A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP, na Operação Repescagem, a 29ª fase da Lava Jato. O nome desta etapa é uma referência a Genu, considerado um dos elos entre o petrolão e do mensalão.
Genu foi réu no mensalão por ter recebido R$ 1,1 milhão de propina, mas
foi absolvido pelo crime de lavagem de dinheiro e foi beneficiado pela
prescrição do crime de corrupção.
Genu foi assessor do ex-deputado federal José Janene
(PP), morto em 2010, e teve um papel essencial nos dois esquemas
montados durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da silva.
Era Genu quem organizava parte dos pagamentos do doleiro Alberto Youssef para a turma do PP e ajudava o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, mesmo após a saída deste da Petrobras.
O ex-tesoureiro do PP foi preso em Brasília, alvo de um mandado de
prisão preventiva. Lá os policiais também prenderam, por mandado de
prisão temporária, Lúcio Amorim, que foi sócio de Genu e
recebia propina para ele. O terceiro alvo da operação é o empresário
Humberto do Amaral Carrilho, que foi procurado pela polícia em Recife,
mas não foi encontrado. Humberto está no exterior e sua defesa fez um
acordo para que ele se entregue em breve. Ele pagou propina a Paulo
Roberto Costa e ajudou Genu a movimentar recursos no exterior, de acordo
com as investigações. Os policiais também cumpriram três mandados de
busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro e Recife.
A atuação de Genu foi desvendada ainda no começo da Operação Lava Jato.
Os policiais acharam um e-mail dele enviado ao doleiro Youssef, em que
ele adotava um tom ameaçador ao reclamar da falta de recebimento de
propina que julgava ter direito. Em fevereiro de 2013, disse Genu no
e-mail: "O que está acontecendo? Não tenho tido sucesso nas coisas que
você trata comigo. Não entendo muito bem porque sempre procurei te
respeitar e considerar. Ainda quando o finado [referência a Janene,
segundo a Polícia Federal] estava entre nós, a forma de aproximação era
grande, o agrado era de todo jeito, se falava em amizade e tudo mais".
Não foi o único rastro de Genu nos crimes investigados na Operação Lava
Jato. Eram dele as anotações encontradas com Costa em que eram
detalhadas doações para o senador Lindbergh Farias (PT)
na campanha de 2014. Com uma caligrafia inconfundível, Genu desenhou
uma tabela, listou cada doador e a situação da cobrança.
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/05/joao-claudio-genu-ex-tesoureiro-do-pp-e-alvo-de-29-fase-da-lava-jato.html
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