Antonio Cruz/ABr
José Sarney
São Paulo – Em novo áudio obtido pelo jornal Folha de São Paulo, o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) prometeu ajuda ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em investigação no âmbito da Operação Lava Jato.
Sarney promete auxílio para evitar que o caso de Machado seja
transferido para a vara do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba (PR),
com a ressalva de não "meter advogado no meio".
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Segundo o jornal, Machado teria manifestado aproximação da Procuradoria
Geral da República para um acordo de delação premiada, fato que gerou
preocupação do ex-presidente.
"Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu
advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", disse o
ex-presidente em áudio obtidos pela Folha. "Mas nós temos é que
conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio".
De acordo com a reportagem, a estratégia de Sarney para a dada "missão"
não fica clara ao longo dos diálogos obtidos, mas "envolvia conversas
com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador
Romero Jucá (PMDB-RR)".
Machado usou as conversas realizadas em março deste ano justamente com
esses interlocutores para fechar um acordo de delação premiada com a
Procuradoria Geral da República. O contrato foi homologado pelo ministro
do STF Teori Zavascki nesta terça-feira (24).
Machado pede que Sarney entrasse em contato com Renan assim que
estabelecesse um horário e local para reunião, de acordo com o jornal. O
ex-executivo da Transpetro pede que Jucá esteja presente, mas Sarney
rejeita a possibilidade.
Segundo a Folha, o ex-presidente disse que não achava o ato
"conveniente", por juntar muita gente para tratar do assunto. "Três é
comício", disse.
Diz o jornal que, nas conversas, Sarney deixa claro que concordava com a
iniciativa de impedir que o caso de Machado fosse enviado para Moro. "O
tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito
procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", disse o
ex-presidente, segundo a Folha.
Como resposta ao jornal, em nota, o ex-presidente Sarney diz que não tem
como responder às perguntas pontuais feitas pela Folha por não conhecer
o inteiro teor dos áudios.
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