sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Delator põe Lula no centro de esquema de cargos da Petrobras





 
 
Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha interrogatório de Dilma Rousseff no julgamento final do impeachment junto com o cantor Chico Buarque - 29/08
Lula: Pedro Corrêa, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras


Brasília - Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato anexaram à denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP/PE), que, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras.

Corrêa atribuiu a Lula diálogos que colocam o petista no centro do esquema de loteamento dos cargos graduados da estatal petrolífera.

O relato do ex-deputado é uma das peças que a Procuradoria usa na denúncia formal contra o ex-presidente, a quem acusa de "comandante máximo do esquema de corrupção".

A Procuradoria também juntou à denúncia os depoimentos de outros delatores - o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS).

"O controle de todo esquema criminoso por Lula ficou muito claro quando, em 2006, antes das eleições, Pedro Corrêa e José Janene (então presidente do PP e idealizador do esquema de propinas na Petrobras) foram apresentar para Lula reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefício de campanhas políticas", afirma o Ministério Público Federal.

Na ocasião, Lula teria negado os pleitos, segundo a delação de Pedro Corrêa; "Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito." Paulinho, segundo a denúncia, é Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que inaugurou a rede de propinas da estatal. Sua diretoria era controlada pelo PP de Janene.

Preso em março de 2014, Costa fechou acordo de delação premiada cinco meses depois.

Segundo Pedro Corrêa, naquela reunião em 2006 Lula disse ainda que "Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados".

"Dessa forma, Lula revelou de forma explícita para Pedro Corrêa que tinha o comando da dinâmica criminosa instalada na Petrobras e dela beneficiava diretamente", sustentam os 13 procuradores da força-tarefa.

Em um trecho de seu depoimento, Pedro Corrêa destacou: "O Governo Lula aparelhou cargos nas esferas estaduais pertencentes à União (delegacias de ministérios, etc) para a 'companheirada do PT'. Aí foi necessário a negociação com cargos mais altos em empresas públicas para as agremiações da base aliada."

Segundo o ex-deputado ocorreu "uma reunião no gabinete de José Genuíno (ex-presidente do PT), com a presença de Pedro Corrêa, Pedro Henry, Silvio Pereira e José Janene (…); José Dirceu definia; na hipótese de dissenso, o que ocorria na maioria das indicações, as definições eram feitas por Lula".

Ao abordar a participação de Lula no preenchimento dos cargos diretivos da Petrobras, Pedro Corrêa informou.

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"Antes da reeleição de 2006, o colaborador Pedro Corrêa foi procurar Lula, juntamente com Janene. Ambos entraram pela garagem do Planalto, para pedir dinheiro para a campanha do PP. Lula se esquivou, dizendo que não tinha obrigação de ajudar, pois Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados."

"Em reunião com a bancada do PP no Palácio do Planalto, o presidente Lula também disse que o PP estava bem atendido com os cargos que tinham."

A defesa do ex-presidente Lula nega enfaticamente que ele tenha envolvimento com a organização criminosa que o Ministério Público Federal afirma ter assumido o controle das diretorias mais importantes da Petrobras.

Na quinta-feira, 15, o ex-presidente da República desafiou seus algozes. Ele disse que a Lava Jato não encontrou nenhuma prova contra ele da prática de qualquer ilícito.

Governo mostrará a investidores que o país mudou, diz Franco





Ueslei Marcelino/Reuters
Vice-presidente Michel Temer (E) ouve o ex-ministro Moreira Franco durante evento do PMDB em Brasília
Moreira Franco: o presidente deverá ir a Nova York acompanhado de seis ministros
 
Francisco Carlos de Assis, do Estadão Conteúdo


São Paulo - Secretário-Executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, participará da comitiva do governo que fará uma rodada de encontros com agentes do mercado financeiro e conversas com investidores estrangeiros a partir da próxima segunda-feira, 19, até quarta-feira, 21, em Nova York, para apresentar a nova versão do programa de concessões lançado pelo governo na última terça-feira, 13.

Além de Moreira, o presidente Michel Temer deverá ir a Nova York acompanhado dos ministros José Serra (Relações Exteriores), Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania), Henrique Meirelles (Fazenda), Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação Civil), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e José Sarney Filho (Meio Ambiente).

Em conversa com o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante evento em São Paulo, antes de se encontrar com Temer e Padilha para reunião em São Paulo, o secretário informou que o objetivo dessas conversas é mostrar para os estrangeiros que o ambiente no Brasil mudou.

"Temos a absoluta consciência de que a credibilidade do País, tanto interna quanto externamente, estava muito ruim, a confiança péssima e sobretudo a segurança", disse Moreira Franco.

De acordo com ele, não havia até então previsibilidade de como eram as regras e quando as regras mudavam.

"Toda hora se fazia alterações que pareciam pontuais e não eram. Havia intervenção do governo por forças ideológicas equivocadas que agrediam a própria lógica das coisas, como querer fixar uma taxa de retorno e tarifas artificiais", disse o ministro, acrescentando que é isso que ele tentará mostrar para os investidores estrangeiros na semana que vem em Nova York que mudaram no Brasil.

"Tenho conversado com investidores e recebido deles bons retornos e tenho lido isso também na imprensa", disse o ministro.
 

Aeroportos


Perguntado se acredita que os editais de concessão dos aeroportos possam sair ainda neste ano, Moreira Franco disse que ao lançar o Programa de Privatizações e Investimentos, o governo se preocupou em não gerar expectativas.

"Não trabalhamos com hipóteses porque o Brasil foi vítima nos últimos anos de uma pirotecnia enorme no trato da questão econômica", afirma o ministro.

Ele disse que quando foi lançado o PPI, também foi apresentado um conjunto de proposições nas áreas de aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, óleo e gás, elétricas e outras iniciativas como loterias instantâneas da Caixa Econômica e no mesmo momento foi lançado um cronograma para dar previsibilidade aos investidores.

Moreira Franco voltou a falar sobre as iniciativas do governo na área ambiental para que estas exigências sejam resolvidas antes de o investidor iniciar os aportes, para depois não ter que interromper o projeto por conta de impedimentos.


Lava Jato anexa delação de ex-deputado à denúncia de Lula




Ueslei Marcelino / Reuters
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso de Dilma Rousseff, dia 12/05/2016
Lula: o relato do ex-deputado é uma das peças que a Procuradoria usa na denúncia formal contra Lula

Ricardo Brandt, do Estadão Conteúdo
Julia Affonso e Mateus Coutinho, do Estadão Conteúdo




Curitiba / São Paulo - Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato anexaram à denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP/PE), que, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras.

Corrêa atribuiu a Lula diálogos que colocam o petista no centro do esquema de loteamento dos cargos graduados da estatal petrolífera.

O relato do ex-deputado é uma das peças que a Procuradoria usa na denúncia formal contra o ex-presidente, a quem acusa de "comandante máximo do esquema de corrupção".

A Procuradoria também juntou à denúncia os depoimentos de outros delatores - o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS).

"O controle de todo esquema criminoso por Lula ficou muito claro quando, em 2006, antes das eleições, Pedro Corrêa e José Janene (então presidente do PP e idealizador do esquema de propinas na Petrobras) foram apresentar para Lula reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefício de campanhas políticas", afirma o Ministério Público Federal.

Na ocasião, Lula teria negado os pleitos, segundo a delação de Pedro Corrêa; "Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito."

Paulinho, segundo a denúncia, é Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que inaugurou a rede de propinas da estatal. Sua diretoria era controlada pelo PP de Janene.

Preso em março de 2014, Costa fechou acordo de delação premiada cinco meses depois.

Segundo Pedro Corrêa, naquela reunião em 2006 Lula disse ainda que "Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados".

"Dessa forma, Lula revelou de forma explícita para Pedro Corrêa que tinha o comando da dinâmica criminosa instalada na Petrobras e dela beneficiava diretamente", sustentam os 13 procuradores da força-tarefa.

Em um trecho de seu depoimento, Pedro Corrêa destacou: "O Governo Lula aparelhou cargos nas esferas estaduais pertencentes à União (delegacias de ministérios, etc) para a 'companheirada do PT'.

Aí foi necessário a negociação com cargos mais altos em empresas públicas para as agremiações da base aliada."

Segundo o ex-deputado ocorreu "uma reunião no gabinete de José Genuíno (ex-presidente do PT), com a presença de Pedro Corrêa, Pedro Henry, Silvio Pereira e José Janene (…); José Dirceu definia; na hipótese de dissenso, o que ocorria na maioria das indicações, as definições eram feitas por Lula".

Ao abordar a participação de Lula no preenchimento dos cargos diretivos da Petrobras, Pedro Corrêa informou.

"Antes da reeleição de 2006, o colaborador Pedro Corrêa foi procurar Lula, juntamente com Janene.

Ambos entraram pela garagem do Planalto, para pedir dinheiro para a campanha do PP. Lula se esquivou, dizendo que não tinha obrigação de ajudar, pois Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados."

"Em reunião com a bancada do PP no Palácio do Planalto, o presidente Lula também disse que o PP estava bem atendido com os cargos que tinham."

A defesa do ex-presidente Lula nega enfaticamente que ele tenha envolvimento com a organização criminosa que o Ministério Público Federal afirma ter assumido o controle das diretorias mais importantes da Petrobras.

Na quinta-feira, 15, o ex-presidente da República desafiou seus algozes. Ele disse que a Lava Jato não encontrou nenhuma prova contra ele da prática de qualquer ilícito.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

5 lições que o empreendedor só aprende depois de falir





Thinkstock
Mulher deprimida na frente de computador em escritório (demissão, falência)
Fracasso: apesar do trauma, ir à falência não é um atestado do fim da sua carreira empreendedora

São Paulo – As contas podem ter apertado. Os clientes podem ter trocado de loja. Seu sócio pode ter sumido do mapa. Os motivos são vários, mas o sentimento é o mesmo: a experiência de um negócio próprio falido sempre é traumática. E este é um quadro que ficou ainda mais aparente neste ano, marcado pela crise econômica.

Porém, Joaquim Xavier, gerente do Sebrae/SP, tem uma visão categórica dessa experiência: seu negócio pode morrer, e isso não é o fim do mundo. O que não pode minguar é sua vontade de empreender. "Uma das características mais importantes do empreendedor é a persistência, o que é diferente de burrice: você insiste naquilo que você comprova que tem chances de dar certo." 
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Apesar desse conselho, infelizmente não há uma fórmula fácil para que o empreendedor se motive a abrir um novo negócio após um tombo. Mas algo pode servir de consolo e de inspiração: boa parte dos donos de negócios de sucesso faliram mais de uma vez até obterem resultados.

“Muitos empreendedores aqui no Brasil têm vergonha de ter falido ou fechado ou negócio, e criam histórias para amenizar a situação. É preciso falar nisso de uma forma mais aberta”, afirma Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora. “Culturas mais maduras quanto ao empreendedorismo, como o Vale do Silício e Israel, procuram empreendedores que já tiveram uma experiência negativa, justamente porque isso os faz mais preparados para o novo empreendimento.”

Por isso, não pense que a falência é o fim da sua carreira de empreendedor. Pelo contrário: acredite no seu potencial. “O grande diferencial que o empreendedor possui é seu entusiasmo: é isso que o coloca à frente no mundo dos negócios”, completa Frederico Vidigal, professor de estratégia empresarial do Ibmec/MG.

Ainda não está convencido de que você pode empreender, mesmo tendo falido? Confira, a seguir, algumas lições que você pode aprender com essa experiência – e que mostram como você já se tornou um empreendedor melhor do que antes:

 

1. Você não comete mais erros de principiante


Depois da falência, o primeiro passo é conhecer as razões pelas quais o negócio chegou a esse ponto: faltou identificação com a ideia inicial, não houve uma boa comunicação com o cliente ou foi uma questão de falta de técnica em gestão?

“Cair faz parte de uma carreira de sucesso como empreendedor - nenhum dono de negócio tem 100% de acerto", diz Vidigal, do Ibmec/MG. "Agora, é a hora de rever os erros que você cometeu. Assim, você se levantará ainda mais forte."

 

2. Você ganha uma visão mais clara e técnica sobre negócios


O primeiro negócio costuma ser permeado por uma visão romântica sobre o que é empreender. Isso, infelizmente, também pode gerar uma falta de atenção quanto às complicações da operação de uma empresa.

“Muitos empreendedores começam o negócio pela paixão e pelo entusiasmo, mas não estão preparados. E, hoje, o cliente é ainda mais exigente, porque tem acesso às informações de uma forma muito rápida e barata. É preciso sempre estar disposto a adaptar seu negócio”, afirma Vidigal.

Quem acaba se apegando muito à ideia e coloca obstáculos a inovações pode falir. Apesar dos pesares, com isso o empreendedor ganha uma visão mais objetiva sobre a realidade do mundo empresarial.

“Essa experiência dá uma espécie de armadura ao dono do negócio. Agora, ele olha para a empresa de uma forma mais técnica, por meio de um conhecimento de dia a dia muito mais efetivo do que qualquer teoria”, explica Fontes, da Rede Mulher Empreendedora.

 

3. Você sabe do risco (e o encara com planejamento)


Por trás de todo empreendimento existe risco. Para muitos empreendedores de primeira viagem, porém, essa afirmação só fica mais clara após o negócio passar por dificuldades - seja por conta de fatores da própria empresa seja por questões mais externas, como a situação econômica.

"O dono de negócio não coloca na ponta do lápis quais obstáculos sofrerá. Dessa forma, não consegue pensar em como superar as dificuldades, que certamente virão. É como entrar em um ônibus sem saber qual o destino", afirma Xavier, do Sebrae/SP. "É importante ele ter essa percepção de risco no seu DNA, fazendo um planejamento."

Para seu próximo negócio, você já saberá como calcular bem todos os riscos envolvidos no empreendimento – e, principalmente, se possui recursos suficientes para transformar o risco impensado em um risco calculado. “O empreendedor aprende não só a fazer análises de risco, mas também a fazê-las constantemente ao longo da trajetória do negócio", completa Vidigal.

 

4. Você aprende a escolher melhor seus próximos parceiros


Escolher um bom parceiro de negócio é fundamental para que sua empresa tenha sucesso (veja como escolher o sócio ideal). Da mesma forma, um dos grandes fatores de fechamento das empresas é uma sociedade que não deu certo, afirma Fontes, da Rede Mulher Empreendedora.

Depois de falir, o empreendedor pensa com mais cuidado sobre essa questão – especialmente se, na primeira sociedade, ele escolheu o parceiro apenas por ser um amigo ou parente, por exemplo. “Ele passa a buscar sócios que sejam mais complementares ao perfil dele, que realmente supram suas deficiências.”

 

5. Você olha mais para o mercado e menos para seu próprio umbigo


Esta lição está muito relacionada com a paixão que o empreendedor sente pelo seu primeiro negócio, que já citamos anteriormente: muitos empreendedores vão à falência porque olham para a empresa, quando na verdade deveriam estar analisando o mercado em que se inserem e tomando informações. Com isso, em pouco tempo ele pode não ser mais tão competitivo.

"Com a reflexão, o empresário percebe que precisa mudar quando o mercado muda – ou seja, constantemente. Não adianta culpar o concorrente ou o governo por conta da sua própria falência", afirma Xavier, do Sebrae/SP. "Muitas vezes, você próprio não fez a lição de casa."

O empreendedor deve fazer constantemente o chamado benchmarking: uma avaliação comparativa de sua atividade. “Após a falência, ele aprende a buscar conteúdos novos: o empreendedor olha seus concorrentes, seus fornecedores e até mesmo seu próprio cliente, que é a maior fonte de dados possível”, completa Vidigal, do Ibmec/MG.

Lula fará pronunciamento e PT convoca ato de defesa





Exame Hoje
Capa
 
 
 
 
São Paulo - Nesta quinta-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um pronunciamento à imprensa sobre a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra ele, sua esposa, Marisa Letícia, e mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava Jato

A declaração do ex-presidente será durante reunião do Diretório Nacional do partido, no Novotel Jaraguá, no centro da cidade de São Paulo. 

Em resposta às acusações, o PT convocou a militância para amparar Lula na frente do hotel, às 13h de hoje. 

O que pesa contra o ex-presidente 
Lula é acusado de chefiar o esquema de corrupção que desviou R$ 87 milhões da Petrobras. De acordo com o  MPF, ele teria recebido R$ 3,7 milhões em propinas por meio de três contratos da OAS com duas refinarias da estatal. 

Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um tríplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira como compensação por ações de Lula no esquema de cartel e propinas. 

Na denúncia, ele é acusado de crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. 

O que diz a defesa de Lula
O petista está convencido de que a operação quer descontruir a sua imagem, enfraquecer o Partido dos Trabalhadores (PT) e barrar uma eventual candidatura dele ao Palácio do Planalto, em 2018. 

Em nota, os advogados de Lula e de Marisa Letícia afirmam que nenhuma prova foi apresentada contra o ex-presidente e que a propriedade no Guarujá (SP) não pertence ao casal. 

Veja o que diz a nota da defesa:

"Não foi apresentado um único ato praticado por Lula, muito menos uma prova. Desde o início da Operação Lava Jato houve uma devassa na vida do ex-Presidente. Nada encontraram. Foi necessário, então, apelar para um discurso farsesco. Construíram uma tese baseada em responsabilidade objetiva, incompatível com o direito penal. O crime do Lula para a Lava Jato é ter sido presidente da República.

Para sustentar o impossível – a propriedade do apto 164-A, Edifício Solaris, no Guarujá – a Força Tarefa da Lava Jato valeu-se de truque de ilusionismo, promovendo um reprovável espetáculo judicial- midiático. O fato real inquestionável é que Lula e D. Marisa não são proprietários do referido imóvel, que pertence à OAS. 

Se não são proprietários, Lula e sua esposa não são também beneficiários de qualquer reforma ali feita. Não há artifício que possa mudar essa realidade". 

Ex-AGU: “Padilha blinda Temer e se acha chefe dos ministros”





Divulgação/AGU
Fábio Media Osório, ex-advogado-geral da União
Fábio Medina Osório: "O que me surpreendeu no governo Temer foi o método de desconstrução da honra das pessoas como forma de demissão”
Brasília – Uma semana após sair do governo, o ex-advogado-geral da União Fábio Medina Osório não economizou nas reclamações sobre a atuação do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que, segundo ele, não permite o fácil acesso dos demais ministros ao presidente Michel Temer (PMDB).

“Não tive acesso ao Temer por determinação do ministro Padilha. Não sei o que o motivou. Nos bastidores, ele se movimenta como chefe dos demais ministros. Essa parece ser a intenção dele”, explicou em entrevista exclusiva a EXAME.com.

As dificuldades surgiram, de acordo com o ex-AGU, a partir do momento que ele despachou questões da pasta diretamente com Temer. O chefe da Casa Civil teria reprovado e cortado imediatamente os despachos da AGU com o presidente.

Para Medina Osório, a subordinação absoluta dos ministérios ao governo é “antiquada” e pode ser vista como “uma forma de coronelismo da política brasileira”.

Sobre a cassação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Medina Osório afirmou que política é um ambiente volátil e de muitas traições.

O ex-AGU reclamou da postura do governo Temer no momento de sua demissão. “O que me surpreendeu no governo comandado por Padilha foi o método de desconstrução da honra das pessoas como forma de demissão”, disse.

Confira os principais trechos da entrevista:

EXAME.com: Quais foram os reais motivos de sua demissão da AGU?

Fábio Medina Osório:
Os motivos foram relacionados a um desgaste político envolvendo divergências sobre o papel da AGU na Lava Jato, especialmente quanto a possibilidade de ajuizamento de ações de improbidade administrativa na esfera cível e ressarcimento por danos ao erário.

Houve briga entre o senhor e o ministro Eliseu Padilha na quinta-feira passada? Por quê?

Houve apenas uma discussão respeitosa, em que dois pontos de vista divergentes se apresentaram sobre o papel da AGU na Lava Jato.

Como recebeu as críticas de sua sucessora, Grace Mendonça, e do próprio Padilha após suas declarações de que o governo tenta abafar a Lava Jato?

Recebo com naturalidade. Fazem parte do debate público.

Afinal, quem tenta abafar a Lava Jato? O Padilha? Outros ministros? O próprio Temer?

Na AGU, tínhamos uma interlocução direta com o ministro Padilha. Fomos cobrados por ele em função das medidas adotadas.

O que o leva a considerar que o ministro Padilha é um superministro?

Ele tem um protagonismo de superministro. Uma de suas primeiras providências foi cortar o despacho direto da AGU com o presidente da República. Creio que seria importante restaurar esse diálogo direto, que sempre ocorreu, e espero que volte a ocorrer com a ministra Grace.

Não sei qual foi o motivo, mas não tive acesso ao Presidente Temer por determinação do ministro Padilha. Nos bastidores, ele se movimenta como uma espécie de chefe dos demais ministros. Ao menos, essa parece ser a intenção dele.

O senhor afirmou que ninguém tem cheque em branco para governar. Quem trava essa autonomia? Por quê?

O Estado Democrático de Direito e a Constituição impedem as autonomias e os espaços discricionários dos governantes. As instituições possuem poderes que decorrem das leis e das normas constitucionais.
O senhor acredita que a AGU precisa avisar que pedirá ao STF acesso aos inquéritos contra políticos para viabilizar ações de improbidade? Esse aviso sempre foi necessário?
Entendo que o titular da AGU não precisa avisar o presidente da República que acessará inquéritos contra políticos para ajuizar ações de improbidade. Da mesma forma, ao redigir uma inicial acusatória, a AGU não consultará o presidente a propósito da tipificação das condutas ou quem estará ou não no rol de acusados. Trata-se de matéria sujeita à autonomia técnica da AGU. Essa ideia de subordinação absoluta é antiquada, uma forma de coronelismo da política brasileira.
O que o senhor pensa sobre os rumores de que o STF estaria alinhado com o governo de desacelerar as investigações da Lava Jato?

Não acredito nisso.

Está claro dentro do governo essa intenção de brecar as investigações?

Em relação a AGU, houve esse movimento, que poderá ser revertido. Basta que o governo sinalize com o acesso imediato aos inquéritos e demonstre intenção concreta de combater a corrupção. Daí a importância deste debate público.

Aliás, para que a AGU participe da agenda de acordos de leniência, é necessário que firme sua atribuição nas ações de improbidade administrativa.

Como o senhor enxerga esse pedido de Randolfe Rodrigues e Humberto Costa para que o senhor, Padilha e Grace deem explicações sobre a suposta iniciativa do governo de brecar as investigações? Acha que é uma manobra para atribuir a tese de golpe ao impeachment de Dilma?

O parlamento é soberano para buscar explicações de quem quer que seja. Mas não haverá substrato para a tese de golpe, pois o processo de impeachment transcorreu dentro da legalidade.

O que aconteceu naquela suposta carteirada na FAB no início de sua gestão à frente da AGU? Acredita que desde aquela época sua relação com o governo começou a se desgastar?

Aquele episódio foi uma difamação. Nunca aconteceu. E foi um ataque, que partiu de dentro do próprio governo, como tentativa de desconstruir minha imagem, em decorrência do exercício das minhas funções. 


Adriano Machado / Reuters
Presidente interino Michel Temer e ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, dia 24/05/2016
Temer e Padilha: segundo ex-AGU, é Padilha quem manda no governo


O que foi determinante para que sua relação com o governo ficasse desgastada a ponto de desencadear na demissão?

Acredito que o exercício autônomo e independente das funções foi o fator determinante. O governo se deparou com um AGU que se revelou comprometido com uma pauta indigesta. Ao ajuizar ações de improbidade, e mostrar alinhamento com a força tarefa da Lava Jato em Curitiba, revelei uma faceta intolerável para uma parcela do governo.

Padilha foi seu padrinho na escolha para a AGU. De alguma maneira se sente traído por ele?
O ministro Padilha levou meu nome ao presidente Temer, tendo recebido indicações de grandes figuras do mundo jurídico. Não tenho filiação político partidária e ele conhece meu currículo.
O que me surpreendeu no governo comandado pelo Padilha foi o método de desconstrução da honra das pessoas como forma de demissão. Antes de demitir alguém, parte-se para um processo difamatório na imprensa. Foi o que tentaram fazer comigo.

O motivo subjacente foi inicialmente o ajuizamento de uma ação contra poderosas empreiteiras. O segundo motivo foi o acesso a inquéritos da Lava Jato no STF. A desconstrução da reputação moral de autoridades é um método criminoso de ataque a quem exerce suas funções.

Após sua demissão, mantém o apoio ao impeachment de Dilma? Acredita que o processo é legítimo? Acredita que o relatório que o senhor fez defendendo a regularidade das chamadas “pedaladas fiscais” em 2015 pode ter contribuído para sua demissão?
O impeachment é legítimo e transcorreu dentro da lei. Nunca fiz relatório algum defendendo regularidade de pedaladas fiscais em 2015. Esta foi mais uma falácia divulgada na mídia para confundir a opinião pública.

Apenas fizemos um protocolo — autorizado pelo Planalto — com a ex-presidente Dilma, para lhe garantir direitos de defesa no TCU. Através desse protocolo, alguns órgãos do governo emitiram pareceres, que foram encaminhados ao TCU. Em momento algum, a AGU emitiu qualquer parecer defendendo pedaladas em minha gestão.

Como era o seu trânsito no Planalto? O senhor tinha fácil acesso ao presidente Temer?
Despachei poucas vezes com presidente Temer. Numa oportunidade, aliás, criou-se um incidente com o ministro Padilha, pois ele não gostou do fato de eu haver despachado direto com o presidente. Seguiu-se que Padilha cortou os despachos do AGU com o presidente. Pela primeira vez na história da instituição, o AGU não teve acesso ao presidente da República.

Como avalia cassação com margem expressiva de votos de Eduardo Cunha?
A leitura que eu faço é que a política é um ambiente muito volátil e de muitas traições. Já dizia José de Magalhães Pinto, a política é como a nuvem no céu, se movimentando a todo instante.

Cunha fala em abandono do governo. De alguma maneira, o senhor se identifica e também se sentiu abandonado após a demissão?
Não me sinto abandonado de maneira alguma. Entrei como um técnico, um advogado, e com apoio de instituições republicanas. Saio da mesma forma que entrei. Minha maior preocupação, ao exercer essa função, sempre foi com minha biografia e a coerência com os pilares do Estado Democrático de Direito.

Acredita que o governo tem que se preocupar com uma eventual delação de Cunha?
Não tenho condições de opinar sobre isso, pois desconheço os bastidores das relações subjacentes.

O senhor acredita que a reforma ministerial atingirá outras pastas? Quais?

Difícil saber. Mas tenho claro que um cargo de ministro de Estado é da confiança do presidente e que inclusive no meu caso poderia haver uma troca sem justificativa ou apenas apoiado nas razões de gênero e tudo seria legítimo.

Quando apontei as autênticas razões, quis chamar um debate público sobre o futuro da AGU num tema importante, que é a Lava Jato. E acredito que uma crítica construtiva ao governo, nessa agenda anticorrupção, poderá ser útil para que o presidente Temer se firme e consolide um caminho de transição e desenvolvimento para o Brasil, sem amesquinhar uma instituição tão importante como a AGU.

Acredita que a base do governo está rachada ou a ponto de rachar?
Não tenho condições de avaliar essa questão do ponto de vista político.

O senhor acha que o governo conseguirá emplacar todas as medidas necessárias para estabelecer a retomada da economia? Medidas impopulares não dividirão a base?
Espero que consiga. O governo Temer deveria aproveitar sua condição de governo de transição para emplacar medidas impopulares e de longo prazo.

Como o senhor enxerga o eventual reajuste do STF? Acha que sai do papel?
O problema da remuneração do STF é o efeito cascata. Esse modelo constitucional gera enormes distorções. A remuneração das demais carreiras não deveria estar atrelada à remuneração dos ministros dos tribunais superiores. A diferença entre salário de um juiz e de um ministro do STF é muito pequena.

O senhor acredita que, mesmo com Cármen Lúcia no comando do STF, a Corte vai desacelerar as investigações da Lava Jato?
Não acredito que haja essa desaceleração. O STF tem se revelado um tribunal independente.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Siemens vai investir 5 bilhões de euros na Argentina





Sean Gallup/Getty Images
Siemens
Siemens: "não apenas podemos construir usinas de energia e sistemas de mobilidade, como também podemos financiá-los", disse presidente do grupo
 
Da REUTERS


Buenos Aires - A Siemens planeja investir 5 bilhões de euros em infraestrutura, mobilidade e energia na Argentina, criando 3 mil empregos, afirmou o presidente-executivo do grupo alemão, Joe Kaeser, nesta quarta-feira.

"Estamos prontos porque conseguimos 3,1 bilhões de euros em compromissos de financiamento, então não apenas podemos construir usinas de energia e sistemas de mobilidade, como também podemos financiá-los", disse Kaeser durante fórum de negócios e investimentos na Argentina.