quinta-feira, 9 de março de 2017

Advent compra quase metade da Easynvest por R$ 200 milhões


Fundo americano Advent comprou uma fatia minoritária relevante da corretora Easynvest

 






São Paulo – O fundo americano Advent anunciou na quarta-feira, 8, a compra de uma participação minoritária relevante da corretora Easynvest.

Com cerca de 150 mil usuários ativos e aproximadamente R$ 10 bilhões de ativos sob custódia, a empresa é uma das maiores plataformas digitais de investimentos do País e líder em aplicação em Tesouro Direto, respondendo por cerca de 25% desse segmento.

O valor e a fatia adquirida não foram divulgados pelas partes. A operação está sujeita à aprovação do Banco Central.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a transação girou em torno de R$ 200 milhões para aquisição de uma fatia de um pouco menos de 50% do negócio. Os acionistas da Easynvest ficam com o controle.

As negociações para a aquisição de parte da Easynvest foram conduzidas pela Nyx Participações, empresa controlada por fundos do Advent. As conversas começaram no ano passado.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Mario Malta, diretor do fundo de private equity (que compra participações em empresas) no Brasil, disse que a aquisição é importante para a gestora, que tem 30% de seus investimentos globais no setor de serviços financeiros.

Malta, que não comentou o valor da transação, disse apenas que os recursos para a aquisição fazem parte da captação de US$ 2,1 bilhões feita pelo Advent para investir na América Latina.

No Brasil, o Advent já foi um dos investidores da Cetip, central depositária de títulos privados de renda fixa e derivativos de balcão no Brasil e que anunciou fusão com BM&FBovespa; e na J. Malucelli Seguradora.

Segundo Marcio Cardoso, um dos sócios da Easynvest, a entrada do Advent deverá dar impulso à corretora, fundada em 1968, mas que passou a partir de 2010 a fazer parte do ranking das maiores investidoras em Tesouro Direto. “Entre 2012 e 2013, começamos a fazer um reposicionamento para a plataforma online.” A expectativa é que a corretora dobre o total de clientes no fim de 2017, para cerca de 300 mil, com cerca de R$ 20 bilhões sob gestão.

Atuante


O Advent tem sido um dos principais fundos de investimentos atuantes no Brasil. Entre dezembro e janeiro, anunciou importantes aquisições – a distribuidora de produtos químicos quantiQ, que pertencia à Braskem, e a faculdade gaúcha Cesuca.

O fundo também é apontado como favorito para comprar o laboratório de genéricos Teuto, que tem a multinacional americana Pfizer como sócia, e está em negociações avançadas para vender o terminal TCP, de Paranaguá, para o Dubai Ports World (DPW). O terminal de Paranaguá é avaliado em cerca de R$ 3 bilhões.

A gestora americana também está em conversas avançadas para abrir o capital da farmacêutica Biotoscana, que no Brasil controla a United Medical. Além disso, avalia a Via Varejo, divisão de eletroeletrônico do grupo francês Casino, mas, neste caso, não há negociações em andamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Relação das mulheres com o dinheiro precisa ser desmitificada


Resultado de imagem para fotos de politicas publicas para as mulheres






Estão enganados aqueles que pensam que esta coluna vai tratar de roupas, sapatos, cosméticos e idas a shopping centers. Uma falsa visão sobre a relação das mulheres com o dinheiro que precisa ser desmistificada. Nosso dinheiro — o dinheiro público —, como se poderá constatar, é muito bem aplicado se gerenciado pelas mulheres e se a elas for destinado.

Nesta quarta-feira, dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Adotado pela ONU em 1977, foi uma data conquistada após mais de um século de lutas pela plena igualdade e de direitos que eram negados a elas.

O Estado brasileiro não fica alheio às importantes questões que envolvem as lutas por esses direitos que ainda não foram plenamente alcançados e que ainda se fazem necessárias não só aqui como em muitos países do mundo.

Isso se pode observar pela existência de órgãos, políticas públicas e seus reflexos na atividade financeira do Estado brasileiro, materializada em programas orçamentários específicos e em recursos dispersos em dotações diversas, evidenciando a especial atenção que elas merecidamente recebem e que o Direito Financeiro deve lhes dispensar.

É preciso enfatizar a importância de políticas públicas voltadas às mulheres. Talvez poucos saibam, mas já há algum tempo se evidencia que a pobreza não é um fenômeno independente do gênero. Diversos estudos e documentos internacionais mostram que as mulheres são expressiva maioria entre as populações pobres do planeta. Em 1995, o Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento aponta que 70% dos pobres do mundo eram mulheres, que representavam também dois terços da população analfabeta[1]. Passados mais de 20 anos, determinados grupos são mais afetados do que outros pelo multidimensional fenômeno da pobreza: nos países em desenvolvimento, os índices são maiores entre mães solteiras e mulheres idosas que vivem sozinhas, em comparação com homens de mesmas características[2]

Em artigo seminal sobre o tema, a socióloga norte-americana Diane Pearce usou, em 1978, a expressão “feminização da pobreza” para caracterizar a expressividade da pauperização feminina naquele momento, a despeito de sua crescente participação na força de trabalho[3]. Apesar das inúmeras discussões que o assunto tem levantado desde então entre os especialistas, diversos pesquisas corroboram resultados que indicam a propensão à pobreza de domicílios chefiados por mulheres nos países em desenvolvimento[4].

As definições são variadas, e os debates a respeito da ocorrência do fenômeno com essas características no Brasil são muitos. O que não impede a conclusão de que as políticas públicas não devem ser neutras com relação à questão de gênero, pois “[a] existência de uma mesma proporção de homens e mulheres na pobreza não significa que ambos os grupos tenham as mesmas necessidades, que experimentem a pobreza da mesma maneira ou que tenham de seguir os mesmos caminhos para superar essa condição”[5].

Segundo a ONU, a taxa de desemprego das mulheres é cerca de duas vezes a dos homens, e, na comparação de homens brancos com mulheres afrodescendentes, o percentual de 5,3% aumenta para 12,5%. A maioria das famílias brasileiras é chefiada por mulheres, que também se dedicam às tarefas domésticas. A violência contra as mulheres (feminicídios e estupros) dobrou entre 1980 e 2011, colocando o Brasil na 7ª posição dentre os países mais violentos. Aqui, uma mulher é assassinada a cada duas horas, na maioria dos casos por homens com os quais têm relações. O número de estupros foi superior a 50 mil em 2012[6].

Há que se enfatizar também a complexidade para que seja possível criar e implementar políticas públicas voltadas às mulheres, uma vez que, assim como em outras áreas de atuação do Estado, não são específicas de uma esfera de governo, nem de um único setor da administração pública. As políticas que envolvem as mulheres são múltiplas e de variadas naturezas, tornando-as interfederativas, multissetoriais e transversais, envolvendo no mais das vezes uma complexa relação entre órgãos, poderes, instituições e entes da federação.  

Essas políticas públicas exigem a articulação de diferentes órgãos governamentais, como aqueles responsáveis pelos programas de educação e de saúde.

Por isso, o planejamento é fundamental, e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM)[7], no âmbito federal, instituiu em 2004 o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres[8], com 199 ações, distribuídas em 26 prioridades[9], traçadas a partir de quatro linhas de atuação: autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania; educação, inclusive a não sexista; saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos; e enfrentamento à violência contra as mulheres. Renovado e aperfeiçoado posteriormente em novas edições, o PNPM avança muito no enfrentamento de problemas relacionados às questões de gênero, mas peca, tal como outros planos governamentais, pela sua pouca institucionalização, sequer sendo materializado em lei, o que fragiliza sua implementação e execução, especialmente por abranger políticas públicas interfederativas.

Daí porque convém analisar os programas orçamentários sob condução da Secretaria de Políticas para as Mulheres, previstos no sistema formal de planejamento orçamentário, incluídos nos planos plurianuais e nas leis orçamentárias, onde se constatam programas por ela gerenciados, como, no âmbito federal, o Programa de Promoção da Igualdade e Enfrentamento à Violência (Programa 2016, PPA 2016-2019), que congrega os objetivos de aplicação de recursos públicos para as políticas públicas voltadas às mulheres. É aí que se situam as metas de promoção de autonomia econômica, social, sexual e de garantia de direitos das mulheres (Objetivo 0931), visando, por exemplo, a capacitação de mulheres urbanas, rurais, do campo, da floresta e das águas para fortalecer sua participação no mundo do trabalho e o fomento à participação em empreendimentos econômicos solidários. 

A intersecção entre orçamento e políticas voltadas para as mulheres se torna mais evidente quando consideradas as iniciativas desse objetivo, as quais, se bem executadas, seriam poderoso instrumento de ação governamental para a melhoria de sua qualidade de vida e para a igualdade de renda e de bem-estar. Vejam-se as iniciativas de “implementação de ações para a promoção de autonomia econômica voltadas para as mulheres em situação de violência e para a garantia de direitos” (Iniciativa 05CM), as “ações de estímulo ao empreendedorismo das mulheres e de fortalecimento da organização e inclusão produtiva, em especial do segmento de mulheres catadoras e quilombolas” (Iniciativa 05CN) e “as ações de apoio à aprovação e implementação do Projeto de Lei n.º 4.857/2009, que trata da igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho público e privado” (Iniciativa 05CP).

Além de se voltarem à integração econômica e à geração de renda, muitos objetivos visam ainda à participação social, à cidadania e à igualdade de um modo mais amplo. É o que se nota nos programas orçamentários que têm por objetivo promover a “a transversalidade intra e intergovernamental das políticas para as mulheres e de igualdade de gênero, observando as diretrizes do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres” (Objetivo 0935); “fortalecer o processo de participação política, democrática e igualitária das mulheres, nas instâncias de poder e decisão, considerando sua diversidade e especificidades” (Objetivo 0934); e, finalmente, “ampliar a política nacional de enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres, considerando sua diversidade e especificidades” (Objetivo 0998).

A formalização de políticas públicas nos planos e leis orçamentárias, no entanto, não é suficiente para garantir que sejam executadas, ou se executadas, que resultem em benefícios para as mulheres. É preciso que o controle interno, o controle externo e o controle social exerçam seu importante papel fiscalizatório, exigindo o cumprimento do planejamento, analisando os resultados e a eficiência da política planejada, o que nem sempre é preocupação do gestor público. Reavaliar as políticas públicas é uma obrigação, assim como implementá-las de forma mais eficiente.

E os gestores públicos não têm sido eficientes na implementação dessas políticas públicas, e em razão dessa deficiência no planejamento e na execução das políticas, muito dinheiro é gasto em ações que acabam não resolvendo os problemas. Políticas mal planejadas geram gastos mal planejados, e nem todas chegam a ser implementadas, porque são contingenciadas, e na prática o que se verifica no Brasil é que a violência contra a mulher continua e aumenta a cada ano, a discriminação no ambiente de trabalho se mantém, persiste a falta de capacitação, de educação e de participação mais expressiva na política.

A educação pública de qualidade, preferencialmente integral, inclusiva e igualitária, é a principal delas, porque formará cidadãos mais preparados, e as mulheres terão melhores condições de se tornar agentes, acessar empregos permanentes e qualificados, onde serão tratadas sem discriminação[10]. Da mesma forma, uma educação melhor e inclusiva propiciará às mulheres melhores condições e iniciativa para participar mais da política, seja nas ações comunitárias, seja no Poder Legislativo ou no Executivo, onde serão gestoras do dinheiro público, função que já estão desempenhando com eficiência na sua vida privada, apesar de tantos percalços.

A Finlândia é exemplo de eficiência na política pública de educação, o que resulta na proteção dos direitos da mulher também[11]. Foi o primeiro país da Europa a conceder às mulheres, em 1906, o sufrágio universal. As finlandesas foram também as primeiras no mundo a obter a elegibilidade nas eleições parlamentares, com plenos poderes políticos numa sociedade ainda patriarcal[12]. Os países nórdicos figuram entre os três melhores índices em igualdade de gêneros. A lista foi divulgada pelo Fórum Mundial de Economia em 2015. A Islândia está em primeiro lugar, seguido de Finlândia e Noruega (empatadas) e depois a Suécia (a Dinamarca ocupa a 14º posição). Nesse ranking, o Brasil está na 85º posição[13].

A situação brasileira está tão distante dos países nórdicos porque, ao contrário de lá, por aqui temos um país continental com acentuada desigualdade social, uma violência generalizada, uma das piores políticas de educação do mundo, e, neste ano de 2017, mais de 12 milhões de desempregados, muitos dos quais mulheres.

E as mulheres são reconhecidamente gestoras boas e responsáveis. Quando as mulheres conseguem ocupar cargos ou funções antes reservadas somente aos homens, elas têm um excelente aproveitamento e são eficientes tanto nos negócios como na economia[14], e também na área pública.

Veja como pouco aparecem em escândalos de corrupção, má gestão e outros problemas dessa natureza; quase não estão presentes em casos rumorosos como “lava jato”, mensalão e outros. A própria legislação já reconheceu essa qualidade. Na Lei 11.977, que dispõe sobre o programa Minha Casa Minha Vida, em seu artigo 35, estabeleceu que os “contratos e registros efetivados no âmbito do PMCMV serão formalizados, preferencialmente, em nome da mulher”, e nos casos de separação, será registrado em nome da mulher[15].
Instrumentos financeiros muito úteis, os fundos permitem a alocação direcionada e mais segura de recursos que viabilizam a implementação e execução das políticas públicas.

É importante nesse sentido estar atento para aqueles que são voltados às questões de gênero, como é o caso do Projeto de Lei 7371/14, que cria o Fundo Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, até hoje um grave problema no setor e que necessita ser combatido, para o que fundos como esse têm especial relevância, sendo a aprovação desse projeto de lei uma medida importante para solucioná-lo. Há também destinação específica de recursos de fundos às políticas para as mulheres, como a prevista no Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que prevê recursos para manutenção de casas de abrigo destinadas a acolher vítimas de violência doméstica[16] e para a implantação e manutenção de berçário, creche e seção destinada à gestante e à parturiente nos estabelecimentos penais[17].

Veja-se que há muito o que fazer pelas mulheres, e o Direito Financeiro tem um papel importante a desempenhar.

Que amanhã as mulheres comemorem seu dia, e que este dia sirva de reflexão para os nossos gestores públicos darem a elas a atenção que merecem.

[1] HAQ, Mahbul ul (Principal coordinator), Human Develop Report 1995, New York, Oxford University Press, 1995, p. iii.
[2] The World’s Women 2015 – Trends and Statistics, United Nations Statistics Div., ch. 8 (https://unstats.un.org/unsd/gender/downloads/WorldsWomen2015_chapter8_t.pdf), p. 179.
[3] PEARCE, D, The Feminization of Poverty: Women, Work and Welfare. The Urban and Social Change Review, vol. 11, nº 1, 1978, p. 28.
[4] Como pode ser verificado no detalhado estudo de COSTA, J. S.; PINHEIRO, L.; MEDEIROS, M.; QUEIROZ, C. A face feminina da pobreza: sobre-representação e feminização da pobreza no Brasil. Brasília: IPEA, 2005.
[5] A face feminina..., p. 36.
[6] In http://www.onumulheres.org.br/brasil/visao-geral/. Acesso em 4/3/2017.
[7] Que é relativamente recente, tendo sido criada em janeiro de 2003.
[8] Inspirado no Programa ONU MULHERES, do qual participam vários países, inclusive o Brasil (ONU Mujeres – Informe Anual 2015- 2016. New York: ONU, 2016 - http://www2.unwomen.org/-/media/annual%20report/attachments/sections/library/un-women-annual-report-2015-2016-es.pdf?vs=3039).
[9] I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2004.
[10] http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-03/mulheres-precisam-ocupar-diferentes-areas-de-trabalho.
[11] http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2016/10/24/1144860/conheca-4-paises-melhores-sistemas-educacionais.html#https://finland.fi/pt/vida-amp-sociedade/o-poder-da-simplicidade-do-sistema-educacional-finlandes/.
[12] http://www.finlandia.org.br/public/default.aspx?contentid=109006.
[13] http://www.brasileiraspelomundo.com/finlandia-igualdade-de-generos-na-sociedade-061628146.
[14] SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, pp. p. 260-261.
[15] Lei 11.977, art. 35-A. Nas hipóteses de dissolução de união estável, separação ou divórcio, o título de propriedade do imóvel adquirido no âmbito do PMCMV, na constância do casamento ou da união estável, com subvenções oriundas de recursos do orçamento geral da União, do FAR e do FDS, será registrado em nome da mulher ou a ela transferido, independentemente do regime de bens aplicável, excetuados os casos que envolvam recursos do FGTS (Incluído pela Lei nº 12.693, de 2012).
[16] Lei Complementar 79/1994, artigo 3º, XIV, com redação dada pela Lei Complementar 119/2005.
[17] Lei Complementar 79/1994, artigo 3º, XV, com redação dada pela Lei Complementar 153/2015.







http://www.conjur.com.br/2017-mar-07/contas-vista-relacao-mulheres-dinheiro-desmistificada

900 cursos podem ser punidos pelo MEC por mau desempenho


Os crusos apresentaram baixo desemprenho em um indicador leva que em consideração a atuação de estudantes, a estrutura do curso e a formação de professores




Brasília – Ao menos 917 cursos de ensino superior deverão sofrer medidas cautelares do Ministério da Educação (MEC) para melhorar a qualidade de ensino, em virtude do baixa colocação no Conceito Preliminar de Curso (CPC), uma avaliação conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O indicador leva em consideração parâmetros como o desempenho de estudantes, a estrutura do curso e a formação de professores.

As ações serão adotadas em cursos das áreas de Ciências Sociais e Humanas (como Administração, Direito e Jornalismo) e em Cursos Tecnológicos das áreas de Negócios, Apoio Escolar, Lazer e Produção Cultural (como Marketing e Design de Moda), o foco nesta edição da avaliação.

São considerados desempenhos insatisfatórios conceitos 1 e 2 no CPC, de uma escala que vai até 5, a nota mais alta. Aqueles que tiverem apresentado o baixo conceito em avaliações anteriores deverão sofrer punições mais graves, que vão desde suspensão de provas de seleção até fechamento do curso.

A lista de cursos reincidentes e, portanto, submetidos a penalidades mais graves, deverá ser divulgada em um mês, pelo MEC.

O mesmo procedimento deverá ser adotado para instituições de ensino superior que alcançaram também um conceito considerado baixo (níveis 1 e 2) no Índice Geral de Curso (IGC) – uma avaliação do Inep que analisa tanto a formação da graduação quanto de pós-graduação.

Dados divulgados nesta quarta-feira, 8, indicam que pelo menos 312 instituições tiveram avaliação 1 e 2 pelo Inep, desempenhos insatisfatórios.

Essas instituições deverão, a exemplo dos cursos, ser alvo de medidas cautelares. Entre as providências adotadas estão o pedido de informação, visitas para identificar eventuais falhas e causas do desempenho abaixo do desejado.

“É aberto um processo administrativo, onde é ofertada a possibilidade de defesa para a instituição e para o curso”, afirmou Paulo Barone, da secretário de Educação Superior do MEC.

O decreto do MEC que define as medidas cautelares é publicado todos os anos. “Os critérios podem ser alterados”, diz.

Ao apresentar dados, MEC e Inep afirmaram que Indicadores de Qualidade de Educação Superior deverão ter sua metodologia alterada até 2018.

Além do CPC e do IGC, a avaliação de ensino superior leva em consideração o Conceito Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), baseado no desempenho dos estudantes. A ideia é fazer com que as avaliações possam ser comparáveis de um ano para outro – algo que atualmente não é possível.

Além disso, a intenção é adotar padrões de notas e não de desempenhos comparáveis, como o padrão atual, que se baseia em identificar um comportamento mediano e suas respectivas gradações.

“Alguns estudos têm demonstrado um aumento da concentração do padrão 3, que é o mediano, ano a ano”, afirma o secretário. Esse comportamento, avalia, pode ser indicador de que o monitoramento começa a apresentar falhas.”Precisamos fazer uma reflexão.”


Senado aprova quatro projetos que ampliam direitos das mulheres


 

Um grupo de senadoras mobilizadas neste Dia da Mulher, pediu a substituição da pauta anteriormente prevista pelos itens que tratam das mulheres

 






No Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje (8), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado votou apenas projetos relacionados à pauta feminina.

Um grupo de senadoras mobilizadas na celebração da data negociou com o presidente da comissão, Edison Lobão (PMDB-MA), a substituição da pauta anteriormente prevista pelos itens que ampliam direitos das mulheres.

Os senadores da CCJ aprovaram quatro propostas. O primeiro foi o Projeto de Lei do Senado (PLS) 195/2014, que obriga o envio de boletim de ocorrência ao juizado específico no caso de envolvimento criança e adolescente como testemunha ou vítima de agressão à mulher.

Também foi aprovado substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 612/2011, que altera o Código Civil para reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo e possibilitar a conversão dessa união em casamento.

A votação foi terminativa, e, se não houver recurso, o texto vai para a Câmara dos Deputados sem passar pelo plenário do Senado.

Os integrantes da CCJ ainda aprovaram por unanimidade o Projeto de Lei do Senado (PLS) 547/2015, que institui o programa Patrulha Maria da Penha. A proposta também deverá seguir para a Câmara.

A CCJ também votou favoravelmente ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 112/2010,que define percentual mínimo de participação de mulheres nos conselhos de Administração das empresas públicas, e ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 244/2016, que obriga o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp) a coletar dados específicos sobre violência contra a mulher. A proposta pode ser encaminhada para a Câmara.

Na reunião da CCJ, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) leu relatório favorável à indicação de Maria Tereza Gomes ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Doria reduz repasse da Prefeitura para desfiles da SPFW em 37%



O evento começa na próxima segunda-feira, 13, no prédio do Bienal do Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital





São Paulo – Em meio ao corte de gastos que atinge até áreas sociais como saúde e educação, a gestão do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu reduzir também o valor do repasse da Prefeitura para a realização da São Paulo Fashion Week (SPFW) neste ano. O evento começa na próxima segunda-feira, 13, no prédio do Bienal do Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital.

Doria autorizou um único aporte de R$ 3,5 milhões como apoio institucional da Prefeitura à semana da moda paulistana, que ocorre anualmente na capital em duas edições, uma no primeiro e outra no segundo semestre com as coleções primavera/verão e outono/inverno.

O valor é 37,5% menor do que os R$ 5,6 milhões repassados à SPFW no ano passado como patrocínio pela gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Em 2016, o apoio foi feito com duas transferências de R$ 2,8 milhões, uma para cada edição daquele ano.

Se comparado com os repasses feitos em 2015, de R$ 7 milhões, o apoio com verba pública da Prefeitura à SPFW neste ano cairá pela metade.

Segundo a gestão Doria, apesar da redução do patrocínio, a exposição da Prefeitura nos dias de evento será ampliada nesta edição.

O termo de fomento que define o patrocínio público à SPFW é assinado com o Instituto Nacional de Moda e Design (In-Mod), organizador da semana da moda paulistana.

Segundo a Prefeitura, o evento movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão na cidade, parte dele resultante do público nacional e internacional calculado em 38 mil turistas que gastam cerca de R$ 85 milhões no município.


Cortes


Doria assumiu a Prefeitura em janeiro deste ano com um discurso de austeridade nos gastos públicos, como redução de 15% no valor de todos os contratos e 30% no número de cargos comissionados.

Os cortes, contudo, atingiram também as áreas sociais, como saúde e educação, que tiveram R$ 2,6 bilhões do orçamento congelados pelo tucano.

O prefeito também já anunciou a redução de mais de 50% no número de crianças atendidas pelo programa de distribuição de leite da Prefeitura, que cairá de 916 mil para 413 mil, e também no total de alunos beneficiados com o transporte escolar gratuito.


Bolívia busca compradores de gás após Petrobras sinalizar redução


Um contrato existente entre a YPFB Chaco e a Petrobras envolve 30 milhões de metros cúbicos por dia de fornecimento de gás




Houston – A Bolívia está lutando para encontrar novos compradores para seu gás natural após a Petrobras sinalizar que tem planos de reduzir as importações do país vizinho, disse a estatal boliviana YPFB Chaco nesta quarta-feira.

Um contrato existente entre a YPFB Chaco e a Petrobras envolve 30 milhões de metros cúbicos por dia de fornecimento de gás sob um mecanismo “take-or-pay”, fazendo do Brasil o principal comprador de gás boliviano. O contrato vence em 2019.

Mas à medida que a produção de gás da própria Petrobras cresce, a estatal notificou a YPFB que não irá renovar o contrato sob os mesmos termos, forçando a empresa boliviana a encontrar novos compradores no Brasil.

“O contrato com o Brasil nos preocupa. Estamos no momento negociando com a Petrobras os termos para os novos contratos ou um adendo ao contrato existente”, disse Oscar Claros, gerente-geral da YPFB Chaco, nos bastidores da conferência de energia Ceraweek, em Houston.

Os preços para a Petrobras após 2019 não foram acordados ainda, enquanto muitos possíveis compradores também do Brasil estão envolvidos nas negociações, disse Claros.

“Poderemos finalmente estabelecer preços diferentes para muitos consumidores, o que é bom para nós, mas vai levar tempo para ter mais de cinco contratos prontos” , disse Claros.

Empresas brasileiras ainda têm poucas mulheres no conselho

 

Pesquisa mostra avanço pífio entre número de mulheres em conselhos de administração nos últimos anos. Avançar é só questão de tempo

 






São Paulo – As mulheres que estão aqui deveriam estar pilotando enceradeiras, comentou irônico um dos professores de Heloísa Bedicks em uma de suas primeiras aulas do curso de graduação em Economia, na década de 80. A sala era composta, na época, 60% por alunos e 40% por alunas, o que não abalou tal docente de fazer o comentário.

“Me senti muito agredida com aquilo. Hoje sei que é uma questão de timing para que mais mulheres ocupem espaço em conselhos e cargos de liderança”, diz ela.

Superintendente-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa desde 2011, Bedicks foi aluna da primeira turma do curso de conselheiros de administração do IBGC, órgão máximo do assunto no Brasil.

Ainda assim, sabe que desbravou um caminho pouquíssimo explorado por outras executivas.

Uma pesquisa feita em 2016 pelo próprio IBGC apontou que as mulheres ocupam apenas 7,9% do total de assentos dos conselhos de administração das 339 empresas listadas na bolsa brasileira. O percentual teve um avanço pífio desde 2012, quando o mesmo estudo foi feito – o índice, naquele ano, ficava em 7,7%.

Os motivos abrangem questão culturais complexas e socioeconômicos, com o fato da mulher ainda ganhar menos que o homem, acredita a superintendente.

“Primeiro, esses cargos mais estratégicos são escolhidos por indicação de outros conselheiros que, por sua vez, escolhem seus pares, geralmente homens”, comenta ela. “Mas há também as decisões cruciais tomadas pelas mulheres ao longo da vida, em especial quando têm filhos”.

Muitas não conseguem conciliar a vida profissional e pessoal nessa etapa da vida e, no caso da promoção dos maridos para outros estados, são elas que usualmente abrem mão da carreira.

No quadro geral, as mulheres ocupam 40% dos cargos de conselhos das companhias litadas do país, a maioria em áreas de especialização em RH ou Marketing, áreas fora das usuais de um conselheiro, em geral formado em economia, administração, engenharia e direito.

“Falta mulheres CFO, COO, CEO no país, falta presença feminina na liderança das grandes empresas e está provado que negócios que investem nisso, se saem melhor” conclui ela.

Em 2013, dados colhidos pela McKinsey mostraram que companhias com uma ou mais mulheres em seus comitês executivos obtinham retorno sobre o patrimônio 44% maior e margem de lucro antes dos impostos 47% acima do que os registrados por aquelas com apenas homens nessas posições.


Cota ou mérito


Conselheira da administração da gigante de energia CPFL há dois anos, a contadora Ana Maria Elorrieta trabalhou por 35 anos na consultoria PwC antes de se dedicar ao desafio. Sua entrada no conselho da CPFL foi por indicação de uma outra conselheira mas, deixa claro, por mérito profissional e pelo poder de agregar uma visão diferenciada ao cargo.

“Acredito que mais mulheres se tornarão conselheiras à medida que os próprios conselhos de administração das empresas brasileiras se tornem mais profissionais”, diz Elorrieta. “Quanto mais plurais, com especialistas em áreas distintas e de gêneros diversos, melhores eles serão”.

Questionadas sobre o quanto cotas poderiam ajudar nesse avanço, tanto Bedicks quanto Elorrieta concordam: meritocracia é o melhor caminho, ainda que o menos rápido.

Ambas usam o argumento de que a adoção de cotas nas empresas cria o risco de escolher pessoas menos qualificadas para apenas cumprir com a obrigação.

“Isso não é necessário, já que há muitas profissionais altamente qualificadas no mercado”, afirma a conselheira da CPFL e de outra empresa privada.

O sistema de cotas para mulheres em conselheiros contribui para que países para fazer da Noruega a líder entre os países com mais diversidade de gênero em seus conselhos – a porcentagem por lá é de 40,5%. França, África do Sul e Holanda também figuram entre as dez nações mais bem posicionadas no quesito – Brasil ocupa o 26º lugar no ranking.

“Não acreditamos que algo imposto pelo governo seja benéfico, mas conscientizamos as empresas de que a diversificação de gênero é o melhor caminho”, afirma Bedicks.

O IBGC tem um programa de mentoria para executivas interessadas em atuar em conselhos que já está na segunda turma, uma troca de experiências entre já conselheiros com 23 executivas interessadas em trabalhar na área.

“Muitas já saíram do programa como conselheiras por puro mérito”, diz a superintendente.


Diversidade nas empresas


Uma pesquisa exclusiva da PwC analisa o que as companhias podem fazer para atrair e reter talento feminino e ressalta a importância de incorporar diversidade no negócio.

O levantamento intitulado “Ganhando a luta pelo talento feminino: como obter a vantagem da diversidade através do recrutamento inclusivo” entrevistou 4.792 profissionais (3.934 mulheres, 845 homens) de diferentes tipos de empresas e países. Em paralelo, 328 responsáveis por diversidade ou recrutamento em grandes companhias foram ouvidos.

Em linhas gerais, a pesquisa mostra a consciência dos CEO´s de que muito pouco foi feito por eles no sentido de avançar em equidade de gênero dentro das companhias, ainda que hoje eles tenham uma vontade sincera de fazer com que isso seja de fato uma realidade.

O estudo mostra que 76% dos empregadores incorporaram diversidade e inclusão em suas bandeiras, ainda que apenas 28% tenham um programa formal de retenção de mulheres e oportunidades iguais de progresso dentro da empresa. Dia da mulher: entenda os direitos das mulheres nas relações trabalhistas – Patrocinado

A possibilidade de progredir na carreira é uma das três características mais atraentes para executivos, sejam homens ou mulheres. Mas para a maioria delas (67%), o fato da empresa apostar em um modelo de gestão inclusivo pesa muito mais na hora de aceitar uma proposta.

Ainda assim, 28% das entrevistadas disseram ter a percepção de que os empregadores são tendenciosos ao optaram em favor de candidatos homens na hora de contratar – a porcentagem era menor, de 16%, em 2011, quando um estudo semelhante foi feito.