segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Balança comercial tem melhor setembro desde 2006




Arquivo
Exportações
Exportações: o resultado veio ligeiramente abaixo da expectativa de um superávit de 3,9 bilhões de dólares
 
Da REUTERS


Brasília - A balança comercial brasileira teve superávit de 3,803 bilhões de dólares em setembro, melhor resultado para o mês desde 2006 (+4,468 bilhões de dólares), divulgou o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira. 

O resultado, contudo, veio ligeiramente abaixo da expectativa de um superávit de 3,9 bilhões de dólares, segundo pesquisa Reuters, e também refletiu uma queda menos intensa na ponta das importações do que a vista em meses anteriores.

Desde o ano passado os dados da balança comercial no país vêm sendo beneficiados pela profunda recessão econômica, que vem fazendo as importações caírem em ritmo muito superior ao das exportações. 

Mas com o fortalecimento do real frente ao dólar, esse movimento vem perdendo parte de seu ímpeto. Enquanto as importações recuaram 9,2 por cento em setembro sobre um ano antes, pela média diária, a 11,987 bilhões de dólares, as exportações sofreram um declínio de 2,2 por cento na mesma base, alcançando 15,790 bilhões de dólares. 

Já no acumulado do ano, as importações caíram 23,9 por cento sobre igual período de 2015, a 103,186 bilhões de dólares, e as exportações tiveram retração de apenas 4,6 por cento, somando 139,361 bilhões de dólares. 

Com isso, o superávit da balança comercial de janeiro a setembro alcançou 36,175 bilhões de dólares, melhor resultado para o período da série histórica iniciada em 1989. O ministério estima que no ano o superávit ficará entre 45 a 50 bilhões de dólares. 


Destaques de setembro


Na comparação com o mesmo mês do ano passado as exportações em setembro recuaram 8,6 por cento na categoria de básicos e diminuíram 3,1 por cento na categoria de manufaturados.

Por outro lado, subiram 19,8 por cento em manufaturados, alavancadas por um salto de 147 por cento nas vendas de açúcar em bruto.

Já as importações caíram de maneira generalizada no mês, com um recuo anual de 28,3 por cento em bens de capital, de 23,7 por cento em combustíveis e lubrificantes, de 10,1 por cento em bens de consumo e de 2,3 por cento em bens intermediários.

Empresas de consumo passam a adquirir marcas sustentáveis




Getty Images
Mulher faz compras com cartão de crédito, consumo
Consumo: os consumidores muitas vezes pagam cerca de 20 por cento a mais nos produtos sustentáveis, disse chefe de banco de investimento para o setor de consumo do Headwaters
Emily Chasan, da Bloomberg


A fidelidade do consumidor aos produtos que ele acha que são mais saudáveis e sustentáveis -- e a disposição de pagar um preço maior por eles -- está impulsionando aquisições de empresas no setor.

As aquisições de empresas de produtos sustentáveis representaram quase 7 por cento dos negócios do segmento de consumo neste ano, contra menos de 5 por cento no ano passado, segundo análise do banco de investimento de São Francisco Headwaters MB. 

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A empresa de produtos de consumo Unilever foi a última a entrar nessa tendência, quando anunciou um acordo para compra da empresa de produtos de cuidados pessoais Seventh Generation na semana passada.

O negócio reforça a expansão da Unilever no ramo de produtos naturais e permite à empresa entrar no mercado de fraldas em um momento em que vem procurando expandir suas vendas de produtos de cuidados pessoais, disse Deborah Aitken, analista da Bloomberg Intelligence.

Os consumidores muitas vezes pagam cerca de 20 por cento a mais nos produtos sustentáveis, disse William Harrison, chefe de banco de investimento para o setor de consumo do Headwaters.

A construção de marcas sustentáveis próprias é mais difícil para as empresas porque “em algum ponto, certas marcas estão fixadas na mente dos consumidores como algo que simplesmente não é saudável”, disse Harrison. “Se a marca não combina com o DNA de uma empresa, às vezes é difícil transmitir isso ao consumidor.”

Como as grandes marcas começam a ver que estão perdendo participação de mercado para concorrentes sustentáveis, a necessidade de adquirir uma marca se torna ainda maior, disse ele.

Os negócios também têm sido vantajosos para startups sustentáveis e seus investidores. Como uma empresa sustentável obtém cerca de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões por ano em receita, está mais difícil competir com empresas de consumo maiores, disse Jeffrey Hollender, cofundador da Seventh Generation.

“Há um ponto de inflexão no qual uma empresa global pode gerar valor a uma taxa acelerada”, disse Hollender.

A aquisição pendente da Unilever é também uma vitória de Al Gore e da Generation Investment Management, de David Blood, que investiram US$ 30 milhões na Seventh Generation em 2014.

Fabricante de tubos Vallourec funde atividades no Brasil






Jacques Demarthon/AFP
Logo da fabricante francesa de tubos de aço sem costura Vallourec
Logo da Vallourec: objetivo é criar uma nova entidade até o fim de 2018 e fechar dois altos fornos e uma siderúrgica no país

 
Da AFP


A fabricante de tubos sem soldadura Vallourec anunciou nesta segunda-feira a fusão de suas duas principais atividades no Brasil.

Em fevereiro, o grupo já havia apresentado seu projeto de reunir Vallourec Tubos do Brasil e Vallourec and Sumitomo Tubos do Brasil, uma filial que possuía junto às companhias japonesas Nippon Steel and Sumotomo Metal Corporation (NSSMC) e Sumimoto.

O objetivo é criar uma nova entidade até o fim de 2018 e fechar dois altos fornos e uma siderúrgica no país.

A nova empresa, chamada Vallourec Soluções Tubulares do Brasil, estará nas mãos do grupo francês (84,6%), de NSSMC (15%) e de Sumitomo (0,4%).

Por sua vez, NSSMC seguirá produzindo 300.000 toneladas de tubos anuais na usina de Jeceaba, no sul do Brasil.


Diretor do Inca é exonerado sem aviso




Divulgação / Inca
Luís Fernando Bouzas, ex-diretor do Inca (Instituto Nacional do Câncer)
Inca: a exoneração de Bouzas foi classificada como arbitrária pela Associação dos Funcionários do Instituto Nacional do Inca (Afinca)
 
Clarissa Thomé, do Estadão Conteúdo


Rio - O diretor geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luís Fernando Bouzas, foi exonerado do cargo na quarta-feira, 28. Com 33 anos de serviços prestados ao Inca, ele não recebeu nenhum comunicado sobre a demissão. 

Trabalhava normalmente, quando um funcionário o avisou que a sua substituição havia sido publicada no Diário Oficial, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Bouzas ficou menos de onze meses no cargo.

"Infelizmente resta a magoa da forma como fui destituído do cargo. Não houve por parte dos responsáveis por este ato o respeito necessário ao servidor de 42 anos de serviço público, sendo 33 só no Inca, na comunicação de minha exoneração. Não existe motivador, segundo os próprios, a não ser a distribuição de cargos acordada entre políticos, fato este que tem se tornado cada vez mais frequente em nosso país. Este motivador torna-se um empecilho para as atividades das instituições sérias que deveriam ter seus gestores escolhidos por capacidade técnica e não por indicação de políticos que nem sempre tem boas intenções nestas escolhas.", escreveu Bouzas em seu perfil no Facebook, na sexta-feira.

Ele informa que retomará as funções de pesquisa e assistência.

Bouzas dirigiu por 11 anos o Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo), antes de assumir a direção geral do Inca. Sob sua gestão, o número de doadores cadastrados passou de 50 mil, em 2004, para 3,8 milhões, ano passado.

Para o seu lugar, foi nomeada a médica Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, funcionária de carreira do Inca.

A exoneração de Bouzas foi classificada como arbitrária pela Associação dos Funcionários do Instituto Nacional do Inca (Afinca), em nota publicada pela entidade.

"Além da deselegância com que a mudança foi feita, ela é surpreendente porque Luís Fernando tinha menos de um ano no cargo. Pior de tudo é assistir a uma exoneração e a uma nomeação para a direção do Inca, sem que o corpo técnico fosse sequer consultado. Como ficam as metas e os acordos previamente estabelecidos com os servidores? A Afinca lamenta o ocorrido e reafirma o compromisso de seguir lutando em defesa do Inca e de seus funcionários, com democracia e transparência", informa o texto.

JHSF assina contrato para venda do Shopping Metrô Tucuruvi





Divulgação/Site Shopping Metrô Tucuruvi
Shopping Metrô Tucuruvi
Shopping Metrô Tucuruvi: venda foi aprovada em setembro, por R$ 440 milhões
 
Da REUTERS


São Paulo - A JHSF Participações informou nesta segunda-feira que celebrou contrato para a venda de sua participação no shopping paulistano Metrô Tucuruvi ao grupo Hemisfério Sul Investimentos.

A conclusão da transação está sujeita a verificação de certas condições previstas no contrato. A JHSF conta com assessoria financeira do Bradesco BBI e assessoria legal do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados.
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A venda havia sido aprovada pelo Conselho de Administração da JHSF Participações em 12 de setembro, pelo valor de 440 milhões de reais.


Porto Seguro compra carteira de automóveis da AIG




Divulgação/Porto Seguro
30º Porto Seguro (Serviços financeiros)
Porto Seguro: conclusão da operação ainda está sujeita a autorização do Cade
 
 
Aline Bronzati, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Porto Seguro anunciou nesta segunda-feira, 3, a compra da carteira de seguro de automóvel da AIG, cinco meses após adquirir a operação da Chubb Seguros. Adicionará, com a nova transação, aproximadamente 25 mil apólices, incluindo certificados e endossos, o que corresponde a cerca de 0,5% da frota de veículos segurados pelo Grupo Porto Seguro. O valor da transação não foi divulgado.

A conclusão da operação e a transferência da carteira de seguros de automóveis da AIG para a Porto estão sujeitas, conforme destaca a seguradora em comunicado ao mercado, a condições precedentes, dentre as quais a obtenção das aprovações e autorizações por parte dos reguladores, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

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"Até que as condições precedentes sejam verificadas e até que a operação seja concluída, a carteira de seguros de automóveis da AIG continuará a ser administrada por esta última", destaca a Porto, em comunicado.

A carteira da AIG terá menos impacto para a Porto uma vez que é a metade da Chubb, que somava cerca de 50 mil itens. Em prêmios, a representatividade também era maior já que o foco eram automóveis de luxo. Conforme informou a própria Porto Seguro na divulgação da aquisição, em maio último, representava 3% da carteira da seguradora (R$ 250 milhões), com base em dados de 2015.

Em agosto, durante conversa com analistas, o presidente da Porto Seguro, Fábio Luchetti, afirmou que a despeito da aquisição da carteira de auto da Chubb, a seguradora seguia aberta para novas oportunidades. A companhia é líder no seguro de automóveis no Brasil.

No primeiro semestre, somou R$ 4,536 bilhões em prêmios neste segmento, considerando as marcas Porto, Azul e Itaú, montante 5,7% maior em um ano, com um total de 5,516 milhões de veículos segurados.

FT diz que PT sofreu "humilhação nacional" nas eleições





Bruno Kelly / Reuters
Manifestantes contra o impeachment e com bandeiras do PT choram após a aprovação no Senado, dia 31/08/2016
PT: para o Financial Times, resultado das eleições será fundamental para a corrida presidencial de 2018
 
Célia Froufe, do Estadão Conteúdo
correspondente, do Estadão Conteúdo



Londres - O jornal inglês Financial Times publicou nesta segunda-feira, 3, nas redes sociais a vitória de João Dória, candidato do PSDB para a Prefeitura de São Paulo, no primeiro turno e destacou que o PT sofreu "humilhação nacional" nas eleições

Conforme o FT, o colapso do PT ajuda a fragmentar o voto e poderá fazer com que a próxima eleição presidencial se torne ainda mais imprevisível do que o habitual.

O periódico destacou também que o PMDB, legenda liderada pelo presidente da República, Michel Temer, por sua vez, perdeu o controle do Rio de Janeiro, a segunda maior cidade do Brasil. 

Apesar disso, continua a matéria, o partido ainda obteve o maior número de prefeituras nas eleições locais realizadas em todo o país ontem.

O jornal comentou também que o resultado das eleições será fundamental para a corrida presidencial de 2018 e que poderá já ter os seus primeiros reflexos sobre as reformas fiscais, consideradas cruciais para o País, e que podem começar a ser votadas pelo Congresso Nacional nas próximas semanas. 

Para o FT, as eleições municipais podem ser consideradas como um importante indicador sobre o "estado de ânimo" dos eleitores. A publicação enfatizou que quase meio milhão de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador competiu para as posições em 5.568 municípios.

A disputa deixou claro, segundo o jornal, que o PT vem sofrendo sucessivos golpes com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O Financial Times diz também que o PT foi "dizimado" pelo escândalo envolvendo a Petrobras e lembrou que Temer era o vice-presidente de Dilma e, portanto, um aliado, antes do processo de impeachment.

A reportagem mostra ainda que o PT perdeu mais de 50% das 630 prefeituras que detinha e que o PSDB, por outro lado, apresentou uma ampliação, saindo de 686 cidades administradas pela legenda para 793. No caso do PMDB, houve praticamente estabilidade - de 1.015 nas eleições passadas para 1.028 neste primeiro turno. 

Por fim, o FT enfatiza que partidos menores, que formam a base de Temer no Congresso Nacional, também apresentaram um bom desempenho e que isso, conforme analistas ouvidos, ajudará a fortalecer as chances de aprovação de reformas difíceis para o País.