Por
Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Este
artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes
partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais
representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito
firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de
esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e
amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de
centro-direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados
federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33
deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.
Partidos
de extrema-esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15
Partidos
de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN
(4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178
Partidos
de centro-esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5),
PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total =
189
Partidos
de centro-direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21),
PR (34). Total = 127
Partidos
de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de
2014). Total = 4
Partidos
de extrema-direita: nenhum.
Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por
exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas
(socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os
mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de
extrema-direita, e o amplo domínio dos partidos de centro-esquerda e esquerda.
Como inexistem partidos de extrema-direita no Brasil, os
candidatos de direita e centro-direita acabam sendo taxados de radicais e
extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo
ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência
direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a
esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente
rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de
vários partidos de extrema-esquerda faz com que partidos de esquerda e centro-esquerda
pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo radical de esquerda
para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.
Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda
detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de
direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com
apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do
desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências
para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas
de esquerda.
Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma
maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto
desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no
Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um
deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5
partidos de extrema-esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único
partido de extrema-direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita.
Isto é, a extrema-esquerda possui mais do que o triplo de representantes no
Congresso do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima
demonstra a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no
Congresso Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto
a população.
Por
Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Este
artigo tem um único objetivo: classificar a tendência ideológica dos diferentes
partidos políticos brasileiros de acordo com seu estatuto e/ou seus principais
representantes. Note ainda que em nosso pais os partidos não costumam ser muito
firmes em suas convicções ideológicas. Dessa forma é comum termos políticos de
esquerda filiados a partidos de direita, e vice-versa. Devido a seu tamanho e
amplo espectro político, o PMDB foi classificado como sendo tanto de
centro-direita como de centro-esquerda. Entre parênteses o número de deputados
federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PMDB foram alocados 33
deputados federais para centro-direita e outros 32 para centro-esquerda.
Partidos
de extrema-esquerda: PCdoB (10), PSTU, PCB, PCO, PSOL (5). Total = 15
Partidos
de esquerda: PT (68), PSB (34), PTB (25), PDT (20), PPS (10), PTdoB (2), PTN
(4), PPL, SD (15), REDE (formado depois da eleição de 2014). Total = 178
Partidos
de centro-esquerda: PMDB (32), PSDB (54), PRP (3), PV (8), PP (38), PHS (5),
PSD (36), PEN (2), PROS (11), PMB (formado depois da eleição de 2014). Total =
189
Partidos
de centro-direita: PMDB (33), DEM (21), PTC (2), PSC (13), PMN (3), PRB (21),
PR (34). Total = 127
Partidos
de direita: PRTB (1), PSDC (2), PSL (1), NOVO (formado depois da eleição de
2014). Total = 4
Partidos
de extrema-direita: nenhum.
Claro que outras divisões são possíveis, poderíamos por
exemplo dividir os partidos entre conservadores, liberais, e progressistas
(socialistas). Mas os pontos que quero ilustrar permaneceriam essencialmente os
mesmos, quais sejam, a inexistência de um único partido político de
extrema-direita, e o amplo domínio dos partidos de centro-esquerda e esquerda.
Como inexistem partidos de extrema-direita no Brasil, os
candidatos de direita e centro-direita acabam sendo taxados de radicais e
extremistas. Não é raro a imprensa taxar candidatos de direita como sendo
ultraconservadores ou radicais de extrema-direita. Isso ocorre em decorrência
direta do fato de que nosso espectro político esta muito viesado para a
esquerda. Isto é, qualquer um mais a direita do PSDB já é imediatamente
rotulado como um radical de extrema-direita. Já na outra ponta, a existência de
vários partidos de extrema-esquerda faz com que partidos de esquerda e
centro-esquerda pareçam moderados. Daí você nunca ouvir na imprensa o termo
radical de esquerda para designar membros do PT ou do PSDB por exemplo.
Uma conta rápida mostra que enquanto os partidos de esquerda
detém 382 deputados, sobram apenas 131 deputados representando partidos de
direita. Analisando esses números, não causa surpresa o fato de que pautas com
apoio majoritário da população (tais como a revogação do estatuto do
desarmamento, e a redução da maioridade penal) enfrentem grandes resistências
para serem aprovadas no Congresso Nacional onde predominam partidos com pautas
de esquerda.
Claro que existem deputados de direita no PSDB, da mesma
maneira que existem esquerdistas filiados a partidos de direita. Mas o ponto
desse post é ressaltar que a ausência de um partido de extrema-direita no
Brasil (para contrabalancear os partidos de extrema esquerda) tem causado um
deslocamento do espectro político favorável a esquerda. Notem que são 5
partidos de extrema-esquerda, com 15 deputados federais, contra nem um único
partido de extrema-direita. E, pior que isso, apenas 4 deputados de direita.
Isto é, a extrema-esquerda possui mais do que o triplo de representantes no Congresso
do que os partidos moderados de direita. Além disso, a divisão acima demonstra
a grande força e domínio das pautas de esquerda no debate no Congresso
Nacional, mesmo quando essas pautas não encontram grande apoio junto a
população.
Economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC,
trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros,
entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré
vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do
Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal