sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Stefanini já está em 39 países – e quer chegar ainda mais longe


A companhia anunciou que pretende fazer mais de uma aquisição fora do país no próximo ano





São Paulo – Presente em 39 países que falam 35 línguas diferentes, a provedora brasileira de soluções em TI Stefanini ainda não se cansou de avançar sobre territórios estrangeiros.

“Independentemente dos movimentos políticos fora do Brasil, que demonstram um contrafluxo na globalização (como o Brexit e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos), a gente entende que ainda tem muito espaço para ganhar”, afirmou o presidente global do grupo, Marco Stefanini.

Ele revelou que pretende fazer mais de uma aquisição fora do país no próximo ano. Já estão no radar aproximadamente 20 empresas da China, Reino Unido e Suíça.

No curtíssimo prazo, porém, nenhum anúncio será feito. Novidades devem ser divulgadas somente daqui a quatro ou seis meses, contou o executivo.

A multinacional deve encerrar 2016 com 2,6 bilhões em vendas, quantia em linha com a registrada no ano passado. A margem de lucro esperada é de cerca de 10%.

Hoje, pouco mais da metade de sua receita vem das unidades internacionais ou exportações.

Para 2017, a expectativa é de um desempenho melhor, de crescimento orgânico de 10% a 12% e, incluindo novas compras, de aumento de até 20% no faturamento.

Na definição de Stefanini, com a instabilidade econômica e política no Brasil e também em menor grau na América Latina, 2016 foi um ano “daqueles em que se trabalha para colher resultados futuro”.

“Este foi um ano de ajustes para melhorar a gestão para que a gente volte a crescer significativamente em 2017, mesmo dentro de um cenário desafiador”, disse.

A empresa mudou estruturas de algumas áreas, cortou custos e trocou pessoas de funções, por exemplo, na busca por mais eficiência.


Resultados


A Stefanini Brasil, isolada, deve apresentar um avanço de 18% no faturamento em 2016, contra 20% em 2015. A filial Argentina deve crescer 40%.

Mas o desempenho fraco de algumas subsidiárias do grupo prejudicou o resultado consolidado. A Orbittal, comprada do Itaú em 2012, foi uma das que encolheram.

A companhia, que vende plataformas de processamento de cartões de crédito, perdeu um grande cliente neste ano, um contrato que já estava previsto para encerrar.

Seus produtos, porém, foram atualizados e ela passará a oferecer uma plataforma digital completa para bancos de pequeno e médio porte, que vai suportar desde serviços administrativos até os cartões.

“Essa é uma ótima notícia para o próximo ano”, comemorou Stefanini.

O executivo também celebra a recém-firmada joint venture com a empresa de defesa israelense Rafael, na qual o grupo tem uma participação de 60%.

A ideia é aplicar as tecnologias militares de satélite e drones da parceira, usadas originalmente para derrubar mísseis, a serviços de segurança cibernética e de automação industrial.

“Isso não nos traz nenhum faturamento agora, mas é uma promessa para o futuro”, afirmou.

Outro movimento importante feito em 2016 foi a compra da colombiana Sysma, que fornece sistemas ERP para o governo daquele país. Ela foi incorporada pela Stefanini Colômbia, braço com maior destaque na América Latina.

Entre aquisições, novas plataformas e estratégias para inovação, o grupo investiu cerca de 100 milhões de reais neste ano. Para 2017, ainda não há orçamento, os aportes vão depender das oportunidades de expansão.

As compras são financiadas com o dinheiro em caixa e com dívidas tomadas no exterior. Uma abertura de capital não está nos planos, por enquanto, mas também não é descartada, de acordo com Marco Stefanini.

Ele considera a possibilidade de se unir a outro investidor (como fundos) caso apareça a chance de adquirir uma empresa de grande porte.

O grupo Stefanini tem 21.200 funcionários em 98 escritórios pelo mundo, 12.000 deles na operação local. Segundo ranking da Fundação Dom Cabral, ela é a quinta companhia brasileira com maior presença fora do país, à frente de nomes como JBS e Gerdau.
 
 
 
 

Odebrecht assina acordo de leniência de R$ 6,7 bi com Lava Jato


Com a leniência, a companhia admite irregularidades em contratos com o governo e, em troca, poderá continuar sendo contratada pelo poder público



Brasília – A Odebrecht começou a assinar nesta quinta-feira, 1, o acordo de leniência com procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato, que inclui também os Estados Unidos e a Suíça.

O acordo prevê multa de R$ 6,7 bilhões com prazo de pagamento de 20 anos.

Com a leniência, espécie de delação premiada de empresas, a companhia admite irregularidades em contratos com o governo e, em troca, poderá continuar sendo contratada pelo poder público.

Parte dos executivos da empresa está em Brasília para começar a assinar os acordos de delação premiada.

Até há alguns dias, o último entrave na mesa para o acordo estava relacionado ao valor que seria pago pela empresa aos Estados Unidos, como multa da leniência negociada entre as autoridades americanas, o Brasil e a Suíça.

Os EUA pressionavam por um valor maior, o que gerou um impasse na reta final das negociações. Como o dinheiro será repartido entre os três países, a exigência de montante maior pelos americanos gerou um entrave na negociação.

 

Delações


No caso das delações, as tratativas foram encerradas e restam apenas as formalidades de assinatura do acordo. Apesar de a fase de negociação estar praticamente concluída, o material ainda não será enviado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes de encaminhar as delações para homologação, os procuradores precisam concluir a validação de depoimentos dos delatores, o que pode se estender até as vésperas do recesso do Judiciário, que terá início em 20 de dezembro.

A expectativa é de que após a assinatura dos acordos de delação e leniência a Odebrecht divulgue um comunicado à sociedade sobre a situação do grupo.

Com possível acordo na Lava Jato, Braskem dispara na Bolsa



Mercado opera de mau humor, influenciado pelo clima de incerteza no cenário político interno




São Paulo — A Braskem é uma das poucas empresas que conseguiam registrar altas na Bolsa nesta sexta-feira (02). Durante a manhã, as ações preferenciais da companhia chegaram a subir quase 8% e eram cotadas a 29,20 reais cada uma, na máxima do dia.

Antes da abertura do pregão, a petroquímica informou que espera fechar um acordo de leniência com autoridades brasileiras e norte-americanas sobre os fatos que envolvem a companhia no âmbito da operação Lava Jato. 

No geral, o mercado opera de mau humor, ainda impactado pelas incertezas no cenário político interno. Além dos últimos capítulos da crise interna que Michel Temer enfrenta, os investidores acompanham o desenrolar da assinatura do acordo de colaboração da Odebrecht com os procuradores da Lava Jato. Ontem, o Ibovespa fechou com a maior queda em 10 meses — de quase 3,9%.

Expansão da fábrica da GM de Joinville supera R$ 1 bilhão




Santa Catarina concentrará toda a produção de motores da montadora norte-americana no Brasil


Da Redação


redacao@amanha.com.br
 Expansão da fábrica da GM de Joinville supera R$ 1 bilhão

Agora é oficial: a General Motors investirá mais de R$ 1 bilhão na expansão da nova fábrica de motores em Joinville (SC). A informação foi veiculada pelo colunista Claudio Loetz na edição desta sexta-feira (2) do jornal A Notícia, de Joinville. Segundo Loetz, a GM pretende iniciar as obras em janeiro e começar a produzir um ano depois. Com isso, Joinville concentrará toda a fabricação de motores da GM no Brasil. 

“A produção projetada alcançará, no pico, 280 mil motores por ano, e empregar 449 trabalhadores. A capacidade atual é de 120 mil motores e de 200 mil cabeçotes anuais”, informa a reportagem. De acordo com a matéria, na manhã de quinta-feira o vice-presidente Marcos Munhoz se reuniu com o prefeito Udo Döhler por mais de uma hora. Na ocasião, o executivo mostrou o desenho com o espaço onde se localiza a fábrica atual e onde ficará a nova. 

A GM tem a convicção de que o mercado de automóveis vai melhorar. “Neste ano, a queda nas vendas deve se consolidar em 45% em comparação com o ano passado. A GM deverá solicitar aditamento ao contrato com a Prefeitura, que a isenta de pagamento do IPTU por 15 anos e do ISS sobre a construção, constantes do texto do programa de benefícios fiscais do município, o Proempresa. Este programa já favorece a General Motors desde o começo das obras da fábrica atual, em 2012”, finaliza a reportagem. 

 http://www.amanha.com.br/posts/view/3210

O telefonema da madrugada que salvou o acordo da Opep

Foram meses de encontros, impasses e negociações sobre a produção de petróleo, mas, no fim das contas, um telefonema às duas da manhã encerrou a questão




Após meses de encontros realizados em locais como Doha e Moscou, foi um telefonema às duas da manhã entre dois dos homens mais poderosos do mercado mundial de petróleo que finalmente acabou com o impasse.

Na véspera da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, marcada para 30 de novembro, a probabilidade de acordo para reduzir a oferta e o excedente global não era das melhores.

Seus integrantes continuavam sem concordar sobre quanto deveriam cortar. Eles haviam sido obrigados a cancelar negociações para pedir a colaboração de fornecedores não participantes do bloco, como Rússia e Brasil.

Mas nas primeiras horas de 29 de novembro, o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, e sua contraparte na Rússia, Alexander Novak, tiveram uma conversa.

Novak prometeu que seu país estava disposto não só a congelar a produção, como insistia há muito tempo, mas também a reduzir a oferta, contribuindo com metade do corte total que a Opep solicitava a concorrentes ao redor do mundo, de acordo com autoridades envolvidas diretamente nas negociações.

Em troca, Al-Falih tinha de pressionar os integrantes da organização a submeter no dia seguinte números contundentes de limites à própria produção.

Al-Falih cumpriu a palavra. Ao redor de 17 horas em Viena do dia 30 de novembro, a Opep anunciou que iria diminuir a produção pela primeira vez desde 2008, em 1,2 milhão de barris por dia.

Além disso, seus representantes declararam orgulhosamente que Rússia e outros produtores de fora do grupo cortariam 600.000 barris diários por conta própria.

A cotação disparou mais de 15 por cento e ultrapassou US$ 50. O barril do tipo Brent atingiu o maior preço em mais de um ano.

“Após algumas tentativas fracassadas, a Opep finalmente conseguiu entregar”, disse Olivier Jakob, diretor-gerente da consultoria Petromatrix, em Zug, na Suíça.

 

Caminho longo


O caminho até aquela conversa crucial foi longo e tortuoso, segundo autoridades que pediram anonimato porque descreveram detalhes confidenciais sobre como o clube de produtores chegou ao primeiro corte de produção em quase uma década.

Em abril, um acordo entre a Opep e a Rússia para congelar a produção ruiu no dia marcado para a  assinatura. A Arábia Saudita inesperadamente insistiu que o rival Irã precisava se juntar ao acordo.

O excedente de oferta persistente segurou a cotação abaixo de US$ 50 e prejudicou as economias de países produtores em todo o mundo.

Os esforços foram retomados em setembro. No dia 28 daquele mês, na Argélia, os ministros da Opep decidiram que o grupo reduziria a produção total, mas que os detalhes sobre quanto cada integrante assumiria seriam acertados até a reunião que aconteceria dois meses depois.

As infinitas discussões técnicas nas semanas seguintes foram insuficientes para resolver as diferenças entre eles.

O prazo final de 30 de novembro se aproximava e essas diferenças pareciam irreconciliáveis. Em 25 de novembro, outro colapso parecia iminente: Al-Falih alertou que estava disposto a abandonar as negociações que aconteceriam apenas três dias depois.

Após um empurrãozinho diplomático do ministro da Argélia, Nourredine Bourtarfa, que viajou a Teerã e Moscou, os representantes tomaram café da manhã juntos em 30 de novembro, antes da reunião formal.

O encontro ministerial demorou mais de cinco horas. Quando Al-Falih surgiu do lado de fora da sala, os assistentes se perguntaram o que significava a aparição súbita do homem que havia dito que jogaria a toalha.

Mas ele já havia conversado com Moscou na madrugada. Al-Falih queria algo para enganar a fome enquanto as negociações prosseguiam.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Dólar sobe mais de 2,5% e bate R$ 3,47


Em novembro, moeda norte-americana acumulou valorização de 6,18% - a maior alta desde setembro do ano passado




São Paulo – O dólar começou o mês de dezembro em alta, influenciado pela pressão do cenário político interno e pela disparada dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano.

Pouco depois das 15h, a moeda norte-americana subia 2,66%, em relação ao real, e era cotada a R$ 3,47775.

Em novembro, o dólar valorizou 6,18%. Um aumento dessa magnitude não acontecia desde setembro de 2015.

 

Dezembro


Até o final do ano, alguns eventos devem influenciar a trajetória do dólar. Um deles é a reunião do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que definirá o futuro dos juros por lá.

Caso a taxa norte-americana seja elevada, a tendência é que haja um fluxo de recursos investidos em países emergentes, como o Brasil, em direção à maior economia mundial.


STF julga denúncia contra Renan Calheiros; assista


Ministros vão decidir se o peemedebista vai virar réu no STF por crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso



São Paulo – O Supremo Tribunal Federal (STF) vota na tarde desta quinta-feira (1º) uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2013 contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O relator do processo é o ministro Edson Fachin.

Se a denúncia for aceita, o peemedebista irá a julgamento pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

A sessão foi suspensa pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, às 15h58 e deve ser retomada por volta das 16h30 desta tarde para que comece a votação dos ministros.

A investigação contra o presidente do Senado começou em 2007, mas só em 2013 a denúncia foi oferecida pela PGR ao Supremo. Nesse caso, Renan é acusado de receber propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira.

Em troca, despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal e teve uma filha, teriam sido pagas pela empresa, entre elas a pensão a alimentícia da menina.

O peemedebista também é acusado de ter adulterado documentos para justificar os pagamentos. A defesa de Renan nega as acusações.

Em rota de colisão com Judiciário

 

Recentemente o peemedebista tem tomado decisões que confrontam o Judiciário e têm causado polêmicas.

Ontem ele tentou fazer uma manobra no Senado para votar em regime de urgência o texto que desfigurou o pacote de anticorrupção.

O texto, aprovado pela Câmara na madrugada de quarta (30), prevê que juízes e membros do Ministério Público possam responder por crimes de abuso de autoridade, caso atuem segundo motivação político-partidária ou concedam entrevistas sobre processos pendentes de julgamento.

Entidades de magistrados e do Ministério Público se mostraram contra o texto, alegando que ele é uma ameaça à independência do Judiciário e à Lava Jato.

O presidente do Senado discute ainda, nesta quinta, o projeto de lei sobre abuso de autoridade, de sua autoria, com o juiz federal Sérgio Moro. O projeto endurece as punições aplicadas a juízes, promotores e delegados, por exemplo, que vierem a cometer algum tipo de abuso.

Os magistrados e promotores também repudiaram o projeto. Moro chegou a enviar ofício ao Senado argumentando que a medida pode ser interpretada como uma tentativa de barrar a Lava Jato. Vale lembrar que Calheiros também é investigado na operação.


Assista à sessão do STF ao vivo:

 https://www.youtube.com/watch?v=koIoneQfg5E