segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Entenda a luta do México pelo livre-comércio

Peña Nieto mostrou a perplexidade dos mexicanos com a cruzada contra o comércio lançada pelo novo presidente americano

 






A história do México é, em grande medida, a história de sua luta pela independência — primeiro dos espanhóis, depois dos americanos. Passadas duas décadas de livre comércio com os Estados Unidos, que trouxe prosperidade e industrialização ao México, a presidência de Donald Trump lhe impõe um novo desafio existencial. Mais uma vez, trata-se de ser capaz de caminhar com os próprios pés — e de buscar novos parceiros.

O centenário da Constituição mexicana, celebrado no domingo 5, foi marcado por essa reflexão, em um discurso do presidente Enrique Peña Nieto. “Hoje nossa nação, como poucas vezes em sua história recente, está à prova. Vivemos momentos cruciais em que se juntaram desafios externos e internos”, disse o presidente, no Teatro de la República, em Querétaro, no centro do país.

Em uma frase, Peña Nieto sintetizou a perplexidade dos mexicanos com a cruzada contra o comércio lançada pelo novo presidente americano, depois do monumental esforço do México em se ajustar às exigências de competitividade e às cadeias de produção criadas pelo Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), em vigor desde 1994: “Os paradigmas sociais, econômicos e políticos, em escala internacional, estão mudando aceleradamente”.

Em seguida, o presidente demonstrou sua preocupação com a exploração política interna da espada colocada por Trump na cabeça de seu governo: “São tempos que chamam à unidade, não em torno de uma pessoa ou de um governo, mas dos valores da Constituição — soberania, liberdade, justiça, democracia e igualdade”.

O México realizará eleições para presidente, Senado e Câmara dos Deputados em junho de 2018. A grande dúvida é como a pressão de Trump repercutirá sobre a disputa interna, por exemplo sobre as chances do eterno candidato populista de esquerda Andrés Manuel López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional (Morena). Ex-governador do Distrito Federal (2000-2005), ele não aceitou a derrota (por 0,56% dos votos) na eleição presidencial de 2006, ocupando o Zócalo, o centro histórico da Cidade do México, com seus militantes.

“É cedo para prever o que acontecerá nas eleições de 2018”, avalia Andrés Rozental, ex-vice-chanceler e presidente do Conselho Mexicano de Assuntos Internacionais, um centro de estudos na Cidade do México. “Mas é evidente a tendência não só nos EUA mas também na Europa de os populistas chegarem ao poder, porque as pessoas estão muito cansadas da classe política tradicional.”

Ele diz que uma eventual “decomposição” das relações com os EUA pode ter um efeito político interno, ainda mais somado à impopularidade do atual governo do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México quase todo o tempo desde a Constituição de 1917. 

Rozental diz que os índices de aprovação de Peña Nieto estão “no mesmo nível de Dilma (Rousseff) no final de sua gestão”. “A economia não tem tido melhor resultado, a inflação está começando a se incrementar e o câmbio se deteriorou. É um caldo de cultura propício para o populismo”, diz ele.

“Temos o populista López Obrador, que, assim como Lula, fracassou em várias tentativas de se eleger (em 2006 e 2012)”, compara o analista. “O que vai acontecer em 2018 depende da economia e da política.” Ele classifica de “absurda” a ideia que foi ventilada na imprensa de o bilionário Carlos Slim se lançar à presidência para se contrapor a Trump: “Ele não tem o menor interesse”. Nas pesquisas, tem se destacado o nome do secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio, pelo PRI, mas ainda não há candidatos oficiais.

A economia mexicana cresceu 2,3%, um índice respeitável em tempos de vacas magras. Mas o último trimestre indicou desaceleração, já como resultado das expectativas negativas em relação ao governo Trump: 0,6% em relação ao trimestre anterior. Em 28 de novembro, depois da eleição de Trump, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a previsão de crescimento do PIB mexicano em 2017 de 3% para 2,3%.

Antes mesmo de assumir, em janeiro, um tuíte de Trump criticando a produção de automóveis da GM no México levou a Ford a cancelar a construção de uma fábrica de 1,6 bilhão de dólares no país, e a anunciar um investimento de 700 milhões de dólares em uma planta já existente no Michigan, que segundo a montadora gerará 700 novos empregos.

Pesquisa realizada pelo Banco de México (banco central) com analistas de empresas privadas mostra que o governo Trump se tornou a principal fonte de preocupação do mercado. A “instabilidade política internacional” (leia-se Donald Trump) ficou em primeiro lugar em janeiro como maior preocupação dos agentes econômicos, com 17% das respostas. Há um ano, esse item foi escolhido por apenas 2% dos entrevistados. Já o item “debilidade do mercado externo e a economia mundial” caiu de 23%, em janeiro de 2016, para 15% no mês passado.

A situação do México, escolhido por Trump como bode expiatório dos problemas dos EUA, desperta a solidariedade de liberais (no sentido americano) como Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia de 2001. “Donald Trump quer que o México se divida. Mostrem-lhe que ele não vai trazer a discórdia ao México”, aconselhou Stiglitz, em palestra para estudantes e egressos mexicanos de universidades americanas. “Será muito importante que o México construa a solidariedade. O presidente é só uma pessoa que esperamos que fique no cargo somente por quatro anos. Continuaremos depois de Trump e temos que mostrar o que realmente importa. O que está acontecendo com Trump não é normal.”

O economista relativizou a capacidade do presidente de cumprir suas ameaças: “Trump não pôde convencer o Congresso. Acho difícil acreditar que o Congresso vá sair (do Nafta). Pode-se renegociar, mas Trump não pode rompê-lo.” Stiglitz sugeriu no entanto que o México deixe de depender dos EUA e faça acordos comerciais com a América Latina, Europa, China e África.

É mais um capítulo na saga mexicana em busca da independência.

"CARTA ABERTA DO POVO BRASILEIRO AO PRESIDENTE MICHEL TEMER

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(AUTOR DESCONHECIDO)


Senhor Michel Temer,
O povo do Brasil foi às ruas exigir o impeachment da agora Ex-Presidente Dilma Vana Rousseff, o que acabou ocorrendo em definitivo em meados do ano de 2016, quando Vossa Excelência, na qualidade de Vice-Presidente eleito, assumiu o mais relevante cargo público da pátria brasileira.

É importante salientar que Vossa Excelência não foi alçado da Vice-Presidência à Presidência pela vontade da maioria dos brasileiros que foram às ruas, mas pelo simples fato de ter sido eleito como Vice-Presidente na chapa da Ex-Presidente Rousseff, e, em tal condição, apto a assumir a cadeira presidencial, apesar da eleição só ter ocorrido em razão da divulgação de propostas inexequíveis e pela maquiagem de dados relativos ao primeiro mandato da presidente cassada Dilma Rousseff.

Já era de se esperar, portanto, que Vossa Excelência, ao assumir o comando do Palácio do Planalto, não fizesse drásticas modificações na condução do Brasil, já que foi eleito pela mesma chapa e, portanto, com as mesmas falsas promessas da ex-mandatária Dilma Rousseff.

Ainda assim, V.Excia., em primeiro lugar como brasileiro; em segundo, como agente público que é, e em terceiro lugar, como reconhecido jurista constitucionalista que é, esperávamos que seu governo fosse pautado pela ética e pelo respeito às leis e à moral, ainda que preservasse grande parte da incompetência e da inabilidade que foram marcas registradas do desastroso governo Dilma.

Não é, todavia, o que os brasileiros estão vendo ocorrer. O que se tem visto, muito pelo contrário, é que Vossa Excelência tem governado da mesma forma que seus dois antecessores (a impedida Dilma Rousseff e o réu Luiz Inácio Lula da Silva).

Para ilustrar, mencionaremos a seguir alguns exemplos que nos saltam aos olhos e que demonstram a forma torta como vem conduzindo a pátria.

Vossa Excelência resolveu conferir status de Ministro a Moreira Franco, delatado por comparsas por irregularidades e ilicitudes, concedendo a ele um dos mais horrendos privilégios da nefasta classe política brasileira – o “foro privilegiado” - colocando-o fora do alcance das canetas dos juízes criminais que vêm limpando o Brasil nos últimos anos. Nada diferente do que fez Dilma Rousseff, ao proteger Lula do juiz Sérgio Moro ao conferir-lhe o título de Ministro da Casa Civil.

Conferir proteção a acusados de corrupção não é o que exatamente espera-se de um Presidente que tem nas mãos um país que se encontra em verdadeiro caos econômico, político e social. Essa forma de agir difere completamente do slogan “ordem e progresso”.

Vossa Excelência decidiu nomear o até então Ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, mesmo sabendo que o mesmo foi advogado do Ex-Deputado e agora presidiário Eduardo Cunha, envolvido até o pescoço na Operação Lava Jato, e conhecedor da filiação do mesmo ao PSDB. Nada diferente tal atitude do que fez Lula ao nomear Dias Toffoli (que foi advogado do PT) para o cargo de Ministro do STF, contribuindo para a partidarização e afetação do mais relevante tribunal brasileiro.

Nomeação ao STF de membros de partidos políticos e de ex-advogados de acusados em sistemas de corrupção não é exatamente o que se espera de um Presidente da República que tenha a boa moral como principal virtude, especialmente se considerarmos que o indicado ao STF terá o importante papel de revisor nos processos da Operação Lava Jato, tão cara aos cidadãos brasileiros.

Vossa Excelência e seu partido, o PMDB, adotam o fisiologismo e a negociata como práticas permanentes de governo. A aparente oposição instalada no Brasil após a Constituição de 1988 (PT x PSDB) é, nas mãos do PMDB, apenas um instrumento de alternância do principal grupo saqueador de dinheiro público. Tanto é assim que o PMDB, desde 1988, vem governando o Brasil, ora como ator principal, ora como vice-artífice do mal que os políticos brasileiros vêm causando a toda nação.

A intenção de indicar o Senador Renan Calheiros, envolvido em dezenas de denúncias de corrupção, para o cargo do Ministro da Justiça, durante o feriado de carnaval, época em que o brasileiro sabidamente encontra-se em recesso (e tentando evitar protestos), sem dúvida, seria a última gota que faltaria para o fim de seu governo, pois o carnaval, assim como o seu governo, chegariam logo ao seu final e, neste último caso, de forma melancólica.

Vossa Excelência deve receber esta carta como um derradeiro aviso. Da mesma forma que Dilma Rousseff foi impedida, Vossa Excelência poderá sofrer as severas penas de um processo de impedimento, com vários exponenciais agravantes, a seguir listados:

a) Vossa Excelência e seu partido fisiologista, o PMDB, não dispõem de qualquer militância representativa, seja ela partidária, seja ela de movimentos sociais e, ainda que resolvessem remunerar supostos militantes com “pão e mortadela”, seu partido não disporiam sequer de experiência para tal organização, o que levaria seu governo ao chão em poucas semanas;

b) a população brasileira está extrema e exaustivamente aborrecida com o caos no qual seu governo e o governo anterior, do qual Vossa Excelência foi sócio, colocaram o país, de forma que protestos contra o seu governo poderão ser desencadeados com o mais leve estalar de dedos, tal como ocorreu em 2013, supostamente por aumentos dos preços de passagens de ônibus, pois certamente a população brasileira dirá: “não é pelos vinte centavos”;

c) Vossa Excelência e seu governo não poderão fazer uso da brutal divisão entre brasileiros (“nós e eles”) orquestrada pelo Ex-Presidente Lula, de forma que as partes “nós e eles” estarão cada vez mais unidas contra seu governo caso as mais básicas reivindicações do povo brasileiro não sejam atendidas.

Por todo o exposto, seguem três primeiras básicas reivindicações que devem ser atendidas de imediato, sob pena de, diante de eventual não atendimento, serem reiniciadas as manifestações populares que em 2013 fizeram o governo petista tremer:

a) Encaminhamento ao Poder Legislativo de projeto de EXTINÇÃO do foro privilegiado;

b) Revogação da nomeação de Moreira Franco;

c) Nomeação de jurista de reputação ilibada e de alto conhecimento técnico, sem qualquer vinculação política ou partidária, para ocupação do cargo de Ministro da Justiça. Não aceitaremos juristas inimigos da Lava Jato, como o Dr. Antonio Mariz de Oliveira, que  inclusive já assinou manifesto contra a operação Lava Jato.

Por fim, advertimos Vossa Excelência que o não atendimento a estas reivindicações até o dia 31 de março de 2017 iniciará o maior ciclo de manifestações “espontâneas” da história do Brasil, com a paralisação de ruas, avenidas, rodovias, instituições privadas e públicas, escolas, comprometendo a distribuição de combustíveis e materiais básicos.

Como forma de comprovar nossa alta capacidade de articulação e penetração em toda a população brasileira, esta carta circulará frenética e constantemente nos grupos de mensagens e redes sociais, como Whatsapp, Telegram, Facebook e Twitter nos próximos dias, o que poderá ser detectado pelos sistemas de inteligência que estão à disposição do Governo Federal.

Não recomendamos “procurar” “representantes” para negociação, pois no atual momento o “povo brasileiro” não reconhece qualquer pessoa, grupo ou movimento como seu legítimo representante. Tampouco os que recentemente tiraram fotos com Vossa Excelência.

Presidente Michel Temer: não “compre briga” com o povo brasileiro, pois todo o poder emana do povo, e por meio dele será exercido.
 
Sem mais,
 
Povo Brasileiro"

Fluxo de capital nos mercados emergentes será negativo em 2017


Instituto de Finanças Internacionais estima que o grupo de 25 economias emergentes registrará um total de US$ 490 bilhões em saída de capital neste ano




Nova York – O fluxo de capital para os mercados emergentes será negativo em 2017 pelo quarto ano consecutivo, pressionado pelas consideráveis saídas de capital da China, disse o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) em um relatório divulgado nesta quinta-feira.

O IIF estima que seu grupo de 25 economias emergentes registrará um total de 490 bilhões de dólares em saída de capital neste ano.

A China deverá ter cerca de 1 trilhão de dólares em saídas de capital de residentes, incluindo erros e omissões, e 560 bilhões de dólares em saídas líquidas de capital.

Os mercados emergentes excluindo a China deverão receber entradas de 70 bilhões de dólares, quase o dobro do ritmo de 2016.

“Embora projetemos uma ligeira alta no fluxo de capital em 2017, os riscos políticos e a potencial deterioração do ambiente global nos deixam cautelosos”, disse o diretor executivo do IIF, Hung Tran.

A expectativa para o fluxo negativo de capital no geral nos mercados emergentes baseia-se, em grande parte, em expectativas reduzidas de investimento direto estrangeiro e investimento em carteira de ações.

Os fluxos de investimento direto estrangeiro para os mercados emergentes devem cair para o nível mais baixo desde a crise financeira, segundo o IIF.


O IPO é a saída para a Netshoes?



Maior e-commerce esportivo do país contratou a consultoria KPMG para organizar suas contas e bancos para tocar as negociações com investidores

 






Há eventos que vêm se repetindo todo mês de janeiro, ano após ano. Os arrastões nas praias cariocas, as contratações milionárias de times de futebol chineses e a explosão de blocos de carnaval em São Paulo estão entre eles. No mundo das finanças, janeiro é tempo de especulações sobre a possível oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da Netshoes, maior e-commerce esportivo do país. A companhia ensaia entrar na bolsa pelo menos desde 2013, apesar dos constantes prejuízos. O ano de 2017 continuou sendo de arrastões e gastança chinesa, mas tudo indica que, agora sim, o IPO da Netshoes sai do papel.

EXAME Hoje apurou que a companhia está decidida a abrir capital, no Brasil ou nos Estados Unidos – se tudo ajudar, ainda no primeiro semestre. Para isso, contratou a consultoria KPMG para organizar suas contas e também bancos nacionais e internacionais para tocar as negociações com investidores. 

Procurada, a Netshoes disse que “a abertura de capital é apenas uma dentre diversas possibilidades que a empresa tem à sua disposição para seguir seu planejamento estratégico”.

Os planos anteriores da companhia envolviam realizar uma abertura de capital na bolsa americana Nasdaq, que abriga gigantes da tecnologia como Amazon, Apple e Google. A Netshoes chegou a ilustrar uma capa de EXAME sobre o tema, em 2013. Lá, os investidores estariam mais acostumados com negócios na área da tecnologia – onde perder dinheiro é rotina, em prol de um crescimento acelerado.

Mas a Netshoes não foi para Nasdaq, por uma série de motivos, e a cada dia que passa a distância foi ficando maior. “A empresa precisaria mostrar um crescimento mais sustentável, com uma tendência mais clara de que está no caminho certo”, afirma um especialista do setor. 

Os desafios da Netshoes são pra lá de conhecidos – manter um ritmo de crescimento minimamente agressivo e ao mesmo tempo entrar no azul. O problema é que o balanço da Netshoes é uma gangorra. Até 2014, o ritmo de crescimento vinha diminuindo – em 2014 o faturamento cresceu apenas 19% enquanto prejuízo chegou ao patamar recorde de 93 milhões de reais, uma alta de 30%. 

Em 2015, no último balanço disponível, a companhia conseguiu voltar a crescer com o lançamento do seu e-commerce de moda Zattini. O faturamento avançou 30%, para 1,5 bilhão de reais, e o prejuízo diminuiu, para os 63 milhões de reais.

A dúvida agora é o que a companhia conseguiu fazer em 2016, ano em que, por conta da crise, nem as gigantes do comércio eletrônico foram poupadas. O varejo online cresceu apenas 11%, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ante uma média superior a 20% nos anos anteriores. A B2W, a maior do país, que opera o e-commerce das Lojas Americanas, Submarino.com e Shoptime, teve uma queda de 8,7% na receita nos primeiros nove meses de 2016, com o prejuízo subindo 49%, para 383,6 milhões de reais. “A principal dúvida é: a Netshoes conseguiu fazer o dever de casa e crescer mesmo em tempos de crise? Essa é a questão fundamental para um IPO”, diz Paulo Humberg, presidente da companhia de investimentos em internet A5. Os dados de 2016 devem ser divulgados pela Netshoes em março.


Outros planos


Uma possibilidade que bate na porta da Netshoes é a venda para uma empresa maior. No último dia 5, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que a B2W estaria negociando uma aquisição. O que se sabe é que a Lojas Americanas, controladora da B2W, contratou o banco Credit Suisse para uma nova emissão de ações, no valor de 1,5 bilhão de reais, mas esse dinheiro não deve ser usado para comprar a Netshoes, de acordo com o que apurou EXAME Hoje com executivos próximos das duas empresas. “Essa conversa existiu, mas há 10 anos, quando as duas companhias eram bem próximas”, disse um deles. “Agora, isso não existe mais”.

Nesse período, a Netshoes operou o braço de artigos esportivos da B2W, mas as conversas para uma fusão ou compra da Netshoes não avançaram.

Por conta própria, a Netshoes tem avançado na seara da B2W. No início de 2016, a Netshoes anunciou a criação de seu marketplace – plataforma que permite que outros lojistas vendam seus produtos no site da companhia. Na época, a empresa estimou que o marketplace poderia representa até 20% de seu negócio no médio prazo, dobrando seu portfólio – na época de 80.000 produtos – ainda em 2016.

“A Netshoes é uma das únicas companhias de e-commerce com um atendimento ao consumidor especializado e internalizado, e também tem parcerias exclusivas com grandes marcas como a Nike, que só utiliza o marketplace da Netshoes”, diz um executivo de uma concorrente. “Eles estão conseguindo montar uma operação parecida com a da B2W”. Por enquanto, a Netshoes se mantém focada em beleza, moda e esporte, mas, segundo EXAME Hoje apurou, há planos para avançar para novos nichos.

Se vier a ofertar suas ações na Bovespa, a Netshoes também vai seguir os mesmos passos da B2W – única companhia do setor na bolsa brasileira. Os números da empresa não animam muito: a B2W já perdeu 54% de valor de mercado, que passou de 9,6 bilhões de reais na época do IPO, em 2007, para os 4,4 bilhões de reais atuais, segundo a consultoria Economatica. “A companhia é boa e na minha visão está barata, mas os investidores estão cansados de prejuízo atrás de prejuízo”, afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Guide. Em 10 anos de bolsa, a B2W nunca fechou um ano no azul. 

Analistas consultados por EXAME Hoje afirmam que a Netshoes a não poderia exigir um valor muito alto pelos papeis – a exemplo do que aconteceu com as últimas tentativas ocorridas no mercado. A única empresa a entrar na bolsa em 2016 – a companhia de diagnósticos Alliar – já perdeu mais de 30% do valor de suas ações, a construtora Tenda desistiu de um IPO no fim do ano passado e a locadora de veículos Movida teve que reduzir o preço inicialmente pedido para conseguir estrear na bolsa esta semana.

Calcular o valor de mercado da Netshoes é uma tarefa difícil. Em 2013, os acionistas da companhia esperavam que, no dia de seu IPO, a Netshoes valesse 2 bilhões de reais. Há um ano e meio, a varejista americana Walmart fez uma oferta de 900 milhões de reais pelo controle da companhia, mas a Netshoes recusou.

Em todos esses casos de aberturas de capital recente, a explicação para as avaliações abaixo do esperado é de que as empresas têm colocado seus preços com base em expectativas de lucros maiores no futuro, mas o investidor – depois de sofrer com promessas não cumpridas nos últimos anos – não está tão disposto a pagar para ver. Não é o cenário dos sonhos para a Netshoes. Mas a empresa espera a janela ideal de oportunidade há quatro anos. Uma hora cansa.


Grupo de Chaim Zaher faz nova aquisição, desta vez de canadense



Grupo SEB, do empresário Chaim Zaher, anunciou aquisição da operação sul-americana da rede de sistemas de ensino canadense Mapple Bear

 



São Paulo – O Grupo SEB, do empresário Chaim Zaher, anunciou nesta segunda-feira, 13, a aquisição da operação sul-americana da rede de sistemas de ensino canadense Mapple Bear.

Com o negócio, o SEB assume as operações da Mapple Bear no Brasil e poderá fazer a expansão da marca em outros países da América Latina.

Segundo a companhia, o Mapple Bear tem hoje no Brasil 85 escolas e atende mais de 15 mil alunos.

Segundo a diretora executiva do SEB, Thamila Zaher, a companhia tem programada uma expansão para o mercado da América do Sul e o negócio marca a internacionalização do grupo.

A família Zaher tem retomado aquisições no segmento de educação básica e já havia anunciado este ano a retomada do sistema Pueri Domus, que no passado havia sido vendido pelo grupo para a britânica Pearson.

Os Zaher também são acionistas da Estácio, companhia da qual se tornaram sócios relevantes após a venda da UniSeb. Atualmente, o SEB detém 11% da Estácio.

Tesla mira mercado no Oriente Médio com estreia em Dubai



Empresa já aceita encomendas online dos Emirados Árabes Unidos, possui uma loja no Dubai Mall e está construindo um centro de serviços na cidade

 




Dubai – A Tesla começou a vender seus carros elétricos de luxo em Dubai, marcando a primeira incursão no Oriente Médio.

As vendas de carros de luxo nos países do Golfo estão entre as mais altas do mundo per capita, embora algumas marcas sofreram com os preços mais baixos do petróleo, que reduziram a demanda do consumidor.

Com sede na Califórnia, a Tesla está aceitando encomendas online de clientes nos Emirados Árabes Unidos, uma loja no Dubai Mall e tem um centro de serviços Tesla sendo construído em Dubai, que está previsto para abrir em julho.

O fundador da Tesla, Elon Musk, disse nesta segunda-feira que vai abrir uma loja e um centro de serviço em Abu Dhabi em 2018 e planeja expandir para o Bahrein, Omã e Arábia Saudita.

Musk se recusou a falar sobre datas para os planos de expansão fora dos EAU em uma conferência de imprensa em Dubai.

Os preços da Telsa começam a partir de 275.000 dirhams (74.884 dólares) por seu modelo S, que tem um alcance de 632 km com uma única carga e 344.000 dirhams para o modelo X, que pode viajar até 565 km.
 

Grupo SEB espera janela para IPO, diz Chaim Zaher



Um IPO seria o caminho "se vier alguma coisa muito grande, para ampliar nosso nível de internacionalização", segundo Zaher

 



São Paulo – O grupo SEB, de educação, considera a possibilidade de abrir capital, segundo afirmou seu presidente, o empresário Chaim Zaher.

Ele declarou, porém, que uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) só faria sentido no caso de a companhia se deparar com a possibilidade de uma aquisição de grande porte.

Um IPO, disse, seria o caminho “se vier alguma coisa muito grande, para ampliar nosso nível de internacionalização”, comentou.

O empresário destacou que as aquisições até aqui foram feitas com recursos próprios do grupo, mas destacou que poderia haver a necessidade de captação no mercado para aquisições grandes.

O SEB anunciou nesta segunda-feira, 13, a aquisição das operações do Brasil e América do Sul da canadense Mapple Bear. O grupo deterá 95% do negócio regional enquanto a companhia global fica com 5%.

Com a transação, o SEB espera atingir R$ 760 milhões em faturamento em 2017. São 275 escolas ligadas ao grupo entre unidades próprias, parceiros dos sistemas de ensino e as 85 franquias do Mapple Bear.

O grupo tem um plano de investir R$ 400 milhões entre 2016 e 2018.