quarta-feira, 1 de março de 2017

Juiz rejeita acordo entre Procuradoria dominicana e Odebrecht


No acordo, a empresa brasileira se comprometeu a pagar US$ 184 milhões, o dobro da quantidade que admitiu ter pago em subornos no país

 






Santo Domingo – Um juiz dominicano declarou nesta quarta-feira inadmissível o procedimento de homologação do acordo assinado entre a Procuradoria e a Odebrecht, no qual a empresa brasileira se comprometeu a pagar US$ 184 milhões, o dobro da quantidade que admitiu ter pago em subornos no país.

A decisão foi adotada pelo juiz coordenador do Tribunal do Distrito Nacional, Alejandro Vargas, que afirmou que a homologação do acordo requer um “procedimento legal de maior rigor judicial” do que a figura da conciliação, para a qual apelou o Ministério Público no acordo, já que a mesma é para resolver conflitos “entre querelantes e querelados”.

“Se declara inadmissível o procedimento de homologação usado pelo Ministério Público e Odebrecht em virtude de que o instituto jurídico da conciliação, no qual fundamenta suas pretensões, foi concebido pelos legisladores para resolver conflitos entre denunciantes, vítimas, querelantes e querelados quando os fatos que são relativos correspondem a violações, infrações de ação privada, homicídio culposo (..)”, disse o magistrado.

O juiz ressaltou que, como reconheceram ambas as partes, “trata-se de fatos graves, e em consequência, requerem de outra medida processual de maior rigorosidade jurídica”.

Vargas ordenou a devolução do acordo às partes “a fim de que seja promovido no âmbito do procedimento previsto para os casos que envolvem a gravidade dos fatos sob investigação”.

Integrantes do coletivo “Marcha Verde”, que em janeiro congregou milhares de pessoas em Santo Domingo contra da impunidade e a corrupção, se manifestaram hoje nos arredores do tribunal para pedir que Vargas que rejeitasse a homologação do acordo.

O Ministério Público local e a Odebrecht alcançaram recentemente um acordo através do qual a multinacional se comprometeu a desembolsar ao país US$ 184 milhões nos próximos oito anos, que representa o dobro dos US$ 92 milhões que admitiu ter pago em subornos a funcionários dominicanos para vencer contratos públicos entre 2001 e 2014.

Em dezembro de 2016, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou documentos nos quais detalhava supostos subornos de cerca de US$ 788 milhões por parte da empresa brasileira em 12 países da América Latina e África.

Os documentos asseguram que, concretamente, a empresa pagou no país caribenho US$ 92 milhões em conceito de subornos para ter acesso a contratos milionários.


STJ – Quebra de sigilo fiscal pelo fisco sem autorização judicial não serve como prova em processo criminal





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O Supremo Tribunal Federal decidiu no RE nº 601.314/SP, que é constitucional a requisição direta de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras dentro do processo administrativo fiscal, nos termos do artigo 6º da Lei Complementar nº 105/01, que autoriza a quebra de sigilo bancário pelo fisco, para fins de apuração de créditos tributários.

A mesma posição foi consolidada no Superior Tribunal de Justiça que também decidiu pela legalidade da requisição direta de informações pela Autoridade Fiscal às instituições bancárias sem prévia autorização judicial para fins de constituição de crédito tributário no âmbito do processo administrativo fiscal, no julgamento do Recurso Especial Representativo de Controvérsia nº 1.134.665/SP.

Ocorre que , tais decisões das Cortes Suprema e Superior tratam de quebra de sigilo bancário sem autorização judicial para apuração de crédito tributário em procedimento administrativo fiscal.

Contudo, o STJ decidiu recentemente que a quebra de sigilo bancário sem autorização judicial para apuração de responsabilidade criminal em sede de processo penal é vedada para fins de utilização no processo penal de prova emprestada – do procedimento fiscal – sem autorização judicial.


De acordo com o julgado do STJ:


“… a quebra do sigilo bancário para investigação criminal deve ser necessariamente submetida à avaliação do magistrado competente, a quem cabe motivar concretamente seu decisum , em observância aos artigos 5º, XII e 93, IX, da Carta Magna.

A inviolabilidade do sigilo de dados para fins de investigação criminal ou instrução processual penal é garantia constitucional inserta no artigo 5º, inciso XII, da Carta da República. Assim, ao menos no âmbito do processo penal, é imprescindível que a excepcionalidade de tal garantia constitucional passe pelo crivo do Poder Judiciário.

Destarte, conquanto seja legal e constitucional a remessa de dados bancários pela instituição financeira à Receita Federal para fins de apuração de créditos tributários, é inequivocamente incabível o envio, sem autorização judicial, de tais informações ao parquet para fins de apuração de eventual responsabilidade penal do contribuinte”.


Segue ementa do Julgado


RESTITUIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL PELO STF PARA FINS DO ARTIGO 1.030, II, CPC PARA ADEQUAÇÃO AO RE 601.314/SP JULGADO EM REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA. MATÉRIA DISTINTA. DIREITO PROCESSUAL PENAL. OFERECIMENTO DE DENÚNCIA COM BASE EM PROVA EMPRESTADA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PROVA ILÍCITA. 1. O Pretório Excelso, apreciando matéria de direito financeiro e tributário, no RE nº 601.314/SP, afirmou a constitucionalidade do artigo 6º da LC 105/01 que autoriza a requisição direta de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras dentro do processo administrativo fiscal, para fins de apuração de créditos tributários. E tal compreensão não discrepa do entendimento também consolidado nesta Corte de Justiça no Recurso Especial Representativo de Controvérsia nº  1.134.665/SP. 2. No âmbito da matéria criminal, por outro lado, resulta incontroverso do constructo normativo, doutrinário e jurisprudencial pátrio que é peremptoriamente vedada a utilização no processo penal de prova emprestada – do procedimento fiscal – sem autorização judicial. 3. Tratando-se de questões jurídicas distintas, não há divergência que requisite o juízo de retratação. 4. Acórdão mantido com fulcro no artigo 1.041 do CPC. (REsp 1402649/BA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 14/02/2017, DJe 22/02/2017)



http://tributarionosbastidores.com.br/2017/03/01/sig-pen/

Brasileiro só recuperará riqueza perdida com recessão em 10 anos


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Os efeitos da crise prolongada e da expectativa de lenta retomada da economia do Brasil vão fazer com que a riqueza do brasileiro demore dez anos para se recuperar do estrago causado pela recessão.


Na projeção de economistas, o pico do Produto Interno Bruto (PIB) per capita alcançado em 2013 só será superado no início da próxima década, entre 2022 e 2023.

"Em 2022, o PIB per capita deve alcançar 31 mil reais (em números deflacionados) e aí supera o patamar de 2013, quando estava em 30,8 mil reais. É praticamente uma década perdida", diz o economista e sócio da consultoria 4E, Bruno Lavieri.

A recessão enfrentada pela economia brasileira nos últimos anos fez com que o PIB per capita do Brasil acumulasse forte queda desde 2014, devolvendo os ganhos obtidos no período de forte crescimento da economia. Segundo Lavieri, esse indicador fechará 2017 a 27,8 mil reais, voltando a crescer gradualmente apenas a partir de 2018.

A assistente administrativa Andréia Zanetti, de 34 anos, é um exemplo de como o brasileiro sente os efeitos dessa diminuição da riqueza. Desempregada por sete meses, ela até conseguiu nova colocação em novembro passado, mas o salário atual equivale à metade do que recebia no trabalho anterior.

Com isso, precisou reduzir consumo e readequar o orçamento doméstico à nova realidade. "Troquei as lojas em que comprava roupa, deixei de jantar e almoçar fora e cortei o telefone fixo de casa", diz Andréia. "Mudei até a marca do leite que comprava para o meu filho."

A economia brasileira vem sofrendo com a forte recessão e, segundo cálculos de especialistas, deve ter encolhido mais de 9 por cento desde o início da crise, acertando em cheio a riqueza da população.

"No acumulado desde 2014 até agora, houve queda de 9,6 por cento no PIB per capita. É uma redução do padrão de vida bastante expressiva", afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Julio Mereb.



LENTA RECUPERAÇÃO


A projeção de lenta recuperação da riqueza do brasileiro é explicada pela expectativa de baixo crescimento econômico nos próximos anos diante da queda do PIB potencial do país.

"A economia deve avançar no máximo em linha com o crescimento potencial, ao redor de 2,5 por cento, nos próximos anos", afirmou a economista da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, para quem o PIB per capita do país só vai superar o resultado de 2013 em 2023.


O PIB potencial do Brasil perdeu fôlego na crise atual sobretudo por causa da forte queda do investimento e pelo lento crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), cujo avanço mais forte em anos passados também ajudava a elevar a capacidade de crescimento do Brasil.

A PEA chegou a aumentar 2 por cento ao ano, mas deve crescer a uma taxa inferior a 1 por cento nos próximos anos por causa do envelhecimento da população.

Também fundamental para o enriquecimento do país, o desempenho da produtividade --que está estagnada nas últimas décadas-- depende de mudanças estruturais na economia, que envolvam reformas para aumentar o investimento, desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios da economia brasileira.

"As reformas dão previsibilidade para a economia e puxam o ciclo virtuoso ao tornar o ambiente mais propício para negócios e trazer ganhos de produtividade", afirmou o economista do Itaú Rodrigo Miyamoto.


ATRASO


O estrago da recessão no padrão de vida do brasileiro também fica evidente quando se compara o PIB per capita do Brasil medido em dólar com o de outras economias.

Os últimos números do Fundo Monetário Internacional (FMI), que retiram os efeitos cambias e de inflação, mostram que o PIB per capita do Brasil deve encerrar este ano em 15,5 mil dólares, bastante distante de economias parecidas como a do Chile (24,7 mil dólares) e a do México (19,5 mil dólares).

O caso mais emblemático de comparação é o da Coreia do Sul, cujo PIB per capita era bastante parecido com o do Brasil na década de 1980. Hoje, no entanto, a riqueza média dos sul-coreanos é de 39,7 mil dólares.

"Foi um país que fez um investimento muito grande em educação e liberou a importação de tecnologia para diversos setores da economia, o que ajudou de alguma maneira a qualificar a mão de obra", explicou o professor de economia do Insper Otto Nogami.

 (Reuters, 24/2/17)



Fnac procura parceiro local para reforçar operação no país


Em nota divulgada nesta quarta-feira (1º), a companhia também negou que queira deixar o negócio no Brasil

 

Fnac
São Paulo – A Fnac Brasil emitiu um comunicado nesta quarta-feira, 01, no qual afirma que a companhia iniciou um processo de busca de um parceiro local, mas que seu objetivo é “continuar e reforçar sua operação” no Brasil. Após questionamento, a companhia negou que queira deixar o negócio no País.

A Fnac divulgou na terça-feira seu balanço do quarto trimestre de 2016, no qual passou a reportar a divisão brasileira como uma “operação descontinuada”.

A mudança contábil veio acompanhada de um comentário no qual o grupo afirmava que havia iniciado um processo de busca de um parceiro.

Em nota, a Fnac Brasil informou que “a operação brasileira precisa ter um tamanho crítico no sentido de ser relevante e reforçar sua posição de mercado”.

Segundo a companhia, o grupo está agora focado na nova estratégia de integração com a Darty, varejista de eletrodomésticos e eletrônicos cuja compra pela Fnac foi anunciada em 2015 e aprovada pela autoridade francesa de defesa da concorrência no ano passado.

Fnac anuncia que está saindo do Brasil


A Fnac está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas, há alguns anos, já tinha apontado dificuldades para atingir um nível crítico

 



A distribuidora de produtos eletrônicos, culturais e eletrodomésticos francesa Fnac Darty anunciou nesta terça-feira que irá se retirar do Brasil, ao mesmo tempo em que indicou que a companhia havia registrado um resultado líquido em equilíbrio (zero) em 2016.

Apesar deste resultado, o grupo afirmou que suas vendas e sua rentabilidade têm aumentado.

A Fnac Darty anunciou a intenção de vender a filial brasileira. O grupo “começou um processo ativo para buscar um sócio que dê lugar à retirada do país”, segundo um comunicado.

A Fnac está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas, há alguns anos, já tinha apontado dificuldades para atingir um nível crítico no país.

O Brasil representa menos de 2% do volume de vendas total da Fnac, que possui cerca de uma dezena de lojas no país.



México avalia importação de produtos do Brasil após ameaça de Trump




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Em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos, o México planeja enviar uma delegação ao Brasil no mês que vem para visitar produtores de milho, carne bovina, frango e soja como alternativa aos fornecedores norte-americanos, disse o representante do México no Brasil nesta sexta-feira.
 
O encarregado de negócios da embaixada mexicana no Brasil, Eleazar Velasco, disse que o Brasil está em uma posição única para expandir a venda de produtos agrícolas para o México, caso o acordo comercial com os EUA seja interrompido, uma vez que está mais próximo do que outros possíveis fornecedores, como a Austrália.
 
"Os Estados Unidos querem unilateralmente mudar as regras do jogo estabelecidas", disse Velasco à Reuters. "Evidentemente ao mudar nossas relações, isso vai reequilibrar outras relações."
 
O secretário da Agricultura mexicano, José Calzada, deveria ter visitado o Brasil na semana passada, mas teve que adiar sua viagem devido a questões de agenda, disse Velasco.
 
Calzada irá trazer executivos da indústria de alimentos do México para fazer acordos com exportadores brasileiros, disse o diplomata. A viagem faz parte de um esforço para reduzir a dependência das exportações dos EUA, uma vez que o presidente Donald Trump ameaça suspender o acordo de livre comércio entre os dois países.
 
Calzada disse em entrevista à Reuters na semana passada que o México pode reduzir as tarifas para produtos sul-americanos, caso necessário.
 
O México depende das importações de milho amarelo do México sob o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês). Com 2,3 bilhões de importações em 2016, o México é de longe o maior comprador estrangeiro, e produtores dos EUA têm pressionado Trump para que ele não altere o acordo.
 
"O milho é um produto básico imprescindível e insubstituível para os mexicanos. Se os EUA forem mudar as regras do jogo, teremos que comparar dos que querem vender, e aí o Brasil está na melhor posição."
 
O Brasil está expandindo a produção de milho e a colheita 2016/17 deverá crescer para 93 milhões de toneladas, ante 71 milhões de toneladas na safra anterior. A consultoria Agroconsult estima que as exportações de milho do Brasil irão dobrar para 28 milhões de toneladas, com a vizinha Argentina como sua maior competidora.
 
O México também irá avaliar comprar soja do Brasil, o maior exportador mundial do grão, embora as importações mexicanas sejam pequenas, disse Velasco.

As tensões com o governo de Trump deram novo ânimo às negociações entre México e Brasil para liberar seu comércio, do qual 51 por cento é composto de carros e peças automobilísticas, mas que agora pode passar por uma expansão dos produtos agrícolas.
 
 (Reuters, 24/2/17)

Cana: Usinas listadas na BM&FBovespa retomam investimentos

Foto de BM&FBOVESPA - São Paulo - SP, Brasil

As usinas sucroalcooleiras listadas na BM&FBovespa, que estão entre as maiores do setor no país, voltaram a elevar seus investimentos, especialmente com foco no crescimento orgânico, depois de iniciar a safra mais voltadas para o objetivo de reduzir o comprometimento do caixa com suas dívidas.

Raízen Energia – joint venture entre Cosan e Shell -, Biosev e São Martinho registraram, no acumulado da safra 2016/17 (de abril a dezembro), forte aumento de receita e de geração de caixa, apesar da derrapada no último trimestre, seja por problemas de safra ou decisões estratégicas.

Nesse contexto, também cresceram os desembolsos com investimentos em bens de capital (Capex), mesmo em um período de moagem, quando os aportes costumam ser mais comedidos.

Os investimentos feitos pelas três companhias no período somaram R$ 2,668 bilhões, um aumento de 23% em relação aos aportes feitos por elas nos nove primeiros meses da safra passada. No entanto, esse montante ainda está abaixo do investido no mesmo período da safra 2014/15, de R$ 2,686 bilhões.

Afinal, nesta safra, as empresas ainda buscaram aproveitar o bom momento do mercado de açúcar e etanol para minimizar a alavancagem, enquanto naquela temporada o mercado ainda não havia atingido o fundo do poço.

Maior do setor, a Raízen Energia desembolsou, nos nove primeiros meses da safra atual, R$ 1,190 bilhão em investimentos, alta de 24,3% na comparação anual. Apenas no último trimestre, os investimentos saltaram 31%, para R$ 456,7 milhões, já que a companhia encerrou a moagem de cana mais cedo que no ano passado e antecipou o dispêndio com plantio e tratos culturais, explicou Paula Kovarsky, diretora de relações com investidores da Cosan, em teleconferência com analistas.

Essa tendência de alta inverte o movimento da safra 2015/16, quando a Raízen Energia gastou, em todo o ciclo, 24% a menos com investimentos do que na temporada anterior, seja por adequação dos projetos, pelo longo período de moagem de cana ou por ganhos de eficiência.

Neste quarto trimestre, se a empresa quiser alcançar sua meta para esta temporada de um Capex entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,1 bilhões, deve realizar aportes entre R$ 710 milhões e R$ 910 milhões.

E, para a próxima safra, os investimentos da joint venture devem crescer mais com a conclusão de projetos ligados à melhoria de produtividade e maximização de açúcar, possíveis aportes em aumento da disponibilidade de cana, em produção de biogás, em novos projetos de logística e infraestrutura para açúcar e etanol, além de adequação para práticas e impacto de inflação, afirmou Kovarsky durante a teleconferência.

A meta é que os aportes da companhia fiquem entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,4 bilhões no ciclo 2017/18, que começa oficialmente em abril, sendo que os investimentos recorrentes (com canavial e manutenção de equipamentos) devem ficar estáveis, entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,8 bilhão.

Segunda maior processadora de cana do país, a Biosev, controlada pela Louis Dreyfus Company (LDC), também vem elevando seus investimentos nesta safra, com foco principalmente nas lavouras. No acumulado da temporada, o Capex ficou em R$ 847 milhões, um avanço de 24% ante o mesmo período da safra passada.

Esse aumento decorre de "maiores desembolsos com plantios e tratos, maior dosagem de insumos para elevar a produtividade agrícola", além de "investimento industrial e de gastos com manutenção, já que houve menos dias de moagem ante safra passada", informou Paulo Prignolato, diretor financeiro da Biosev, durante teleconferência com analistas.

Questionado na ocasião sobre o orçamento para os investimentos para a próxima safra, Rui Chammas, CEO da Biosev, disse que os guidances serão divulgados após o fim do ciclo, mas que "as condições climáticas dão um horizonte positivo para a próxima safra".

O Grupo São Martinho também elevou seu Capex desde o início da temporada para R$ 630 milhões, um aumento de 21% em relação ao acumulado da safra passada, devido ao incremento dos gastos com manutenção de entressafra e ao projeto de ampliação de capacidade da Usina Santa Cruz.

Para a próxima safra, a companhia já prevê que apenas os investimentos em manutenção irão a R$ 900 milhões, informou Felipe Vicchiato, diretor financeiro da companhia, durante teleconferência com analistas. Na safra 2015/16, os aportes em manutenção, plantio e tratos culturais foram de R$ 676 milhões

(Assessoria de Comunicação, 24/2/17)

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