sexta-feira, 16 de setembro de 2016

CEO da Nokia acelera integração com Alcatel






Wolfgang von Brauchitsch/Bloomberg News
Logo da Nokia
Nokia: equipe tem 90 dias para debater quais produtos manter e quais eliminar
 
Chad Thomas e Ville Heiskanen, da Bloomberg


Após a aquisição da fabricante de equipamentos de rede rival, a francesa Alcatel-Lucent, em janeiro, Rajeev Suri colocou sua equipe da Nokia em um cronograma ajustado: em apenas 90 dias eles precisariam debater quais produtos manter e quais eliminar.

Embora o CEO da Nokia, de 48 anos, admita que não é fã da indecisão, de “discussões procrastinadas” e da política de escritório, o ritmo era extremo até mesmo para o veloz mundo da tecnologia.

Mas a urgência de Suri tinha um propósito. Ele não queria repetir os equívocos de fusões anteriores das duas fornecedoras de rede que se arrastaram por anos e provocaram prejuízos bilionários.

“O mundo não espera por você”, disse Suri, em entrevista na sede da empresa finlandesa, situada na floresta, nos arredores de Helsinque. “Se você perde a janela, os clientes se dispersam”.

A empresa que resultou do negócio de US$ 18 bilhões está se consolidando antes do que ele esperava, disse Suri. Em um setor assolado pela queda das receitas, tempo realmente é dinheiro, já que ele trabalha para criar um concorrente para a Huawei Technologies e a Ericsson -- um ator global cujo leque de produtos abrange equipamentos de telefonia celular, roteamento de internet, as antigas linhas fixas, cabo e software de computação em nuvem.

A Nokia elevou seus objetivos de cortes de custos e acelerou seu cronograma de implementação -- uma prova, diz Suri, de que está se transformando na empresa que ele vislumbra, com um equilíbrio entre impulso empreendedor, inovação, estrutura e disciplina.

Suri acelerou a integração atual limitando a equipe de pessoas no projeto para menos de 100, contra as milhares que, segundo ele, estavam envolvidas na Nokia Siemens. A Nokia elevou a meta anual de corte de custos de 900 milhões de euros até 2019, de quando o acordo com a Alcatel foi anunciado, para 1,2 bilhão de euros até 2018.

“Você quer ser inclusivo, mas não pode ser a ponto de ter tanta gente envolvida que acaba desacelerando o processo”, disse Suri. “Já vimos esse filme. Temos de aprender com os equívocos do passado”.


Eliminando empregos


A empresa planeja eliminar até 15.000 empregos de um total combinado de 105.000, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em abril. Suri, que preferiu não especificar sua meta de corte de empregos, diz que sua ambição a longo prazo é uma margem operacional de dois dígitos. No trimestre passado, o retorno ajustado sobre as vendas da divisão de redes da Nokia foi de 6 por cento.

Internamente, os pessimistas disseram a Suri que seu cronograma rápido para as decisões sobre o portfólio de produtos que muitas vezes levam um ano ou mais era impossível. Ele seguiu adiante mesmo assim e cumpriu a meta autoimposta de 90 dias. Ele tem mais planos -- quer expandir os programas de qualidade, a precificação centralizada e os projetos de melhora contínua em toda a empresa, mas está cauteloso quanto a forçar muitas mudanças de uma vez.

“Você se adapta no começo e, é claro, chega um momento em que você diz ‘há dinheiro em jogo e vamos atrás dele’”, disse Suri.


Embraer dá férias coletivas a partir de outubro






Eric Piermont/AFP
Logo da Embraer no aeroporto Le Bourget, perto de Paris
Embraer: "Os empregados dos setores envolvidos já foram informados sobre os períodos exatos de pausa"
 
Luana Pavani, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Embraer iniciará férias coletivas em alguns setores da a partir de outubro. Conforme comunicado, o objetivo é adequar o ritmo de produção à desaceleração da demanda. 

"Os empregados dos setores envolvidos já foram informados sobre os períodos exatos de pausa", diz a nota, sem mais detalhes sobre quais as áreas envolvidas.

"Desde o início de agosto, a Embraer vem adotando uma série de medidas de redução de custos visando superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria aeroespacial e garantir a perenidade da empresa. A Embraer acredita e trabalha pela superação desse momento", diz o comunicado distribuído à imprensa.

A companhia explica ainda que as férias coletivas são uma antecipação do período aquisitivo regular do empregado, o atual ou o seguinte, garante que todos os direitos serão pagos normalmente.



Oi tem prejuízo líquido de R$656 mi no 2º tri




Divulgação
Loja da Oi em São Paulo
Oi: a dívida líquida ficou em 41,4 bilhões de reais, contra 40,8 bilhões de reais ao fim de março deste ano
 
 
Da REUTERS


São Paulo - A operadora de telecomunicações Oi, em recuperação judicial, encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de 656 milhões de reais, revertendo lucro consolidado de 671 milhões obtido um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou 1,435 bilhão de reais, queda anual de 24,4 por cento.

A dívida líquida ficou em 41,4 bilhões de reais, contra 40,8 bilhões de reais ao fim de março deste ano. O investimento no país totalizou 1,215 bilhão de reais no trimestre, 16,7 por cento maior que um ano antes.


O que está por dentro da fusão entre Bayer e Monsanto





Daniel Acker/Bloomberg
Monsanto
Monsanto: duas gigantes dos setores agrícola e químico fecharam um acordo de fusão na quarta-feira, um negócio de US$ 66 bilhões
 
Lydia Mulvany, da Bloomberg


Duas gigantes dos setores agrícola e químico fecharam um acordo de fusão na quarta-feira, um negócio de US$ 66 bilhões: a Monsanto, dos EUA, e a Bayer, da Alemanha, a fabricante original da aspirina.

Trata-se do maior negócio do ano, que criará a maior fornecedora de sementes e químicos agrícolas do mundo, com US$ 26 bilhões em receita anual combinada da agricultura.

Se concretizada, a fusão juntará duas companhias com longas e célebres histórias que moldaram o que comemos, os medicamentos que tomamos e como cultivamos nossos alimentos.
 

Bayer: passado e presente


Em 1863, dois amigos que produziam corantes a partir do alcatrão de hulha criaram a Bayer, que se transformou em uma empresa química e farmacêutica famosa por comercializar a heroína como remédio para tosse em 1896, e depois a aspirina, em 1899.

A empresa foi contratada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e usou trabalhos forçados. Atualmente, a empresa com sede em Leverkusen, na Alemanha, fabrica medicamentos e tem uma unidade de ciências agrícolas que produz maconha e pesticidas.

Sua meta é dominar os mercados de químicos e medicamentos para pessoas, plantas e animais.
 

Monsanto: passado e presente


A Monsanto, fundada em 1901, originalmente produzia aditivos alimentares como a sacarina antes de expandir-se para produtos industriais químicos, farmacêuticos e agrícolas.

É famosa por produzir alguns químicos controversos e altamente tóxicos, como os bifenilos policlorados, comumente conhecidos como PCBs e atualmente banidos, e o herbicida agente laranja, que foi usado pelo exército dos EUA no Vietnã.

A empresa comercializou o herbicida Roundup nos anos 1970 e começou a desenvolver milho e sementes de soja geneticamente modificados nos anos 1980. Em 2000 surgiu uma nova Monsanto a partir de uma série de fusões corporativas.
 

A empresa agrícola definitiva


Recentemente a Monsanto tentou se posicionar entre os fazendeiros como uma empresa química e de sementes completa. A ideia é usar informação diretamente dos campos para descobrir exatamente quando, onde e como os fazendeiros devem aplicar produtos químicos no cultivo para ter uma colheita maior.
 

O acordo se concretizará?


A transação seria a maior da história da agricultura, mas não é certa, porque podem surgir obstáculos antitruste. A combinação de Bayer e Monsanto formaria o maior ator de um setor com apenas três megaempresas ainda restantes.

Além disso, o acordo pode enfrentar reações na Alemanha, onde a maior parte dos cidadãos questiona se é seguro consumir e cultivar alimentos modificados.
 

Futuro da agricultura?


Devido ao domínio da Monsanto no ramo de sementes e à força da Bayer no segmento de químicos agrícolas, as empresas poderão vender aos fazendeiros um abrangente conjunto de pesticidas e sementes geneticamente modificadas.

A Monsanto também investiu no emergente setor de agricultura de precisão, que é uma forma dos fazendeiros descobrirem exatamente a quantidade de fertilizante ou o tipo de semente que devem usar.

Isso é possível por meio da coleta e da análise de dados sobre o clima e o cultivo em seus campos em níveis cada vez mais frequentes e detalhados.

A Monsanto e a Bayer argumentam que a ampliação das safras possibilitada pelo uso desses métodos será necessária para alimentar a crescente população mundial, que gera uma demanda maior por carne e produtos lácteos.


Denúncia de Lula revela tese que PGR sustentará no Supremo




Fernando Donasci / Reuters
Ex-presidente Lula em coletiva sobre acusações da Operação Lava Jato 15/09/2016
Lula: desde março de 2014, os investigadores miram uma sistemática criada por um núcleo político, que envolvia PT, PMDB e PP, e um cartel das maiores empreiteiras do país
 
Ricardo Brandt, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A primeira denúncia criminal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentada nesta quarta-feira, 14, pelo Ministério Público Federal, em Curitiba, revela a tese que será usada nas acusações formais que imputarão ao petista envolvimento direto no crime de organização criminosa da força-tarefa da Operação Lava Jato.

"Nesse esquema criminoso, Lula dominava toda a estrutura por ele montada, com plenos poderes para decidir sobre sua prática, interrupção e circunstâncias", registram os procuradores da República, na denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o ex-presidente, a sua mulher, Marisa Letícia, e outros seis acusados.

Alvo de críticas, em especial da defesa, a forma como foi divulgada em entrevista coletiva a primeira denuncia contra Lula - e a ampla explanação sobre o contexto da estrutura criminosa montada no governo federal, que teria vitimado a Petrobras - foi montada pelos 13 procuradores da República de Curitiba, com acompanhamento direto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A peça acusatória resume o papel de Lula como suposto mandante da organização criminosa, para contextualizar os crimes alvos da Lava Jato.

Desde março de 2014, os investigadores miram uma sistemática criada por um núcleo político, que envolvia PT, PMDB e PP, e um cartel das maiores empreiteiras do país para lotear cargos na Petrobras e arrecadar fundos por meio de pagamentos de propinas - que variavam de 1% a 3% dos contratos, um prejuízo de mais de R$ 40 milhões.

Nela os procuradores apontaram pelo menos 14 conjuntos de elementos probatórios usados para formar a convicção de que a empreiteira OAS pagou R$ 87 milhões de corrupção em contratos da Petrobras, que beneficiaram Lula de três formas. Pela cooptação de partidos aliados - PMDB e PP - por meio do loteamentos de cargos na estatal para arrecadação de propinas, pelo uso do esquema para formação de "caixa" ilícito para financiamento das campanhas e para o enriquecimento ilícito.

A última perna desse tripé que justifica a sistematização do loteamento de cargos para levantamento de propinas é o alvo dessa primeira denúncia criminal da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Nela, Lula e Marisa são acusados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na propriedade e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e no custeio do armazenamento de bens do ex-presidente pela OAS.

De acordo com a denúncia, R$ 3,7 milhões foram propinas usadas em benefício próprio. O restante, usado para financiamento do esquema de "governabilidade corrompida e perpetuação criminosa no poder".

"Resumidamente, Lula capitaneou e se beneficiou desse grande e poderoso esquema criminoso. Beneficiou-se de forma econômica e direta, pois recebeu propinas decorrentes de ilicitudes praticadas por empreiteiras em detrimento da Administração Pública Federal, notadamente da Petrobrás", sustenta o MPF, na denúncia.

"No entanto, seu maior benefício foi na seara política, uma vez que, permitindo que fossem desviados bilhões de reais em propinas, para o PT e para os demais partidos de sua base de apoio, especialmente PP e PMDB, tornou-se politicamente forte o bastante para ver a aprovação da maioria dos projetos de seu interesse perante as Casas Legislativas e propiciar a permanência no poder de seu partido mediante a injeção de propinas em campanhas eleitorais."
 

Esquema único


Na tese usada pela Procuradoria para indicar o papel de mando de Lula, a denúncia diz que "a ânsia de ganhar rapidamente o máximo de apoio no Congresso e o desejo de perpetuar o PT no Poder - não só no Executivo federal como em outros níveis de governo em que as campanhas seriam alimentadas com dinheiro criminoso - moveram Lula, auxiliado por José Dirceu, na orquestração de uma sofisticada estrutura ilícita de compra de apoio parlamentar".

"A contextualização do suposto esquema criminoso, que abre a denúncia, indica que Lula será acusado não só de ser o 'maestro' do esquema de cartel e propinas na Petrobras, mas como artífice de uma 'macro corrupção' que unirá outros casos de corrupção - já com sentença proferida - no governo federal, como os de desvios via Ministério do Planejamento, alvo da Operação Custo Brasil, dos desvios nas obras da Usina de Angra 3 na Eletronuclear, alvo da Lava Jato no Rio, e nos contratos de publicidade da Caixa Econômica Federal, da Lava Jato em Brasília".

"A arrecadação de propinas, assentada na distribuição de cargos públicos, permitiu o direcionamento de vantagens indevidas a agentes e partidos políticos, funcionários públicos, operadores financeiros e empresários, dando origem a um esquema criminoso revelado, parte na ação penal relativa ao 'Mensalão' e parte nas ações penais da Operação Lava Jato."

"Para que a engrenagem criminosa funcionasse na forma antes descrita - obter e manter a governabilidade corrompida, enriquecer ilicitamente seus participantes e financiar a permanência no poder - Lula comandou e coordenou, por meio de dinheiro público desviado, embutido em lucros ilegais cada vez mais altos por parte de empresários corruptores, o concurso de vontades de agentes integrantes de 4 núcleos principais do esquema descrito: empresarial, dos funcionários públicos, político e dos operadores financeiros".


Defesa


O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa Marisa Letícia, Cristiano Zanin Martins, disse nesta quarta-feira, 14, que a denúncia contra seus clientes vem de um histórico que mostra uma "perseguição" contra o ex-presidente e tenta tirá-lo do cenário político de 2018.


Delator põe Lula no centro de esquema de cargos da Petrobras





 
 
Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha interrogatório de Dilma Rousseff no julgamento final do impeachment junto com o cantor Chico Buarque - 29/08
Lula: Pedro Corrêa, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras


Brasília - Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato anexaram à denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP/PE), que, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras.

Corrêa atribuiu a Lula diálogos que colocam o petista no centro do esquema de loteamento dos cargos graduados da estatal petrolífera.

O relato do ex-deputado é uma das peças que a Procuradoria usa na denúncia formal contra o ex-presidente, a quem acusa de "comandante máximo do esquema de corrupção".

A Procuradoria também juntou à denúncia os depoimentos de outros delatores - o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS).

"O controle de todo esquema criminoso por Lula ficou muito claro quando, em 2006, antes das eleições, Pedro Corrêa e José Janene (então presidente do PP e idealizador do esquema de propinas na Petrobras) foram apresentar para Lula reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefício de campanhas políticas", afirma o Ministério Público Federal.

Na ocasião, Lula teria negado os pleitos, segundo a delação de Pedro Corrêa; "Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito." Paulinho, segundo a denúncia, é Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que inaugurou a rede de propinas da estatal. Sua diretoria era controlada pelo PP de Janene.

Preso em março de 2014, Costa fechou acordo de delação premiada cinco meses depois.

Segundo Pedro Corrêa, naquela reunião em 2006 Lula disse ainda que "Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados".

"Dessa forma, Lula revelou de forma explícita para Pedro Corrêa que tinha o comando da dinâmica criminosa instalada na Petrobras e dela beneficiava diretamente", sustentam os 13 procuradores da força-tarefa.

Em um trecho de seu depoimento, Pedro Corrêa destacou: "O Governo Lula aparelhou cargos nas esferas estaduais pertencentes à União (delegacias de ministérios, etc) para a 'companheirada do PT'. Aí foi necessário a negociação com cargos mais altos em empresas públicas para as agremiações da base aliada."

Segundo o ex-deputado ocorreu "uma reunião no gabinete de José Genuíno (ex-presidente do PT), com a presença de Pedro Corrêa, Pedro Henry, Silvio Pereira e José Janene (…); José Dirceu definia; na hipótese de dissenso, o que ocorria na maioria das indicações, as definições eram feitas por Lula".

Ao abordar a participação de Lula no preenchimento dos cargos diretivos da Petrobras, Pedro Corrêa informou.

Publicidade
"Antes da reeleição de 2006, o colaborador Pedro Corrêa foi procurar Lula, juntamente com Janene. Ambos entraram pela garagem do Planalto, para pedir dinheiro para a campanha do PP. Lula se esquivou, dizendo que não tinha obrigação de ajudar, pois Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados."

"Em reunião com a bancada do PP no Palácio do Planalto, o presidente Lula também disse que o PP estava bem atendido com os cargos que tinham."

A defesa do ex-presidente Lula nega enfaticamente que ele tenha envolvimento com a organização criminosa que o Ministério Público Federal afirma ter assumido o controle das diretorias mais importantes da Petrobras.

Na quinta-feira, 15, o ex-presidente da República desafiou seus algozes. Ele disse que a Lava Jato não encontrou nenhuma prova contra ele da prática de qualquer ilícito.

Governo mostrará a investidores que o país mudou, diz Franco





Ueslei Marcelino/Reuters
Vice-presidente Michel Temer (E) ouve o ex-ministro Moreira Franco durante evento do PMDB em Brasília
Moreira Franco: o presidente deverá ir a Nova York acompanhado de seis ministros
 
Francisco Carlos de Assis, do Estadão Conteúdo


São Paulo - Secretário-Executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, participará da comitiva do governo que fará uma rodada de encontros com agentes do mercado financeiro e conversas com investidores estrangeiros a partir da próxima segunda-feira, 19, até quarta-feira, 21, em Nova York, para apresentar a nova versão do programa de concessões lançado pelo governo na última terça-feira, 13.

Além de Moreira, o presidente Michel Temer deverá ir a Nova York acompanhado dos ministros José Serra (Relações Exteriores), Alexandre de Moraes (Justiça e Cidadania), Henrique Meirelles (Fazenda), Maurício Quintella (Transportes, Portos e Aviação Civil), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e José Sarney Filho (Meio Ambiente).

Em conversa com o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante evento em São Paulo, antes de se encontrar com Temer e Padilha para reunião em São Paulo, o secretário informou que o objetivo dessas conversas é mostrar para os estrangeiros que o ambiente no Brasil mudou.

"Temos a absoluta consciência de que a credibilidade do País, tanto interna quanto externamente, estava muito ruim, a confiança péssima e sobretudo a segurança", disse Moreira Franco.

De acordo com ele, não havia até então previsibilidade de como eram as regras e quando as regras mudavam.

"Toda hora se fazia alterações que pareciam pontuais e não eram. Havia intervenção do governo por forças ideológicas equivocadas que agrediam a própria lógica das coisas, como querer fixar uma taxa de retorno e tarifas artificiais", disse o ministro, acrescentando que é isso que ele tentará mostrar para os investidores estrangeiros na semana que vem em Nova York que mudaram no Brasil.

"Tenho conversado com investidores e recebido deles bons retornos e tenho lido isso também na imprensa", disse o ministro.
 

Aeroportos


Perguntado se acredita que os editais de concessão dos aeroportos possam sair ainda neste ano, Moreira Franco disse que ao lançar o Programa de Privatizações e Investimentos, o governo se preocupou em não gerar expectativas.

"Não trabalhamos com hipóteses porque o Brasil foi vítima nos últimos anos de uma pirotecnia enorme no trato da questão econômica", afirma o ministro.

Ele disse que quando foi lançado o PPI, também foi apresentado um conjunto de proposições nas áreas de aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, óleo e gás, elétricas e outras iniciativas como loterias instantâneas da Caixa Econômica e no mesmo momento foi lançado um cronograma para dar previsibilidade aos investidores.

Moreira Franco voltou a falar sobre as iniciativas do governo na área ambiental para que estas exigências sejam resolvidas antes de o investidor iniciar os aportes, para depois não ter que interromper o projeto por conta de impedimentos.