pretende anunciar nos próximos dias.

Aliados de Temer no processo de impeachment como o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, e o deputado Paulinho da Força, da Força Sindical, são contra a volta da CPMF e a reforma da Previdência.

A ausência de planos de se candidatar em 2018 é uma vantagem, disse Temer em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo. Ele declarou que isso lhe dará, inclusive, mais liberdade para tomar medidas duras para reestruturar a economia. “Posso até ser impopular”, afirmou.

O processo de impeachment segue em andamento. A Comissão Especial volta a se reunir nesta semana, já na condição de Comissão Processante, para começar a definir os próximos passos da ação contra a presidente afastada Dilma Rousseff.

Nesta terça-feira (17), o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), e o relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), se encontrarão com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e assessores jurídicos, para tomar conhecimento dos detalhes legais do procedimento.

Sem novidades no campo político e em dia de agenda fraca, os investidores tendem a olhar para o ambiente internacional.

No mercado internacional, as bolsas chinesas encerraram em alta após o regulador do mercado negar notícias da mídia de que estaria se opondo a captações de recursos e aquisições em certos setores, o que ajudou a compensar indicadores econômicos fracos.

Os preços das commodities avançam, com destaque para a alta de mais de 1% do petróleo devido aos problemas na produção na Nigéria e após avaliações positivas para seus preços.
As bolsas europeias recuam e os índices futuros norte-americanos oscilam próximo da estabilidade.

“Enquanto os investidores aguardam o anúncio da nova equipe econômica, que deve ocorrer até amanhã, os mercados domésticos tendem a continuar fracos”, afirma a LCA Consultores.


O poder e a economia


Chega? - O ministro de Minas e Energia Fernando Bezerra Filho afirmou que a conta de luz dos consumidores não suporta mais reajustes. Ele disse que esse é um posicionamento unânime em toda a pasta. O ministro também expressou sua preocupação para apresentar os balanços da Eletrobras de 2014 e 2015, para evitar o resgate de bônus de dívida antecipado, algo em torno de R$ 40 bilhões que seria arcado pelo Tesouro. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Conferindo - O governo interino de Michel Temer iniciou na última sexta-feira (13) uma revisão de todos os atos do governo da presidente afastada Dilma Rousseff adotados a partir do dia 1º de abril. Entre as ações estão a criação de áreas indígenas, desapropriação de terras e reconhecimento de comunidades quilombolas. A revisão definida pela Casa Civil observará até o dia 2 de dezembro de 2015, quando o processo de impeachment foi aberto. A informação é do jornal O Globo.

Racha - O PT está dividido sobre qual estratégia de oposição irá adotar ao governo de Michel Temer. Integrantes da sigla buscam um discurso que vá além do “golpe” contra Dilma Rousseff. O partido poderia até mesmo apoiar a proposta de antecipar as eleições presidenciais. As divergências se estendem a possíveis propostas anunciadas pelo novo governo, como a criação da CPMF. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Pode ficar pior - O governo em exercício de Michel Temer trabalha com um cenário onde o rombo nas contas públicas pode ser superior a R$ 120 bilhões, número bem acima dos R$ 96,7 bilhões que a equipe da presidente Dilma Rousseff admitia. Com isso, a revisão da meta fiscal se torna urgente e caso não seja aprovada até o próximo domingo (22), a nova gestão terá que fazer um bloqueio no Orçamento, ameaçando paralisar a gestão. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Benefício - O novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, disse que estuda fazer com que as agências do INSS possam atender programas sociais, como o Bolsa Família. Segundo o ministro, a medida está sendo estudada junto com o Ministério do Planejamento. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Mudanças? - O novo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser absoluto e defendeu que a gestão do presidente em exercício Michel Temer não nomeie obrigatoriamente o mais votado da lista tríplice para a chefia da Procuradoria-Geral da República, algo que vinha sendo adotado pelos governos do PT e que era elogiado por membros do MP. Sobre a questão de política públicas pensadas para mulheres, Moraes disse que a área não sofrerá retrocessos, mesmo com a secretaria que cuida do assunto sendo incorporada ao ministério. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. 


O que acontece no mundo corporativo


Oferta - O Itaú BBA recebeu nos últimos dias propostas pela compra dos ativos da Liquigás, divisão de gás de cozinha da Petrobras. De acordo com fontes ouvidas por O Estado de S. Paulo, o ativo da estatal, avaliado em aproximadamente R$ 1,5 bilhão, tem sido alvo de diversos grupos, como Supergasbrás, Ultra e Copagaz.

Estatais - O presidente em exercício Michel Temer deve se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para chegar a um consenso sobre nomes para comandar estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil. Segundo aliados do peemedebista, Temer e Meirelles estariam indecisos entre dois nomes que, segundo eles, “agradariam muito o mercado”: Rodolfo Landim e Jorge Camargo.

Crédito e débito - O BNDES obteve lucro líquido de R$ 1,598 bilhão no primeiro trimestre, quase estável em relação ao R$ 1,585 bilhão em igual período de 2015. A despesa do banco estatal com provisão para risco de crédito somou R$ 871 milhões no período, um salto de 122% ante mesmo trimestre do exercício anterior. 

Apagão - A estatal mineira Cemig fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 5,2 milhões, redução de 99,65% sobre o lucro de R$ 1,5 bilhão no mesmo período do ano passado. A receita líquida da Cemig caiu para R$ 4,5 bilhões, ante R$ 5,8 milhões um ano antes.

Passou da conta - A AES Eletropaulo projeta impacto negativo no Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 320 milhões a R$ 375 milhões neste ano por sobrecontratação de energia.

Padrinhos fortes - O Itaú Unibanco e a Microsoft anunciaram uma parceria para desenvolverem empresas pré-operacionais de tecnologia no Brasil. Além de um investimento financeiro de valor não revelado no Cubo, plataforma de empreendedorismo tecnológico do banco em parceria com a Redpoint, a Microsoft vai oferecer estrutura da companhia para as startups do negócio.

Promessa - A estatal paranaense de energia Copel deverá ter resultados melhores a partir do segundo trimestre, principalmente devido a maiores ganhos nas divisões de geração e transmissão, afirmaram executivos da companhia em teleconferência com investidores.

Anulando o problema - A Equatorial Energia teve efeito negativo de R$ 13 milhões na geração de caixa do primeiro trimestre devido a sobras de energia contratada em suas distribuidoras Celpa e Cemar, mas no consolidado do ano o impacto da sobrecontratação deve ser zero ou próximo disso, afirmou o diretor financeiro da companhia, Eduardo Haiama.

Sem crise - A BR Malls teve lucro líquido de R$ 130,7 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 132,7 milhões um ano antes, informou nesta sexta-feira (13) a administradora de shoppings centers.


Para comentar mais tarde


Para Moreira Franco, é preciso mudar tudo no programa de concessões. Moreira Franco, secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do recém-empossado governo de Michel Temer, quer promover uma faxina geral nas concessões públicas. Em entrevista a O Financista, ele foi contundente ao afirmar que o atual modelo de parcerias com a iniciativa privada não para em pé, afugenta investidores e levou à concentração do mercado em poucos consórcios, muitos deles liderados por empreiteiras que hoje são investigadas pela Operação Lava Jato. Veja mais na entrevista concedida a Márcio Juliboni, de O Financista.

 http://www.financista.com.br/noticias/espresso-financista-apos-discursos-mercado-aguarda-acoes-de-temer-e-meirelles


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