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Produtos da JBS: o CAF tem o objetivo de analisar operações societárias
para evitar possíveis conflitos entre controladores e minoritários
São Paulo — A reestruturação societária anunciada ontem pela JBS foi a primeira analisada pelo Comitê de Aquisições e Fusões (CAF) .
Criado em agosto de 2013, e inspirado no “takeover panel“ inglês — órgão
do Reino Unido encarregado de supervisionar e regular a aquisição de
empresas — o CAF tem o objetivo de analisar operações societárias para
evitar possíveis conflitos entre controladores e minoritários.
Por iniciativa própria, a JBS procurou o comitê, que fez uma avaliação
final da proposta de reestruturação num período de 10 dias.
Após um olhar inicial da operação, conta o diretor-executivo do CAF,
Walter Mendes, a sugestão dada à empresa foi a de proporcionar também
aos acionistas não controladores o direito de trocar ações no Brasil
pelas da JBS Foods International, em uma base pro-rata em caso de
demanda excedente.
A troca é limitada para garantir que a empresa que permanecerá listada
na BM&FBovespa mantenha o percentual mínimo de 25% de suas ações em
circulação, conforme exigido pelo regulamento de listagem do Novo
Mercado.
“Analisamos a operação e entendemos que a extensão desse direito era um
ponto muito relevante, mas também com o cuidado de preservar a liquidez
daqueles que quiserem continuar acionistas da empresa no Brasil”,
explica Mendes.
Feita a mudança, o CAF avaliou que a operação segue as boas práticas de
governança e confere tratamento igualitário aos acionistas da companhia,
ressaltando que garante a eles a decisão sobre a aprovação ou não da
reestruturação.
O CAF continuará acompanhando a operação até a sua conclusão. As ações da JBS reagiram em alta hoje ao anúncio da operação.
“Esperamos que o mercado e as companhias percebam que o objetivo do CAF é
evitar qualquer ruído e conflito envolvendo as operações societárias no
mercado de capitais. Estamos aqui para isso."
"O órgão é formado por pessoas experientes e que podem antecipar
questões e evitar que elas se transformem em futuros confrontos”,
afirmou Mendes.
Ele destacou, ainda, que em sua primeira análise de operação o comitê
conseguiu apresentar uma resposta rápida à companhia, não afetando a
agenda de divulgação pretendida pela empresa.
Hoje o CAF conta com apenas duas adesões, da aérea Azul e da
BM&FBovespa, que, apesar de ter aderido ao comitê, não submeteu sua
negociação com a Cetip ao CAF. Ainda que não tenha aderido ao comitê,
caso da JBS, qualquer empresa pode procurá-lo.
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