quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O cenário está péssimo? Que bom





Detlef Dralle, CEO da HTB, está animado com a exaustão de um modelo de obras públicas de baixo profissionalismo

Por Eugênio Esber
eugenioesber@amanha.com.br

 O cenário está péssimo? Que bom


Quando se diz que o Brasil não é para principiantes, a carapuça passa longe do alemão Detlef Dralle (foto). Ele tem 20 anos de Brasil, e a empresa que ele preside, a HTB, opera no país há meio século. Se você tivesse de citar grandes empreiteiras do Brasil, talvez não mencionasse HTB, ou Hochtief, sua denominação anterior. O que parecia ser uma desvantagem pode se constituir, nestes tempos pós-Lava Jato, em um grande trunfo. Na visão de Dralle, a HTB, que no Brasil emprega 3 mil funcionários e mais de 300 engenheiros, pode expandir bastante seu faturamento de R$ 1,1 bilhão nas brechas deixadas pelos grandes e desgastados players de engenharia e construção.
O que a HTB aprendeu sobre o Brasil depois de 50 anos atuando aqui?
Quando a Hochtief Brasil foi fundada, em 1966, a Hochtief mundial já tinha quase 100 anos, e quase 70 anos de experiência no exterior. Assim que chegou ao Brasil, mirou em infraestrutura. Mas, na época, já se percebia muito claramente como as coisas funcionam no Brasil. A proximidade questionável com os governos era algo estranho à empresa, sempre muito transparente e sustentável. Já se percebia que o mercado de infraestrutura para um grupo internacional como o Hochtief estaria fechado. Mas o Brasil é ponto principal de negócios alemães fora da Alemanha, e havia um mercado muito farto nos anos 1960, com grande crescimento e oportunidades. A primeira obra de infraestrutura da Hochtief no Brasil foi na Volkswagen. Depois, na Mercedez-Benz, e então tivemos um ciclo de siderurgia e depois de alumínio, com a Alcoa.

Fornecer para outras empresas, e não para governos, era uma opção ou casualidade?
O DNA da Hochtief Brasil, a HTB, foi o mercado privado no país, em função do sistema de concessão de obras civis. Mas isso significava que a operação no Brasil sempre seria muito pequena dentro do portfólio mundial da Hochtief. Então, mesmo em tempos de auge, nunca chegávamos a representar  mais de 15% do faturamento global da Hochtief, porque 70% do mercado brasileiro era infraestrutura, portanto ligado ao governo. E não trabalhávamos com governo. 

Esse cenário se alterou?
A Hochtief mundial cada vez mais se expôs ao mercado financeiro. Por volta de 2008, mais de 90% da propriedade do grupo mundial estava pulverizada no mercado de ações, que começou a questionar essa estratégia. O raciocínio foi o de que estar no Brasil e fazer R$ 1 bilhão em negócios não valia a pena, era uma participação muito pequena no contexto do grupo e do país. Então, 80% do grupo Hochtief Brasil foi vendido para outro grupo alemão, o Zech, também centenário e com DNA na construção civil, igualmente focado no mercado privado. Na época da negociação, ficou definido que em 2016 mudaríamos o nome, porque a Hochtief do Brasil completaria 50 anos. Acabamos adotando o apelido que os próprios clientes e fornecedores usavam, que sempre foi HTB, abreviação de Hochtief Brasil. Hochtief era HT, B do Brasil. E na Argentina, HTA.  Já são sete anos desde a venda para o grupo Zech, e nesse período o mercado brasileiro de concessões mudou.

Mudou em que direção?
Ele está se transformando, até em função dos escândalos que acompanhamos pela imprensa. O que temos hoje é um Estado praticamente falido, sem condições de fazer obras em nenhuma esfera – federal, estadual ou municipal. As construtoras que faziam essas obras estão desacreditadas, algumas com sérios problemas financeiros em função da perda de credibilidade. E o governo precisa se fazer valer da iniciativa privada. 

Quem fica de pé, entre as empresas de construção e engenharia, após os escândalos apurados pela Lava Jato e por outras operações?
São as que sempre trabalharam com o setor privado, como nós. Não precisamos fazer nenhum esforço de aculturamento para entrar em obras e privatizar estruturas. Para nós, é muito natural. Para os investidores, também será natural procurar empresas idôneas, com balanços fortes e tradição forte no mercado de clientes privados. Porque, no mercado privado, além da questão de transparência e de lisura, você tem de trabalhar com lápis afiado, diferentemente de obras públicas. A competitividade que você vai precisar agora, nesta fase de infraestrutura privatizada, virá  das empresas que estão especializadas em trabalhar com o mercado privado.

Nessa retomada do crescimento pela infraestrutura via capital privado, vocês pensam em participar de consórcios que tenham um braço financeiro?
Exatamente. Nós estamos pensando em executar as obras. O nosso negócio não é captar concessões, como concessionários. Não queremos esse conflito de interesses. Poderíamos participar da concessão com o aporte de capital, se fosse o desejável. Mas não é o nosso alvo. O nosso alvo é a prestação dos serviços de engenharia e construção. Queremos fazer os bens e equipamentos, produzi-los – e não operar as concessões.

Até que ponto a reputação será um ativo importante nesse mercado, após a Lava Jato?
Para entrar nesse mercado, os programas de integridade passaram a ganhar um grande peso. Nós temos esses programas há 15 anos. Nem se falava disso na época, mas para nós era algo natural, óbvio. Hoje, você tem todas essas palavras em inglês, compliance, etc. Isso não é nada mais que cumprir as normas, cumprir as leis. Todo mundo hoje enxerga compliance como a não corrupção. Mas não é só isso. É a questão ética, de cumprir normas, de cumprir prazos, de cumprir verbas e orçamentos. Compliance vai muito além de não corrupção. Implica a  performance total do contrato: cumprir prazos, cumprir budget, cumprir validade, cumprir segurança, cumprir normas de meio ambiente, etc. Infelizmente compliance hoje virou modismo em função dos malfeitos.

Qual o potencial de crescimento na região Sul, onde a HTB se reforçou com a compra do controle da Construtora Tedesco?
O potencial do mercado do Sul é enorme. A região representa 10% do que faturamos no país, e os negócios entram principalmente via construtora Tedesco, da qual temos 92% desde 2012. Eu prefiro que a fatia do Sul fique em 10%, e que o total do país cresça. Que os negócios que temos no Brasil e no Sul dobrem. Temos obras também no Centro-Oeste e no Nordeste, mas a região de maior peso para nós segue sendo o Sudeste.

Os planos de crescimento não podem ser comprometidos diante do tamanho da crise brasileira?
Uma empresa que tem uns 60 ou 70 anos, como a HTB e a Tedesco, até pode  olhar os próximos dois anos e achar que não serão muito bons, mas nossa tendência é olhar os próximos dez anos, 15 anos. Nós temos mais de 300 engenheiros, e ao longo desses 50 anos  executamos mais de 500 projetos no Brasil. Temos um balanço fortíssimo, estamos muito  capitalizados. Trabalhamos praticamente em todos os segmentos privados que existem no mercado de engenharia e construção. Claro, agora precisamos ganhar fôlego técnico em obras que estavam reservadas para a iniciativa pública. Mas isso são conhecimentos técnicos que você traz para dentro da empresa. O importante é o conhecimento de gestão. Você pode trazer uma expertise em pontes para dentro da empresa. Agora, construir uma ponte requer gestão. E gestão nós temos em abundância após 500 projetos no Brasil.

Sem corrupção, o cálculo de custo ficará livre da variável política e tenderá a ficar menos oneroso para o cliente, não?
Os bens públicos vão ter um preço muito mais em conta do que pagamos no passado. Esses bens eram caros, e também muito malfeitos. Você sabia sempre quando a obra começava e nunca quando terminava. Havia um grande custo social, não só pela obra em si, mas pelo atraso das obras e por seus reflexos no nosso trânsito, na insegurança de você andar na cidade, com obras inacabadas, intermináveis. O mercado privado não tem esse tempo todo para esperar. Para o cliente privado, você tem de construir uma obra rápida, com exatidão, precisão e qualidade. E o bem tem de durar com boa qualidade por muito tempo para cumprir a viabilidade do investimento. Em países muito modernos, como Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra, os bens públicos são todos baseados nesses modelos. Não há praticamente nada de significativo que seja feito diretamente pelo governo. E funciona.

Por ser uma das piores do mundo, a infraestrutura brasileira pode ser vista como a melhor oportunidade de negócios do mundo?
Sempre digo aos nossos acionistas lá fora: para quem gosta de engenharia e construção civil, e gosta de fazer coisas bem feitas, o Brasil é o lugar certo para estar neste momento. O Brasil para as construtoras, oferece um ótimo futuro. Estou extremamente animado. Neste momento, evidentemente, dói para quem está sofrendo a crise. Milhões de brasileiros, milhões de famílias estão sofrendo os malfeitos da política, da crise econômica. A situação é dramática, fruto de uma imensa irresponsabilidade. Nós somos muito pequenos para resolver isso. Mas temos de fazer a nossa parte, a nossa lição de casa, deixar nossas empresas preparadas. Estamos, nessa crise, investindo muito dinheiro em sistemas internos, de produtividade, de logística. Em torno de 5% do nosso lucro é reinvestido na reorganização da empresa. Não distribuímos lucros, mantemos os recursos dentro da empresa, como uma blindagem para períodos de crises. O país vai retomar o crescimento em 2018, 2019, e estaremos prontos para acompanhar. Sinceramente, vejo as nossas empresas com um futuro muito próspero. 

Mesmo que a recuperação demore a acontecer?
Para se ter uma ideia, poderíamos ficar cinco anos sem nenhuma obra. Claro, este é um cenário inexistente: cinco anos sem obras é impossível. Mas estaremos preparados, se acontecer. Os piores cenários são  ótimos. São os melhores cenários para quem está preparado. São muito desagradáveis, não são gostosos, são sempre melhores quando passam. Mas eles, em si, tirando essa parte da dor, são cenários de purificação. São cenários de verdade, onde você vai testar tudo. E quem faz seu trabalho de casa, sai bem, ou sai ileso da crise. Quem não faz, fica para trás. Essa purificação é boa para o mercado, pois elimina os competidores que não fizeram a lição de casa, que distribuíram a riqueza, que não se blindaram. A crise precisa existir para que as filosofias da sustentação de longo prazo mantenham a validade. Porque, se os aventureiros fossem o sistema certo, o nosso mundo seria mais bagunçado do que já é. 

O Brasil representa hoje quanto no faturamento do grupo?
Em torno de 20% a 30%. Na América Latina, temos só o Brasil hoje. A Hochtief do Brasil operou por alguns anos na Argentina, mas se retirou em 2012, com a grande crise de lá. Mas estamos pensando em voltar para os países vizinhos. Estamos analisando uma série de países do Cone Sul, do Mercosul, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Colômbia. Acredito que nos próximos 12 meses vamos dar alguns passos. 

Por qual razão você veio para o Brasil?
Eu nasci na Alemanha, no pós-guerra, e me formei em Engenharia de Produção e Administração de Empresas em Hamburgo. É uma tradição da cidade a gente pegar um barco e ir para o mundo. Só que eu peguei o avião e escolhi o Brasil. Eu tinha alguma referência de amigos que já tinham viajado para o Brasil. Mas havia uma combinação que achei muito interessante. Primeiro, em 1995, quando saí da Alemanha, o Brasil estava no início do Plano Real, passando por uma transição forte. Eu esperava uma ruptura positiva no Brasil. E segundo, o Brasil é uma base muito forte para os alemães. Como alemão, ajudaria nessa transição, embora ainda jovem, com 27 anos, imaginava que somaria alguma coisa. Então, peguei a mala e fui para o Brasil, sem emprego. Minha mãe não gostou nada, achava uma loucura. Meu pai achou que era maravilhoso. Dentro de um mês, arrumei emprego na AEG, em São Paulo, tradicional empresa alemã. Fiquei dois anos, até a fusão com a francesa Austin. Então, tive a oportunidade de entrar na Hochtief Brasil como coordenador de planejamento. A partir de 1997, a Alemanha começou a se interessar mais pelo Brasil, e precisava de alguém que intermediasse melhor essas relações. Estava com 29 anos. Hoje tenho 49, e estou aqui. Minha carreira é praticamente toda brasileira. Quando alguém me pergunta se eu tenho experiência no exterior, eu digo: “Sim, tenho, na Alemanha”.

 http://www.amanha.com.br/posts/view/3393


Pais precisam ensinar seus filhos como ser homem


blog


Após ver algumas novas propagandas espalhadas por aí, em que “homens” são retratados de forma tão afeminada a ponto de parecerem garotas, sendo que eles não se enquadram no grupo transgênero que se diz efetivamente mulher, Matt Walsh escreveu um importante texto no The Blaze sobre como os pais estão negligenciando seu papel de educador dos filhos.

Apesar de existir uma inclinação natural do garoto à masculinidade e da garota à feminilidade, o fato é que se comportar como homem ou mulher demanda formação, assim como para ser bom em aritmética é preciso estudo, apesar dos eventuais talentos inatos. Mas pais cada vez mais ausentes têm fugido dessa tarefa, delegado à imprensa o papel. O resultado está aí para que todos que ainda não foram cegados pelo politicamente correto possam ver. Diz Walsh:

Here is what any half way decent parent knows: Boys must be taught how to become real men, just as girls must be taught how to become real women. Without any distractions or nefarious influences, perhaps boys would turn into well adjusted men and girls into well adjusted women purely by force of nature. But our environment does not allow for that anymore. We live in a culture intent on subverting and perverting our nature. Yes, boys are naturally inclined towards the masculine and girls towards the feminine, but many powerful forces are working to usurp the process and sow confusion into the minds of our children. These make up marketing campaigns and “transgender” magazine covers are examples — and results — of their efforts.

Therefore, one of our primary duties as fathers must be to show our sons what true masculinity looks and acts like. I am very aware of this responsibility with respect to my own sons. I constantly think about how quickly they might go off course as they get older, if I do not take this aspect of my fatherly duty seriously. It’s not enough to simply tell them that they must be men. I have to provide for them a daily, hourly, minute-by-minute demonstration. “This is what a man is. This is what he does. This is how he carries himself. This is how he behaves. This is how he dresses. This is how he speaks.” My boys will learn these lessons from someone, one way or another. That much is certain. So, if it isn’t me, who will it be?
Well, we know the media is more than willing to step in on my behalf, quite generously I might add, along with academia, Hollywood, their peers, and the government. We have seen what happens when these entities are allowed to be surrogate fathers to our boys. Indeed, much of what we now call “transgenderism” and “gender non-conforming” and whatever else can be explained very simply: Dad didn’t do his job.


Vale notar que essa mudança toda foi muito rápida, coisa de poucas décadas.
Vale notar que essa mudança toda foi muito rápida, coisa de poucas décadas.

Vivemos num mundo com homens cada vez mais afeminados, com a virilidade vista como um defeito em vez de virtude, com os homens e mulheres muitas vezes trocando de papeis, ou se enxergando como inimigos mortais, e não complementares. Obra do movimento feminista, do descaso de muitos pais, da propaganda ideológica da imprensa e da ditadura do politicamente correto.

Poucos terão a coragem de dizer isso, que, no entanto, permanece uma obviedade: algo deu profundamente errado nesse experimento intelectual. Em nome da maior “pluralidade” e “tolerância”, temos produzido cada vez mais bizarrices, e quase todos, agindo feito robôs autômatos, precisam aplaudir, ao menos em público. Rapazes “delicados” são vistos como mais “sensíveis”, e o adulto que acha “lindo” isso é tido como mais descolado e moderninho, enquanto aqueles que lamentam a perda da masculinidade são retratados como reacionários preconceituosos.

Repita comigo, caro leitor, pois é preciso investir na coragem, até porque os barbudos islâmicos vêm aí sem dó nem piedade dessas almas “sensíveis”: algo deu profundamente errado aqui!

PS: O mais triste é que muitos defendem essas coisas em nome do “liberalismo”, totalmente deturpado. E há “liberais” que caem nessa e chamam de “conservador retrógrado” todo aquele que simplesmente repudia essa tendência estranha e nefasta. Quem tiver mais interesse em entender como esses “liberais” subverteram o liberalismo clássico, recomendo meu curso “Civilização em Declínio: salvando o liberalismo dos ‘liberais’“. É hora de resgatar certos valores em nome da liberdade!


Rodrigo Constantino


 http://rodrigoconstantino.com/artigos/pais-precisam-ensinar-seus-filhos-como-ser-homem/

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Starbucks tem planos de triplicar número de lojas no Brasil


A meta é chegar a 367 lojas em quatro anos apostando fora do eixo Rio-São Paulo




São Paulo – Com um negócio que corresponde hoje a apenas 0,4% do global, a Starbucks no Brasil planeja se expandir e ter no País uma operação mais maciça, semelhante à dos Estados Unidos.

A meta é chegar a 367 lojas em quatro anos apostando fora do eixo Rio-São Paulo. A expansão nacional deverá começar por Brasília, Curitiba e Belo Horizonte. Hoje, são 103 unidades no País em 17 cidades dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Para concretizar o plano mesmo durante a crise, a empresa já colocou no mercado produtos mais baratos e tem realizado seis grandes promoções por ano, além de lançar itens temporários, como o café expresso no sabor panetone, que foi vendido no Natal.

Também deverá aumentar a oferta de alimentos, em detrimento das bebidas, para tentar manter as lojas cheias o dia todo, inclusive no horário do almoço.

A rede vem de um período sem inaugurações – não abriu nenhuma unidade no País em 2016, o primeiro ano de Ricardo Rinkevicius no comando da empresa.

O executivo conta que foi contratado para dar à operação brasileira uma cara mais parecida com a americana, onde a rede é uma das maiores de café, com 13.172 pontos e presença nacional.

Nos primeiros meses à frente do Starbucks, Rinkevicius recebeu da matriz a orientação para conhecer melhor o negócio e, agora, já tem autorização para ampliar a marca no Brasil.

Apesar de estar há dez anos no País, a companhia vinha em um ritmo lento de expansão – uma média de dez unidades por ano diante da nova média de 64 por ano até 2020.

Além de lojas em diferentes Estados, fazem parte da estratégia da Starbucks unidades em estradas – serão inauguradas neste ano três entre São Paulo e Campinas -, em estádios de futebol (já foi fechado contrato com a Arena Corinthians) e em uma rede de supermercados cujo nome ainda está sob sigilo.

De acordo com Rinkevicius, os cafés serão instalados dentro da área de compra do mercado, e não na praça de alimentação. Apesar dos valores altos de aluguéis, aeroportos também estão no radar.

Para 2018, há planos de trazer ao Brasil lojas com o selo Reserve, em que são vendidos cafés de lotes especiais. Unidades de alto padrão são a principal aposta da rede globalmente – o modelo Reserve deverá ter mil pontos em todo o mundo.

A companhia também desenvolve um projeto de cafeterias ainda mais superiores, em que o café é torrado em megalojas. Batizadas de Starbucks Reserve Roastery and Tasting Room (sala de torrefação e degustação, na tradução literal), essas lojas estão sendo criadas com a intenção de transformar o café em um programa de lazer.

Hoje, há apenas uma em operação, em Seattle, cidade em que a rede foi fundada; neste ano, deverá ser aberta uma em Shanghai e, em 2018, em Tóquio e Nova York. Por enquanto, o Brasil está fora do projeto. “É preciso amadurecer nosso mercado”, diz Rinkevicius.

Dúvidas


Para o consultor Sérgio Molinari, sócio da Food Consulting, especializada em alimentação fora do lar, o Starbucks tem um modelo de negócios sofisticado que se diferencia de qualquer concorrente no Brasil ao ir além de um simples local para tomar café. “É também um ambiente de trabalho ou um lugar para encontrar pessoas.”

Molinari, entretanto, diz não ver espaço no País para 367 Starbucks. “Dobrar a rede de tamanho no Brasil me parece possível, mas mais que triplicar talvez seja exagero.”

O empecilho, diz, está no perfil dos clientes que frequentam as lojas da marca. “Starbucks é para classe A e B. A rede pode não conseguir ter um tamanho muito grande em um país em que a classe alta é pequena. O preço do café é elevado para o padrão brasileiro.”

Rinkevicius discorda e acrescenta que, em 2016, a empresa lançou um café menor, de 236 ml, e mais acessível, que sai por R$ 4,50. Até então, o copo de 354 ml era o mais barato (R$ 5).As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Notícias sobre

Cade aprova compra da Natural One pela Gávea Investimentos


Aquisição da 49,9% da fabricante de sucos será feita pelo veículo GIF V, que administra 1,1 bilhão de reais


São Paulo – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra de participação minoritária da Gávea Investimentos na fabricante de sucos Natural One, segundo despacho publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial da União.

A Reuters havia publicado na semana passada que o empresário Ricardo Ermírio de Moraes, que fundou a Natural One uma década atrás em Jarinu (SP), acertou o acordo com a Gávea em 28 de dezembro, afirmaram as fontes.

Segundo informações do Cade, a operação foi notificada ao órgão de defesa da concorrência em 29 de dezembro. O valor da transação não foi informado.

A aquisição da participação será feita pelo veículo GIF V, que administra 1,1 bilhão de reais.

O GIF V vai ficar com uma participação de 49,9 por cento na Natural One, segundo descritivo da operação.

Já Moraes ficará com 45,53 por cento da empresa e Zwilin Holdings, acionista original da Natural One, ficará com 4,57 por cento.

Anteriormente, Moraes tinha 90,24 por cento da Natural One e a Zwilin outros 9,76 por cento, segundo o Cade.

Moraes negociou com rivais como Coca-Cola e Britvic, da Inglaterra, mas as conversas não chegaram a termos que fossem do interesse do empresário, afirmaram as fontes da Reuters no início de novembro.

Na época, Moraes estava buscando uma avaliação de 150 milhões de dólares por toda Natural One, mas ele ainda não tinha se decidido se venderia o controle ou uma participação minoritária da empresa.


Petrobras prepara saída da Usina Bambuí


Petrobras prepara saída da Usina Bambuí


Após deixar o capital da São Martinho e da Açúcar Guarani, chegou a vez do bagaço: a Petrobras vai iniciar o processo de venda da participação de 40% na Usina Bambuí, que carrega uma dívida de R$ 450 milhões e convive com o fantasma da recuperação judicial.

Há mais de um ano o acionista controlador, o usineiro José Geraldo Ribeiro, tenta, sem sucesso, se desfazer da sua parte no negócio (Relatório Reservado, 9/1/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/petrobras-prepara-saida-da-usina-bambui.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/#.WHU1m_Rwto0

Globalização vai ficar mais imprevisível, diz Richard Baldwin


"A raiva está sendo manipulada para sugerir políticas que não são necessariamente do interesse das pessoas que votam por elas"

Richard Baldwin, professor do Graduate Institute em Genebra
São Paulo – O termo “desglobalização” entrou para o vocabulário político-econômico em 2016.

A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos com uma plataforma anti-comércio mostraram que muita gente não acha que integração é sinônimo de prosperidade.

Richard Baldwin não acredita que a globalização será revertida, e sim que ficará cada vez mais “abruta, imprevisível, incontrolável e individual”. E a culpa não é nem da política, e sim da tecnologia.

Professor de economia internacional no Geneva Institute desde 1991 e diretor do Centro para Pesquisa em Política Econômica em Londres desde 2006, Baldwin pesquisa o tema há mais de 30 anos.

No ano passado, lançou pela Harvard University Press o livro “The Great Convergence: Information Technology and the New Globalization” (“A Grande Convergência: Tecnologia da Informação e a Nova Globalização”, em tradução livre).

O livro, por enquanto sem lançamento previsto para o Brasil, entrou na lista de melhores do ano da The Economist e do Financial Times.

Na semana passada, Baldwin conversou com EXAME.com por telefone sobre tecnologia, comércio, política e imigração – e de como o Brasil pode se inserir neste novo mundo. Veja a entrevista:

EXAME.com – Após os grandes choques de 2016, dá para dizer que estamos em meio a uma reversão da globalização?
Richard Baldwin – É uma reação contra a globalização, mas que não fará com que ela seja revertida.
A maioria das pessoas pensa na globalização como bens atravessando fronteiras, e por boa parte do período pós-guerra ela foi realmente liderada pelo comércio.

Mas desde os anos 90, a revolução das comunicações permitiu que a globalização fosse conduzida pela deslocalização do conhecimento.

A tecnologia de informação ficou tão boa que as fábricas puderam ser espalhadas pelos países, e esse desenvolvimento é irreversível.

Estamos vendo uma reação a algumas das implicações sociais disso, mas como ela está fluindo pela internet, não pode ser revertida com um protecionismo antiquado – apesar de que vão tentar.

EXAME.com – Então a tecnologia tem hoje um papel mais importante do que a abertura comercial e de investimento?
Baldwin – Eu acredito que a possibilidade de transferir várias tarefas e coordenar atividades complexas através de grandes distâncias mudou completamente como a manufatura é feita globalmente.

A consequência foi uma nova combinação de alta tecnologia e salários baixos – acima de tudo na China, que juntou trabalho chinês com tecnologia americana, alemã, japonesa. Será difícil desfazer isso porque essa não é uma tecnologia fácil de se conter.

EXAME.com – É interessante porque a produção industrial americana continua crescendo, mas a parcela de trabalhadores nesse setor só cai. E isso é algo que Donald Trump não cita. Proteção comercial pode trazer empregos de volta em mercados desenvolvidos?
Baldwin – Terá um efeito negativo, até onde eu vejo. Os trabalhadores americanos estão competindo com os chineses fora do país e com os robôs dentro do país. Mesmo se tentarem restringir a competição com os chineses, o que não acho ser possível, ainda estariam competindo com os robôs.

A proteção prometida por Trump pode trazer um pouco da manufatura de volta, mas com empregos para robôs, não para trabalhadores – e certamente não para os trabalhadores pouco educados que ele diz proteger.

Um segundo aspecto é que a promessa de colocar tarifas sobre China e México tornará mais caro trazer insumos industriais para a América. Para fazer um carro, Alemanha e Japão, por exemplo, importam partes e componentes dos lugares de baixo custo.

Se você colocar tarifas e isso ficar mais caro, a produção de carros a serem vendidos nos EUA pode até ficar lá, mas a de carros para serem exportados provavelmente irá embora. As tarifas apenas tornarão os EUA uma ilha de alto custo.

EXAME.com – Há um grande debate sobre o efeito da robótica e da alta tecnologia sobre o nível de emprego. Você acha que veremos desemprego em massa ou a economia vai se adaptar e novos cargos serão criados, como a história mostrou até hoje?
Baldwin – Antes era a automação, agora é inteligência artificial. Então acho que é a continuação de uma tendência histórica: pensem em quantos empregos foram substituídos na área de cavalos quando surgiram os carros e caminhões, ou nos portos quando surgiram os contêineres. A automação leva à disrupção, mas não necessariamente à destruição de empregos.

A tendência de semanas mais curtas de trabalho é de certa forma uma resposta a isso, já que mais produção pode ser feita com menos trabalhadores. Todo mundo costumava trabalhar o dia todo no sábado, e isso mudou.

No meu livro estou enfatizando a inteligência remota ao invés da inteligência artificial – e isso pode interessar ao Brasil. Há muita gente bem qualificada em países como o Brasil, em todo tipo de profissão.

Seu salário como jornalista, por exemplo, é provavelmente um décimo do que seu equivalente ganha na Alemanha, e se tivermos software de tradução simultânea – que está sendo desenvolvido rapidamente – você poderia fazer parte desse trabalho e ganhar parte do seu salário.

Duas tecnologias são chave para isso: a telepresença, que é é basicamente um Skype muito bom, e a telerobótica, que são robôs controlados remotamente. Isso permitiria que pessoas no Brasil possam vender serviços nos países ricos sem ir para lá.

Isso será positivo para países em desenvolvimento, que terão uma forma fácil de exportar seus talentos, e disruptivo nos países ricos, onde há muita gente cujos empregos são protegidos hoje apenas pelo fato de que precisam de presença física para executar suas tarefas.

EXAME.com – Você concorda com o diagnóstico de que nos últimos 20 ou 30 anos os grandes vencedores da globalização foram os asiáticos que deixaram a pobreza enquanto as maiores perdedoras foram as classes médias dos países desenvolvidos?
Baldwin – O “gráfico do elefante”, do [economista] Branko Milanovic, é uma visualização exata disso. Ele mostra como a distribuição de renda global mudou de 1988 a 2008, não por país mas de acordo com o status inicial de cada indivíduo.

Os 20% mais pobres não ganharam tanto. Aqueles no meio, basicamente trabalhadores indianos e chineses, foram os que mais ganharam. A classe média dos países ricos não teve qualquer ganho, mas aqueles mais ricos dentro dos países ricos ganharam muito também.

Eu explico isso com a ideia de globalização pelo conhecimento, transferido dos países ricos para uma porção de outros que se industrializavam rapidamente. Isso criou uma classe média global e tirou 600 milhões de pessoas da pobreza.

Os donos dessa tecnologia no G7 ficaram muito ricos porque agora seu know-how estava sendo aplicado em dois lugares. Eles eram valorizados como profissionais, com conhecimento na cabeça, e como donos da tecnologia, através de empresas como Apple e Google.

EXAME.com – Por que isso não foi previsto pelos políticos nos países ricos?
Baldwin – As pessoas estavam pensando na globalização antiga, que cria alguns vencedores e outros perdedores, mas a nova globalização é mais abruta, imprevisível, incontrolável e individual.

Ao quebrar os processos de produção, ela ajuda ou prejudica as pessoas em um nível muito mais fino de resolução, então fica mais difícil de entender o que está acontecendo.

Mas parte da questão é que os conservadores abraçaram políticas benéficas para os ricos dos países ricos, e tinham desculpas para fazer com que as pessoas acreditasse que poderia ser bom para todos, e não foi.

Os salários para trabalhadores nos países ricos estão estagnados há duas décadas e meia e essas pessoas estavam acreditando em livre comércio e cortes de impostos, e votando por gente que defendia isso.

Estão revoltados e atacando tanto a esquerda quanto a direita porque sentem que foram enganados nos últimos 25 anos. Mas vale olhar além.

O Japão não tem qualquer movimento contra a globalização, apesar de ter passado por tantos choques quanto todo mundo, porque a coesão social faz com que os japoneses ainda se sintam parte do “Time Japão”, compartilhando benefícios e dividindo o ônus, um espírito que desapareceu nos EUA e Reino Unido no período.

Penso na globalização no mundo rico entre os anos 60 e 80. A liberalização dos mercados foi acompanhada por seguridade social, taxação progressiva, seguro saúde, universidades… uma série de políticas sociais simultâneas, o que fez muitos americanos acreditarem que tinham uma chance justa de aproveitar as novas oportunidades lidando com a nova competição.

Desde [Ronald] Reagan, a liberalização avançou, mas com corte no bem-estar social, o que deixou as pessoas pressionadas pelos dois lados (mesma coisa no Reino Unido). Em alguns lugares como na Europa, onde o avanço do estado de bem-estar social continuou, há uma reação, mas menor.

O economista e filósofo Karl Polanyi tem uma teoria de que o fascismo e o comunismo foram uma reação contra as rupturas da Revolução Industrial, que romperam o tecido social tradicional. Se você ler [os romancistas Emile] Zola ou [Charles] Dickens, verá que foi uma época terrível para a classe trabalhadora. E parte da reação foi contra isso.

Trump é contra comércio, mas no Reino Unido, eles são pelo comércio, mas contra a União Europeia. Convenceram as pessoas de que a UE era o problema, mas [a primeira-ministra britânica] Thereza May diz que é a favor do livre comércio com vários países – incluindo a China.

O fato deles serem tão diferentes nessa área indica que não estamos vendo uma solução racional. A raiva está sendo manipulada para sugerir políticas que não são necessariamente do interesse das pessoas que votam por elas.

Os fascistas foram horríveis até para quem votou por eles, mas as pessoas estavam tão bravas que ficaram dispostas a abraçar respostas loucas.

EXAME.com – Você não citou a imigração, celebrada pela maioria dos economistas e rejeitada por boa parte da sociedade – como prova seu papel nas campanhas vitoriosas do Trump e Brexit. 
Baldwin – Culpar imigrantes é politicamente potente, mas eles não são os culpados. Veja as áreas do Reino Unido que votaram pelo Brexit: lá não há imigrantes. Agora pense nos lugares que votaram contra, como Londres: cheios de imigrantes.

Imigrantes vão para lugares vibrantes, não para lugares deprimidos sem empregos. Aqueles que ficaram para trás com o declínio da manufatura não perderam emprego para imigrantes, mas para a automação e as importações.

Se você olhar para o impacto dos imigrantes sobre os salários, especialmente na Europa, eles são complementares. Praticamente todo mundo que trabalha em restaurantes ou construção em Londres é estrangeiro; os britânicos não querem mais esses empregos.

É falso dizer que os imigrantes são culpados, mas eles são visíveis e diferentes e é fácil mobilizar as pessoas contra eles.

EXAME.com – O Brasil é uma economia de renda média e ainda muito fechada. Nossa inserção internacional está sendo repensada em um cenário de crise interna e mudança externa. Existe algum mapa?
Baldwin – Uma coisa boa seria recolocar a integração do Cone Sul nos trilhos, já que ele tem um número considerável de pessoas com um nível de renda razoável e que seria útil explorar. Nunca fui contra o Mercosul e acho uma pena que tenha se desmontado um pouco.

Outra coisa: essa ideia de que proteção mantém empregos foi quebrada, e o Brasil precisa pensar em ter bons empregos se integrando nas cadeias de valor globais, ao invés de tentar ter indústrias inteiras. E parcialmente por causa da sua geografia, tentar exportar mais serviços tirando vantagem das telecomunicações.

As pessoas falam na barreira da língua, mas ela está prestes a desaparecer por causa de alguns aplicativos – que ainda não são tão bons, mas apenas precisam de mais processamento, coisa que dobra a cada 6 meses.

Profissionais brasileiros vão poder exportar serviços para outros países, e essa é uma forma de crescimento importante e que exigirá muita tecnologia da informação.

Pense na globalização como algo que permite tirar de onde está abundante e vender onde é escasso, e geralmente o preço mostra onde é abundante ou não. Você tem todo esse talento no Brasil de preço bem baixo por padrões internacionais, e exportação de serviços é onde eu apostaria para o futuro.

Puxada por commodity, Vale dispara 6% na Bolsa


Os papéis da mineradora repercutem o bom desempenho do preço do minério de ferro




São Paulo – As ações da Vale lideravam a alta do Ibovespa na tarde desta terça-feira (10). Os papéis ordinários registravam ganhos de 6,22% na máxima do dia, enquanto os papéis preferencias subiam até 5,40%.

O bom desempenho da mineradora pode estar relacionado diretamente ao preço do minério de ferro, que fechou em alta de 2,19% e era comercializado a 77,73 dólares a tonelada.

A alta da commodity se deve aos indicadores chineses. Entre os divulgados hoje está o índice de preços ao produtor, que registrou aumento de 5,5% em dezembro na comparação com o mesmo período de 2015. É o maior avanço desde setembro de 2011.

Para o mercado, a aceleração dos preços reforça a visão de que a China tem um ritmo estável no novo ano, sustentada por uma atividade industrial e demanda doméstica mais fortes em meio a um boom da construção e dos empréstimos.


Mais prazo 


Na última segunda-feira (09), a Vale, juntamente com a Samarco e BHP Billiton pediram a prorrogação para 19 de janeiro do prazo que vencia nesta data para um depósito de 1,2 bilhão de reais ordenado pela Justiça Federal em Minas Gerais para cobrir futuras medidas reparatórias ao desastre com a barragem em Mariana (MG).

Segundo o comunicado enviado ao mercado, “as partes estão em tratativas e apresentaram hoje petição conjunta para prorrogação do prazo de prestação da garantia.”